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1 A insuficiência suprarrenal, ou hipofunção, pode ser causada por doença suprarrenal (hipoadrenelismo primário) ou pela redução do estímulo das suprarrenais devido a deficiência de ACTH (hipoadrenelismo secundário). A insuficiência adrenal primária, ou doença de Addison, resulta tanto de doenças que determinam a destruição do córtex adrenal, como de condições que reduzem a síntese dos esteroides adrenais. A insuficiência adrenal secundária decorre de comprometimento hipofisário, com deficiência da secreção de corticotrofina, ou hipotalâmico, com defeito na secreção de CRH. - A deficiência crônica de ACTH é devido, principalmente, à sua supressão pelo uso continuado de corticosteroides, resultando em atrofia do córtex adrenal, sobretudo das camadas fasciculada e reticulada. A camada glomerulosa, produtora de aldosterona, mantém-se preservada uma vez que é controlada pelo SRAA. Pode ser classificada em: Insuficiência adrenocortical aguda primária (crise suprarrenal) Insuficiência adrenocortical crônica primária (Doença de Addison) Insuficiência adrenocortical secundária. Insuficiência Adrenocortical Aguda As pessoas com insuficiência adrenocortical crônica podem desenvolver uma crise aguda após qualquer estresse que sobrecarregue as suas reservas fisiológicas limitadas. Devido à incapacidade das suprarrenais atróficas em produzirem glicocorticoides, a retirada rápida dos esteroides ou o insucesso no aumento de suas doses podem precipitar uma crise suprarrenal. ETIOLOGIA DA IA AGUDA Síndrome de Waterhouse-Friederichsen Retirada súbita da terapia de longo prazo com corticosteroides Estresse em pacientes com IA crônica subjacente 2 A hemorragia suprarrenal maciça pode destruir suficientemente o córtex adrenal para produzir a insuficiência. Essa condição pode ser causada pela síndrome de Waterhouse- Friederichsen que é uma sepse devastadora. Ela está associada à Neisseria meningitidis, Pseudomonas spp., Haemophilus influenzae e pneumococos. É encontrado um aumento suprarrenal bilateral. As glândulas adrenais apresentam um rico suprimento sanguíneo, porém sua drenagem venosa ocorre por uma única veia. - A trombose da veia suprarrenal pode ocorrer durante períodos de estase ou turbulência, aumentando deste modo a pressão da veia resultando em um represamento vascular. Isto ocasiona hemorragia no interior da glândula e é seguido de uma insuficiência adrenocortical. Insuficiência Adrenocortical Crônica: Doença de Addison É um distúrbio raro resultante da destruição progressiva do córtex suprarrenal. Etiologia da Doença de Addison Adrenalite autoimune- Síndromes poliendócrinas autoimunes tipos 1 e 2 (SPA1 e 2) e sarcoidose. Tuberculose, AIDS, doença metastática Amiloidose sistêmica, infecções fúngicas, hemocromatose Adrenalite autoimune: É responsável por 60-70% dos casos, sendo de longe a causa mais comum de Doença de Addison, que se relaciona com síndromes endócrinos e não endócrinos, caracterizando as Síndromes Poliendócrinas Autoimunes (SPA). Detecta-se nos pacientes a destruição autoimune das células produtoras de esteroides e autoanticorpos para várias enzimas fundamentais. A adrenalite se manifesta de duas formas: SPA1 (provocada por mutações no gene regulador autoimune -AIRE- no cromossomo 21) e SPA2 (combinação de insuficiência suprarrenal e tireoidite autoimune ou diabetes tipo 1). - A SPA 1 é um distúrbio autossômico recessivo que geralmente está presente na infância; na maioria dos casos, resulta de uma mutação no gene regular autoimune (AIRE), assim, esses pacientes possuem defeito na imunidade mediada por células T. Observa-se anticorpos anti-córtex adrenal (ACA) e contra a 21- 3 hidroxilase, a 17α-hidroxilase e a enzima de clivagem da cadeia lateral do colesterol, importante para a síntese de hormônios. - A SPA 2, também conhecida como síndrome de Schmidt, é de herança autossômica dominante, com penetrância incompleta. Esses pacientes possuem anticorpos citoplasmáticos suprarrenais