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Prof. Me Irma Rodrigues Tecnologia farmacêutica I NÚCLEO DE GRADUAÇÃO C á p s u l a e e x c i p i e n t e s Cápsula – conceitos É a forma farmacêutica sólida em que o princípio ativo e os excipientes estão contidos em um invólucro solúvel duro ou mole, de formatos e tamanhos variados, usualmente, contendo uma dose única do princípio ativo. Normalmente é formada de gelatina, mas pode, também, ser de amido ou de outras substâncias. Abreviatura: cap. Farm Bras. 6ª. ed Cápsula – conceitos Cápsula mole • É a cápsula constituída de um invólucro de gelatina, de vários formatos, mais maleável do que o das cápsulas duras. • Normalmente são preenchidas com conteúdos líquidos ou semissólidos, mas podem ser preenchidas também com pós e outros sólidos secos. • Abreviatura: cap. mole Farm Bras. 6ª. ed Cápsula mole • O invólucro das cápsulas moles são constituídos por gelatina, água e agente plastificante como glicerina e sorbitol (20 a 40%) • Além de corantes, aromatizantes e conservantes (por ter maior conteúdo aquoso – Metil e Propilparabeno). Cápsula mole •Produção industrial Cápsula mole •Produção industrial Cápsula – conceitos Cápsula dura • É a cápsula que consiste de duas seções cilíndricas pré-fabricadas (corpo e tampa) que se encaixam e cujas extremidades são arredondadas. • É tipicamente preenchida com princípios ativos e excipientes na forma sólida. • Normalmente é formada de gelatina, mas pode também ser de outras substâncias. • Abreviatura: cap. Dura Farm Bras. 6ª. ed CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS • Substância atóxica; • Facilmente solúvel nos fluidos biológicos Consegue produzir um filme resistente (0,1 mm) GELATINA É uma substância de origem animal; CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS Capsulas vegetais - HPMC (Hidroxipropilmetilcelulose) • Ideal para fármacos sensíveis à umidade (higroscópicos) • Mascaram odor e sabor residual dos fármacos • Livres de conservantes, alérgenos, amido, lactose e glúten • Evitam o problema como amolecimento de cápsulas e/ou empedramento do ativo • Possuem baixo teor de umidade • Exemplo de versões de cores: incolor, branca/branca* e verde escura (corante de clorofila). • Nome Químico: Cellulose Capsules. • CAS: Hypromellose: 009004-65-3. Água: 007732-18-5 Tapioca Cápsulas derivadas da goma de tapioca obtida através de um processo de fermentação natural CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS - tamanho padronizado - enchimento volumétrico - manual - semi-automático - Automático • Produto a encapsular: substâncias sólidas (pós e granulados), semi-sólidos e líquidos CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS - composição - preparo - tamanho padronizado - enchimento volumétrico - manual - semi-automático - automático • Produto a encapsular: substâncias sólidas (pós e granulados), semi-sólidos e líquidos CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS As cápsulas de gelatina dura são disponíveis em tamanhos que variam de 000 (MAIOR) e 5 (MENOR) • Cápsulas maiores podem estar disponíveis para uso veterinário. CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS Classificação numérica corresponde à capacidade volumétrica aproximada. A capacidade em massa depende da densidade do(s) pó(s), distribuição de tamanho de partícula, forma e índice de compreensividade. Excipientes Podem constituir de 1-99% da formula. • Concentração variável para: • Estabilizar o fármaco • Oferecer condições técnicas para o preparo • Completar o volume que o fármaco não ocupa na cápsula. Excipientes – Diluentes ✓ Utilizados para aumentar o volume da mistura, se necessários para preencher o volume da cápsula. • Sacarose, lactose, dextrose, manitol, sorbirol • Amido, carbonatos, fosfatos, sulfatos, talco ✓ Hidrodisperssíveis – formação de dispensação coloidal • PVP, carpobo, gomas, CMC Excipientes – Diluentes • LACTOSE • Intolerantes da lactose • Incompatível com anfetaminas e aminoácidos • Reação de Maillard (coloração marrom) • AMIDO • Absorção de umidade – cuidado com a estocagem; • Agente desintegrante • CELULOSE