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Caderno aulas Direito Tributário OAB 2019 Professor Eduardo Sabbag e Josiani Minardi

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Eduardo Sabbag
Decadência: Homenageia a segurança jurídica. Gera direito à restituição do tributo decaído. Art. 156, CTN.
Questão OAB 2014:
Art. 165, I, CTN - garante o direito à restituição.
Decadência é causa de extinção do CT. Art. 156, V, CTN.
O fato de ter havido a decadência gera o direito à restituição, ainda que o tributo tenha sido parcelado. O parcelamento não reavivou o direito do Fisco.
Direito de propriedade, art. 5º, CRFB.
Prazo de decadência: 5 anos = LUSTRO.
Prova: pode contar uma história, informando que lei ordinária estabelece prazo de decadência de sete anos.
RESPOSTA: começa com o art. 146 da CF, quem trata da matéria é o CTN, prazo quinquenal. Já houve, no passado, Lei nº 8.212/91, art. 45, estabeleceu prazos decenais, artigos considerados inconstitucionais pela Súmula Vinculante nº 8, STF.
IMPORTANTE! Ponto mais importante da aula!
Aplicação do art. 150, §4º, do CTN (regra especial): Tributos de lançamento por homologação (forma típica = antecipação do pagamento).
Aplicação do art. 173, I, do CTN (regra): Tributos de lançamento direto, misto e por homologação (forma atípica = falta do pagamento).
PRESCRIÇÃO TRIBUTÁRIA 
É o instituto jurídico que demarca, no tempo, a perda do direito à pretensão executória. Em outras palavras, ocorrerá a prescrição quando houver uma execução fiscal extemporânea ou “a destempo”.
O art. 174, caput, CTN prevê o termo de início de contagem: 
DATA DA CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
MODELO DE RESPOSTA:
A partir da data do lançamento, soma-se trinta dias, após o que, tem-se o termo "a quo" da prescrição, este é o início da contagem do lustro, do quinquênio prescricional. Então, se o termo "a quo" aconteceu na data xx, o termo "ad quem" acontecerá na data xx, como a execução aconteceu fora desse prazo, houve a prescrição.
Essa súmula já caiu em prova!
Súmula n. 106 do STJ: “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência.”
STJ - EMENTA: ELUCIDATIVO ACÓRDÃO “Tratando-se de Declaração de Contribuições de Tributos Federais (DCTF) cujo débito declarado não foi pago pelo contribuinte, torna-se dispensável a homologação formal, passando a ser exigível independentemente de prévia notificação ou da instauração de procedimento administrativo fiscal. Considerando-se constituído o crédito tributário a partir do momento da declaração realizada, mediante a entrega da DCTF, (...) → a entrega da declaração constitui o CT.
PROVA!!!!
SÚMULA 436, STJ: “A ENTREGA DE DECLARAÇÃO PELO CONTRIBUINTE RECONHECENDO DÉBITO FISCAL CONSTITUI O CRÉDITO TRIBUTÁRIO, DISPENSADA QUALQUER OUTRA PROVIDÊNCIA POR PARTE DO FISCO.”
Ver, ainda, a Súmula n. 555, STJ (de 15-12-2015): Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. → Entende-se que houve comportamento fraudulento.
DICA EXTRA - TERMO “A QUO” DO PRAZO DE PRESCRIÇÃO: A DATA DE VENCIMENTO DO TRIBUTO NA DECLARAÇÃO. No interregno que medeia a data de entrega da declaração e a data do vencimento, não corre prazo de prescrição. 
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: 
A prescrição intercorrente: art. 40, §§ 2º e 4º, da Lei nº 6.830/80.
A procuradoria propõe a ação executiva, o juiz a recebe, manda citar o devedor ou para ele pagar, ou para ele, querendo, discutir, por meio dos embargos, que ele garanta a execução no prazo de 5 dias.
5 dias para garantir.
30 dias para embargar.
Súmula 314 do STJ: “Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo de prescrição quinquenal intercorrente.”
A tese da prescrição intercorrente só vale se for provado que houve desídia do Fisco. Se o Fisco provar que se manteve diligente durante todo esse período, não cabe prescrição intercorrente.
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
Arts. 150, 151 e 152 da CF/88.
Ver slides.
1. LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
Art. 153, §1º, CF – Eduardo recomenda não chamar de exceção à legalidade, mas sim de atuação mitigada ou atenuada. Não pode ser exceção porque os quatro tributos dependem de lei, é uma atuação superveniente de lei que pode alterar as alíquotas, elevando-as ou reduzindo-as, dentro de parâmetros legais.
Tributos extrafiscais – reguladores de mercado.
Art. 97 do CTN - princípio da estrita legalidade.
2. ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA
EXCEÇÃO (aqui posso usar o termo exceção)
O princípio da anualidade: previsão do aumento ou criação do tributo na LOA. Não é utilizado.
Atenção:
Para trabalhar com datas na prova! Não tenho calendário. Dizer que a lei incidirá noventa dias depois de publicada a lei que instituiu ou aumentou o tributo. Não vamos ficar contando datas!
Há uma fronteira no ano. Até setembro – 01/01/xx.
Depois de setembro – 90 dias.
3. IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA
Art. 106, do CTN – Eduardo não considera exceção ao princípio da irretroatividade, pois é da natureza delas, retroagir. 
“Desde que o ato não esteja definitivamente julgado” – caso de EF indo para o leilão, se sobrevier uma alíquota com multa menor, ainda é possível, aplicá-la, pois o ato não está definitivamente julgado.
4. ISONOMIA TRIBUTÁRIA
“Pecunia non olet”: diálogo entre o imperador Vespasiano e seu filho Tito, na Roma antiga. Tributar o uso dos banheiros públicos. Art. 118, CTN.
Métodos de concretização da capacidade contributiva: progressividade, proporcionalidade, seletividade.  Alcance da justiça distributiva.
Impostos progressivos:
· IPTU
· ITR
· IR: GUP
Generalidade: sujeição passiva que indica a incidência sobre todos os contribuintes.
Universalidade: se refere à incidência sobre todas as rendas. Art. 43, §1º, CTN.
Progressividade.
· ITCMD: entendimento do STF em 2013. O STF usava a mesma súmula que proibia a progressividade do ITBI, súmula nº 656 do STF.
Imunidades – art. 150, VI, CF/88.
Norma constitucional de exoneração tributária, que justificada no conjunto de caros valores proclamados na CF, inibe a atribuição de competência impositiva e credita ao beneficiário um direito subjetivo de não incomodação perante os entes tributantes.
Art. 149, §2º, I – imunidades contribuição social e CIDE para a exportação.
Art. 156, §2º, I – imunidade ITBI para realização de capital e incorporação de bens imóveis.
A imunidade é a face negativa da norma de competência.
Não incomodação perante o ente tributante.
Obs: norma isentante, isentiva, isencional – usar sinônimos.
ART. 150, VI, “a”, CF IMUNIDADE RECÍPROCA:
O que o STF acha dessa limitação: a proteção deve ser ampla quanto aos tipos de impostos (Exemplos: II e IOF também podem ser afastados, ainda que não se enquadrem no rol classificatório).
M importou piano, RFB entende que o M deve pagar II. O argumento da RFB é que o II não é um imposto sobre o patrimônio, a renda e o serviço, e o M não é imune.
R: A RFB não tem razão. Para o STF, a interpretação que tem que ser dada ao rol é ampla. Isso inclui outros impostos, além dos impostos sobre o patrimônio, a renda e o serviço. Tudo isso para prestigiar a federação.
Art. 150, § 2º, CF - A vedação do inciso VI,"a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
Estado quer cobrar IPVA de um veículo que pertence a uma autarquia municipal e é utilizado para as suas atividades essenciais. Não pode cobrar, por conta da imunidade recíproca. Art. 150, § 2º, CF.
E se uma autarquia tiver um terreno baldio. Pode cobrar IPTU. Sabbag entende que sim e a jurisprudência também. Não cumpre finalidade essencial. Patrimônio vinculado ao propósito autárquico.
Art. 150, § 2º, CF: Imunidade recíproca.
Quem não recebeu a proteção? Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Aqui prevalecerá a incidênciados impostos, como regra. 