que podem ser importantes na patogênese, uma vez que estão direcionados a 21α-hidroxilase. As infecções Principalmente a tuberculose e as causadas por fungos também podem causar Doença de Addison (DA). Os principais fungos são: Histoplasma capsulatum e o Coccidioides immitis. A tuberculose e as infecções fúngicas estão associadas ao aumento das suprarrenais que pode apresentar calcificações. O acometimento da glândula ocorre por disseminação hematogênica da infecção. O tropismo pela adrenal decorre da supressão da imunidade celular intradrenal, determinada pela elevada concentração intraglandular de glicocorticoides. O hipocortisolismo resulta da destruição do córtex e sua substituição por extensos granulomas epiteloides e caseificação, o que ocasiona aumento do volume glandular. Posteriormente, surge fibrose, e as adrenais ficam de tamanho normal ou reduzido; também ocorre comprometimento da medula adrenal. Alguns antifúngicos, como o cetoconazol, inibem as enzimas estereoidogênicas citocromo P450, as quais são essenciais para biossíntese de cortisol. Os pacientes com AIDS estão em risco de desenvolver DA decorrente as complicações infecciosas e não infecciosas (sarcoma de Kaposi). Adrenoleucodistrofia Doença genética ligada ao X que representa causa importante de insuficiência adrenal em homens; é causada por mutação nos genes ABCD1 e ABCD2. Resulta da produção de uma proteína transportadora anormal dentro dos peroxissomos que impede a oxidação dos ácidos graxos de cadeia muito longa, 4 provocando seu acúmulo no cérebro, no córtex adrenal, nos testículos, no fígado e no plasma. Como consequência, ocorre desmielinização do SNC e IA primária. Neoplasias metastáticas São comuns envolver a suprarrenal. Embora a função da adrenal seja preservada na maioria dos casos, os crescimentos metastáticos algumas vezes destroem o córtex suprarrenal o suficiente para produzir insuficiência. Os carcinomas mais frequentes a causar essa complicação são o de pulmão e o de mama. Insuficiência Adrenocortical Secundária Qualquer distúrbio do hipotálamo e da hipófise que reduza o débito de ACTH, leva a uma síndrome de hipoadrenelismo. Tem como causa mais comum o uso crônico de glicocorticoides em doses suprafisiológicas que inibem diretamente tanto a secreção de ACTH como a de CRH. Outras causas adquiridas: neoplasias de hipófise ou hipotálamo, traumatismo craniano, trombose vascular, síndrome de Sheehan, síndrome da sela vazia, anorexia nervosa e etc. As causas congênitas estão relacionadas a mutações nos fatores de transcrição envolvidos nos estágios iniciais do desenvolvimento hipofisário, como por exemplo o gene TPIT. A deficiência de ACTH pode ocorrer isoladamente, mas em alguns casos é só uma parte do pan-hipopituitarismo, associado a deficiências múltiplas de hormônios trópicos. Caracteriza-se pelo baixo ACTH sérico e imediata elevação dos níveis plasmáticos de cortisol em resposta à administração de ACTH. FISIOPATOLOGIA Na destruição adrenocortical gradual, a fase inicial consiste na redução gradual da reserva suprarrenal; isto é a secreção basal de esteroides é normal, porém a secreção não aumenta em resposta ao estresse. Assim, uma crise suprarrenal aguda pode ser precipitada pelo estresse de uma circulação, trauma ou infecção, necessitando do aumento da secreção de corticosteroides. 5 Com a perda continuada do tecido cortical, até mesmo a secreção basal de glicocorticoides torna-se deficiente, levando às manifestações de insuficiência suprarrenal crônica. Pode ocorrer uma deficiência de mineralocorticoides no início ou no final do quadro. A destruição das suprarrenais por hemorragia resulta em uma perda súbita da secreção de glicocorticoides e mineralocorticoides, acompanhadode uma crise suprarrenal aguda. PATOGÊNESE IA primária (Doença de Addison) Insuficiência adrenal secundária Defeito ou inibição da esteroidogênese adrenal. Produção deficiente de ACTH Destruição dos córtex adrenais. Uso crônico de glicocorticoides em doses suprafisiológicas