MICROCRISTALINA • Praticamente insolúvel em água • Aumenta viscosidade – retarda absorção • Outras propriedades • 20-90% diluente • Em menor quantidade 5 a 20% lubrificante ou desintegrante. Excipientes – Lubrificantes Melhoraram o escoamento do pó para garantir um enchimento uniforme. • São substâncias hidrofóbicas, por isso não podem ser utilizadas em grandes quantidades Exemplos Talco, estearato de magnésio, sílica gel micronizada (Aerosil) Excipientes – Complementares Absorventes - Evitar que pós higroscópicos absorvam umidade, controlar umidade do pó ✓ Exemplos Caulim, fosfato tricálcico, bentonita, dióxido de silício coloidal Molhantes – Evitar a repulsão de água, favorece a dissolução. ✓ Exemplos Lauril sulfato de sódio, polissorbatos. Tampões: estabilizantes em função do pH ✓ Exemplos Carbonato de cálcio, bicarbonato de sódio, trissilicato de magnésio Excipientes – Como escolher? Cuidados! Excesso de diluente – superdosagem Excesso de lubrificante – Mistura mais hidrofóbica – dificulta a dissolução Compostos que podem ser encapsulados Compostos que podem ser encapsulados Enchimento das Cápsulas duras Precisaremos da densidade!! A seleção do tamanho da cápsula é realizada com base na quantidade de material a ser encapsulada e deve-se dar preferência em trabalhar com o VOLUME . V = m/d • V = volume ocupado pela mistura a ser encapsulada • m = massa da mistura • d = densidade Enchimento das Cápsulas duras Precisaremos da densidade aparente!! V = m/d Os invólucros de gelatina são produzidos em vários comprimentos, diâmetros e capacidades. Enchimento das Cápsulas duras V = m/d Densidade aparente de um pó pode ser calculada pela relação entre uma massa conhecida e o volume por ela ocupada. Por exemplo, se numa proveta, 75 g de pó ocupam um volume de 100 mL, a densidade aparente do pó é 75 g/100 mL, ou 0,75 g/mL. Enchimento das Cápsulas duras V = m/d Densidade compactada – e se eu delicadamente der batidas na proveta? - o volume será reduzido, devido a compactação do pó. Com a divisão da massa por esse novo volume, o resultado será a “densidade compactada”. Caso o novo volume seja 85 mL, a densidade compactada correspondente será 75g/85 mL, ou 0,88 g/mL Enchimento das Cápsulas duras V = m/d A diferença entre densidade aparente e densidade compactada representa o índice ou percentual de compressividade, o qual é calculado; subtraindo do valor 1 a razão entre densidade aparente/compactada, cujo valor ser multiplicado por 100 1- (0,75/0,88) x 100 = 14,8% de compressibilidade Enchimento das Cápsulas duras Passo a passo 1 - Multiplicar a dose do(s) ativos(s) pelo número de cápsulas que serão preparadas. 2 - Calcular o volume que será ocupado pelo(s) ativo(s). Usar a densidade aparente (é mais prático encher os invólucros com uma ligeira compactação do pó). 3 - Escolher o tamanho da cápsula 4 - Calcular a massa de excipiente que será utilizada. Enchimento das Cápsulas duras Uma formulação com massa de 400mg e densidade de 0,56 g/mL Aviar 20 cápsulas. Suponha-se que a densidade comp do excipiente utilizada é de 0,77 g/mL. • Qual o volume que o ativo ocupa na cápsula? • Número de capsulas a ser utilizado? • Qual cápsula deve ser usada? • Quanto de excipiente pesar? • Quanto de excipiente será adicionado em cada cápsula? Enchimento das Cápsulas duras Uma formulação com massa de 400mg e densidade de 0,56 g/mL Aviar 20 cápsulas. Suponha-se que a densidade comp do excipiente utilizada é de 0,77 g/mL. • Qual o volume que o ativo ocupa na cápsula? • Qual cápsula deve ser usada? • Quanto de excipiente pesar? • Quanto de excipiente será adicionado em cada cápsula? Enchimento das Cápsulas duras Um ativo com massa de 400mg e densidade de 0,56 g/mL Aviar 20 cápsulas. Suponha-se que a densidade comp do excipienteutilizada é de 0,77 g/mL. • Qual o volume que o ativo ocupa na cápsula? 