Importante: o STF garantiu a imunidade para certas empresas públicas e sociedades de economia mista que desempenham serviços típicos de Estado: 
1. INFRAERO (empresa pública): ISS.
2. CAERD (Cia. Águas e Esgotos de Rondônia – SEM).
3. QUATRO HOSPITAIS GAÚCHOS SEM prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital seja majoritariamente estatal.
4. CORREIOS (empresa pública): desde 2004, o STF estabelece distinção entre as empresas públicas “que prestam serviços públicos” e aquelas “que são instrumentos de participação do Estado na economia. Aliás, desde 2013 (RE 601.392), passamos a ter a extensão até para os serviços não tipicamente postais. 
Uma pergunta: E quanto ao patrimônio/renda/serv. RELACIONADOS com o propósito religioso? 
RESPOSTA: nesse caso, poderá prevalecer a imunidade tributária ou não. Tudo dependerá da chamada correspondência fática, ou seja, do real atrelamento daquele bem/renda conexos com o propósito precípuo da entidade imune. O raciocínio deve ser embasado no art. 150, § 4º, da CF. Patrimônio relacionado.
Casos concretos importantes (para reflexão): 
1. Imunidade (IPTU) para a casa do chefe religioso: É imune, é o próprio templo, em seu conceito lato.
2. Imunidade (IR) para a renda oriunda de gráfica da Igreja: é imune.
3. Imunidade (IPTU) para o apartamento, de propriedade do templo, locado a terceiros: é imune.
4. Imunidade (IPTU) para o bem imóvel, de propriedade do templo, usado para estacionamento de fiéis: é imune.
5. Imunidade (IPTU) para o bem imóvel, de propriedade do templo, usado para cemitério (sepultamento de fiéis); etc. É imune. 
DICAS FINAIS: 
1. A IGREJA como inquilina / locatária...
Pergunta-se: incide o IPTU? Resposta: sim. O proprietário é o sujeito passivo legalmente determinado para pagar o imposto. 
Pergunta-se: E o contrato, deslocando o ônus para o inquilino (Igreja)? Resposta: ele não faz força perante o Fisco, por força do art. 123 do CTN. Ainda que o proprietário desloque o dever para o inquilino, ele não pode se valer disso para garantir a imunidade. Se houver previsão em contrato e o inquilino não pagar, na órbita do direito privado, o locador poderá exigir o pagamento, poderá fazer isso, regressivamente.
2. Igreja contrata PJ para confeccionar jornal por encomenda (serviço de composição gráfica). Pergunta- se: incide o ISS? Resposta: para o STF, incide o ISS (AgR- RE 434.826/MG – 2013). Se a gráfica é da igreja, é imunidade. Se contrata serviço, não.
3. LOJAS MAÇÔNICAS: não se confundem com templos religiosos e, portanto, NÃO são imunes; 
4. IMUNIDADE RELIGIOSA e os TRIBUTOS INDIRETOS (visão do STF): nas vendas, imunidade ICMS e IPI, desde que prove a correspondência fática; nas compras, incidência do ICMS e IPI. Exemplo: a empresa comprou carro, incide ICMS, de acordo com o STF. Se a igreja compra, ela não pertence à relação jurídica do ICMS. O contribuinte do ICMS é quem vende e não quem compra. E, nesse caso, o contribuinte, nesse caso, não é imune. Não se trata de repercussão tributária. A igreja, quando compra, não paga tributo, paga preço. 
ART. 150, VI, “c”, CF IMUNIDADES NÃO AUTOAPLICÁVEIS 
Só vai ter imunidade de atender aos requisitos previstos em lei, por isso que chama de imunidade não autoaplicável. Se perguntar se os sujeitos da alínea “c” são imunes, deve responder: depende... pois eles devem preencher os requisitos previstos em lei.
QUE LEI É ESSA?
Resposta: é a lei complementar (imunidade = limitação constitucional ao poder de tributar; art. 146, II, CF). 
Que lei complementar é essa? É o CTN, que, apesar de ser LO, possui “status” de LC. Existe algum dispositivo no CTN que regula a fruição da norma imunizante ora comentada? Sim, é o art. 14. 
Pode ter animus lucrandi, mas não pode ter animus distribuendi.
O inciso I do art. 14 do CTN NÃO impede que se paguem salários razoáveis e compatíveis com a prática de mercado aos mantenedores da instituição imune. Isso não se confundirá com a distribuição de lucros.
DEVE-SE LER A ALÍNEA “C” COM O §4º DO ART. 150 DA CF:
Art. 150, § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
VER, AINDA:
SÚMULA 724, STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. Essa súmula foi substituída pela SV 52.
SÚMULA VINCULANTE N. 52 – Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. 
Julgados importantes em 2017:
Até que ponto uma lei ordinária pode vir e “turbinar” artigo 14, do CTN, aumentando as exigências e dificultando a imunidade? STF falou que não pode.
ENTIDADES BENEFICENTES
O PAPEL DA LEI ORDINÁRIA EM TEMA DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
EM RESUMO: Aspectos meramente procedimentais referentes à certificação, à fiscalização e ao controle administrativo continuam passíveis de definição em LEI ORDINÁRIA. 
A lei complementar é forma somente exigível para a definição do modo beneficente de atuação das entidades de assistência social contempladas pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmente quanto às (...) contrapartidas a serem observadas por elas. Uma lei ordinária (no caso, foi a Lei 9.732/1998 e o Decreto 752/1993) não pode criar contrapartidas a serem observadas pelas entidades beneficentes.
Assim, a LO não pode vir e incluir outros requisitos, além dos previstos no art. 14, CTN.
Por outro lado, a lei ordinária pode tratar de meros aspectos procedimentais para a fruição da imunidade, tais como a certificação da qualidade de entidade (= o registro da entidade no Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, a obtenção do certificado expedido pelo órgão e a validade trienal do documento). Foi o que ocorreu com a válida Lei 8.212/1991 (art. 55, II).
Uma entidade beneficente consulta-o acerca da seguinte dúvida. Foi publicada uma LO, que está incrementando as exigências do art. 14, CTN, dificultando o desfrute da imunidade. Queremos saber a sua opinião. Essa mesma lei, por outro lado, está tratando de aspectos procedimentais.
De acordo com o entendimento do STF, de 2017, quanto ao aspecto incremental, a LO não pode, apenas a LC, cujo papel é cumprido pelo CTN. Quanto aos aspectos procedimentais, não há problema.
IMUNIDADE DE IMPRENSA 
Imunidade objetiva (protege bens/coisas) (portanto, não é subjetiva o que ocorre nas alíneas “a”, “b” e “c”).
Efeito prático: se ela é “objetiva”, afastam-se o ICMS, o IPI, e o II, basicamente (são os impostos que incidem sobre o livro). Por outro lado, a editora deverá arcar com o normal pagamento do IPTU, IPVA, IR, ITBI etc.
JURISPRUDÊNCIA ATUALIZADA:
O STF, em 8 de março de 2017, analisou importante caso, relativo à imunidade para o livro eletrônico, leitor eletrônico e áudio livro; (ICMS na venda de uma enciclopédia jurídica em formato de CD-ROM).
IMUNIDADE DE IMPRENSA E O ÁLBUM DE FIGURINHAS:
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, “D” DA CF/88. “ÁLBUM DE FIGURINHAS”. ADMISSIBILIDADE: de acordo com o entendimento do STF, o álbum de figurinhas é imune, considerado um periódico, difusor do conhecimento e que vem ao encontro do vetor axiológico da norma que é a difusão da cultura.
OBSERVAÇÃO: e as listas telefônicas? Para o STF, são periódicos igualmente imunes (“utilidade social do bem”), ainda que obsoletas.
Apenas papel destinado a impressão.
ART. 150, VI, “e”, CF (EC n. 75/13)
IMUNIDADE MUSICAL
Objetivos: combater a “pirataria” (contrafação) e difundir a cultura. A conduta da contrafação é tipificada:
SÚMULA 502, STJ:
Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no artigo184, parágrafo 2º do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.
Responsabilidade Tributária
A matéria está inserida na temática da sujeição passiva tributária: 
Art. 121, CTN. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz- se: 
I - contribuinte , quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. 
Responsável: Terceira pessoa escolhida por lei, para pagar tributo ou multa, sem ter realizado o FG.
O responsável depende de previsão em lei: 
Art. 97, CTN. Somente a lei pode estabelecer: (...) 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
Circular, portaria, decreto não podem definir responsável tributário.
