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abordagens da Administração

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SUMÁRIO 
1. ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS .................................................................2 
2.1 Abordagem Clássica ..........................................................................................2 
2.1.1 Teoria da Administração Científica..............................................................2 
2.1.2 Teoria Clássica ...............................................................................................3 
2.2 Abordagem Humanista ......................................................................................3 
2.2.1 Teoria das Relações Humanas ....................................................................3 
2.3 Abordagem Neoclássica....................................................................................4 
2.4 Abordagem estruturalista ..................................................................................4 
2.4.1 Teoria da Burocracia......................................................................................4 
2.4.2 Teoria Estruturalista .......................................................................................5 
2.5 Abordagem Sistêmica........................................................................................5 
2.5.1 Teoria de sistemas .........................................................................................5 
2.5.2 Teoria matemática..........................................................................................6 
2.6 Abordagem Contingencial .................................................................................6 
2.7 Novas abordagens da Administração .............................................................7 
2.8 Conceito de Gestão............................................................................................9 
Referências Bibliográficas...........................................................................................10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS 
 
Segundo Maximiano (1992) a organização é uma combinação de esforços individuais que tem por 
finalidade realizar propósitos coletivos. Historicamente, sempre existiram formas de administrar as 
organizações. 
 
As idéias e teorias de sobre administração receberam influências de filósofos como Sócrates, Platão 
e Aristóteles. Além disso, influenciaram o pensamento administrativo a organização da Igreja Católica 
e a organização militar. Contudo, o advento da Revolução industrial formou o contexto histórico, 
social, político e econômico que deram origem à teoria administrativa (Chiavenato, 2003). 
 
Assim, com o crescimento e o desenvolvimento das organizações surgiram problemas que foram 
resolvidos de diferentes formas de acordo com o momento histórico e cultural de cada época. Com 
isso foram sendo formuladas abordagens ou teorias administrativas que servem como base para os 
modelos gerenciais contemporâneos. 
 
Santos (2008) destaca que, no enfoque empresarial, o termo organização é empregado pela literatura 
em sentido amplo envolvendo tantos as organizações empresariais quanto as não empresariais. 
Enquanto as primeiras buscam a maximização do lucro para os detentores do capital (sócios ou 
acionistas) as organizações sem fins lucrativos, pertencendo ou não ao setor público, podem e 
devem definir objetivos para atingir sua missão e desenvolver estratégias para alcançá-lo. 
 
Diversos autores destacam que as abordagens administrativas dos sistemas produtivos podem ser 
utilizados em organizações que não visam o lucro e que possuem objetivos mais complexos como 
políticos, econômicos, sociais ou ambientais como hospitais e departamentos de governo. 
 
Para Silva (2004) ambas as organizações privadas ou públicas, enfrentam os mesmos problemas 
gerais de administração que são: eficiência e eficácia das suas operações; clareza de objetivos e 
intenções; projeto de estrutura organizacional adequada e realização de funções administrativas 
essenciais (planejamento, organização, direção e controle). 
 
Em uma empresa o desempenho financeiro constitui um fim em si mesmo enquanto na organização 
sem fins lucrativos constitui apenas um meio para se atingir seu propósito ou missão. Para isso faz-se 
necessária uma estratégia bem formulada e implementada. 
 
Assim, a análise sobre a evolução dos estudos sobre administração, é fundamental para o 
entendimento da evolução do processo gerencial nas organizações e, conseqüentemente, do 
conceito de gestão. 
 
2.1 Abordagem Clássica 
 
2.1.1 Teoria da Administração Científica 
 
A Administração científica foi fundada por Taylor (também chamada de taylorismo) constituindo-se 
uma tentativa de aumentar a eficiência da produção e reduzir custos. A busca da eficiência 
fundamentou-se na investigação científica do trabalho (estudos de tempos e movimentos) através da 
qual se estudava a melhor forma de realizar as tarefas. 
 
