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PERÍCIA E ARBITRAGEM CONTÁBIL AULA 1 Profª Tassiani Aparecida dos Santos 2 CONVERSA INICIAL Olá! O objetivo desta nossa primeira aula é introduzi-lo no mundo da perícia contábil. No geral, esse ramo da contabilidade é uma atividade profissional com a qual o aluno tem pouco contato em termos de prática. Contudo, como veremos a seguir, a perícia contábil é uma função que deve ser ocupada por contadores, e é de grande importância nos ambientes corporativo e social, visto que subsidia juízes em decisões judiciais que envolvam o objeto da perícia contábil. Portanto, a compreensão dessa disciplina é fundamental para a formação do contador e para o auxílio da sociedade como um todo. Nesta aula, trataremos de tópicos introdutórios da perícia contábil no contexto brasileiro. Iniciaremos por seus aspectos conceituais, discorrendo sobre os conceitos primordiais, o caráter da perícia, a identificação do objeto e o alcance da perícia contábil. O Tema 2 versa sobre os tipos de perícia contábil e o histórico dessa disciplina no Brasil. Em seguida, nos temas 3, 4 e 5, trataremos das normas relativas à profissão de perito judicial, especificamente das características desejáveis e dos compromissos com a justiça, com a responsabilidade e a recusa da nomeação, além de impedimentos ou suspeição e substituição. Muitos assuntos, não é? Então, mãos à obra! CONTEXTUALIZANDO A expressão “perícia” advém do latim perita, e significa “conhecimento adquirido pela experiência”. Quando precisamos de uma opinião válida e competente, ou quando procuramos um entendedor de um determinado assunto, buscamos um perito (Sá, 2010, p. 3). A perícia, em uma ótica mais ampla, pode ser entendida como qualquer trabalho de natureza específica e de notória especialização cujo rigor na execução seja profundo. A perícia tem como intuito obter prova ou opinião para orientar uma autoridade formal no julgamento de um fato. Portanto, existem trabalhos periciais em qualquer área do conhecimento (Magalhães et al., 2001). Nesta disciplina, como dissemos, abordaremos a perícia contábil. Esta é a nossa primeira aula. De antemão, informamos que a perícia é uma atividade de notória honra e muito relevante para a sociedade. Reveste-se, portanto, de muita responsabilidade e dedicação profissional, mas também de 3 muitas regras e normatizações, com penalidades previstas em diversas esferas, como a jurídica e a profissional. Diante disso, sugerimos que você, caro aluno, reflita sobre os seguintes pontos: O que é perícia contábil? Qual é o objeto de análise do perito-contador, ou seja, o que ele examina? Qual é o papel do perito e quais são suas principais responsabilidades? Como ele deve se comportar para garantir a excelência de sua prática profissional? Saiba mais São muitos questionamentos, mas essa reflexão inicial o auxiliará no andamento desta primeira aula. Para tanto, sugerimos que você leia o artigo “Características do perito-contador: perspectiva segundo juízes da Justiça Federal, advogados da União e peritos-contadores no contexto goiano”, de Gonçalves et al. (2014), disponível em: <http://dx.doi.org/10.5007/2175- 8069.2014v11n22p119>. TEMA 1 – ASPECTOS CONCEITUAIS DE PERÍCIA CONTÁBIL: CONCEITO, CARÁTER E OBJETO 1.1 Conceito Iniciaremos nosso estudo sobre perícia contábil pela compreensão do que ela vem a ser e pelo entendimento de seu caráter, visto que é uma atividade que se reveste de muita importância para a sociedade como um todo. Ainda, identificaremos o objeto da perícia contábil e, ao fazer isso, delimitaremos o escopo de atuação do perito. Vamos lá! A perícia contábil é um tipo de prova pericial utilizada por pessoas do meio jurídico para esclarecer fatos ou questões contábeis controversas. Portanto, ela age como uma prova judicial (Ornelas, 2000). É solicitada por autoridade judicial como meio de prova ou opinião para um fato que exige conhecimento técnico da área contábil, com o objetivo de auxiliar em um processo jurídico. Essa prova ou opinião que se deseja esclarecer só pode ser emitida por especialistas com conhecimentos científicos e técnicos em contabilidade, ou seja, pelo perito contábil (Magalhães et al., 2001). 4 O conceito de perito é definido pela Norma de Perícia Judicial 1 (NPPJ-1) como “profissional habilitado e nomeado pelo juiz para opinar sobre questões técnicas de sua especialidade” (Magalhães et al., 2001). Com base na Norma Brasileira de Contabilidade 13 (NBC-13), podemos conceituar perícia como um conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de laudos sobre questões contábeis, mediante exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação ou certificação, sendo de competência exclusiva do contador. Desse modo, resumiremos o aspecto inicial desta nossa conversa: como conceituaremos a perícia contábil a partir de agora? Bem, a perícia contábil pode ser conceituada como um exercício atribuído ao contador com o intuito de prover um trabalho de notória especialização e com rigor profundo na execução. O objetivo da perícia é fornecer provas ou emitir opiniões para auxiliar em um processo jurídico. 