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Fisiopatologia - Infecção do Trato Urinário

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5° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
Fisiologia UCXV 
Infecção Urinária 
Funções dos rins 
Função homeostática: 
 Regulação do balanço de água e íons inorgânicos: 
Na+, Cl-, H+, HCO3-, Ca++, K+, Mg++, HPO4 
 Regulação da pressão arterial. 
 Regulação do equilíbrio ácido-básico (pH sanguíneo) 
 Gliconeogênese: equivalente à da função hepática 
Função excretora: formação da urina para excreção de 
produtos metabólicos endógenos e substâncias 
exógenas. 
Função endócrina: síntese e secreção: Calcitrol, Renina, 
Eritropoietina 
Néfron 
 1 milhão de unidades funcionais em cada rim 
 Não se regeneram 
 Reduzem progressivamente devido a: 
o Lesões renais 
o Doenças sistêmicas 
o Envelhecimento 
 A maior molécula proteica que passa: albumina 
 Glicose pode passar quando está acima de 180dl/ml 
sérica 
 
Formação da Urina: 
1. Filtração glomerular 
2. Reabsorção tubular 
3. Secreção tubular 
4. Excreção 
Taxa de excreção = taxa de filtração – taxa de 
reabsorção + taxa de secreção 
Corpúsculo renal: Cápsula de Bowman: 
 Folheto visceral: formado pelos Podócitos 
 Folheto parietal: formado por um epitélio 
pavimentoso simples 
5° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 
 
Permeabilidade das Membranas de Filtração: 
 Capilar glomerular: poros com 6 a 8nm. Não 
permitem a passagem de células sanguíneas 
 Membrana basal: glicoproteínas negativamente 
carregadas repelem proteínas plasmáticas 
 Podócitos: poros de filtração 4 a 14nm 
Corpúsculo Renal: 
 Função: filtra o sangue. Este processo, 
eminentemente circulatório, depende: 
o Da permeabilidade das membranas de filtração. 
o Da pressão arterial 
o Do tônus das arteríolas aferente e eferente. 
 