Segundo essa visão cabe a gerencia reunir os conhecimentos sobre o trabalho, antes propriedade do 
trabalhador, para então dividi-lo em partes mais simples (fragmentação das tarefas). Por outro lado, 
os trabalhadores devem ser selecionados e treinados exclusivamente para desempenhar atividades 
simples dentro dos padrões estabelecidos. 
 
A Administração científica como se explicitou, preconiza a divisão entre quem concebe e quem 
executa. Assim, os elementos de aplicação na produção são: padronização de máquinas e 
 
1 Notas de aulas - Planejamento e Gestão - Leila Queiroz setembro - 2010 
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ferramentas, métodos e rotinas para a execução de tarefas e prêmios de produção para incentivar a 
produtividade. 
 
Para Taylor a gerência deve seguir quatro princípios (Chiavenato, 2003): 
1. Planejamento: procedimentos científicos para o planejamento do método de trabalho; 
2. Preparo: seleção e treinamento de trabalhadores e disposição racional de máquinas e 
equipamentos; 
3. Controle: certificar que o executado está de acordo com o estabelecido; 
4. Execução: distribuir atribuições e responsabilidades. 
 
Confirmando esse pensamento, Faria (1985) ressalta que a gerencia baseada na teoria da 
Administração científica de Taylor cria o monopólio do conhecimento, por meio, do que controla cada 
uma das fases do processo de trabalho e os modos como o trabalho é executado. Isto é, cabe a 
gerencia reunir os conhecimentos sobre o trabalho, antes propriedade do trabalhador, para então 
dividi-lo em partes mais simples. 
 
Muitos outros autores e pesquisadores desenvolveram as idéias defendidas por Taylor em seus 
estudos e práticas administrativas. Porém, ressalta-se o principal seguidor, Henry Ford, que é visto 
como um dos responsáveis pelo salto qualitativo no desenvolvimento da atual organização 
empresarial. (Chiavenato, 2003). Ferreira et al. (2002) explicitam que Ford lançou alguns princípios 
que buscavam agilizar a produção, diminuindo seus custos e tempo de fabricação, são eles: 
integração vertical e horizontal, padronização e economicidade. 
 
2.1.2 Teoria Clássica 
 
A Teoria Clássica tem como ênfase a estrutura organizacional. Segundo os autores clássicos a 
adoção dos princípios gerais de administração – como divisão do trabalho, a especialização, a 
unidade de comando e amplitude de controle – permite uma organização formal da empresa capaz 
de proporcionar-lhe a máxima eficiência. 
 
Assim, as idéias básicas dessa teoria a respeito da organização são: divisão do trabalho; 
centralização das decisões; disciplina (normas e conduta de trabalho); poucos subordinados por 
gerentes (pequena amplitude de controle); impessoalidade nas decisões e busca de estruturas e 
sistemas perfeitos; defesa incondicional da estrutura hierárquica. 
 
É dele a clássica divisão das funções do administrador em planejar, organizar, coordenar, comandar 
e controlar (Chiavenato, 2003). 
 
2.2 Abordagem Humanista 
 
2.2.1 Teoria das Relações Humanas 
 
A Escola das Relações Humanas, elaborada entre 1924e 1932, veio como reação aos princípios das 
Teorias Científica e Clássica voltadas para as tarefas e as estruturas formais das organizações 
industriais (autoridade, responsabilidade, departamentalização e etc). Na abordagem humanística, a 
organização é um sistema social e, por isso, a ênfase é dada às necessidades sociais dos 
trabalhadores para o alcance de metas organizacionais (Silva, 2004). 
 
Elton Mayo constatou, após experiências na Fábrica da Hawthorne, que o aumento da produção 
estava vinculado diretamente às relações sociais de um grupo de operários que tinha objetivos 
comuns, claros e com sentido para o indivíduo e, conseqüentemente, para o grupo. Assim segundo 
Chiavenato (2003) as principais conclusões da experiência de Hawthorne são: 
 Nível de produção é resultado da integração social (cooperação); 
 Comportamento social dos empregados; 
 Relações humanas nas organizações; 
 Importância do conteúdo do cargo para o trabalhador. 
 
