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PEÇA TRIBUTÁRIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA X VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO X.
(10 linhas)
JACKSON DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cadastrado no RG sob o nº x, inscrito no CPF/MF sob o nº x, residente e domiciliado á Rua X, nº x, bairro x, Cidade, CEP x,vem, através de seu procurador infra-assinado, conforme instrumento procuratório (anexo), cujo endereço para receber intimações e notificações é a Rua X, perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 940 do Código Civil e art. 165 do Código Tributário Nacional, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO
Em face da UNIÃO, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ nº X, com sede na Rua X, nº x, bairro x, Cidade, CEP x, pelos motivos de fatos e direitos a seguir aduzidos.
DA JUSTIÇA GRATUITA
O Autor pleiteia pela concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, assegurado pela CF/88, art. 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), art. 98 e ss, por não dispor de meios para saldar os anseios processuais.
DA TEMPESTIVIDADE
Nos termos do art. 168, I do CTN, o sujeito passivo tem cinco anos, a contar da extinção do crédito tributário para pleitear a restituição do valor pago indevido.
Portanto, encontra-se tempestivo o pedido do Autor.
1. DOS FATOS
O autor é proprietário de imóvel rural situado no Estado X, qual ensejou o fato gerador do empréstimo compulsório determinado pelo órgão competente, União,através da Lei Ordinária nº 1.234, publicada em 01 de janeiro do ano de 2018, de modo que o tributo, na forma da Lei Ordinária enfatizada, determinou a cobrança do tributo de maio a novembro de 2018.
A União então, sob a justificativa de não dispor de recursos para cobrir as despesas referente ao investimento público e de relevante interesse nacional, impôs ao Autor que o instituísse.
Apóso Autor receber a notificação do lançamento do crédito tributário referente ao empréstimo compulsório dos meses de maio a novembro de 2018, fora realizado pelo mesmo o pagamento do tributo cobrado.
Por outro lado, à vista de que não haveria lançamento a ser realizado, uma vez que o tributo só poderá ser devido no exercício financeiro do ano seguinte, por se tratar de empréstimo compulsório, respeitando o período nonagesimal, incidindo o ocorrido, pela cobrança do tributo sem a observância do Princípio da Não Surpresa,violando os dispositivos salvaguardados na CRFB/88.
Sob este parâmetro, observa o Autor, embasado de notícias veiculadas, tomando conhecimento de que a cobrança do tributo seria indevida e, possibilitando a obtenção da restituição dos valores pagos, pleiteia-se por meio da ação de repetição de indébito em face da União, por se tratar de cobrança improcedente.
2. DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI ORDINÁRIA Nº 1.234 DE 01/01/2018.
A Lei Ordinária nº 1.234, publicada em 01 de janeiro de 2018, qual instituiu o empréstimo compulsório em face do bem imóvel rural do Autor é inconstitucional, vez que está previsto no artigo 148 da Constituição Federal, a competência exclusiva da União, apenas mediante lei complementar, por meios legais e formais a institucionalização de empréstimo compulsório, sem exceções.
Ao que denota o art. 148, inciso II da CRFB/88:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimo compulsório:
I- Para atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II- No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Portanto, resta inconstitucional a lei ordinária acima mencionada por ter sido instituída por Lei incompetente ao fato gerador.
Assim, segundo Arlindo Felipe da Cunha, o termo trata de "empréstimo", já pressupõe tal condição, uma vez que de acordo com o seu conceito jurídico, refere-se a um contrato em que "uma das partes recebe, para uso ou utilização, uma coisa que, depois de certo tempo, deve restituir ou dar outra do mesmo gênero, quantidade ou qualidade.
A Lei Complementar que institui o empréstimo compulsório para que seja aprovada e se torne uma lei deve ser votado e aprovado nas duas Casas que formam o Congresso Nacional: a Câmara dos deputados e o Senado Federal. A aprovação deve ser por maioria absoluta, ou seja, pela maioria do total do número de deputados federais ou senadores.
A lei Ordinária instituída a esta matéria, caracteriza inconstitucionalidade, vez que trata de premissas residuais, não cabendo, portanto, o seu estabelecimento nesta seara.
Nesse diapasão, o Supremo Tribunal Federal declarou inválida a Súmula 418 quando do julgamento do Recurso Extraordinário 111.954/PR, de relatoria do Ministro Oscar Correa, que restou assim ementado:
EMENTA: - EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO - DEC. - LEI 2.047, DE 20/7/1983. SÚMULA 418. A SÚMULA 418 PERDEU VALIDADE EM FACE DO ART. 21, PARÁGRAFO 2º, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
NÃO HÁ DISTINGUIR, QUANTO À NATUREZA, O EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO EXCEPCIONAL DO ART. 18, §3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO ESPECIAL, DO ART. 21, §2º, II, DA MESMA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
Destarte, cabe ratificar que o empréstimo sujeita-se às imposições da legalidade e igualdade, somente podendo ser instituída por lei complementar, vislumbrando o que aduz o art. 21, §2º, II, da CRFB/88:
Art. 21. Compete à União instituir imposto sobre:
§ 2º A União pode instituir:
II - empréstimos compulsórios, nos casos especiais definidos em lei complementar, aos quais se aplicarão as disposições constitucionais relativas aos tributos e às normas gerais do direito tributário.
