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SAI I – Endocrinologia Módulo 1 – Aula 5 Cecilia Antonieta 82 A 1 INSUFICIÊNCIA ADRENAL Distúrbio caracterizado pela perda da função adrenocortical. DEFICIÊNCIA glicocorticoide, mineralocorticoide e/ou androgênios adrenais. FISIOLOGIA – SECREÇÃO DE HORMÔNIOS HIPÓFISE – ACTH – estimula a produção de cortisol pelo córtex. Cortisol tem efeito inibitórios (retroaliemntação negativa) CÓRTEX glicocorticoide, mineralocorticoides e andrógenos. MEDULA adrenalina e noradrenalina. CÓRTEX ZONA GLOMERULOSA mais externa: 15% do córtex, produção de mineralocorticoide, regulada por angiotensina II e K. ZONA FASCICULADA intermediária, 75% do córtex, produção de glicocorticoides/andrógenos, regulada por ACTH. ZONA RETICULAR produção de andrógenos, regulação ACTH. INSUFICIÊNCIA ADRENAL Primária ou secundária. EVOLUÇÃO aguda ou crônica. Doença geralmente insidiosa, sinais e sintomas inespecíficos – dificuldade de diagnóstico no início. Manifestações geralmente aparecem quando há destruição de 90% do córtex adrenal. Em fases avançadas ou sob estresse pode ocorrer risco de morte. ETIOLOGIA PRIMÁRIA/DOENÇA DE ADDISON autoimune é a principal causa. Adrenalite autoimune AUTOIMUNE INFECCIOSA METÁSTASES BILATERAIS principalmente pulmão, mama, TGI. DOENÇAS INFILTRATIVAS amiloidose, hemocromatose. HEMORRAGIA ADRENAL mningococcemia, uso de anticoagulantes, CIVD, SAF, trauma, cirurgia. DEFICIÊNCIA ENZIMÁTICA ADRENAL DEFICIÊNCIA FAMILIAR DE GLICOCORTICOIDE ADRENOLEUCODISTROFIA IDIOPÁTICA MEDICAMENTOS metirapona, cetoconazol, fenitoína, etomidato. SECUNDÁRIAS uso crônico de corticoides. DOENÇA DE ADDISON AUTOIMUNE Pode ocorrer isoladamente. 50-60% dos pacientes têm associação com um ou mais distúrbios autoimunes; endócrinos e não endócrinos. Síndromes Poliglandulares Autoimunes (SPA) - 4 tipos de classificação. Asocciações: tireoidite autpimune, Hashimoto, DM 1, doença celíaca, esclerose sistêmica, LES, vitiligo. QUADRO CLÍNICO – INSUFICIÊNCIA ADRENAL CRÔNICA fadiga crônica, fraqueza, letargia, anorexia, náuseas, perda de peso, hipotensão postural, diminuição da libido, escurecimento da pele (aumento do ACTH – hiperpigmentação). AGUDA náuseas, vômitos, hipotensão, febre, dor abdominal, desidratação, fadiga intensa, taquicardia, diarrreia, cãibras, confusão mental. SINAIS DECORRENTES DA FALTA DE GLICOCORTICOIDES astenia, mal-estar, anorexia, perda de peso, náuseas e vômitos, hipoglicemia e hipotensão. SAI I – Endocrinologia Módulo 1 – Aula 5 Cecilia Antonieta 82 A 2 FALTA DE MINERALOCORTICOIDES avidez por sal, hipovolemia, hipotensão, hiponatremia, hipercalemia, acidose metabólica. Na secundária não apresenta no começo (hiponatremia e desidratação). ANDRÓGENOS redução da libido e da pilificação axilar e pubiana. AUMENTO DO ACTH apenas na IA primária. Hiperpigmentação cutânea nas mucosas, áreas de fricção, cicatrizes, aparecimento de sardas e vitiligo (síndrome poliglandular autoimune). Na IA 2ª geralmente não ocorre déficit de mineralocorticoides pois o SRAA está intacto. SÍNDROMES POLIGLANDULARES AUTOIMUNES TIPO 1 pelo menos dois presentes: candidíase, hipoparatireoidismo, DA. TIPO 2 DA + doença tireoidiana auto-imune e/ou DM 1 (DA deve estar sempre presente). TIPO 3 doença tieoidiana auto-imunes + outra doença auto-imune (excluindo DA, hipoparatireoidismo e candidíase). TIPO 4 duas ou mais doenças auto-imunes órgão- específicas, incluindo DA (mas que não incluem na síndromes dos tipos 1,2 e 3). Cerca de 40% dos paicnetes com DA auto-imune apresentam outras doenças auto-imunes associadas. São elas, em ordem de frequência: Tireoidite de Hashimoto, doença de Graves, gastrite crônica atrófica, DM1, hipoparatireoidismo, hipogonadismo hipergonadotrófico, vitiligo, alopécia, doença celíaca, anemia perniciosa, esclerose múltipla, doenças inflamatórias