Essa teoria compreendia que era necessário levar em consideração os grupos informais que se 
constituem dentro da empresa, a motivação, ou seja, a satisfação do empregado no trabalho, as 
comunicações e as lideranças formais e informais dentro dos pequenos grupos. 
 3
 
A organização industrial passou então a ser vista como tendo a função econômica de produzir bens e 
serviços buscando satisfazer os objetivos externos (visão clássica) e a função social, de forma a 
proporcionar satisfação entre seus participantes (perspectiva de objetivos internos). 
 
2.3 Abordagem Neoclássica 
 
Segundo a Teoria Neoclássica ou do Processo Administrativo a organização existe para alcançar 
objetivos e produzir resultados por meio de uma operação eficiente. Assim, consideram os meios na 
busca da eficiência e enfatizam os fins e os resultados na busca da eficácia. 
 
As principais características da Teoria Neoclássica, segundo Chiavenato (2003) são: 
 Ênfase na prática da administração: desenvolvem conceitos de forma prática e utilizável, 
visando à ação administrativa; 
 Reafirmação dos conceitos postulados pelos clássicos 
 Ênfase nos princípios gerais de administração que estabelecem comportamento 
administrativo, ou seja, como planejar, organizar, dirigir e controlar. 
 Ênfase nos objetivos e nos resultados razão da existência das organizações. 
 Ecletismo: se utiliza de conceitos de outras teorias administrativas para redimensionamento 
dos conceitos clássicos. 
 
Os neoclássicos incrementam as funções administrativas básicas que formam o processo 
administrativo: 
 
 Planejamento: função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos a 
serem atingidos e como se deve fazer para alcançá-lo. 
 Organização: envolve divisão do trabalho, designação das atividades, agrupamento de 
atividades em órgãos e cargos, alocação de recursos e definição de autoridade e 
responsabilidade. 
 Direção: relaciona-se com maneira pela qual os objetivos devem ser alcançados por meio da 
atividade das pessoas que compõem a organização. Pode se dar em três níveis, global, 
departamental e operacional. 
 Controle: tem como finalidade assegurar que os resultados do que foi planejado, organizado 
e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente estabelecidos. 
 
Segundo Chiavenato (2003) as funções administrativas são amplamente aceitas, porém sem tantos 
princípios prescritivos e normativos as tornam invariáveis. E o processo administrativo é o 
fundamento da administração moderna. 
 
Um dos produtos dessa teoria é a Administração por objetivos. Enfatizam que para alcançar tais 
objetivos requer esforços de cooperação entre os indivíduos. 
 
2.4 Abordagem estruturalista 
 
2.4.1 Teoria da Burocracia 
 
A Teoria da Burocracia surgiu em 1906, com Max Weber, porém sua bibliografia sobre as grandes 
organizações da época denominada de Burocracia, só foi conhecida após tradução para a língua 
inglesa na década de 40. Vale ser lembrado que, na época a Europa enfrentava sérios distúrbios 
sociais, culminando com a Primeira Guerra Mundial e Max Weber desenvolve este conceito em 
oposição ao que ele chamava de sociedade carismática. 
 
O modelo de Weber detalha antecipadamente e nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser 
feitas. As principais características da burocracia são: 
 divisão de trabalho: o trabalho humano (tarefas simples) tornam os trabalhos intercambiáveis 
contribuindo para a eficiência organizacional; 
 hierarquia de autoridade: a estrutura hierárquica define por regras específicas privilégios e 
obrigações; 
 racionalidade na escolha de pessoas através de mérito e competência técnica; 
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 rotinas e procedimentos padronizados: regras e normas técnicas regulam o desempenho de 
cada cargo; 
 compromisso profissional dos participantes; 
 registros (normas e regulamentos) escritos que definem previamente como a organização 
burocrática deve funcionar; 
 impessoalidade em termos de cargos e funções. 
 