Principais dispositivos no CTN (arts. 130 ao 135): 
RESPONSÁVEL POR SUCESSÃO IMOBILIÁRIA: taxas de polícia não estão incluídas. É uma sub-rogação pessoal. Civilistas: obrigação propter rem.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam- se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
(...) Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. 
A sub-rogação aqui é real, ela ocorre sobre o preço.
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; Art. 131, I, CTN. Responsabilidade por Sucessão Mobiliária. 
Esse é o art. para bens móveis.
Remição: resgate de bens mediante o pagamento da dívida.
Pergunta- se: E quanto aos tributos devidos pelo espólio, como contribuinte, ou seja, após a abertura da sucessão? O quadro a seguir trará a resposta. 
Art. 132, “caput”, CTN: responsabilidade por sucessão empresarial.
Extinção ou baixa da PJ – parágrafo único, do art. 132.
Súmula 554, STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. 
Atenção, no art. 134, não se trata de solidariedade plena, porque há uma ordem de preferência a ser seguida.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos : 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
II - os mandatários, prepostos e empregados ; 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
Prevê a responsabilidade pessoal de “sócios”, embora esse termo não tenha sido usado no inciso III. A doutrina e a jurisprudência entendem que será alcançado apenas o sócio que administra a sociedade com poderes diretivos de gestão. 
O DOLO É FUNDAMENTAL NESSE ARTIGO.
SÚMULAS IMPORTANTES (E O ART. 135 DO CTN) Súmula n. 430 do STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. 
A jurisprudência tem acolhido como inequívocos exemplos de “ infração à lei ”: 
(I) empregador que desconta o IRRF ou contribuição previdenciária e não os recolhe ao Erário; (...) 
(II) a dissolução irregular da sociedade, deixando débitos tributários pendentes e nenhum patrimônio para garantir seu pagamento (nesse sentido, é a Súmula n. 435 do STJ : Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. 
Responsabilidade por Substituição ou Substituição Tributária 
Resp. por Substituição: O terceiro vem e ocupa o lugar do devedor principal DESDE a ocorrência do fato gerador ( “ art. 135, CTN ” ). Trata-se de uma responsabilidade tributária originária. 
Dica de terminologia (na Substituição Tributária): 
Contribuinte = Devedor Principal = Substituído 
Responsável = Terceiro = Substituto (legal) tributário 
Primordialmente no ICMS, temos dois tipos de Substituição Tributária: 
1. Para trás (ou Regressiva): Macete "FG lá atrás" (portanto, o pagamento pelo responsável é adiado, diferido; trata- se do diferimento do imposto).
2. Para frente (ou Progressiva): Macete "FG lá na frente" (portanto, o pagamento pelo responsável é antecipado; refere-se ao chamado "FG Presumido").
Ex: concessionária de carro é substituída pela indústria que é a responsável.
A restituição é feita ao substituído. O STF, em 2016, passou a admitir a restituição nos casos de BC efetiva for menor do que a BC presumida. RE 593849.
LINHA DO TEMPO
Hipótese de incidência – FG – OT – lançamento – CT – DA – CDA – EF
 Cobrança administrativa / Cobrança judicial
Josiane Minardi
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária* compulsória**, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito***, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Única possibilidade de não efetuar o pagamento em dinheiro: art. 156, XI, CTN. Incluído pela LC 104/2001, que traz a dação em pagamento de bem imóvel, desde que haja previsão em lei.
* XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.              (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)         (Vide Lei nº 13.259, de 2016)
**Reforma da legislação trabalhista: art. 579, CLT – a contribuição sindical (é tributo, contribuição em interesse de categorias profissionais), a partir da reforma trabalhista, teve o cunho facultativo para o seu recolhimento.
Art. 579 - O requerimento de pagamento da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e voluntária do empregado que participar de determinada categoria econômica ou profissional ou de profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, na inexistência do sindicato, em conformidade o disposto no art. 591. 
*** Em uma prova, a FGV elaborou a seguinte questão: foi criado um imposto para aqueles que poluem o meio ambiente, está correto esse tributo?
RESPOSTA: Não, porque tributo não constitui sanção por ato ilícito.
Em que pese o legislador não poder escolher atos ilícitos para sofrer a incidência tributária, os frutos de uma atividade ilícita podem ser objeto de tributação.
· Art. 118, I: tributar frutos de uma atividade ilícita.
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
Importa que o FG ocorreu.
O traficante de drogas aufere renda, abstraindo-se a atividade que ele executa. Ele deve pagar IR.
· Princípio da “pecunia non olet”: dinheiro não tem cheiro.
· Argumentos utilizados pelo STF, ao julgar o HC 77530, que tratava sobre a tributação da renda dos traficantes: justifica a tributação por aplicar o art. 118, I, do CTN, que veicula o princípio da “pecunia non olet” e por aplicar mais dois princípios, quais sejam, o princípio da isonomia (art. 150, II, CF) e o da capacidade contributiva (art. 145, §1º, CF).
Espécies Tributárias:
Impostos, taxas e contribuições de melhoria: art. 5º, CTN, art. 145, caput da CF.
Empréstimos Compulsórios: art. 148, CF.
Contribuições: art. 149, CF.
Pedágio não é tributo. ADIN 800, STF declarou que pedágio não é tributo, mas sim, preço público.
Competência tributáriaé a outorga de poder da CF aos entes federativos para eles criarem e majorarem tributos. A CF não cria tributos.
Competência tributária x competência legislativa do direito tributário.
Competência legislativa do direito tributário: cria regras para dispor sobre as relações jurídicas criadas em razão dos tributos agora existentes. Logo, ela vem depois da competência tributária.
Art. 24, CF: competência concorrente entre U, E e DF.
U- normas gerais ao direito tributário.
E/DF- suplementar o direito tributário no que for preciso.
Quando a U deixa de editar normas gerais, os E/DF terão competência plena para legislar a respeito. Foi o que ocorreu com o IPVA, por não ter previsão no CTN, e a U não legislou sobre as suas normas gerais, cada E/DF tratou sobre as normas do seu IPVA.
Se a U vier a tratar, posteriormente, sobre essa matéria, que é de sua competência, como ficará a lei estadual, naquilo que lhe for contrário? Não há como dizer que a lei federal revogará a lei estadual, porque não existe hierarquia entre elas. A legislação federal prevalecerá e a legislação estadual ficará com a sua eficácia suspensa.
Art. 30 – M terão competência para legislar sobre assuntos de interesse local e para suplementar a legislação federal, estadual e distrital. Assim, o M tem competência para legislar sobre direito tributário, nos termos do art. 30, da CF.
Características da competência tributária:
1. Indelegável: intransferível. O ente recebe a competência da CF para criar o tributo e somente aquele ente poderá fazê-lo e mais ninguém.
	União art. 153
	União art. 154
	Estados art. 155
	DF art. 155
	Municípios art. 156
	IPI
	I Residual
	IPVA
	IPVA
	IPTU
	IE
	IEG
	ICMS
	ICMS
	ISS
	IR
	
	ITCMD
	ITCMD
	ITBI
	II
	
	
	IPTU
	
	ITR
	
	
	ISS
	
	IOF
	
	
	ITBI
	
	IGF (não foi criado até hoje)
	
	
	Esses três últimos em razão da competência cumulativa prevista no art. 147, da CF.
	
TAXAS: competência comum
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: competência comum
CONTRIBUIÇÕES: regra → União
· SOCIAIS
· CIDES
· DE INTERESSE DE CATEGORIA PROFISSIONAL OU ECONÔMICA
· COSIP/CIP
EXCEÇÕES:
· Art. 149, §1º, CF: CS previdenciária do servidor público. Será criada pelo ente a que o servidor público pertence.
Contudo, a contribuição social saúde do servidor público municipal será da União.
· Art. 149-A, CF: COSIP – M e DF.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO: art. 148, CF. Competência privativa da U, por meio de LC.
Competência tributária x capacidade ativa tributária
Competência tributária: poder de criar e majorar um tributo. Indelegável.
Capacidade ativa tributária: atribuições de arrecadar e de fiscalizar os tributos e de executar leis e decisões das autoridades. São delegáveis para outras pessoas jurídicas de direito público. Art. 7º, CTN.