Túbulo Contorcido Proximal: 
 Reabsorção de 80% da água, NaCl, do filtrado 
(Angiotensina II aumenta a reabsorção) 
 Reabsorção de toda a glicose e aminoácidos do 
filtrado glomerular. 
 Reabsorção de íons K+, bicarbonato 
 Secreção de H+ (angiotensina II) 
 Reabsorção e Secreção de ureia e Secreção de 
creatinina. 
 Transferência para o filtrado drogas como a penicilina 
5° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 
Alça de Henle: 
 Reaborção de cloreto de sódio e transferência desse 
cloreto para o intersticio da região medular do rim 
 Criar um gradiente de hipertonicidade na região 
medular do rim 
Túbulo Contorcido Distal: 
 Reabsorção de Ca, Na, Cl e água 
 Secreção de íons hidrogênio e potássio. 
 Secreção de amônia para a urina 
Túbulos coletores: reabsorção facultativa de água e NaCl 
do filtrado restante → Modulação hormonal (ADH). 
Patologias Renais 
 Doenças responsáveis por uma alta taxa de 
morbidade, porém, de mortalidade é inferior às 
cardiovasculares, neoplásicas e AVC. 
 A interdependência anatômica e fisiológica do rim é 
muito grande e quando o dano ocorre em 
determinada estrutura, quase sempre afeta de forma 
secundária as demais. 
Conceitos: 
 Azotemia: anormalidade bioquímica com elevação 
dos níveis de ureia e creatinina circulantes devido a 
uma taxa de filtração glomerular (TFG) diminuída. 
 Uremia: quando a azotemia progride para 
manifestações clínicas e anormalidades bioquímicas 
sistêmicas. É caracterizada pela falência da excretora 
renal e comprometimento de outros órgãos e 
sistemas. 
 Hematúria: presença de hemácias na urina 
 Leucocitúria ou piúria: presença de leucócitos na 
urina 
 Proteinúria: presença de proteínas na urina 
 Lipidúria presença de lipídeos na urina 
 Oligúria: diminuição do volume urinário 
 Anúria: ausência de urina 
 Poliúria: aumento do volume urinário 
 Nictúria: urina noturna involuntária 
 Bacteriúria: presença de bactérias na urina 
 Disúria: dor ao urinar 
 Pielonefrite: infecção do rim 
 Cistite: infecção da bexiga 
 Polaciúria: vontade de urinar com muita frequência, 
em pequenas quantidades 
Infecção do Trato Urinário 
 Presença de bactérias no trato urinário, 
habitualmente acompanhada de Leucocitúria e presença 
de citocinas inflamatórias na urina. 
 O termo ITU abrange uma serie de entidades clinicas 
incluindo bacteriúria assintomáticas. 
 Mais comum em mulheres → Tamanho reduzido da 
uretra e Proximidade com o ânus. 
 A ITU não complicada refere-se à cistite ou 
pielonefrite aguda em mulheres não gravidas, em 
nível ambulatorial, sem anormalidades anatômicas, 
nem instrumentação do trato urinário. 
5° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 
 A ITU complicada é um termo geral que abrange 
todos os outros tipos. 
Localização: 
 Trato inferior: uretra e bexiga 
 Trato superior: rins e ureteres 
 Associados ao trato urinário: próstata 
Sintomas gerais da ITU: pode ser assintomático ou 
sintomático. 
 Disúria (dor, ardor ou desconforto ao urinar) •Dor 
lombar, dor suprapúbica; 
 Piúria (Urina turva) ou hematúria (urina avermelhada) 
 Urgência miccional 
 Nictúria 
 Febre 
 Calafrios. 
Sintomas específicos: 
 Cistite: disúria, polaciúria, noctúria 
 Pielonefrite: febre baixa, com ou ser dor lombar 
inferior ou no ângulo costo-vertebral. Na pielonefrite 
grave: febre alta, tremores, náuseas, vômitos, dor no 
flanco e/ou lombar. 
Fatores de risco: Sexo feminino; Atividade sexual; 
Infecção vaginal; Uso de fraldas; Obesidade. 
Susceptibilidade gené.ca; Gravidez; Diabetes (função 
vesical deficiente, obstrução do fluxo urinário e micção 
incompleta). Uso de cateter e sondas urinária. Diafragma 
e uso de espermicidas 
ITU na gravidez 
 As mudanças anatômicas e fisiológicas impostas 
ao trato urinário pela gravidez predispõem a 
transformação de mulheres bacteriúricas assintomáticas 
em gestantes com ITU sintomáticas. 
 Essas mudanças incluem: A dilatação do sistema 
coletor (compressão extrínseca pelo útero gravídico e 
pelo complexo vascular ovariano dilatado ao nível do 
infundíbulo pélvico; hipertrofia da musculatura longitudinal 
no terço inferior do ureter; e redução da atividade 
peristáltica decorrente da progesterona) e o aumento do 
débito urinário. 
 A associação destes fatores à redução do tônus 
vesical favorece a estase urinária e o refluxo 
vesicoureteral, transformando as infecções 
assintomáticas em sintomáticas 
 A redução da capacidade renal de concentrar a 
urina durante a gravidez reduz a atividade antibacteriana 
deste fluido, passando a excretar quantidades menores 
de potássio e maiores de glicose e aminoácidos, além de 
produtos de degradação hormonal, fornecendo um meio 
apropriado para a proliferação bacteriana. 
 Neste período, observa-se também que a urina 
da grávida apresenta pH mais alcalino, situação favorável 
ao crescimento das bactérias presentes no trato urinário. 
 Adicionalmente, o hiperestrogenismo gestacional 
contribui para a adesão de certas cepas de Escherichia 
coli, portadoras de adesinas tipo 1, às células uroepiteliais. 
Etiologia da ITU 
 Os uropatógenos que causam ITU consistem 
habitualmente bacilos Gram-negativos entéricos que 
migram para o trato urinário. 
 Cistite não complicada: E. coli, Klebsiella, Proteus, 
Enterococcus 
 Pielonefrite não complicada: predomínio de E. coli 
 ITU complicada: predomínio de E. coli, e Klebsiella, 
Proteus, Citrobacter e Pseudomonas aeruginosa. 
 Pacientes imunocomprometidos podem apresentar 
pielonefrite causada também por outros 
microrganismos como fungos e vírus, além de 
bactérias. 
Vias de contaminação 
 Ascendente: a partir da uretra. 
 Via hematogênica (< 2% dos casos): bactéria 
causada por microrganismo relativamente virulentos 
como Salmonella e S. aureus. 
 