Merton apresenta as disfunções ou conseqüências não previstas causadas pelo modelo burocrático 
da organização (sistema fechado). Segundo Chiavenato (2003) essas disfunções ocorrem devido ao 
fato de que a burocracia não leva em conta a organização informal típica das organizações humanas 
não se atendo às existência de variabilidade entre as pessoas. 
 
Assim essa abordagem apresenta característica descritiva e explicativa deixando de lado a 
abordagem normativa e prescritiva (Chiavenato, 2003). Esta teoria desdobrou-se posteriormente na 
teoria estruturalista. 
2.4.2 Teoria Estruturalista 
 
O Estruturalismo (1950) propôs-se a resolver os conflitos existentes entre a Teoria Clássica, a Teoria 
das Relações Humanas e a Burocracia. Porém, ela é um desdobramento da Burocracia. A idéia 
básica era considerar a organização em todos os seus aspectos como uma só estrutura, fornecendo 
uma visão integrada da mesma: analisar as influências de aspectos externos sobre a organização, o 
impacto de seus próprios aspectos internos, as múltiplas relações que se estabelecem entre eles. 
 
Etzione foi um dos fundadores do Estruturalismo, que via a organização como um complexo de 
grupos sociais, cujos interesses podem ou não ser conflitantes. Minimizando esses conflitos, o 
trabalho pode se tornar mais suportável, embora não seja fonte de satisfação total do trabalhador. Ele 
defende que sua derivação mais imediata é da visão humanista (Ferreira et al., 2002). 
 
Os principais paradigmas organizacionais que tem caracterizado as organizações referem-se a seu 
caráter burocrático, a sua estrutura organizacional do tipo funcional e a forte divisão e fragmentação 
do trabalho com caráter permanente das tarefas. Estes velhos paradigmas funcionam como barreiras, 
isto é, impedem a mudança e a inovação (Chiavenato, 2003). 
 
Vergara e Carpilovsky (1998) afirmam que, “a burocracia, em busca de previsibilidade, rejeita ações 
que possam atentar contra o funcionamento rotineiro do sistema. Dessa forma, estimula uma postura 
conformista de seus funcionários, bem como, a burocracia tende a inibir a criatividade e a inovação”. 
 
Portanto, essa abordagem trata da discussão de processos, decisões e sistemas envolvidos na 
manufatura e operação de serviços e como planejam a produção e a controlam. 
 
2.5 Abordagem Sistêmica 
 
2.5.1 Teoria de sistemas 
 
A teoria de sistemas surgiu com os trabalhos do biólogo Ludwig Von Bertalanffy. Ele elaborou uma 
teoria interdisciplinar que se baseia na dependência recíproca de todas as disciplinas e necessidade 
de integração. Os ramos do conhecimento passaram a tratar seus objetos de estudo como sistema 
assim como a Administração. 
 
Um sistema pode ser visto uma combinação de coisas ou partes interdependentes, formando um todo 
organizado. Esse relacionamento recíproco define um arranjo que visa um objetivo ou uma finalidade. 
Assim, qualquer estímulo a uma unidade do sistema provoca mudança e alterações em todo o 
sistema. 
 
Além disso, uma importante propriedade é que o todo apresentacaracterísticas que não existe nos 
elementos isolados. O enfoque do todo e das partes e não de cada parte mudou a forma de ver a 
organização. Existem diversos modelos que explicam as organizações como sistemas abertos 
conforme apresenta Chiavenato (2003) dentre eles o Modelo Sóciotécnico de Tavistock. 
 