Ex: ITR, art. 153, §4º, III, da CF.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
OAB XXVII – Um estado se desmembrou e pediu para um município seu criar um imposto de sua competência, bem como, para arrecadar e fiscalizar.
RESPOSTA: não é possível o município criar um imposto de competência do estado, porque esta é indelegável, nos termos do art. 7º do CTN.
É possível que seja repassada para outra pessoa jurídica de direito público os poderes de arrecadar e fiscalizar o tributo. Nessa atribuição, conforme o art. 7º, §1º, da CF, estão compreendidas as garantias e os privilégios processuais.
Art. 7º, §2º – no passado, quem arrecadava e fiscalizava as CS previdenciárias era o INSS. Em 2007, a Lei nº 11.457 criou a super receita, em que a U tomou para si a arrecadação e fiscalização das CS previdenciárias. Assim, a capacidade ativa tributária pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral.
Art. 7º, §3º – empregador retém o IR na fonte. PJ de direito privado arrecada tributo. Realizado para evitar a sonegação fiscal. Ocorre também quando o tributo é pago em uma instituição bancária.
Características da competência tributária:
2. Facultativa: o ente federativo cria o tributo se quiser. Art. 145, CF. Exemplo: IGF, até hoje não foi criado pela U.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
LRF (LC 101/2000): o art. 11 determina que a competência tributária é obrigatória. Seguiremos a CF.
art. 11, § único - quando o ente não criar o tributo que é de sua competência, haverá uma sanção: não lhe serão transferidas receitas voluntárias de outros entes.
ADIN 2238: STF não considera inconstitucional a vedação ao repasse de receitas voluntárias. Se fosse o repasse de receitas obrigatórias, seria inconstitucional.
Repasse das receitas tributárias obrigatórias: art. 153, §5º, CF
· IPVA – 50% para os M em que o veículo estiver licenciado.
· ITR - 50% para os M em que estiver localizado o imóvel rural.
· IR – Art. 157, I e 158, I. retenção do IR pelo E/DF ou M, ele retém o IR e fica com 100% do IRRF sobre os pagamentos que realizou.
OBS: se for feita uma retenção indevidamente, o servidor público estadual deverá acionar judicialmente o estado.
SUM 447, STJ: quando um servidor público estadual requer a restituição referente ao IR que foi retido indevidamente, quem vai compor a lide, na ação de restituição, para devolver o imposto indevidamente retido, é o estado e não a U, porque quem ficou com o IR retido do servidor público estadual foi o estado.
Essa súmula é utilizada, por analogia, para os M.
Art. 160 – pode não ocorrer o repasse das receitas tributárias obrigatórias se o ente que receber o repasse não utilizar nada na saúde e quando o ente que recebe tem uma dívida perante o ente que efetua o repasse.
Repasse das receitas tributárias voluntárias: art. 157 a 159, da CF
Características da competência tributária:
3. Incaducável: o ente não perde o direito de criar o tributo.
4. Inalterável por lei infraconstitucional: exemplo, criação da COSIP, que foi inserida na CF por meio de EC. Não se admite a alteração por meio de lei infraconstitucional.
Ex: IPTU
Art. 156, I, CF – Ser proprietário de imóvel urbano.
Art. 32, CTN - Ser proprietário, possuidor ou o detentor de domínio útil.
São diferentes: o proprietário tem os poderes do GRUD (gozar, reaver, usar e dispor do bem). O possuidor só tem um desses poderes.
O art. 32 do CTN foi recepcionado pelo ordenamento jurídico – desde que o possuidor tenha o animus domini. Não se admite que um mero possuidor pague IPTU, por exemplo, locatário.
Possuidor tenha o animus domini: promitente comprador que já esteja na posse do imóvel.
Caso recente julgado pelo STF: União tem um imóvel e faz um arrendamento, uma cessão de direito de uso, para um particular. O município de Santos/SP veio cobrar o IPTU desse imóvel particular, com base no art. 32 do CTN. O contribuinte se insurgiu, pois entre a CF e o CTN, prevalece a CF.
Em razão de causar um prejuízo na concorrência privada, perante aqueles que alugam imóveis de pessoas que não têm imunidade, causando um aumento de custo frente a este que alugou um imóvel de propriedade da U, que goza de imunidade, então deveria sim ser recolhido o IPTU, para não ferir a concorrência privada.
STF disse que quem pagaria o IPTU seria o cessionário do bem público.
RE 594015, RE 601720.
5. Irrenunciável: quando a CF deu a competência para determinado ente, ele deve aceitá-la, independentemente, de exercê-la ou não.
Exercício da competência tributária
CF outorga poderes para os entes federativos.
Os tributosserão criados por meio de lei.
Regra: Lei ordinária.
Exceções: criados por LC.
· CS residual (art. 195, §4º, CF);
· Empréstimo compulsório (art. 148, CF);
· IGF (art. 153, VII, CF);
· Imposto Residual (art. 154, I, CF).
LC difere de LO por conta da matéria e do quórum (maioria absoluta). 
Exemplo: PIS/COFINS são tratados por LC, mesmo não havendo exigência quanto à matéria.
Pode MP criar ou majorar imposto?
RESPOSTA: art. 62, §2º, CF - MP poderá instituir e majorar impostos, desde que observados dois requisitos:
· Que o imposto seja tratado por meio de LO (art. 62, §1º, III, CF);
· Para que o imposto seja cobrado no próximo exercício, é necessário que a MP seja convertida em lei até o final do exercício financeiro em que ela foi editada (art. 62, §2º, CF).
OBS: De acordo com o STF, MP poderá criar e majorar qualquer espécie tributária, desde que respeite os requisitos acima.
EXCEÇÕES: impostos que não precisam aguardar a conversão. 
· IEG; (art. 154, II, CF)
· II;
· IE;
· IOF;
· IPI: deve respeitar a anterioridade nonagesimal.
II, IE e IOF são impostos reguladores de mercado e daí são cobrados imediatamente.
Obrigação Tributária
A lei vai descrever o FG e esse, quando ocorrer no mundo concreto, dá origem à OT.
FG: situação eleita pelo legislador como passível de sofrer a incidência tributária.
Críticas: como posso chamar de fato gerador algo que só tem previsão na lei? Só será fato depois de ocorrida no mundo jurídico. Enquanto está na lei, temos uma hipótese de incidência tributária.
Professor Paulo de Barros Carvalho:
RMIT é formada por cinco critérios, que dirão se ocorrerá ou não a incidência do tributo e, portanto, a OT.
1. Material: é o ato eleito pelo legislador como passível de sofrer a incidência tributária. Sempre será interpretado por meio de um verbo mais complemento. 
Exemplo: ser + proprietário de veículo automotor = IPVA
2. Temporal: momento eleito pelo legislador em que ele considera ocorrido o FG.
3. Especial: local eleito pelo legislador em que ele considera ocorrido o FG.
4. Quantitativo: Base de cálculo e alíquota do tributo.
5. Pessoal: quem são os sujeitos da relação jurídica tributária (sujeito ativo e passivo).
Sujeito ativo: art. 119, CTN - tem o direito de exigir o tributo.
Sujeito passivo: art. 121, CTN – tem o dever de pagar o tributo.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
· PRINCIPAL: art. 113, §1º, CTN, tem por objeto o pagamento de um tributo ou de uma penalidade tributária.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Atenção: aqui, pode causar confusão a ideia de penalidade ser OTP, mas o critério utilizado pelo legislador foi a pecúnia. Se houver pagamento em pecúnia, será OTP.
· ACESSÓRIA: deveres formais que o sujeito passivo está obrigado, para facilitar a fiscalização e a arrecadação do tributo. Em que pese o nome, ela não possui relação direta com a OTP. Logo, a OTA não segue a OTP. Autonomia das OT. No direito tributário não se aplica a máxima civilista de que o acessório segue o principal. Art. 175, parágrafo único, CTN
Todos possuem uma OTA, exceto a PF isenta de IR, que não precisa entregar a declaração informando que ela é isenta de IR.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (multa).
Aqui, além do pagamento da multa, você deverá cumprir a OTA. Não ocorre uma conversão de uma coisa na outra. 
Pessoas imunes ou isentas que descumprirem uma OTA também deverão pagar a penalidade. 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
A situação de fato ocorre no mundo e não foi tratada por outro ramo do direito. Exemplo: Imposto de Importação – considera ocorrido no momento em há a importação.