1.2 Caráter Sá (2010) discorre sobre o caráter da perícia contábil da seguinte maneira: O caráter fundamental é a especificidade, ou seja, possuir um objeto determinado, requerido, para que possa gerar uma opinião abalizada em matéria contábil. Por exemplo, se desejarmos saber se uma pessoa teve em sua conta bancária somas de valores monetários que ultrapassaram a sua renda ou que não possuem origem comprovada e sadia, só uma perícia específica da conta vai permitir-nos a opinião. Ainda, se desejarmos saber se um funcionário utilizou corretamente o dinheiro que lhe foi entregue em determinado período para realizar determinados gastos – só uma perícia pode determinar. Portanto, qual é o caráter fundamental da perícia? Podemos afirmar, com base nos conhecimentos adquiridos até o momento, que o caráter fundamental da perícia é a especificidade de exame e de opinião (Sá, 2010). Ainda, a perícia pode ser integral ou parcial em relação aos fatos patrimoniais examinados, e serve para detectar realidades, existências, valores, forças de provas ou configurações de situações de riqueza (Sá, 2010). Os objetos da contabilidade são os elementos patrimoniais, mas estes não são instrumentos estáticos e, desse modo, interagem entre si. Portanto, a perícia contábil pode ser visualizada como integral, pois diversos elementos patrimoniais são examinados para obtenção de prova ou opinião. Mesmo nos 5 exames de perícia parcial, as provas não são isoladas e nem tampouco absolutas, visto que os instrumentos contábeis são dinâmicos (Sá, 2010). Por exemplo, imagine uma suspeita de crime envolvendo lavagem de dinheiro. Ao examinarmos uma conta bancária, podemos extrair provas de interesse judicial, mas, em algumas situações, talvez não haja provas de má conduta. Ainda assim, podemos suspeitar de fatos colaterais de interesse e que podem estar estritamente relacionados com outras contas contábeis. Como assim? Porque existem efeitos colaterais de interesse em uma conta bancária? Como debatemos e descrevemos até o momento, a perícia contábil é um trabalho extremamente especializado que requer um profundo conhecimento técnico e científico. Assim, utilizaremos um conceito primordial da contabilidade para compreender esse exemplo: partidas dobradas. Como para cada débito ou crédito há uma contrapartida de valor igual em outra(s) conta(s) credora(s) e/ou devedora(s), respectivamente,pode-se encontrar o fato suspeito em qualquer outra conta do balanço. Desse modo, evidencia-se que a atividade profissional de perícia contábil não é estática, inclusive em casos de perícia parcial. Dessa maneira, uma perícia também pode ensejar outra perícia se o interesse de opinião abranger um objetivo que requeira amplo conhecimento de uma questão postulada. É caráter da perícia a abrangência para atingir a especificidade ou o propósito para os quais ela foi requerida. Assim, devemos compreender a perícia como o objetivo de alcançar ou perseguir a realidade. (Sá, 2010). Tudo que for pertinente à opinião a ser emitida deve ser objeto de exame da perícia. Contudo, deve-se observar que a matéria da perícia deve ater-se ao objeto requerido (Sá, 2010). Portanto, de forma sintética, podemos afirmar que, além do caráter de especificidade e abrangência, a perícia deve ser confiável, já que se propõe a buscar a verdade sobre a opinião pericial. Lembre-se: o caráter primordial da perícia é a especificidade e a abrangência com o objetivo de buscar a verdade sobre fato ou opinião pericial. Assim, é importante delimitarmos o objeto da perícia contábil para que seu caráter seja sempre mantido no decorrer do trabalho do perito contábil. 6 1.3 Objeto Os fatos ou questões contábeis, objetos da perícia contábil, sempre se referirão ao também objeto da contabilidade, o patrimônio das entidades (pessoas físicas e pessoas jurídicas) ou, pelo menos, uma parcela deste (Ornelas, 2000). Ornelas (2000, p. 35) estabelece que [...] a perícia contábil tem por objeto central os fatos ou questões contábeis relacionados com os aspectos patrimoniais, os quais devem ser verificados, e, por isso, são submetidos à apreciação técnica do perito, que deve considerar, nessa apreciação, certos limites essenciais, ou ‘caracteres essenciais’. Agora, já podemos identificar o objeto da perícia contábil. Mas isso é o suficiente para definirmos o escopo de análise pericial efetuada pelo profissional contábil? Bem, segundo Ornelas (2000, p. 36), os limites da matéria submetida à análise pericial são delimitados pelo próprio objeto sub judice ou