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Reconhecimento do Estado e Reconhecimento do Governo
Karolynne Pereira da Silva Vasconcelos
01274335
Direito
 Disciplina jurídica que estabelece, de forma regulatória, as relações entre os Estados e as organizações internacionais, bem como seus indivíduos, respeitando a ordem mundial dentro das diretrizes diplomáticas estabelecidas.
O Direito Internacional Público está ligado aos acordos estabelecidos entre os Estados e as Organizações Internacionais. De maneira bem resumida, é como funciona a sociedade internacional, a partir do estabelecimento de tratados e convenções entre Nações/Estados. O direito internacional pode ser compreendido de várias formas. 
Segundo Bull, o direito internacional é um conjunto de regras que conectam os Estados e outros agentes da política mundial em suas relações. Estas regras são consideradas reciprocamente obrigatórias, por isso é possível considerar a existência de uma sociedade internacional. (BULL, 2002, p. 147-149). 
A modificação conceitual da soberania demonstra que esta não pode possuir um conceito rígido. Inicialmente foi compreendida como o domínio dos povos e a supremacia do território, posteriormente transformou-se em um poder absoluto e arbitrário, que motivou lutas sociais para sua limitação.
Na busca por critérios de delimitação e diferenciação a soberania foi dividida em duas: interna e externa. A primeira diz respeito ao domínio do Estado frente ao seu território, sua população e sua ordem jurídica interna. 
A segunda representa o poder do Estado de celebrar pactos e tratados internacionais. A maior transformação da soberania ocorreu ao passo em que a política de proteção aos direitos humanos se desenvolvia. De acordo com Falk, o surgimento dos direitos humanos acentuou a diferença entre a soberania interna e a externa (FALK, 2000).
Para os fins do Direito Internacional o reconhecimento do Estado é um 'ato livre pelo qual um ou mais Estados reconhecem a existência, em um território determinado, de uma sociedade humana politicamente organizada, independente de qualquer outro Estado existente e capaz de observar as prescrições do Direito ..
Reconhecimento é ato meramente declaratório, que visa somente a atestar o surgimento de um novo Estado, não tendo caráter constitutivo e não definindo, portanto, a existência do ente estatal.
"O reconhecimento de um Estado apenas significa que aquele que o reconhece aceita a personalidade do outro com todos os direitos e deveres determinados pelo Direito Internacional. O reconhecimento é incondicional e irrevogável" (art. 6, Conv. de Montevidéu).
O entendimento de que o reconhecimento é elemento constitutivo para o ente Estatal é minoritário. O reconhecimento é discricionário, fundado em considerações de interesse nacional. Não obstante, é também vinculado a certas condições, estabelecidas pela doutrina e pela prática internacional. O reconhecimento é ato incondicionado. O Estado que reconhece não pode vincular o ato a condições ou exigências, a serem atendidas pelo ente que pleiteia o reconhecimento.
Entretanto, o reconhecimento pode estar condicionado a certos requisitos, vinculados ao respeito de normas que, por sua natureza, devem ser respeitadas por toda a sociedade internacional, como é o caso do jus cogens.
O reconhecimento tem caráter retroativo, gerando efeitos a partir do instante em que se formou o Estado, e é irrevogável. Classifica-se em expresso (explícito) ou tácito (implícito). Também pode ser individual ou coletivo.
A importância do reconhecimento é permitir ao Estado a participação efetiva da sociedade internacional, conferindo-lhe ampla competência para exercer prerrogativas típicas dos entes estatais, como celebrar tratados, manter relações diplomáticas e participar de OIs. O reconhecimento de governo é o ato pelo qual se admite o novo governo de outro Estado como representante deste nas relações internacionais. Aplica-se apenas a governantes cujas investidura resulte de rupturas na ordem constitucional.
Conquanto não afete o reconhecimento de Estado, o não reconhecimento do governo tem impacto nas relações internacionais, uma vez que tal governo não será reconhecimento como representante do Estado nas relações internacionais. O reconhecimento de governo é ato unilateral, discricionário, não-obrigatório, irrevogável e incondicionado. Obviamente vinculado ao compromisso do governo reconhecido com as principais normas de DIP.
Doutrina Tobar: defende que o reconhecimento de governo estrangeiros seja concedido após a constatação de que estes contam com apoio popular. Doutrina Estrada: reconhecimento ou não-reconhecimento expresso configura intervenção indevida em assuntos internos de outros entes estatais e, assim, desrespeito à soberania.
Mecanismos de integração regional, como o MERCOSUL, condicionam a participação dos Estados nos blocos regionais ao compromisso com a democracia. Protocolo de Ushuaia, 2002: Compromisso Democrático no MERCOSUL, Bolívia e Chile. Protocolo de Assunção, 2005: Compromisso com a Promoção e a Proteção dos Direitos Humanos do Mercosul. Protocolo de Montevidéu, 2012: Compromisso com a Democracia no MERCOSUL (USHUAIA II).
https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/53685/sociedade-internacional-os-impactos-da-soberania-e-da-globalizao-ao-direito-internacional-de-refgio

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