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2 - Fichamento O que é Política - Hannah Arendt (Ciência Política)

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Ciência Política, 1º Período, FIS. 
Victória Thalita do Nascimento Pereira 
ARENDT, Hannah. O que é política? Tradução de Reinaldo Guarany. Rio de Janeiro: 
Bertrand, 2002. 
Palavras-chaves: Política; Pluralidade; Intra-espaço; Família; Preconceito; Juízo; 
Liberdade; Milagre; Ação; Coragem; Fala; Guerra Total. 
Resumo: 
Prefácio 
A obra póstuma da filósofa judeu-alemã, que se auto intitulava apenas como pensadora, 
Hannah Arendt, abordou vários aspectos para tentar explicar “O que é Política?”. Logo 
de início, é apresentada a seguinte frase “A política baseia-se no fato da pluralidade dos 
homens.” E que, por esse motivo, ela deve organizar e regular o convívio de diferentes, 
não de iguais. Diferenciando-se, assim, do pensamento de Aristóteles em que a Política 
seria inerente ao ser humano. Arendt acentua que a Política não surge no, mas sim entre 
os homens. A liberdade e a espontaneidade dos diferentes homens são pressupostos 
necessários para o surgimento de espaço entre homens, onde, só então se torna possível a 
política. Hannah, ainda traz em sua ideologia de que a família é a ruína da política, pois 
o aconchego familiar impede de que os homens saiam para a “guerra”. Quando ela diz 
guerra, quer dizer sair do conforto familiar e enfrentar a vida sozinho. Portanto, só exerce 
a política aquele que tem coragem de viver longe da família. 
“Por conseguinte, não existe nenhuma substância política original. 
A política surge no intra-espaço e se estabelece como relação. Hobbes compreendeu isso.” 
 (ARENDT, p.8, 5a). 
 
Fragmento 1 
O que é Política? 
A Política baseia-se na pluralidade dos homens, tratando justamente da convivência entre 
os diferentes. Segundo Hannah, os homens são apolíticos (não existe nenhuma substância 
política original), sendo assim, a política não está nos homens, mas sim no intra-espaço. 
Nem a Teologia, nem a Filosofia conseguiram responder o que é a política. A Filosofia, 
atrelada ao pensamento de Aristóteles, está errada porque só apresenta a figura de um 
homem, em que todos são iguais (animais políticos), e que, por isso, se não há diferenças, 
Ciência Política, 1º Período, FIS. 
Victória Thalita do Nascimento Pereira 
não há conflito e se não há conflito, não há política. Portanto, a pluralidade/diversidade é 
necessária para que haja política. A Teologia também está errada pelo mesmo motivo, 
pois retrata que os homens são à imagem e semelhança de Deus, não havendo também 
diferenças e conflito. A política organiza, de antemão, as diversidades absolutas de 
acordo com uma igualdade relativa e em contrapartida às diferenças relativas. 
Fragmento 2 
Introdução à Política I: Os Preconceitos 
A autora afirma que os preconceitos contra à política estão relacionados ao medo da 
Humanidade varrer-se da face da Terra por meio dela, com seus meios de violência 
atrelados. A esperança da Humanidade seria eliminar a política por meio de um governo 
mundial que transforme o Estado numa máquina administrativa, liquide de maneira 
burocrática os conflitos políticos e substitua os exércitos por tropas da polícia. Mas esta 
é uma ideia utópica porque o que aconteceria de verdade, seria um governo despótico. 
Ela ainda trata dos preconceitos que surgem em torno da política. São eles: A 
burocratização dos estados; a política interna e externa e o poder como algo que corrompe. 
Apesar do preconceito possuir uma grande carga negativa, ele ainda possui um caráter 
positivo, pois leva a pensar, a analisar e a estudar os fatos, nesse caso a política. O 
primeiro deles, a burocratização dos estados, é a ideia em que se pode entregar a política 
como um corpo burocrático; o segundo, a política interna e externa, mostra que a política 
interna representa os interesses e a ideologia de forma mesquinha e a externa oscila entre 
a propaganda vazia e a pura violência; já o último preconceito, o poder como algo que 
corrompe, nos traz a ideia de não nos envolvermos com a política pelo de se “sujar”. (P.9) 
Porém, de acordo com o juízo, o correto seria nos envolver com a política, pois ficar 
afastado dela nos aproxima do totalitarismo. 
 
Fragmento 2b 
Preconceito e Juízo 
Os preconceitos estão ligados ao “que dizem”, “que acham”. Hannah Arendt afirma que 
ninguém pode viver sem preconceitos, porque isso requereria um estado sobre-humano, 
e que os preconceitos podem ter dimensões positivas e negativas: As positivas é quando 
eles nos impulsionam a pensar e as negativas é que quando ligados à política, atrapalham 
Ciência Política, 1º Período, FIS. 
Victória Thalita do Nascimento Pereira 
o entendimento sobre ela, como também contribui para a instalação do totalitarismo. 
Exemplos de preconceito na política: “As mulheres não deveriam votar” ou “Os judeus 
devem ser exterminados”. 
Ela introduz, ainda, o conceito de “juízo”, que seria a superação do preconceito, ou seja, 
seria o próprio conceito. Ele tem a capacidade de agregar. Ressaltando também que o 
preconceito deve ser convertido em juízo e para que isso aconteça deve ser levada em 
consideração a conversação da Humanidade, a liberdade, a vida, afastando-se, assim, do 
totalitarismo. 
“Essa substituição do juízo pelo preconceito só se torna perigosa quando se alastra para o âmbito político, 
onde não conseguimos mover-nos sem juízos porque, como veremos mais tarde, o pensamento político 
baseia-se, em essência, na capacidade de formação de opinião.” 
(ARENDT, p. 10) 
Aponta que o perigo do preconceito que por estar ancorado ao passado, se antecipa ao 
juízo e também o evita, tornando impossível uma experiência verdade do presente juízo. 
E ressalta, também, que a preocupação da política é com o mundo, não com o homem. 
O conceito de “boato” também é apresentado, este, por sua vez, baseia-se numa mentira 
e que não tem a mesma força do preconceito, se desfazendo com o tempo e não tendo 
significado, porém como tempo um boato pode tornar-se em preconceito. Hannah 
afirma que o crime do mundo moderno é a ideia equivocada de que força e poder são a 
mesma coisa. O poder é aquilo que é típico à política, já a força é a violência. Em 
alguns momentos, a força deve ser ativada, porém de forma legalizada e submetida ao 
poder. O Estado deve possuir o monopólio da violência, mas também o controle 
absoluto das ideologias (as que coloquem em risco o próprio Estado devem ser 
extintas). 
 