pelo magistrado. Portanto, o perito terá conhecimento do escopo de seu trabalho, ou seja, dos fatos ou questões de natureza contábil sobre os quais ele deverá se debruçar para emitir uma opinião verdadeira nos autos emitidos pelo magistrado. Desse modo, define-se que a extensão do trabalho pericial fica, normalmente, sempre nos contornos da ação proposta. Isto é, embora tenhamos definido anteriormente o objeto e o escopo do perito contábil, a ação judicial será o direcionador do trabalho deste. Ornelas (2000, p. 36), contudo, ressalva que: Às vezes, é necessário romper esses limites, buscando outros elementos correlatos oriundos das exigências técnicas provocadas pela matéria fática. Entretanto, deve-se sempre manter a regra básica de que matéria técnica alheia aos fatos é impertinente e, em hipótese alguma, deve alterar ou desvirtuar os objetivos centrais perseguidos pela perícia contábil. Portanto, podemos assumir que o objeto da perícia contábil deve ser limitado àquilo que foi solicitado pelo magistrado nos termos exatos de sua propositura, visto que o magistrado julgará o caso e, por isso, precisa de prova ou opinião verdadeira sobre um fato específico proposto anteriormente ao perito. A atividade pericial deve adotar procedimentos rigorosos para o exame das questões contábeis solicitadas pelo magistrado; ainda, deve identificar “as fontes informativas ou reveladoras dos elementos” que pesquisou, pois isso 7 permitirá à perícia contábil oferecer respostas ou raciocínios técnicos fundamentados e circunstanciados. E, por fim, o laudo ou o parecer pericial deve refletir uma posição de imparcialidade absoluta (Ornelas, 2000). TEMA 2 – A PERÍCIA CONTÁBIL NO BRASIL E A CLASSIFICAÇÃO DAS PERÍCIAS 2.1 A perícia contábil no Brasil A figura do perito nomeado pelo juiz, no Brasil, passou a existir de fato a partir de 1882, com o regulamento das sociedades anônimas (Decreto n. 8.821/1882, art. 104). Contudo, os primeiros registros de que temos notícia no país tratam da inclusão dessa temática para debate no I Congresso Brasileiro de Contabilidade de 1924. Nesse congresso, os participantes chegaram a alguns pontos de discussão importantes para a perícia contábil, como a necessidade de se dividir as funções profissionais entre contador, guarda-livros e perito. Ainda, discutiu-se sobre a relevância de oficialização da perícia judicial, ou seja, sobre os conselhos de classe, como o conselho de contabilidade, terem que fiscalizar esse tipo de trabalho do perito. Também, nesse mesmo evento, foi decidido como deveria ser calculada a remuneração do perito em relação às horas de trabalho despendidas (Sá, 2010). Em 1924, mesmo ano do mesmo congresso supracitado, a contabilidade passou por uma crise pericial. Essa crise foi denominada de indústria da falência, o que significava que havia uma “intensa maquinação para mascarar situação nos balanços e com a manobra falaciosa produzir quebras de empresas” (Sá, 2010, p. 1). Nesse contexto, segundo Sá (2010, p. 1), o juiz paulista Deocleciano Rodrigues Seixas teria declarado que “a profissão de perito judicial está alvitrada pelos que só veem a vida pelo prisma da materialidade, iludindo a justiça, confundindo a consciência dos juízes, facilitando as quebras fraudulentas, as concordatas”. Portanto, o I Congresso Brasileiro de Contabilidade foi um espaço muito importante de discussão sobre os problemas vivenciados na prática profissional pelos peritos (Sá, 2010). Sucedeu-se a isso a publicação, em 1928, do primeiro livro sobre perícia contábil, intitulado Perícia em contabilidade comercial, de João Luiz Santos. Em 1929, foi aprovado o Decreto n. 5.746/1929, que regulou de forma objetiva a 8 exigência de se atribuir apenas ao contador a tarefa pericial. A partir desse período, começou-se a fomentar questões relacionadas à perícia contábil; nas décadas que se seguiram, surgiram diversos livros sobre o tema e, na década de 1940, foi regulamentada a profissão de contador, e se fez privativo do contador o exercício da perícia contábil (Sá, 2010). Mas foi em 1973, com o segundo Código de Processo Civil (CPC) (Lei n. 5.869/1973), que as perícias judiciais foram premiadas com uma legislação ampla, clara e aplicável. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a partir de 2018, o contador só poderá ingressar no Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) mediante aprovação prévia em exame de qualificação técnica (EQT) para perito contábil, regulamento pela NBC PP 02, que tem por objetivo aferir o nível de conhecimento e a competência técnico-profissional necessários ao contador que pretenda atuar na atividade de perícia contábil. 