Insensibilidade do córtex ao ACTH Produção deficiente de CRH Com a redução da secreção de cortisol, os níveis plasmáticos de ACTH são aumentados devido à redução da inibição da retroalimentação negativa de sua secreção. Logo, uma elevação do ACTH plasmático pode ser um sinal precoce de uma reserva adrenocortical deficiente. Manifestações Clínicas O quadro clínico da IA crônica decorre tanto da deficiência de glicocorticoides (astenia, mal-estar, anorexia, perda de peso, náuseas, vômitos, hipotensão), como de mineralocorticoides (avidez por sal, hipovolemia, hipotensão ortostática) e androgênios adrenais (redução da pilificação axilar e pubiana, em mulheres). Já na IA secundária, normalmente não há deficiência de mineralocorticoides porque o SRAA está intacto e mantendo a secreção de aldosterona. Insuficiência adrenal crônica primária: Doença de Addison Para que a DA se manifeste clinicamente, é preciso que pelo menos 90% do tecido adrenocortical seja destruído. Nas formas autoimunes e infiltrativas, essa destruição habitualmente é gradual e progressiva. 6 Na adrenalite autoimune, a zona glomerulosa é afetada primeiro, levando ao aumento da concentração de renina. Posteriormente, ocorre deficiência parcial de glicocorticoides que se expressa por aumento inadequado do cortisol em resposta ao estresse, e as vezes, hipoglicemia pós-prandial. Nos processos hemorrágicos ocorre a destruição do córtex de forma mais rápida e a sintomatologia se apresenta de forma aguda, caracterizando a crise adrenal. SINTOMAS SINAIS Fraqueza, astenia e anorexia Náuseas, vômitos, constipação intestinal, dor abdominal, diarreia, amenorreia, avidez por sal Mialgias ou artralgias Perda de peso Hiperpigmentação e hipotensão Vitiligo, calcificação auricular Redução da libido e da pilificação axilar e pubiana em mulheres. Hipoglicemia grave: é mais comum em crianças e está relacionada com a disfunção da medula adrenal (menor síntese de epinefrina secundária ao hipocortisolismo), a qual leva à diminuição da gliconeogênese hepática. Hiperpigmentação: é o achado mais característico da DA e está relacionado ao aumento de melanina na pele. É decorrente do excesso de ACTH, β-lipotrofina e β-MSH (componentes da macromolécula pró- opiomelanocortina) e estímulo do receptor cutâneo de melanocortina (MCIR). - A hiperpigmentação tende a ser generalizada, porém é mais perceptível em áreas expostas ao sol, como face, pescoço e dorso das mãos, bem como em áreas mais propensas a traumatismos, fricção ou pressão, como dedos dos pés, cotovelos, joelhos, cintura e ombros. - Pode ser encontrada também na cavidade oral, de modo não uniforme, e na superfície interna dos lábios, mucosa bucal, língua, bordo gengival e palato. 7 Amenorreia: pode ser causada pela perda de peso ou devido a uma falência ovariana primária. A perda de pelo ocorre devido a diminuição da secreção de androgênios suprarrenais. Características Clínicas da Hemorragia suprarrenal Características Gerais Características Locais Hipotensão e choque Febre Náuseas e Vômitos Confusão, desorientação Taquicardia Cianose ou palidez Dor e desconforto abdominal, no flanco ou nas costas Distensão abdominal Rigidez abdominal e dor à descompressão Dor torácica Características Clínicas da Insuficiência Adrenal Secundária: De modo geral, a insuficiência suprarrenal secundária é crônica e as manifestações podem ser inespecíficas. Suas características clínicas são diferentes da primária, pois na secundária a secreção de ACTH é deficiente, ou seja, não vai ocorrer hiperpigmentação. Além disso, a secreção de mineralocorticoides habitualmente é normal. Características proeminentes são: fraqueza, letargia, fatigabilidade, anorexia, náuseas e ocasionalmente vômitos. Também ocorrem artralgias e mialgias. A hipoglicemia ocasionalmente pode ser a manifestação de apresentação. Pode ocorrer uma descompensação aguda com hipotensão severa ou choque refratário ao uso de vasopressores. Diagnóstico Deve-se excluir ou confirmar o diagnóstico de DA em todo paciente