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
A situação jurídica já foi tratada por outro ramo do direito. Exemplo: transmissão de bem imóvel é FG do ITBI. O CC informa que a transmissão de um bem imóvel ocorre no momento do registro de transferência no cartório. Não é no momento da compra e venda do imóvel.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.
Esse parágrafo surgiu com o advento da LC nº 104/2001 para evitar a situação e autorizar a autoridade administrativa a desconsiderar a dissimulação da ocorrência do FG a fim de cobrar o tributo devido.
Esse parágrafo não veda o planejamento tributário, que é realizado de forma lícita. O que é vedado é a elusão fiscal.
Para pagar menos tributo ou deixar de pagar tributos, o contribuinte pode se valer de três figuras:
1. Elisão fiscal: é admitida pelo ordenamento jurídico. Conhecida como planejamento tributário lícito. Geralmente, ocorre antes do FG. A declaração simplificada do IR é uma forma de elisão fiscal que ocorre após o FG.
2. Evasão fiscal: não é admitida. O contribuinte escolhe situações, geralmente, após a ocorrência do FG, de forma ilícita, para pagar menos tributo. É considerado crime contra a ordem tributária. Exemplo: alteração da nota fiscal para pagar menos imposto.
3. Elusão fiscal: ocorre abuso do direito. Utiliza figuras do direito para dissimular a ocorrência do FG. 
Ex: pai doa apartamento para o filho, deveria incidir ITCMD, que, normalmente, é maior que o ITBI. Eles celebram um contrato de compra e venda fictício. 
Não haverá a incidência do ITBI quando a transmissão do bem imóvel oneroso for em razão de incorporação, fusão, extinção de PJ e realização de capital, salvo se a atividade preponderante for a compra e venda, a locação e a realização de bens imóveis. Art. 156, §2º, I, CF. Aqui também ocorre elusão fiscal.
Sujeito ativo
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
Cuidado, a legislação tributária (compreende leis, tratados, convenções internacionais, decretos e normas complementares) não pode criar um tributo. Apenas a lei pode fazê-lo (art. 150, I, CF).
Legislação tributária pode tratar de OTA.
OTP – prevista tão somente em lei, porque implica pagamento em pecúnia em virtude de tributo ou de penalidade (art. 97, V, CTN).
LEIS
Art. 150, I, CF → tributo só pode ser instituído e majorado por meio de lei.
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: TAXATIVO, DE ACORDO COM O STF
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou suaredução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I, do § 3º, do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. LEMBRAR QUE TUDO QUE DIZ RESPEITO AO CT PRECISA DE LC (Art. 146, III, b, CF).
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. Art. 150, I, CF
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
E o tributo pode ser reduzido ou extinto de nosso ordenamento por meio de decreto?
RESPOSTA: sim, em razão do princípio do paralelismo das formas, ou seja, quando uma matéria é tratada por determinado ato normativo, essa matéria só pode ser alterada por ato normativo de igual hierarquia ou de hierarquia superior.
A modificação da BC de um tributo não pode ocorrer por decreto, em razão do §1º, do art. 97, do CTN, pois a modificação, nesses casos, equipara-se à majoração e deve ser feita por meio de lei, de acordo com o art. 150, I, CF e art. 97, II, CTN.
Correção monetária não configura majoração de tributo. Não precisa de lei, portanto. Art. 97, §2º, CTN. Contudo, se tal correção se der em índices superiores aos índices oficiais, não configura correção, mas sim, majoração disfarçada de tributo, e deve ser feita por meio de lei.
Súmula 160, STJ – é defeso, por meio de decreto, fazer a correção monetária da BC do IPTU com índices superiores aos oficiais.
Para mudar a data de pagamento de um tributo, preciso de lei, ou posso fazer por meio de decreto?
RESPOSTA: Pode ser por meio de decreto.
LO: regra – cria e majora tributos. Trata da maioria dos assuntos do direito tributário.
MUITO IMPORTANTE!!!
LC:
· CS Residual art. 195, §4º, CF;
· Empréstimo Compulsório art. 148, CF;
· IGF art. 153, III, CF;
· Imposto Residual art. 154, I, CF.
Além desses tributos:
· Art. 146, CF:
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
LC 116/2003 – descreve os serviços sujeitos à incidência do ISS.
 II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
Limites gerais: respeito a toda CF, inclusive ao ADCT.
Limites específicos: observação a artigos específicos da CF, quais sejam, art. 145, §1º, e arts. 150 a 152, da CF.
Imunidade: dispensa constitucional do dever de pagar o tributo.
Art. 150, VI, “c”, da CF: imunidade de impostos
· Entidades de assistência social e de educação sem fins lucrativos;
· Partidos políticos e suas fundações;
· Sindicatos dos trabalhadores.
Para que tenham essa imunidade, terão que cumprir requisitos previstos em lei.
Não se trata de lei ordinária, por conta do art. 146, II, CF. A LC é o art. 14 do CTN.
PROVA
Art. 195, §º7, CF – as entidades de assistência social sem fins lucrativos terão imunidade para a contribuição social, desde que cumpram os requisitos previstos em lei.
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
STF concluiu que a lei a que se refere o art. 195, é LC, por força do art. 146, II, CF.
O artigo fala em isenção, contudo, se é a CF que está dizendo que não vai incidir tributo, trata-se de imunidade.
Entidade beneficente de assistência social sem fins lucrativos: para ser considerada entidade beneficente, deve ter certificado declarando-a como tal. Lei nº 12.101 – informa como será feita essa certificação. CEBAS (Certificação de entidade beneficente de assistência social).
Essa certificação pode levar um tempo.
Súmula 612 STJ – a CEBAS tem cunho meramente declaratório, com efeitos ex tunc, ou seja, retroage desde o momento que o contribuinte preencheu os requisitos para fazer jus a imunidade.
São dois momentos distintos: primeiro adquire o certificado (previsto em lei ordinária) e depois prova que já cumpria os requisitos para fazer jus a imunidade (previstos em LC, art. 14 do CTN).
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos (art. 3º, CTN) e de suas espécies (art. 5º, CTN), bem como, em relação aos impostos (a maioria está no CTN) discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
Aqui não entra alíquota para os impostos.
Para taxas e contribuições de melhoria, os fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes não precisam de LC.
Apenas três impostos não estão no CTN: IPVA, ISS (LC 116/2003), ICMS (LC 87/96).
Exame XXVII OAB – lei ordinária criou ISS sobre a locação de carros e sobre os serviços de tatuadores e colocadores de piercing. Está correta essa previsão?
RESPOSTA: é inconstitucional a cobrança de ISS sobre a locação de bens móveis, pois não corresponde a um serviço. É obrigação de dar e não de fazer.
Com relação aos serviços de tatuadores, a LC 147/2016 alterou a LC 116 e permitiu a inclusão de tais serviços.
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
Lei nº 8212 trata sobre as contribuições sociais previdenciárias (é tributo). Tal lei previa prazo de dez anos. O STF concluiu que os artigos que tratavam do prazo de constituição e cobrança da contribuição social eram inconstitucionais. Quem trata de prescrição e de decadência no direito tributário é LC.
Súmula Vinculante 8.
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, “d”, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 156, § 3º, CF. Em relação ao imposto previsto no inciso III (ISS) do caput deste artigo, cabe à lei complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I - fixar as suas alíquotas máximas (5%. Art. 8º, LC 116/03) e mínimas (2%. Art. 8º-A, LC 116/03); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
 III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Isenção: dispensa legal do dever de pagar o tributo. Regra: será lei ordinária (art. 150, §6º, CF), pois a CF fala apenas em lei específica. Há duas exceções:
· ISS (art. 156, §3º, II e III, CF);
· ICMS (art. 155, §2º, XII, g, CF) – LC 24/75 que trata sobre isenções, incentivos e benefícios do ICMS.
Art. 155, §1º, III, CF - ITCMD
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;
Transmissão de bens:
· imóvel (art. 155, §1º, II, CF) – tanto na transmissão causa mortis, quanto na doação, o Estado competente para ficar com o ITCMD é o da situação do bem.
· Móvel (art. 155, §1º, II, CF) – a que título se deu a transmissão?
· Causa mortis – estado em quefoi processado o inventário;
· Doação – o estado em que tiver domicílio o doador.