2.2 Classificação das perícias Agora que conhecemos um pouco da história da perícia contábil no Brasil, e sua evolução e desenvolvimento no contexto legislativo brasileiro, subdividiremos a perícia em três grupos gerais: judiciais, administrativas e especiais. A perícia judicial é feita por determinação do juiz, visando esclarecer fatos ou produzir provas sobre a questão investigada. Por exemplo, deve ser realizada a perícia judicial de uma empresa para que o juiz possa decidir se homologa a concordata que ela pediu. Outro exemplo é quando o juiz solicita ao perito contábil o cálculo da apuração de haveres de sócio excluído em sociedade limitada, em demanda pleiteada pelos demais sócios. A perícia administrativa é realizada a pedido de uma ou mais partes interessadas,visando produzir as constatações necessárias. Um exemplo de sua utilização é a verificação contábil para apurar corrupção. Ou, ainda, quando um sócio solicita ao perito que levante o fundo de comércio da empresa para basear uma proposta de aquisição de quotas de capital de outro sócio. A perícia especial ou arbitral é feita a pedido do árbitro ou da parte interessada, visando subsidiar elementos para a arbitragem. Pode ser utilizada em casos de fusão de sociedades, por exemplo. Ou, ainda, quando duas empresas solicitam ao árbitro nomeado de comum acordo entre as partes a 9 determinação de haveres em uma rescisão de contrato cuja cláusula previa arbitragem com base na Lei n. 9.307/1996. Segundo Sá (2010), há uma grande pressão para que se classifiquem as perícias administrativas e especiais como atividades de auditoria; contudo, para o autor, os fatos relativos aos tipos de perícia citados não devem ser confundidos com auditoria, pois a perícia serve a um questionamento ou a uma necessidade, é uma atividade requerida, que se destina a produzir uma prova técnica com objetivo determinado. A auditoria tem objetivos mais amplos, de forma a evidenciar (ou não) a adequação de procedimentos técnicos e operacionais de determinada entidade. TEMA 3 – NORMAS RELATIVAS À PROFISSÃO DE PERITO JUDICIAL: CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS E COMPROMISSO COM A JUSTIÇA Abordaremos, com base neste tema – e até o final desta aula – as normas relativas à profissão de perito judicial. Neste tema, buscaremos responder à seguinte pergunta: Quais são as características desejáveis em um perito? E quais são os compromissos com a justiça esperados desse profissional? Hoog (2010, p. 71-72) nos ajuda a refletir sobre essas questões iniciais: Perito judicial contábil é o profissional, com independência e autonomia em relação às partes e o juiz, e que detém, no mínimo, o nível superior, e está devidamente registrado no Conselho Nacional de Perícia Contábil (CNPC), com inegável capacidade científica e tecnológica, devendo ser possuidor de uma pública e notória especialização ou capacidade científica necessária à revelação da verdade real sobre os atos e fatos entranhados nas riquezas das células sociais. Por conseguinte, tem o dever ético de iluminar os leigos e tem a honra de ser nomeado pelo juiz. Dessa forma, podemos concluir que o perito é o olho tecnológico-científico do magistrado, a mão longa da justiça, enfim, o apoio científico ao ilustre condutor judicial. Portanto, como veremos a seguir, o perito deve ter algumas características específicas e manter o compromisso com a justiça para cumprir sua função profissional como perito contábil. 3.1 Características desejáveis Para responder à primeira pergunta que fizemos – “Quais são as características desejáveis em um perito?” – listaremos diversas questões importantes na carreira desse profissional. Leia atentamente a lista a seguir e 10 reflita sobre essas características desejáveis em perito contábil, visto que são aspectos importantes na formação profissional de um perito-contador. De acordo com Hoog (2010), as características desejáveis em um perito contábil são as seguintes: Domina as normas e os procedimentos fisco-contábeis, empresariais e os procedimentos evolutivos ocorridos no assunto a ser examinado; É um autodidata, mantém-se sempre atualizado, participando ou ministrando cursos (a reciclagem continuada é obrigatória, vital); Demonstra calma e sensatez; o profissional fica exposto a várias pressões, fato que reforça a necessidade de uma conduta equilibrada e de altos valores morais; Tem a dignidade de declarar-se impedido ou suspeito, em sintonia à ética e aos artigos 134, 135 e 138 do Código de Processo Civil (CPC) (Lei n. 5.869/1973); É independente para expressar suas opiniões, as quais, seguramente, serão baseadas em exames realizados sem influências de fatores estranhos. Ou seja, sua equidade é livre de preconceitos, fatores materiais ou afetivos que pressupõem perda de sua independência. Pode utilizar a sua independência e liberdade para escolher o horário de trabalho e o tipo de exame a ser realizado; Digno e humilde para recusar a tarefa quando a matéria da lide não for sua especialidade (CPC, art. 