intestinais, síndrome de Sjörgen, hepatite crônica e hipofisite linfocítica. DIAGNÓSTICO Quadro clínico sugestivo. Presença de um fator desencadeante ou doença aguda. História de sintomas de deficiência crônica de glicocorticoides. Hiponatremia (cuidado com desidratação grave que pode mascarar) Hipoglicemia Hiperpigmentação cutânea e mucosa Hipotensão, febre e dor abdominal. Na suspeita de crise adrenal, deve ser dosado o cortisol plasmatico e, se possível, é iniciada imediatamente a repoisção de glicocorticoides. TESTES CORTISOL SÉRICO (ENTRE 8-9H DA MANHÃ) primeiro exame solicitado. Em indivíduos normais 10-15 mcg/dl. Confirma Nível <= 3 mcg/dl. Exclui >= 19 mcg/dl. Requer teste de estímulo 3-19 mcg/dl. Em pacientes críticos < 9 mcg/dl indica o diagnóstico. >= 34 dcg/dl exclui. Cuidado com o uso de cortisol sérico em pacientes que têm cirrose hepática, sindrome enfrótica, ACO que podem alterar os níveid de CBG (globulina ligadora). CORTISOL SALIVAR deve ser coletado às 8h da manhã. EXCLUSÃO DE IA 5,8 ng/ml (16 nmol/l). ALTA PROBABILIDADE > 1,8 ng/ml (5nmol/l). DOSAGEM DO ACTH PLASMÁTICO IA PRIMÁRIA invariavelmente excedem 100 pg/ml (VR = até 46 pg/ml), podendo alcançar 4.000 pg/ml. IA SECUNDÁRIA níveis abaixo ou nos limites inferiores da normalidade. TESTE DE ESTÍMULO COM ACTH usado quando há dificuldade no diagnóstico inicial. ▪ Dosar cortisol sérico (tempo 0) ▪ Administrar 250 mcg de ACTH sintético. ▪ Dosar cortisol após 30 e 60 minutos. INTERPRETAÇÃO Resposta normal > 20 mcg/dl. Confirma diagnóstico < 20 mcg/dl. IA PRIMÁRIA geralmente > 100 pg/ml (VR até 46 pg/ml). IA SECUNDÁRIA normal ou baixo. TESTE DE TOLERÂNCIA À INSULINA (ITT) padrão-ouro para IA secundária. Não usar em idosos, cardiopatas e convulsões. SAI I – Endocrinologia Módulo 1 – Aula 5 Cecilia Antonieta 82 A 3 Dosagem de cortisol sérico após injeção EV de insulina regular 0,05 UI/kg. Glicemia deve chegar 40 mg/dl. RESPOSTA NORMAL aumento > 8 mcg/dl do basal e pico > 18-20 mcg/dl. OUTROS TESTES GLUCAGON dosa cortisol basal – aplica 1 mg de glucagon; em seguida, coleta-se cortisol sérico nos tempos 90 -120 -0180- 240 min. Mesmo critérios de interpretação do ITT. DOSAGEM DOS ANTICORPOS ANTIADRENAIS presentes em 60-80% na IA primária autoimune. Principal anticorpo é o Ac21OH. DOSAGEM DOS ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA MUITO LONGA. Presentes em 100% dos pacientes com adrenoleucodistrofia (ALD) Deve ser pesquisado em apciente do sexo masuclino com Ia primária. ACHADOS RADIOLÓGICOS DOENÇA DE ADDISON ADRENAIS PEQUENAS E ATROFIADAS adrenalite autoimune. AUMENTO DE VOLUME DAS ADRENAIS tuberculose ou outras doenças granulomatosas, micoses, infiltrações neoplásicas ou hemorragia. CALCIFICAÇÕES ADRENAIS tuberculose, outras doenças invasivas, hemorragia. INSUFICIÊNCIA ADRENAL SECUNDÁRIA lesões primárias ou metastáticas na hipófise, hipotálama ou eminência média. - expansão intraselar. TRATAMENTO CRISE ADRENAL medidas gerais. Coletar amostra de sangue para gemograma, dosagens bioquímicas e hormonais (cortisol e ACTH). Corrigir depleção de volume (com solução glicofisiológica), desidratação, distúrbios eletrolíticos e hipoglicemia. Tratar a infecção ou outros fatores precipitantes. Reposição de glicocorticoides. Administrar hidrocortisona, 100 mg EV inicialmente, seguidos de 50 mg IV de 4/4h ou 6/6h, durante 24h. Depois reduzir a dose lentamente nas próximas 72h, administrando a dose 4/4h ou 6/6h EV. Quando o apciente estiver tolerando alimento VO passar corticoide VO. MANUTENÇÃO DA IA CRÔNICA Predinosona/predinisolona 5 mg às 8h e 2,5 mg Às 16h ou hidrocortisona 10-20 mg às 8h; 5-10 mg às 17h VO. Fludrocortisona 0,05-0,2 mg às 8h VO (raramente necessária na IA secundária). Desidroepiandrosterona (DHEA) 25-50 mg/dia VO. SEGUIMENTO CLÍNICO manter o paciente assintomático, com peso, PA e eletrólitos normais,