Art. 155, §1º, III, CF – quando ocorrem no exterior. Até hoje não existe essa LC.
Art. 155, §2º, XII, CF - ICMS
Lei Delegada (art. 68, CF): está em desuso. Tal lei, de competência do presidente, precisa de autorização do CN. Normalmente, o presidente utiliza a MP, que não necessita de autorização do CN.
TRATADOS
Tratados e convenções internacionais são sinônimos, para fins de exame da OAB.
Evitar a bitributação. Quando mais de um ente tributante que cobra um ou mais tributos sobre o mesmo FG.
Exemplo: IR – quem paga IR são residentes no país (aqueles que ficarem por mais de 180 dias) e que recebem renda de outro país. Os países assinam acordo prevendo compensação, por exemplo, já foi tributado em 15% fora, e quando receber aqui, tributa-se apenas a diferença (27,5%-15%).
Tratam, também, sobre a tributação do comércio exterior.
Art. 98. (Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna), {e serão observados pela que lhes sobrevenha}.
O tratado internacional prevalece sobre a legislação interna, porém, uma vez denunciado esse tratado, a legislação interna volta a produzir os seus efeitos.
ADIN 1480 – exceto o tratado internacional que tratar sobre DH e for aprovado nos termos da CF, que ganha status de EC, os demais tratados internacionais, ao ingressarem em nosso ordenamento, ainda que seja por meio de decreto-legislativo, ganham status de LO. O STF ressaltou que, como ganham status de LO, se uma lei for publicada e entrar em vigor após o tratado, e for contrária a ele, vai prevalecer a lei interna que for posterior ao tratado.
Atenção!!!! A ADIN 1480 julgou um caso de direito comercial. Ela não vale para os tributaristas pois temos um artigo específico (art. 98, CTN).
RE 229.096, o STF disse que a ADIN 1480 não se tratava de direito tributário, tenho que considerar o art. 98, do CTN.
RE 229.096: Os tratados internacionais podem trazer isenção de tributos estaduais, distritais e municipais, isso não afronta o princípio de vedação à isenção heterônoma. JÁ CAIU EM SEGUNDA FASE!
Art. 151, III, CF – vedação à isenção heterônoma. No Brasil, só pode isentar aquele que pode tributar. O STF afirma que o art. 151, III, só se aplica em âmbito nacional.
O presidente assina o tratado como se fosse chefe de Estado e não como chefe de governo, por isso, não há problema algum ao trazer a isenção.
Súmula 20, 71 STJ e 575 STF.
DECRETOS
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
Decreto legislativo (art. 59, VI, CF): ato emanado pelo CN, que não está sujeito à sanção do presidente.
· Ato pelo qual é assinado um tratado internacional; (art. 49, I, CF)
· Regula os efeitos de uma MP quando não convertida em lei. Art. 62, §3º, CF afirma que, quando uma MP não é convertida em lei, cabe ao decreto legislativo dizer quais serão os efeitos daquela resolução na MP.
Como ficam as relações jurídicas de uma MP que não foram convertidas em lei, por exemplo, majoração das alíquotas de II, que se dão imediatamente? Caberá ao decreto legislativo dispor sobre essas situações.
Decreto: por meio de decreto que se tem o regulamento de impostos, por exemplo, regulamento do IR.
Art. 153, §1º, CF: o Poder Executivo pode alterar a alíquota de quatro tributos (II, IE, IOF, IPI), de modo a respeitar os limites e condições previstos em lei.
Art. 177, §4º, I, “b”, CF: Poder Executivo pode reduzir ou reestabelecer as alíquotas da CIDE-combustíveis. Pode ser por meio de decreto.
Art.155, §4º, IV, “c”, CF: Poder Executivo pode reduzir ou reestabelecer as alíquotas da ICMS-combustíveis. Não pode ser por meio de decreto porque trata-se de ICMS → admitido apenas por meio de convênio estabelecido no âmbito CONFAZ.
Decreto que revogou o regulamento do IR nº 9580/18. (não tem no Vade, mas tem a legislação mastigada).
NORMAS COMPLEMENTARES
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
O contribuinte recebe a notificação de lançamento tributário, que é a ciência do contribuinte sobre a existência do CT. Diante da notificação, o contribuinte pode assumir quatro posturas:
· Pagar;
· Recorrer na esfera administrativa (mais célere, não precisa de advogado); → legislação em âmbito federal - Decreto nº 7574/2011.
Tem até trinta dias para apresentar a impugnação, que será julgada pela DRJ. A DRJ profere uma decisão de caráter administrativo de órgão colegiado.
Se a decisão for desfavorável ao contribuinte, caberá a ele ingressar com o recurso voluntário, no prazo de 30 dias. Esse recurso será apreciado no CARF (2ª instância em âmbito administrativo federal).
Se houver mais uma decisão desfavorável, cabe recurso administrativo?
RESPOSTA: Depende. Se existir em outra câmara, em outra turma, decisão com interpretação divergente sobre a legislação tributária, aí sim, caberá, dentro do prazo de 15 dias, o recurso especial, em âmbito administrativo, que será julgado pela câmara superior de recursos fiscais.
Nesse caso, a decisão é apenas inter partes, apenas entre o contribuinte e a União. Porém, se houver uma lei que conceda a eficácia normativa a essas decisões, aí teremos uma norma complementar, que deverá ser observada por todos, porque se trata de legislação tributária.
· Recorrer na esfera judicial;
· Não fazer nada.
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
Obs.: consultas formuladas pelo contribuinte. Ressalta-se que a decisão proferida por consulta, por tratar-se de prática reiteradamente observada, é válida mesmo para quem não formulou a consulta, pois é legislação tributária.
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
São convênios para facilitar a fiscalização e a arrecadação, não se confundem com os convênios no âmbito do CONFAZ.
VIGÊNCIA
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
O prazo para decisão é de trinta dias porque esse é o prazo do recurso. Com o recurso, há a possibilidade de mudança da decisão.
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.
E se o convênio não trouxer data?
RESPOSTA: regra – vacatio legis 45 dias. PEGADINHA!
INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
Tributo só pode ser cobrado se houver expressa previsão em lei. Princípio da legalidade, art. 150, I, CF.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
Exemplo: caiu em uma prova antiga da OAB – pessoa com deficiência visual, por sua deficiência, afirma que não pagará a COSIP. Ele não pode se valer da equidade para ser dispensado.
INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponhasobre:
 I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
ATENÇÃO, interpretação literal não significa interpretação restritiva, mas de acordo com o que está previsto em lei.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
O CT é materializado por meio do lançamento tributário.
Modalidades de lançamento:
· Ofício: a autoridade administrativa pratica todos os atos sozinha. Art. 142, CTN. Exemplos: IPTU, IPVA, taxas, contribuições de melhoria, COSIP.
· Declaração: a autoridade administrativa precisa receber, do contribuinte, informações sobre a ocorrência do FG. Exemplos: ITBI, ITCMD.
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
· Homologação: art. 150, CTN. O próprio contribuinte calcula e paga o tributo.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
Em alguns estados (PR, SC e SP), o ITCMD já é lançado por homologação, privilegiando o princípio da praticabilidade, ou seja, tornar ágil o recolhimento do tributo. Hoje, a maioria dos tributos são sujeitos ao lançamento por homologação, por exemplo, IR, ICMS, ISS, II, IE, PIS/COFINS, IPI, ITR (Lei nº 9393/96).
Não existe lançamento por arbitramento. 
Quando o fisco percebe que houve fraude, ele vai arbitrar o valor a ser pago de tributo. Art. 148, CTN. O arbitramento não é uma forma de lançamento, mas uma forma de o fisco cobrar o tributo.
Não confundir arbitramento com pauta fiscal. Esta não é admitida em nosso ordenamento jurídico. Ela era utilizada por estados, com o fisco determinando um valor previamente para a tributação. Já há entendimento sedimentado pelo STJ.
Depois que o contribuinte é notificado sobre o lançamento do CT, só há três possibilidades de modificá-lo (art. 145, CTN):
· Impugnação do contribuinte;
· Recurso de ofício por parte da autoridade administrativa; 
· De ofício, independentemente de ser instaurado processo. Hipóteses do art. 149, CTN.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
    VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; CASO DE AUMENTAR UM IMÓVEL E NÃO COMUNICAR AO FISCO.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
Súmula 436 STJ: a declaração do contribuinte informando ser devedor, já constitui o crédito e o fisco não precisa mais constituir o CT. Princípio da praticabilidade.