423); Rigoroso e preciso em todas as etapas de investigações e conclusões; Sabe quando deve consultar um colega, não hesita; faça, mas não cometa erros; Procura corrigir um erro cometido imediatamente; Sempre lavra o termo de diligência quando pede documentos, livros ou informações, pois sabe que o protocolo de recebimento do termo de diligência é importante e mostra a intenção do perito de cumprir o seu ofício, principalmente o de responder aos quesitos; Convida assistentes a acompanhar o seu trabalho e aceita críticas. Considera o trabalho dos assistentes, no mínimo, escutando-os. Havendo acordo de opiniões, podem lavrar o laudo em conjunto, sendo que o laudo será escrito pelo perito e assinado por ele e pelos assistentes técnicos; 11 Sua conduta com relação aos colegas é pautada nos princípios da consideração, do apreço e da solidariedade, o que está em consonância com os postulados de harmonia da classe. Seu espírito de solidariedade não induz nem justifica a conivência com o erro ou com os atos infringentes das normas éticas ou legais que regem o exercício da profissão; Declara-se impedido para executar a perícia no prazo de cinco dias a contar da intimação (CPC, artigos 146 e 423) quando: Tiver, com alguma das partes ou seus procuradores, vínculos conjugados ou de parentesco consanguíneo em linha reta, sem limites de grau; em linha colateral até o terceiro grau, ou por afinidade até o segundo grau; Tiver mantido, nos últimos cinco anos, ou mantenha com alguma das partes ou seus procuradores, relação de trabalho como empregado, administrador ou colaborador assalariado; Tiver mantido ou mantenha, com quaisquer das partes ou seus procuradores, relação de negócio constituída de participação direta ou indireta como acionista ou sócio; For amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer uma das partes; Tiver interesse, direto ou indireto, imediato ou mediato, no resultado do trabalho pericial; Tiver interesse direto, por si ou por qualquer de seus parentes, consanguíneos ou afins, em transação em que haja intervindo, ou esteja para intervir, alguma das partes; Exercer função ou cargo incompatíveis com a atividade de perito contábil; Existir interesse financeiro direto ou indireto. Em suma, existem algumas características desejáveis em um perito- contador que exerça a profissão. Dentre elas estão conhecimento das normas, constante busca por aprendizado, inteligência emocional para lidar com as pressões enfrentadas ao longo do exercício da profissão, valores morais e éticos bem cristalizados, rigor nos procedimentos periciais e neutralidade e independência para expressar opiniões. Assim, o trabalho pericial cumpre com seu objetivo de investigar fatos ou emitir opiniões de forma verdadeira e fidedigna. 12 3.2 Compromisso com a justiça Outro fator importante relativo à profissão de perito judicial é o compromisso com a justiça. Assim, responderemos a segunda questão introduzida neste tema: Quais são os compromissos com a justiça esperados desse profissional? Bem, o perito-contador deve ser compromissado com a justiça e, portanto, tem a obrigação de revelar a verdade real, ainda que em detrimento da verdade formal e processual (Hoog, 2010, p. 72-73). A justiça, exercida pela figura do juiz, dita quais são os direitos e asobrigações que cabe a cada uma das partes. É papel da justiça fornecer o que é de direito das partes. Para tanto, o magistrado utilizará o trabalho pericial como auxílio na sentença a ser emitida para as partes constantes do processo (Hoog, 2010, p. 72-73). TEMA 4 – NORMAS RELATIVAS À PROFISSÃO DE PERITO JUDICIAL: RESPONSABILIDADES 4.1 Responsabilidades Neste tema, discorreremos sobre as responsabilidades do perito- contador. A responsabilidade do perito-contador ou do contador pode ser visualizada, no mínimo, sob seis ângulos, conforme segue (Hoog, 2010). 4.1.1 Responsabilidade moral A responsabilidade moral do perito e do contador é de cunho pessoal e subjetivo, trata de uma determinação pessoal do que é certo e do que é incorreto, e, sob tal pressuposto, deve-se estabelecer uma noção própria do que é bem e mal (Hoog, 2010). Hoog (2010, p. 63) assevera que Essa responsabilidade moral, em que o profissional cumpre com total ânimo o seu encargo, deve ser pautada pelo dever de lealdade, de prestar todos os esclarecimentos tantas vezes quantas forem necessárias, abstendo-se de dar sua convicção pessoal, apreciando com imparcialidade os fatos, além de, se for o caso, recusar a nomeação quando não estiver devidamente capacitado para o bom desempenho do encargo. 13 4.1.2 Responsabilidade social A responsabilidade social do perito e do contador tem uma estreita relação com a responsabilidade moral e está relacionada à preocupação com o impacto das informações geradas e divulgadas em relação à distribuição de empregos, riquezas, educação e ciência, visto que a contabilidade é uma ciência social, e como tal, deve se preocupar com aspectos sociais envolvidos em suas atividades profissionais (Hoog, 2010). 