Fragmento 3 
Introdução à Política II: Tem a Política ainda algum sentido? 
A pergunta clássica que era feita era “Qual o sentido da Política?” Que podia ser 
simplesmente respondida como “A liberdade”. Porém, essa resposta no contexto da 
Modernidade não era mais natural, nem imediatamente óbvia. Tal pergunta deve ser 
reformulada de maneira mais agressiva, mais radical e mais desesperada, pois o mundo 
mudou, principalmente, por dois motivos: O primeiro seria pelas experiências com 
Ciência Política, 1º Período, FIS. 
Victória Thalita do Nascimento Pereira 
formas de governo totalitárias que o mundo passou, nas quais toda a vida dos homens foi 
politizada por completo, tendo como resultado o fato de a liberdade não existir mais nelas. 
E o segundo, é o desenvolvimento das modernas possibilidades de destruição, onde não 
só a liberdade estava em jogo, mas sim a vida. 
Então, “Se a política causa desgraça e se não se pode aboli-la, então resta apenas o 
desespero.” (p. 14). Diante do pensamento de desespero, exposto o sentido da política, 
torna-se em falta de sentido. Hannah introduz, então, o conceito de Milagre, onde afirma 
que mudanças para salvação só poderão acontecer por meio de uma espécie de milagre. 
Porém, acentua que primeiro devemos nos livros do preconceito de que milagre é algo 
ligado ao religioso e que devemos rememorar que todo mar da nossas existência baseia-
se numa espécie de milagre (surgimento da Terra: “infinita improbabilidade”). 
Para Arendt, o acontecimento-milagre (resposta inesperada para momentos que 
vivenciamos)acontece na história humana por um agir, pois é característica do agir, a 
capacidade de desencadear processos. Um exemplo dado de milagre é a própria 
Revolução Francesa. Assim, o milagre se relaciona com o poder de começar, estando 
contido no fato de que cada homem é, em si, um novo começo. Nessa possibilidade de 
cada homem agir e começar algo novo consiste a liberdade, retornando, assim, ao sentido 
original da política. 
Fragmento 3b 
A tarefa e objetivo da política é garantir a vida em seu sentido mais amplo. “Trata-se 
nesse convívio de homens e não de anjos, o provimento da vida só pode realizar-se através 
de um Estado, que possui o monopólio do poder e impede a guerra de todos contra todos.” 
(p.17). 
Arendt aponta que Aristóteles cometeu um equívoco definindo política somente como 
organização da pólis e não como uma designação para o convívio humano. A acepção 
aristotélica não é, de maneira nenhuma, algo natural, pois excluía escravos, bárbaros, 
asiáticos, reinos de governo despótico, como também acreditava que a política só 
acontecia na Grécia. Para Hannah, a política está no mundo, na relação entre pessoas, já 
Aristóteles acreditava que estava apenas no homem. É importante notar também que a 
liberdade em Aristóteles é uma condição para fazer política, mas para Hannah a liberdade 
é uma consequência da política. 
Ciência Política, 1º Período, FIS. 
Victória Thalita do Nascimento Pereira 
A fala (linguagem), para Arendt, pode enganar apresentando algo verdadeiro como falso 
e algo falso como verdadeiro. Afirma, ainda, que é necessário estar em constante 
vigilância, pois o totalitarismo é uma doença e todos nós estamos infectados, podendo 
tender a atitudes totalitárias a qualquer momento. Esta vigilância (ação constante) deve 
ser não apenas no âmbito individual, mas também nos sistemas políticos. 
Fragmento 3c 
Hannah Arendt diz quem participa do corpo político é quem vai à guerra (aqueles que 
abandonam o conforto familiar e se lançam ao mundo). Estes saem de casa como crianças 
e tornam-se adultos. A maioridade não está relacionada com a idade, mas sim com o 
abandono da família, do conforto do lar, para isso é necessária a coragem. Por isso, a 
família é considerada a miséria e a desgraça da política. 
A autora aponta também em seu livro dois modelos de guerra: a Eneida (modelo que foi 
abandonado, o que havia antes da Segunda Guerra) e a Ilíada (modelo de guerra dos 
extermínio total, presente na Segunda Guerra). O que havia antes era o ideal de “Na paz, 
deve-se fazer o maior bem possível. Na Guerra, o menor mal possível.” Porém, esse 
conceito não respeitado na Segunda Grande Guerra, pois o que havia era o conceito de 
aniquilamento.

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