SUSPENSÃO DO CT – art. 151 CTN: suspende a cobrança.
MORATÓRIA: é a dilação legal do prazo de pagamento de um tributo. Não corresponde a uma dispensa do dever de pagar o tributo.
Pode ser concedida em caráter individual e em caráter geral. A primeira, traz requisitos que devem ser cumpridos para a pessoa fazer jus à moratória. Precisa de um despacho da autoridade administrativa, para averiguar se aquele contribuinte preenche ou não os requisitos.
A moratória pode alcançar determinada classe profissional ou categoria, região.
O que diferencia a individual e a geral é a previsão de requisitos a serem atendidos. 
Exemplo: moratória para a indústria automobilística.
Art. 152, Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.
Se a moratória for para funcionários com deficiência física da indústria. Aqui, haverá a necessidade de preencher requisitos. 
Regra: só pode conceder moratória quem possui competência tributária - moratória autônoma.
Exceção: A U poderá conceder moratória de tributos E/DF/M, desde que conceda, simultaneamente, moratória para um tributo seu e cumpra as obrigações de direito privado - moratória heterônoma. Nunca ocorreu no Brasil.
 Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele;
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito.
RECURSO OU RECLAMAÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA
Nada impede o contribuinte de ir direto para a esfera judicial. Ele não precisa passar primeiro pela esfera administrativa. Art. 38, Lei nº 6.803/80. Contudo, quando ele vai para a esfera judicial, ele renuncia à esfera administrativa. 	Comment by Jacqueline: QUAL O ART?
Quando você ingressa com uma ação na esfera judicial, diferentemente da propositura de um recurso administrativo, que já suspende o CT, na esfera judicial é diferente. A ação, por si só, não suspende o CT. O fisco pode, no dia seguinte, ajuizar execução fiscal.
Na esfera judicial, há três possibilidades de suspender o CT:
· Depósito do montante integral (art. 151, II, CTN). 
Súmula 112, STJ: só suspende a exigibilidade o depósito integral e em dinheiro.
Súmula Vinculante 28 STF: é inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do CT.
São coisas distintas: não é condição de admissibilidade da ação a exigência do depósito. Contudo, apenas a ação não suspenderá a exigibilidade do CT.
· Liminar ou tutela provisória em qualquer ação (art. 151, V, CTN). Bastante utilizada. Liminar só consegue em MS ou em ação cautelar. Para todas as outras ações, fala-se em tutela provisória. Tem que preencher os requisitos para a concessão da tutela provisória – requisitos para tutela provisória de urgência ou de evidência.	Comment by Jacqueline: REVER
TP urgência: art. 300, CPC. Requisitos:
· Fundamento relevante;
· Perigo de um dano;
· Risco ao resultado útil do processo.
TP evidência: art. 311, CPC. Requisitos:
· Se você puder comprovar todo o alegado por meio de prova documental e já houver decisão em recurso repetitivo ou com súmula vinculante, você terá tutela provisória de evidência.
· Liminar em mandado de segurança (art. 151, IV, CTN). Não é simples conseguir uma liminar em MS (necessário preencher os requisitos do art. 7º, da Lei nº 12.016/09 - fumus bono juris e periculum in mora). 
PARCELAMENTO (art. 155-A, CTN)
Não é medida judicial!
Lei nº 10.522/02 – trata sobre o parcelamento de forma geral em âmbito federal. 
Art. 10 determina que o parcelamento pode ser feito em até 60 parcelas.
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica.            (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas.            (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
Há alguns casos em que são concedidos benefícios especiais, por exemplo, o REFIS. 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória.           (Incluídopela Lcp nº 104, de 2001)
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial.            (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
Houve a inclusão do art. 10-A na Lei nº 10.522/02, que trouxe um parcelamento melhorado para situações de recuperação judicial e de falência. Posso realizar o parcelamento em até 84 parcelas.
EXTINÇÃO DO CT – art. 156 CTN: acabou a cobrança do CT.
I - o pagamento;
Para lançamentos de ofício ou por declaração. 
No lançamento por homologação, o mero pagamento não extingue o CT. O que extingue o crédito é a homologação ulterior, realizada pela autoridade administrativa. Essa homologação ulterior pode ser:
· Tácita: passados 5 anos e a autoridade não se manifesta. Após isso, ocorre a decadência tributária.
· Expressa: o fisco expressamente homologa.
II - a compensação (art. 170, CTN);
Há um encontro de contas. É um instituto do direito civil. 
Requisitos:
· Credor e devedor simultâneos, com créditos e débitos para o mesmo ente;
· Lei que autorize a realizar a compensação.
Leis que tratam da compensação em âmbito federal:
Lei nº 8.383/91, art. 66: cabe a compensação desde que os tributos sejam idênticos.
Lei nº 9.430/96, art. 74: pode compensar quaisquer tributos, mesmo que não idênticos, desde que administrados pela RF.
Há contrariedade entre as leis. Qual prevalece? Lei nº 9.430/96, porque ela é posterior à lei de 1991.
Não podem ser objeto de compensação (art. 74, §3º, Lei nº 9.430/96).
III - a transação (art. 171, CTN);
As partes abrem mão do seu direito para que haja a extinção do CT. É um acordo legal entre as partes.
IPVA: se pagar à vista, ele ganha um desconto. É um caso de transação. 
IV – remissão (art. 172, CTN);
É o perdão da dívida tributária total ou parcial.
Dívida tributária: principal, juros e multa. Difere da anistia, porque ela só perdoa a multa tributária.
ATENÇÃO!!!
	REMISSÃO
	ANISTIA
	Extinção do CT
	Exclusão do CT
	Depois do lançamento
	Antes do lançamento
	Pode perdoar o principal, os juros e a multa
	Só perdoa penalidade (multa)
Exemplo de anistia: lei é editada perdoando a multa dos que enviarem a declaração do IR em 15 após o prazo final, por conta de problemas técnicos. O crédito ainda não foi lançado.
V - a prescrição e a decadência;
A decadência é a única hipótese de extinção que ocorre antes de lançamento do crédito tributário.
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
Consignação em pagamento julgada procedente. 
Casos:
· Recusa de receber o tributo. Exemplo: art. 138, CTN – denúncia espontânea, só paga o valor do principal e dos juros. Não paga a multa. Aí você vai consignar em pagamento o valor do principal e dos juros, por praticar a denúncia espontânea. 
· Quando houver subordinação ao pagamento de outro tributo. Prova da OAB – contribuinte recebeu, no mesmo carnê, o IPTU e de uma taxa de limpeza pública. O contribuinte se recusa a pagar a taxa, que é inconstitucional, e quer pagar apenas o IPTU, mas há recusa de recebimento pela autoridade administrativa. Ainda que a taxa fosse constitucional, não podem vir no mesmo carnê.
· Subordinação do pagamento do tributo ao cumprimento de obrigação tributária acessória. A OTA (deveres formais a que o sujeito passivo está obrigado, por exemplo, emitir nota fiscal, escriturar livros, declarar tributos) é independente da OTP (pagar). 
· Subordinação do pagamento do tributo ao cumprimento de uma penalidade. 
· Subordinação do pagamento do tributo a uma exigência administrativa sem previsão legal. 
· Quando houver a cobrança do tributo sobre o mesmo FG por mais de uma pessoa. Exemplo: U cobra ITR e M cobra IPTU de um mesmo imóvel. 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
Se a decisão for favorável ao contribuinte, a decisão administrativa é irreformável.
Se a decisão não for favorável ao contribuinte, por força do art. 5º, XXXV, CF, o contribuinte poderá buscar a esfera judicial. Quando houver uma decisão com trânsito em julgado, haverá a extinção do CT.
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.              (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)         (Vide Lei nº 13.259, de 2016)
Se lei municipal trouxer que dação em pagamento de bem móvel extingue o CT estará errada, porque o art. 141 do CTN afirma que as hipóteses que suspendem, extinguem e excluem o CT são apenas as previstas no CTN e o art. 156, CTN traz apenas dação em pagamento de bem imóvel. Além disso, o art. 146, III, CF, apenas lei complementar federal pode versar sobre normas gerais de direito tributário, inclusive CT. Lei nº 13.259/16: trata da dação em pagamento de bem imóvel para extinguir o CT. Art. 4º. 