3. DO DIREITO
Partindo do princípio de que a lei instituidora do fato gerador é inconstitucional, também deve ser observada a violação ao Princípio da Anterioridade, visto que foi atribuída pelo fisco a cobrança do tributo referente aos meses de maio a novembro de 2018, atinente ao investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Entretanto, de acordo ao art. 148, II e art. 150, III, alínea “a” da CRFB/88, pelo qual somente poderá ser cobrado no exercício financeiro seguinte ao da publicação da lei, ao caso somente em 2019, respeitando o período nonagesimal.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
O autor realizou pagamento do tributo cobrado referente aos meses de maio a novembro do mesmo ano vigente a Lei Ordinária, embora inconstitucional, por se tratar de empréstimo compulsório, de modo que foi cobrado sem a observância no que tange as premissas do Princípio da Anterioridade, pois, para fundamentar a instituição do empréstimo compulsório deve ter o caráter de urgente e de relevante interesse nacional. 
Urgente é tudo aquilo que se deve fazer rapidamente, que se mostra imprescindível, indispensável e premente que, no entanto, se caracteriza uma emergência, uma situação crítica, que exige uma resposta imediata. Por este motivo é que a CF/88 submete a sua instituição a observância do princípio da anterioridade (art. 148, II).
As limitações constitucionais ao poder de tributar estão previstas no art. 150 da Constituição Federal, inciso III, alíneas “b” e “c” que assim dispõem:
Art.150, III - cobrar tributos:
 (...)
 b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
 c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003).
Além do mais não foi exacerbado pela União as condições de que trata o parágrafo único do art. 15 do CTN-Código Tributário Nacional, veja:
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casosexcepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
I- guerra externa, ou sua iminência;
II- calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;
III- conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parág. Único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável o disposto nesta Lei.
Assim, não há que se discutir, pois a matéria em questão dispõe sobre Repetição de Indébito em face da União, por esta ter atribuído cobrança de tributo ao contribuinte sem a observância ao Princípio da Anterioridade, vez que deveria ser cobrado no ano de 2019.
A ementa de acórdão do STJ, REsp 640331, guarnece:
Ementa: EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. PRESCRIÇÃO. REDUÇÃO DOS VALORES DOS HONORÁRIOS. REEXAME DE CIRCUNSTÂNCIAS FÁTIICAS. SÚMULA 7/STJ. Na hipótese de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo para a propositura da ação de repetição de indébito é de 10 (dez) anos a contar do fato gerador, se a homologação for tácita (tese dos “cinco mais cinco”), e, de 5 (cinco) anos a contar da homologação, se esta for expressa. O recurso especial não é sede própria para o exame de questões relacionadas a majoração ou redução dos valores dos honorários se, para tanto, faz-se necessário o reexame dos elementos fáticos em que se desenvolveu a controvérsia. Inteligência da Súmula nº 7/STJ. Recurso especial parcialmente conhecido e improvido.
Pagamento indevido, empréstimo compulsório, ajuizamento de ação judicial, decurso de prazo, cinco anos.
Sob esta exegese, é fato suscitar a asseveração para requerimento de repetição de indébito por pagamento de tributo indevido, com o agravante de lei qual instituiu o fato gerador seja incompetente, tornando-a inconstitucional, de forma que seja ressarcido os valores recolhidos pelo fisco.
4.DAREPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO
Refere-se à possibilidade do direito do contribuinte pleitear, junto às autoridades fazendárias, a devolução de tributo pago indevidamente ou nas demais hipóteses listadas pela Lei.
Ao caso enquadrado, o Autor, ora contribuinte, foi cobrado de tributos referente ao mesmo ano em que foi publicado a Lei instituidora, de forma que não tenha sido observado o Princípio da Anterioridade, por vezes mencionadas no corpo desta ação.
Com isto, ainda cabível fazer menção de que a Lei qual instituiu o empréstimo em prol de investimentos de interesse nacional, seja considerada inconstitucional, por ter sido constituída por Lei Ordinária, medida em que só é possível através de Lei Complementar por se tratar de empréstimo compulsório.
Feito o pagamento do tributo pelo fisco cobrado ao contribuinte, e este liquidado o valor, uma vez reconhecida a inexistência de cobrança de tributos entre maio a novembro de 2018, requer, por força da lei salvaguardadas em Princípios e leis da CRFB/88 e CTN, a restituição de indébito por cobrança de tributo indevido.
Ressalve-se que o direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 anos e que a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição prescreve em 2 anos (artigos 168 e 169 do CTN).
De maneira em que a aplicação da restituição possa ser feita de duas maneiras pela União, por devolução quando o Estado a faz em espécie, ou por compensação, por abatimento, requer então que seja reconhecido qualquer das formas para o recebimento dos valores diligenciados.
4.1 DO CABIMENTO
Nos termos do art. 165, I do CTN o sujeito passivo, independentemente de protesto poderá requerer a restituição dos valores pagos indevidamente ou a maior.
A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar.
Ao presente caso, o contribuinte pagou indevidamente o tributo, assim sendo, a medida cabível, a aplicação do art. acima mencionado para reaver os valores pagos.
5. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer ao MM juízo:
a) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art 98 do CPC/2015;
b) A designação da audiência de conciliação ou de mediação, de acordo ao art. 319 do CPC/2015;
c) A condenação do fisco-União ao pagamento de Repetição de Indébito, nos termos dos arts. 165, I e 167 do CTN, observado os juros a partir do trânsito em jugado, restituindo ao contribuinte o valor por ele pago indevidamente;
d) A citação do fisco, nos termos do art. 246, I do CPC/2015;
e) Seja o Réu condenado ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios;
f) Pretende provar o alegado por todos os meios de provas admitidas.
Dá-se a causa o valor de R$ X, (valor por extenso).
Termos em que,
pede deferimento.
Cidade, dia/mês/ano.
IRENE PORTUGAL DE JESUS
Advogada, OAB/ESTADO
JEANE WALLANCUELA DIAS
Advogada, OAB/ESTADO
JULIELE ANDRADE RODRIGUES
Advogada, OAB/ESTADO

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