4.1.3 Responsabilidade ética A responsabilidade ética do perito-contador é estabelecida pelo Código de Ética do Contabilista, conforme a Resolução CFC n. 803/1996. O objetivo é fixar a forma pela qual se devem conduzir os trabalhos e o relacionamento profissional do perito contador. Como é um conjunto de regras aceitas socialmente, seu não cumprimento está sujeito a penalidades. Nesse caso, a penalidade para contadores pode ser desde censura reservada até proibição do exercício da profissão (Hoog, 2010, p. 64). 4.1.4 Reponsabilidade civil subjetiva ou objetiva O Código Civil de 1916 (Lei n. 3.071/1916), em seu art. 159, determina que “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano. A responsabilidade civil subjetiva do perito-contador é relativa a um dano causado diretamente pelo profissional, em função de ato doloso ou culposo, com as seguintes características: A ação praticada deve estar comprovada, ou a sua omissão provada; por exemplo, deixar de entregar o laudo no prazo, sem motivo, ou laudo errado induzindo a uma sentença errada; O dano deve estar provado, mensurado e fundamentado de forma causal, ou seja, deve-se provar que a ação ou omissão gerou tal dano; O dolo, ou a culpa, deve estar presente. Já na responsabilidade civil objetiva do perito-contador não há ação dolosa ou culposa, uma vez que o dano é decorrente dos riscos da atividade pericial (Hoog, 2010. p. 65). 14 4.1.5 Responsabilidade penal-criminal A responsabilidade penal-criminal do perito-contador gera no agente uma penalização a ser cumprida, como a prisão. Em especial, destacamos os artigos 342 e 343 do Código Penal (Decreto-lei n. 2.848/1040), que estabelecem sanções para as seguintes práticas: Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral [...] [...] Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação [...] [...] Portanto, a responsabilidade penal-criminal visa manter a ordem pública e preservar o bem-estar da comunidade via penalização do profissional que infringir a lei (Hoog, 2010). 4.1.6 Responsabilidade filosófica Segundo estabelece Hoog (2010, p. 70), [...] o perito judicial é o profissional que se pressupõe que tenha conhecimento científico e tecnológico, motivo pelo qual ilumina os magistrados nas questões de ciência e tecnologia. Deve também exalar sabedoria pelo seu faro pericial, isto é condição primária para ser merecedor da mais alta honraria de auxiliar a justiça, este é o cerne da questão filosófica. Assim, notem que a responsabilidade filosófica se refere não só aos conhecimentos adquiridos pelos peritos ao longo de toda a sua formação acadêmica, mas, em especial, à maneira sábia com a qual o profissional aplica esses conhecimentos. Por exemplo: um perito-contador precisa calcular o fundo de comércio de uma empresa X, mas existem mais de 14 métodos acadêmicos para se calcular o fundo de comércio. Assim, é de responsabilidade do perito- contador o uso da sabedoria para determinar o melhor método científico que leve a uma verdade de fato ou opinião pericial (Hoog, 2010, p. 71). Concluímos assim que a atividade pericial requer muita responsabilidade profissional, em diversos âmbitos legais, sociais e científicos. Finalizando as seis responsabilidades que o perito-contador deve aplicar, salientamos que esse profissional está sujeito aos códigos Civil (Lei n. 10.406/2002) e Penal (Decreto- 15 lei n. 2.848/1940), e, em âmbito contábil, ao Código de Ética (Resolução CFC n. 803/1996) e também às penalidades impostas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). TEMA 5 – NORMAS RELATIVAS À PROFISSÃO DE PERITO JUDICIAL: RECUSA DA NOMEAÇÃO, IMPEDIMENTOS OU SUSPEIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO Chegamos ao último tema de nossa primeira aula. Este tema também trata de normas relativas à profissão do perito judicial e, mais especificamente, à recusa de nomeação, impedimentos ou suspeição e substituição, todos relativos à atividade profissional do perito. A Resolução do CFC n. 1.244/2009 indica os conflitos de interesse motivadores dos impedimentos ou suspeições do perito, e o profissional está sujeito à legislação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e seu Código de Ética Profissional (Resolução CFC n. 803/1996). Com relação à intimação do perito, ou à sua recusa por impedimento, suspeição e pedido de substituição, destacamos uma grande evolução na Justiça Federal: a petição eletrônica. Assim, sempre que houver fato que caracterize motivo para recusa de nomeação, impedimentos ou suspeição e substituição do perito, a petição deve ser feita eletronicamente (Hoog, 2010, p. 85). 