EXCLUSÃO DO CT – art. 175 CTN: impede que o CT seja constituído.
ISENÇÃO
Dispensa legal do dever de pagar o tributo. Não exime do cumprimento das OTA. 
Art. 176 a 179 CTN - Art. 150, §6º, CF - necessidade de lei específica.
Regra: LO
Exceções:
· ISS - art. 156, §3º, II e III, CF. LC 116/03
· ICMS – art. 155, §2º, XII, g, CF. LC 24/75
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
Remissão ao art. 111, II, CTN –interpretar de forma literal. 
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.                 (Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 1975)
Para manter a segurança jurídica.
Súmula 544, STF.
ANISTIA (art. 180, CTN)
É o perdão da multa.
Perdoa o que já aconteceu, não dá para perdoar fatos futuros.
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CT
Garantias: são os meios jurídicos assecuratórios de que a fazenda irá receber a dívida tributária.
· Não são taxativas (art. 183, CTN);
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram.
· O que garante à Fazenda que ela irá receber o CT é praticamente todo o patrimônio do contribuinte (art. 184, CTN – inclusive o patrimônio que tenha sido gravado com cláusula de impenhorabilidade).
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
Lei diz ser impenhorável: art. 833, CPC (remissão).
Necessário ficar atento! O inciso I, do art. 833, do CPC já afirma que os bens gravados com cláusula de impenhorabilidade são impenhoráveis. Há um conflito entre normas. Prevalece o CTN, por ser uma legislação específica.
Lei nº 8.009/90 – impenhorabilidade do bem de família.
Em que pese a lei mencionar que o bem de família é impenhorável, em seu artigo 3º, IV, a lei traz uma exceção: quando a dívida tributária se referir ao próprio bem de família. IPTU, ITR, taxas e contribuições relativas ao imóvel. 
· Presume-se fraudulenta a alienação realizada pelo sujeito passivo regularmente inscrito em dívida ativa (art. 185, CTN).
Fraude à execução fiscal: contribuinte vende os bens, de modo a não deixar bens suficientes para o pagamento da dívida tributária, após a inscrição em DA.
Recebeu a notificação de lançamento e nada fez. Começa a correr o prazo de 5 anos para ajuizara execução fiscal, sob pena de prescrição tributária. Para que o fisco execute, ele deve ter um título executivo, que nesse caso, é a CDA. A CDA pode ser inscrita já no 31º após a data de vencimento do pagamento do tributo.
O contribuinte precisa ser comunicado da inscrição?
RESPOSTA: antes da LC nº 118/05, só era considerada fraude à execução fiscal, se o contribuinte vendesse os bens após a citação à execução fiscal. 
A doutrina entende que só pode ser considerada fraude à execução depois que o contribuinte tem ciência da inscrição em DA. 
 O art. 185 não diz nada a respeito da necessidade da ciência do contribuinte. 
ATENÇÃO:
Se vier em peça: morre dizendo que é indevido. Você vai buscar a doutrina majoritária para defender o contribuinte.
Se vier em questão – nos termos do art. 185, após a inscrição em DA, se o contribuinte vende bens, de modo a não deixar bens suficientes para saldar a dívida tributária, presume-se fraude à execução fiscal. A corrente doutrinária majoritária, todavia, entende que só será considerada fraude à execução fiscal, se o contribuinte efetua a venda após estar devidamente cientificado de que foi inscrito em DA.
Súmula 375 STJ – não se aplica ao direito tributário. Determina que o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.
Sempre devo aplicar o que é mais específico. Não é necessária boa-fé ou má-fé. 
Essa súmula caiu em segunda fase da OAB.
Atenção: a fraude é considerada apenas se o contribuinte não deixa bens para sanar a dívida tributária. Desse modo, ele pode vender bens, desde que reserve bens para saldar a dívida.
Lei nº 13.606/18 – alteração na Lei nº 10.522, que trata sobre a inscrição em DA. Ela inclui no art. 20 da Lei nº 10.522: REMISSÃO
Art. 20-B. Inscrito o crédito em dívida ativa da União, o devedor será notificado para, em até cinco dias, efetuar o pagamento do valor atualizado monetariamente, acrescido de juros, multa e demais encargos nela indicados                        (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
§ 1o  A notificação será expedida por via eletrônica ou postal para o endereço do devedor e será considerada entregue depois de decorridos quinze dias da respectiva expedição.                     (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
§ 2o  Presume-se válida a notificação expedida para o endereço informado pelo contribuinte ou responsável à Fazenda Pública.                          (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
§ 3o  Não pago o débito no prazo fixado no caput deste artigo, a Fazenda Pública poderá:                        (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
I - comunicar a inscrição em dívida ativa aos órgãos que operam bancos de dados e cadastros relativos a consumidores e aos serviços de proteção ao crédito e congêneres; e                     (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
II - averbar, inclusive por meio eletrônico, a certidão de dívida ativa nos órgãos de registro de bens e direitos sujeitos a arresto ou penhora, tornando-os indisponíveis.                       (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
Em razão da nova lei, o patrimônio do contribuinte será tornado indisponível sem autorização judicial. Josi acha que é um absurdo! A OAB já ajuizou ação de inconstitucionalidade.
· O juiz poderá determinar, por meio eletrônico, aos cartórios e às Instituições Financeiras, a indisponibilidade de bens e direitos do sujeito passivo (art. 185-A, CTN).
O juiz só pode determinar isso, depois de esgotadas todas as diligências necessárias, ou seja, depois que o fisco mostra que tentou localizar bens e não achou o contribuinte.
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.               (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite.     (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido.          (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
Consoante previsão do art. 185-A, CTN são requisitos para concessão do provimento em questão:
· Devedor tributário;
· Citação;
· Ausência de nomeação de bens à penhora; e
· Impossibilidade de localização de bens passíveis de constrição.
Súmula 560, STJ: A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran. 
Se cair esse assunto em pergunta:
Hoje, de acordo com a nova Lei nº 13.606/18, que alterou a Lei nº 10.522/02, tem-se que, inscreveu em DA e não pagou em cinco dias, já tem a indisponibilidade. Mas, quando ajuizada a execução fiscal, deverá ser aplicado o art. 185-A, CTN. Desse modo, deverá ocorrer a comprovação de que foram esgotadas as diligências em busca de bens penhoráveis para pagar a dívida tributária e, a partir desse momento, é possível pedir a indisponibilidade dos bens. 
PRIVILÉGIOS: a ordem de preferência no momento desse pagamento.
Situação normal:
· Crédito trabalhista e de acidente de trabalho;
· Crédito tributário.
Situação de falência:
· Crédito extraconcursal – despesas realizadas no curso do processo de falência, por exemplo, despesa com administrador judicial, FG que ocorrerem no curso do processo de falência (art. 188, CTN);
· Trabalhista e acidente de trabalho;
· Passíveis de restituição;
· Gravados com garantia real;
· Crédito tributário.
As multas tributárias preferem tão somente os créditos de natureza subordinada.
Exercício OAB:
2015 – IPTU
2016 – IPTU
2017 – falência
2018 – IPTU
Há dívidas de garantia real.
Quais dívidas deverão ser pagas primeiro?
RESPOSTA:
Em primeiro lugar, terão que ser pagas as dívidas de IPTU 2018, porque é um crédito extraconcursal, que ocorreu no curso do processo da falência, nos termos do art. 188, CTN e o art. 186, CTN diz que esses créditos devem ser pagos em primeiro lugar. Em segundo lugar, deve-se pagar as dívidas com garantia real e em terceiro lugar, as dívidas com IPTU 2015 e 2016.
IMPORTANTE!
A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou a habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento (Art. 187, CTN). 
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
I - União;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;
III - Municípios, conjuntamente e pró rata.
O parágrafo único já foi considerado constitucional pelo STF.
E se houver várias dívidas, como será efetuado o pagamento?
RESPOSTA: Art. 163, CTN
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
FISCALIZAÇÃO
O contribuinte deve suportar a fiscalização, porque sem ela não tem como a autoridade administrativa verificar o cumprimento das OT.
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
Parágrafo único. Os livros obrigatórios

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