400mg = 0,4g 0,4gx20 = 8g de ativo D=m/v – 0,56= 8/V v= 14,29 ml 14,29ml/20 capsulas = 0,7145 ml de ativo em cada capsula Enchimento das Cápsulas duras Uma formulação com massa de 400mg e densidade de 0,56 g/mL Aviar 20 cápsulas. Suponha-se que a densidade comp do excipiente utilizada é de 0,77 g/mL. • Qual cápsula deve ser usada? Volume de ativo = 0,7145mL Usar a capsula 00 – 0,95 mL Enchimento das Cápsulas duras Uma formulação com massa de 400mg e densidade de 0,56 g/mL Aviar 20 cápsulas. Suponha-se que a densidade comp do excipiente utilizada é de 0,77 g/mL. • Quanto de excipiente pesar? 0,95mL – 0,7145mL = 0,235 mL – valor excedente na capsulas 0,235mL*20 = 4,7mL D=m/v – 0,77g/ml = m/4,7mL = m= 3,62g total de excipientes • Quanto de excipiente será adicionado em cada cápsula? 3,62g/20 capsulas = 0,181g Matérias-primas – fatores de correção Matérias-primas – Teor Matérias-primas – Teor Matérias-primas – umidade Matérias-primas – fator de equivalência • Equivalência ao fármaco terapeuticamente ativo (sal ou éster x base) Matérias-primas – fator de equivalência • Ou da substância hidratada para a substâncias anidra. Cápsula – vantagens • Proteção do meio ambiente • Mascarar gosto e odor desagradáveis • Fácil deglutição* • Rápida liberação** • Fácil manipulação • Flexibilidade na dosagem ( esquema terapêutico individualizado) • Apresentação atraente, podendo ser colorida ou não, opaca ou transparente (corantes) • Preparação de sistemas de liberação prolongada e revestimento grastro-resistentes (grânulos com diferentes tipos de desagregação). • Boa conservação da formulação – consegue uma maior proteção de fármacos dos fatores externos (umidade é mais complicado). • Várias vias de administração: oral, vaginal, uso externo Cápsula – desvantagens • Não é fracionável (não pode ser partida). • Susceptível à umidade, podendo tornar-se amolecidas e quebradiças. • Limitações de uso: dificuldade de deglutição por pacientes idosos e crianças. • Uso de corantes* irritação gástrica. • Capsulas vegetais Capsulas especiais Gastro- resistentes São preparadas a partir de cápsulas duras ou moles com o invólucro GASTRO-RESISTENTE ou pelo preenchimento das cápsulas com grânulos ou substâncias cobertas com um revestimento gastroresistente. • Quando induz náuseas ou vômitos ao ser liberado do estômago. • Quando o fármaco é comprovadamente melhor absorvido no intestino Capsulas especiais Gastro- resistentes São preparadas a partir de cápsulas duras ou moles com o invólucro GASTRO-RESISTENTE ou pelo preenchimento das cápsulas com grânulos ou substâncias cobertas com um revestimento gastroresistente. • Quando induz náuseas ou vômitos ao ser liberado do estômago. • Quando o fármaco é comprovadamente melhor absorvido no intestino Controle de qualidade • 5.1.1 DETERMINAÇÃO DE PESO – CAP DURA • Permite verificar se as unidades de um mesmo lote apresentam uniformidade de peso ou homogeneidade no envase/produção ➢ Pesar 20 capsulas vazias e faça a média do peso unitário ➢ Pese, separadamente, 20 capsulas, produzidas (cheias). ➢ Subtraia: peso da cápsula cheia – peso da cápsula vazia. Encontre para cada uma, o peso do pó. ➢ Faça o peso médio. ➢ Calcule o desvio em relação a média Controle de qualidade • 5.1.1 DETERMINAÇÃO DE PESO – CAP MOLE • Cápsulas moles Proceder como descrito para Cápsulas duras. • Para determinar o peso médio do conteúdo, cortar as cápsulas previamente pesadas e lavá-las com éter etílico ou outro solvente adequado. • Deixar os invólucros expostos ao ar, em temperatura ambiente, até completa evaporação do solvente. • Pesar novamente. Controle de qualidade • 5.1.1 DETERMINAÇÃO DE PESO – Resultado Controle de qualidade • 5.1.1 DETERMINAÇÃO DE PESO – CAP DURA • Permite verificar se as unidades de um mesmo lote apresentam uniformidade de peso ou homogeneidade no envase/produção ➢ Pesar 20 capsulas vazias e faça a média do peso unitário ➢ Pese, separadamente, 20 capsulas, produzidas (cheias). ➢ Subtraia: peso da cápsula cheia – peso da cápsula vazia. Encontre para cada uma, o peso do pó. ➢ Faça o peso médio. ➢ Calcule o desvio em relação a média Controle de qualidade 5.1.4 TESTES DE DESINTEGRAÇÃO 5.1.4.1 TESTE DE DESINTEGRAÇÃO PARA COMPRIMIDOS E CÁPSULAS 5.1.5 TESTE DE DISSOLUÇÃO 5.1.6 UNIFORMIDADE DE DOSES UNITÁRIAS TRABALHO – LSITA DE EXERCICIOS Lista de exercícios disponibilizada no portal dia 22/10; Entrega da resolução na próxima aula 28/10