agudamente enfermo que apresente sinais ou sintomas sugestivos como: Depleção de volume, hipotensão, hiponatremia (redução de sódio), hipercalemia, febre, dor abdominal, hiperpigmentação e, principalmente em crianças, hipoglicemia. Investigar se os pacientes possuem certas doenças autoimunes (DM tipo 1, vitiligo, etc.) e infecciosas. (tuberculose, AIDS, etc.) 8 EXAMES LABORATORIAIS 1. Dosagem do cortisol sérico basal: Deve ser o primeiro exame a ser pedido (coletado entre 8 e 9h), seu valor normal é de 5 a 25 mg/dl. Valores <5 mg/dl são indicativos de insuficiência adrenal e >18 mg/dl excluem esse diagnóstico. 2. Dosagem do ACTH plasmático: Na presença de níveis reduzidos de cortisol sérico, valor de ACTH acima de duas vezes o limite superior da normalidade é altamente indicativo de DA. - Na DA os níveis de ACTH quase sempre ultrapassam 100 pg/ml (valor normal: < 46 pg/ml) e podem alcançar 4.000 pg/ml ou mais. - Na insuficiência adrenal secundária os valores de ACTH são baixos <10 pg/ml. 3. Teste de estimulação rápida com ACTH: Vai avaliar a reserva suprarrenal e consiste no procedimento inicial na avaliação de uma possível insuficiência adrenal, primária ou secundária. Esse teste sugere um estímulo mais fisiológico ao córtex suprarrenal com utilização de ACTH em baixa dose (1µg de cosintropina). Respostas subnormais à administração exógena de ACTH são indicativas de uma redução da reserva suprarrenal e estabelecem o diagnóstico de insuficiência. Esse é o teste confirmatório de insuficiência, no entanto não permite a diferenciação entre as causas primárias ou secundárias. 9 Uma resposta normal ao teste rápido de estimulação com ACTH exclui uma insuficiência suprarrenal primária, pois uma resposta normal do cortisol indica uma função cortical normal. Contudo, uma responsividade normal não exclui uma insuficiência adrenocortical secundária. 4. Teste da hipoglicemia induzida pela insulina | teste da tolerância à insulina: Indicado para pacientes com suspeita de IA secundária (baixa reserva hipofisária). Baseia-se na capacidade da hipoglicemia induzir uma resposta de estresse do sistema nervoso central e aumentar a liberação de CRH e, consequentemente, a liberação de ACTH e cortisol. O ITT consiste na dosagem basal de cortisol sérico após uma dose intravenosa de insulina. A resposta normal é um pico de cortisol de > 18 mg/dl, se der isso a suspeita de IA deve ser descartada. 5. Teste do CRH: Possibilita a distinção entre causas primárias e secundárias. Pacientes com IA primária têm níveis elevados de ACTH que aumentam ainda mais após o CRH. Em contrapartida, o ACTH não responde ao estímulo com CRH na IA secundária. 6. Dosagem de atividade plasmática de renina (APR) e aldosterona: Na IA primária, em suas fases iniciais ocorre deficiência de mineralocorticoides. 7. Outros achados laboratoriais na Doença de Addison: Hiponatremia e hipercalemia (pela deficiência de mineralocorticoides), além de uremia (secundária à depleção volumétrica e à desidratação). Ademais, podem ser encontradas hipoglicemia de jejum, hipoglicemia pós- prandial, hipercalemia leve a moderada, elevação das transaminases e, as vezes, hipomagnesemia. No hemograma, nota-se anemia normocítica, normocrômia, neutropenia, eosinofilia e linfocitose relativa. Pode ocorrer macrocitose nos casos de anemia perniciosa associadacom Doença de Addison. DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO NA IA PRIMÁRIA: 10 Como as causas mais comuns de IA primária são a destruição autoimune do córtex adrenal em adultos e hiperplasia adrenal congênita em crianças, recomenda-se a dosagem de Ac21OH e de 17-hidroxiprogesterona basal - Homens com Ac21OH negativos deverão ser testados para adrenoleucodistrofia com a mensuração dos ácidos graxos de cadeia muito longa. Se esses diagnósticos forem excluídos, TC das adrenais poderá revelar a presença de processos adrenais infiltrativos, metastáticos, hemorrágicos ou infecciosos. 