5.1 Recusa da nomeação A prestação de serviço para a justiça é considerada uma grande honra, um privilégio ímpar. Assim, a nomeação de um contador para a função de perito judicial é uma forma de reconhecimento e valorização profissional: ser o auxiliar da mais elevada das prestações de serviços, a Justiça. Porém, existem fatores de recusa do honroso encargo (Hoog, 2010, p. 85). Nesse caso, deve o perito formalizar a sua recusa sob a forma de petição, no prazo máximo de cinco dias de sua intimação, requerendo que o magistrado venha a desobrigá-lo da honrosa incumbência, bem como demonstrar as razões de sua recusa, que podem envolver: Estado de saúde; Indisponibilidade de tempo; Falta de recursos humanos ou materiais para assumir o encargo; 16 Falta de domínio da matéria objeto da perícia. Há, ainda,a hipótese de que um profissional de formação acadêmica diversa deveria ter sido nomeado, como um engenheiro, um químico, um físico ou um médico. Os motivos de recusa não preveem a parte responsável pelo adiamento dos honorários ser beneficiária da Justiça Gratuita. Assim, fica o perito sujeito às sanções, das quais a mais severa é a de ordem moral, pela sua não indicação para prestar serviços em outros processos. O art. 339 do Código de Processo Civil (CPC) (Lei n. 5.869/1973) prevê que ninguém se exime do dever de colaborar com o poder judiciário para o descobrimento da verdade (Hoog, 2010, p. 85). A experiência mostra que os juízes normalmente dividem esses trabalhos entre os profissionais que prestam serviços à Justiça, buscando não sobrecarregar um ou outro profissional com trabalhos sem remuneração. Esse encargo é rateado entre os profissionais de confiança do Juízo. Como dissemos, trata-se de uma grande honra, e, além disso, é um dever patriótico, uma oportunidade ímpar de possibilitar a todos a Justiça (Hoog, 2010, p. 85). 5.2 Impedimentos ou suspeição A recusa da nomeação, tratada no item anterior, é fruto de motivos mais amplos e pessoais. Em relação ao impedimento ou suspeição, estes dependem de fatores externos e de terceiros. Como assim? Sá (2010) assevera que o impedimento está relacionado à incapacidade do exercício da imparcialidade. Assim, o perito denunciar impedimento para examine do fato revela um ato de dignidade, pois cumpre a lei (Código de Processo Civil, CPC, Lei n. 5.869/1973, arts. 146 e 423) ao declarar impedimento para um trabalho pericial em que a imparcialidade em sua execução profissional está afetada. Deve o profissional notificar imediatamente o juiz, ou a parte interessada poderá denunciar o impedimento ou suspeição, conforme art. 138, inciso III, do CPC. Essa denúncia deverá ser feita por petição devidamente fundamentada. Os motivos de suspeição e impedimentos são os mesmos aplicados ao juiz, conforme estabelecem os arts. 134 e 135 do CPC (Hoog, 2010, p. 87-88). As principais causas de impedimento são: 17 Manter uma relação profissional com qualquer uma das partes, atualmente ou nos últimos cinco anos; Ser amigo ou inimigo dos litigantes; Ter interesse direto ou indireto no julgamento da causa; Ter parentesco próximo com uma das partes; Ser parte no processo; Ter prestado depoimento como testemunha; Ter sido postulado como advogado de uma das partes, de seu cônjuge ou de parentes deste, ou de qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral até o segundo grau; Ser ele ou seu cônjuge credor ou devedor de alguma das partes. Em suma, o impedimento ou a suspeição são declarados pelo perito ou pelas partes do processo quando fatores externos ou relativos a terceiros comprometem a imparcialidade do processo judicial. 5.3 Substituição A substituição do perito-contador indicado para auxiliar o magistrado no exame de um fato ou na emissão de uma opinião verídica pode ocorrer nos seguintes casos, segundo Hoog (2010, p.88): Por pedido do próprio perito-contador, conforme casos de recusa da nomeação e de impedimento ou suspeição; Por pedido das partes integrantes do processo, alegando suspeição ou impedimento; A pedido das partes integrantes do processo, quando alegam que o perito não dispõe de conhecimento técnico/científico; Em casos de falecimento do perito; Quando, sem motivo legítimo, o perito deixa de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado, de acordo com o Código de Processo Civil (CPC) (Lei n. 5.869/1973), em seu artigo 424, inciso II. Nessa situação, resta ao perito acatar a determinação do juízo. Cabe salientar que, dentre os motivos para a substituição, há casos em que não é permitida a possibilidade de substituição do perito-contador. Em especial, citamos dois casos relacionados a honorários periciais: primeiro, 18 quando a parte responsável pelo adiantamento dos honorários discordar do valor destes. Lembrando que os honorários são estimados pelo perito, e, portanto, não cabe às partes atribuir valor ao serviço do profissional designado pelo