Fatores de risco para complicações 
Obstrutivos: cálculo urinário, tumores, hiperplasia 
prostática, estenose (ureter ou uretra), anomalia 
congênita, divertículo vesical, cisto renal, obstrução de 
junção ureteopiélica ou uretero-vesical 
Corpo estranho e outros: sondas, cateteres, cirurgias 
urológicas, derivações urinárias (desvio do curso natural 
da urina por cirurgia) 
Metabólicas e doenças:DM, insuficiência renal, transplante 
renal, rim espongiomedular, AIDS 
Diagnóstico 
 A coleta é realizada após assepsia ou por sondagem 
e são dois testes que podem ser realizados: 
o Exame de urina 
o Exame microscópico Piúria: > 8 leucócitos/μL 
5° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 
 Urocultura: sugerido quando suspeita de ITU 
complicada ou indicação de tratamento de bacteriúria 
 Ágar cromogênico: 
o E coli: rosa 
o Enterobacter aerogenes: azul escuro 
o Klebsiella pneumonieae: azul escuro 
o Proteus mirabilis: marrom claro 
o Staphilococcus aureus: branco/creme 
o Enterococcus faecalis: azul claro 
o Pseudomonas aeruginosa: âmbar 
o Salmonella typhi e typhimurium: âmbar 
Características da urina 
 Nitritos: A urina é rica em nitratos. A presença de 
bactérias na urina transforma esses nitratos em 
nitritos. 
o Nem todas as bactérias tem a capacidade de 
metabolizar o nitrato, por isso, exame de urina 
com nitrito negativo de forma alguma descarta 
infecção urinária. 
o A presença de hemácias, associado a leucócitos 
e nitritos positivos, indicam infecção urinária, 
porém, o exame para confirmação é a 
urocultura 
o A pesquisa do nitrito é feita através da reação 
de Griess, que é o nome dado a reação do 
nitrito com um meio ácido. 
o Os laboratórios fornecem o resultado como 
Griess positivo ou Griess negativo, que é igual a 
nitrito positivo e nitrito negativo, 
respectivamente. 
 Células epiteliais e cilindros: a presença de células 
epiteliais é normal. São as próprias células do trato 
urinário que descamam. Elas só têm valor quando se 
agrupam em forma de cilindro, recebendo o nome 
de cilindros epiteliais. 
o Como os túbulos renais são cilíndricos, toda vez 
que temos alguma substância (proteínas, 
células, sangue...) em grande quantidade na urina, 
elas se agrupam em forma de um cilindro. 
o Cilindros hemáticos: glomerulonefrite 
o Cilindros leucocitários: Infecção ou inflamação 
no interior do néfron tais como: Pielonefrite e 
Glomerulonefrite. 
o Cilindros hialinos: Normal em pequena 
quantidade após exercícios físicos, desidratação, 
calor e estresse. Glomerulonefrite, pielonefrite, 
doença renal crônica e insuficiência cardíaca 
congestiva. 
 
 
Prevenção das ITU 
 Consumo de água ou outros líquidos 
 Evitar segurar a urina. 
 Higienizar as áreas genitais antes e depois de 
relações sexuais. 
 Após a evacuação, ao higienizar a vulva e região 
perianal, limpar sempre no sentido de frente para 
trás, para evitar que bactérias passem do ânus para 
a vagina. 
 Evitar ações que diminuam o sistema imunológico. 
 Evitar manter a bexiga cheia e urinar pelo menos de 
quatro em quatro horas (exceto durante a noite). 
 Não utilizar roupas molhadas por muito tempo. 
Prognóstico 
 A cistite constitui um fator de risco para cistite 
recorrente e a pielonefrite. 
 Na ausência de anormalidades anatómicas, a infeção 
recorrente em crianças e adultos não leva a 
pielonefrite crônica nem a insuficiência renal. 
 A bacteriúria assintomática, comum entre pacientes 
idosos e em uso de cateter, não aumenta por si o 
risco de morte. 
 Na presença de anormalidades renais subjacentes 
(particularmente cálculos), a infecção pode acelerar 
a lesão do parênquima renal. 
Glomerulonefrites 
Glomerulononefrite primária: Os glomérulos podem ser 
afetados por bactérias (principalmente estreptococos) 
causando sinais de infecção aguda. Ocorre geralmente 
como consequência de um foco infeccioso em outro 
local do organismo (ex: impetigo ou infecção de faringe) 
que se dissemina via hematogênica. 
Glomerulonefrite secundária: secundária a outras 
patologias como lúpus eritematoso, hipertensão arterial e 
diabete mellitus. É uma das maiores causas de 
insuficiência renal em humanos 
Glomerunonefrite imune: mediada por células como 
macrófagos, linfócitos T e linfócitos B. Resposta 
autoimune com destruição progressiva da estrutura 
glomerular, fibrose dos glomérulos e incapacidade 
funcional 
Os sinais e sintomas da glomerulonefrite são: 
 Hematúria, azotemia, proteinúria variável 
 Oligúria, edema subcutâneo leve (anasarca leve) e 
hipertensão arterial 
5° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 
 Na glomerulonefrite pós-estreptocócica ocorre: 
astenia, febre, náuseas, oligúria e hematúria, 
proteinúria leve, edema periorbital, hipertensão leve 
a moderada, azotemia, dor renal. 
 A glomerulonefrite aguda pode ser controlada 
por medicação, manutenção de sódio e água ou pode 
evoluir para inflamação crônica. 
 A glomerulonefrite progressiva leva à síndrome 
nefrótica e insuficiência renal, com hematúria, proteínuria 
maciça, anasarca, hipertensão arterial, hiperlipidemia, 
lipidúria e azotemia, progredindo para uremia.

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