1. Dosagem dos anticorpos antiadrenais: Anticorpos anti-córtex adrenal (ACA) são observados em 60% a 80% dos casos de DA autoimune. Ac21OH são os mais específicos e sensíveis para o diagnóstico da adrenalite autoimune. 2. Achados Radiológicos: Tomografia computadorizada e ressonância magnética são úteis pois: Na doença autoimune, as glândulas adrenais têm tamanho norma ou diminuído, enquanto estão sempre aumentadas em outros casos. Há calcificação das adrenais na tuberculose adrenal. Biópsia guiada por TC pode ser realizada nos casos de adrenais aumentadas de volume, ajudando na detecção da etiologia. Ocorre aumento de volume da sela túrcica. O achado de redução da área cardíaca é comum à radiografia de tórax. Na IA secundária lesões primárias ou metastáticas no hipotálamo, eminência mediana ou hipófise podem ser visualizadas por meio da TC e da RM. 3. Alterações eletrocardiográficas: A hipercalemia é responsável pelo surgimento de ondas T em tenda, ondas P baixas, complexos QRS largos e, em casos extremos, assistolia atrial, bloqueio intraventricular e assistolia ventricular. São reversíveis com a reposição de glicocorticoide. TRATAMENTO O objetivo é produzir níveis de glicocorticoides e mineralocorticoides normais. 11 - Tratamento da crise adrenal: Coletar amostra de sangue para hemograma, dosagens bioquímicas e hormonais (cortisol e ACTH). Corrigir depleção de volume (com solução glicofisiológica), desidratação, distúrbios eletrolíticos e hipoglicemia. Tratar a infecção ou outros fatores precipitantes. Repor glicocorticoides: administrar hidrocortisona. Quando administrada em doses suprafisiológicas ela produz uma potência de retenção de sódio suficiente, de modo que não se faça necessário tratamento com mineralocorticoide. - Tratamento da Doença de Addison: Consiste na reposição de glicocorticoides, mineralocorticoides e deidroepiandrosterona (DHEA). Reposição de Glicocorticoides: Fármaco Dose Equivalent e (mg) Meia- vida Biológic a (horas) Duração Da ação Atividade Glico- corticoid e Atividade Mineralo- corticoid e Hidrocortisona 20 8 a 12 Curta 1 1 Cortisona 25 8 a 12 Curta 0,8 0,8 Prednisona 5 12 a 36 Intermediári a 4 0,2 Prednisolona 4 12 a 36 Intermediári a 5 0,2 Metilprednisolon a 4 12 a 36 Intermediári a 6,2 0,2 a 0,5 Betametasona 0,6 36 a 72 Prolongada 25 a 30 0 Dexametasona 0,75 36 a 72 Prolongada 25 a 30 0 A prednisona e a prednisolona são os mais utilizados, na dose usual de 5mg logo cedo pela manhã e 2,5mg no início da tarde. A hidrocortisona pode ser usada também e é preferência em alguns países devido ao fato de ter atividade mineralocorticoide inerente. A dose 12 recomendada é de 20 a 30 mg/dia, tomado em 2 ou três vezes diariamente, sendo a maior dose ao acordar e a menor horas antes de dormir, com o intuito de mimetizar o ritmo circadiano e evitar altos níveis noturnos de corticoide, o que pode comprometer o sono e a sensibilidade à insulina. Glicocorticoides de ação longa, dexametasona, devem ser evitados porque implicam risco maior de desenvolvimento de Síndrome de Cushing. Hidrocortisona e prednisolona são glicocorticoides ativos, enquanto o acetato de cortisona e a prednisona requerem ativação hepática mediada pela 11β- hidroxiesteroide desidrogenase do tipo 1. Uma outra hidrocortisona de liberação modificada (Plenadren) torna possível a alta exposição ao cortisol durante as 4 primeiras horas da manhã, com níveis gradualmente menores ao longo do dia, assim essa hidrocortisona pode ser administrada uma única vez ao dia, pela manhã. Reposição de mineralocorticoide Fludrocortisona está primariamente indicada para pacientes com DA, mas cerca de 10 a 20% deles podem ser tratados somente com o glicocorticoide e ingestão adequada de sódio na alimentação. Reposição de deidroepiandrosterona 25 a 50 mg por dia sugere que melhore a sensação de bem-estar e, em mulheres, a sexualidade. Além disso, em mulheres, possibilita a normalização dos níveis circulantes de androstenediona, sulfato de DHEA, testosterona e da relação testosterona/SHBG.
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