magistrado; segundo, a comparação dos honorários periciais com casos semelhantes. Vale ressaltar que os honorários periciais variam de acordo com as qualificações dos peritos e suas formas de desenvolvimento do trabalho pericial e, assim, seus preços são distintos (Hoog, 2010). TROCANDO IDEIAS Caro aluno, chegamos ao final de nossa primeira aula! Vamos agora trocar ideias com os colegas sobre os principais aspectos tratados aqui? Para consolidar os conhecimentos adquiridos nesta aula introdutória, realizaremos uma atividade de fórum. Você deverá articular os conceitos aprendidos nesta aula introdutória sobre o que é perícia contábil e qual é o seu objeto, os tipos de perícia que existem e as características necessárias a um perito judicial. Para tanto, elabore uma opinião, em um texto de uma página, expondo esses principais conceitos supracitados. Esta atividade o auxiliará a fixar os conteúdos estudados. NA PRÁTICA A atividade de cunho prático serve para que vocês possam desenvolver determinadas habilidades durante o curso. Contudo, essa aula introdutória é conceitual e, portanto, de difícil aplicação em um caso prático. Reúna o conhecimento adquirido e faça o seguinte exercício de abstração: Descreva um caso hipotético envolvendo um profissional perito-contador. Imagine que você conhece esse profissional e está contando para outras pessoas sobre o honroso trabalho desempenhado por ele. Agora, descreva o que ele faz (relacionando suas tarefas com o conceito de perícia e citando o objeto da perícia contábil) e quais são as suas muitas responsabilidades profissionais – as quais vimos durante esta aula. Mãos à obra! 19 FINALIZANDO Esta aula introdutória nos auxiliou a adentrar no mundo da perícia contábil e compreender como ele é complexo, dinâmico e extremamente normatizado e legalizado, o que implica muitas responsabilidades por parte do perito-contador. Nos dois primeiros temas, apresentamos os principais conceitos da perícia, especialmente em relação ao que é perícia e o que é perícia contábil, e quais são o objeto e a demarcação da perícia, além de um breve histórico da perícia contábil no Brasil. Nos outros três temas da aula, demos enfoque ao profissional perito- contábil, e às normas relativas à profissão de perito judicial. No Tema 3, abordamos as características desejáveis do perito-contador; em seguida, no Tema 4, discorremos sobre as seis responsabilidades do perito: moral, social, ética, cível, penal e filosófica; por fim, no último tema, tratamos dos procedimentos de recusa da nomeação do perito, impedimento ou suspensão e substituição. 20 REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto n. 8.821, de 30 de dezembro de 1882. Coleção de Leis do Império do Brasil, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 1882. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/historicos/dim/dim8821.htm>. Acesso em: 30 jul. 2018. _____. Decreto n. 5.746, de 9 de dezembro de 1929. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Rio de Janeiro, 11 dez. 1929. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1910-1929/D5746-1929.htm>. Acesso em: 30 jul. 2018. _____. Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 31 jul. 2018. _____. Lei n. 3.071, de 1º de janeirode 1916. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Rio de Janeiro, 5 jan. 1916. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L3071.htm>. Acesso em: 31 jul. 2018. _____. Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 17 jan. 1973. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5869.htm>. Acesso em: 30 jul. 2018. _____. Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 set. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9307.htm>. Acesso em: 30 jul. 2018. _____. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 31 jul. 2018. CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC n. 803, de 10 de outubro de 1996. Código de Ética Profissional do Contador (CEPC). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 out. 1996. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/res803.htm>. Acesso em: 31 jul. 2018. 21 _____. Resolução CFC n. 1.244, de 10 de dezembro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 dez. 2009. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1244_2009.htm>. Acesso em: 31 jul. 2018. _____. NBC PP 02, de 21 de outubro de 2016. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 out. 2016. Disponível em: <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCPP02 &arquivo=NBCPP02.doc>. Acesso em: 30 jul. 2018. GONÇALVES, P. C. et al. Características do perito-contador: perspectiva segundo juízes da Justiça Federal, advogados da União e peritos-contadores no contexto goiano. Revista Contemporânea de Contabilidade, Florianópolis, v. 11, n. 22, 2014. 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