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Segundo o modelo sócio técnico a organização é um sistema aberto é uma combinação de 
subsistema técnico - tarefa, ambiente físico, equipamento e técnicas operacionais - com um 
subsistema social que compreende as pessoas e suas características físicas e psicológicas, as 
relações entre as pessoas e as exigências da organização formal e informal do trabalho. 
 
O enfoque principal é que toda organização se insere num meio ambiente onde se originam os 
recursos utilizados para o desenvolvimento da sua atividade (produção ou prestação de serviços) e 
para o qual se destinam os resultados do seu trabalho. O meio ambiente que envolve a organização é 
representado pelos elementos que influenciam diretamente o desempenho do sistema organizacional. 
 
Uma das idéias centrais da teoria de sistemas é do “homem funcional”, em que o indivíduo comporta-
se de acordo com o papel dentro da organização e se inter-relaciona com os demais. A organização é 
um sistema de papéis. 
 
Apesar de ser considerada abstrata e conceitual, a teoria de sistemas trouxe uma nova concepção 
para a Administração e acabou por integrar os conceitos dos clássicos, neoclássicos, estruturalistas e 
behavioristas (Chiavenato, 2003). A abordagem sistêmica é uma teoria geral que contempla todos os 
fenômenos organizacionais. 
 
2.5.2 Teoria matemática 
 
Essa abordagem origina-se na Segunda Guerra Mundial, época em que os administradores, para 
resolver os problemas militares, necessitavam de melhores ferramentas para a tomada de decisão 
voltada para o foco quantitativo ou de medição, nas técnicas e conceitos gerenciais. 
 
A tomada de decisão é o fundamento básico dessa teoria e é estudada sob duas perspectivas: do 
processo (solucionar a melhor alternativa) e do problema (emprego de métodos quantitativos para 
tornar o processo decisório mais racional). 
 
Assim, a teoria matemática aplicada à solução de problemas administrativos é conhecida como 
Pesquisa Operacional (PO), derivada da administração científica e refinada a partir dos métodos 
matemáticos e recursos computacionais. 
 
A maior aplicação da PO reside na Administração da Produção definida por Silva (2001) como o 
processo de projetar, operar e controlar um sistema produtivo, capaz de transformar recursos físicos 
e talento humano em bens e serviços necessários. 
 
Segundo Chiavenato (2003) a teoria matemática está se transformando em uma Administração de 
Operações. Daí surgiram os sistemas de produção Just-in-time, o movimento pela Qualidade Total, 
operações com tecnologia relacionada por computador (CAD – Computer Aided Designer, CAM - 
Computer Aided Manufacturing, MRP – Manufacturing Resoucers Planning). 
 
Com abordagem quantitativa surge a necessidade de medir o desempenho financeiro e não 
financeiro organizacional. Nesse contexto, desenvolveu-se ferramentas como o Six-Sigma e o 
Balanced Score Card - BSC. 
 
 
Uma crítica importante a essa abordagem é que nem todos os problemas ou situações podem ser 
reduzidos a problemas numéricos o que impossibilita a utilização da PO. Assim, é uma abordagem 
objetiva, quantitativa e reducionista (Chiavenato, 2003). 
 
2.6 Abordagem Contingencial 
 
Enfatiza que não há nada absoluto nas organizações ou na teoria administrativa; tudo é relativo. Esta 
teoria demonstra o princípio da equifinalidade dos sistemas, em que a organização é de natureza 
sistêmica, ela é um sistema aberto; as variáveis organizacionais apresentam um complexo inter-
relacionamento entre si e com o ambiente; a estrutura interna da organização representa um conjunto 
combinado de três pontos de confrontação: i) organização-ambiente, ii) grupo – para -grupo, iii) 
indivíduo – e - organização. A teoria da Contingência procura adaptar e desenvolver as organizações 
diante dos desafios e pressões do ambiente. 
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2.7 Novas abordagens da Administração 
 
Gestão participativa – gestão no setor público 
Enfoque das novas abordagens 
 
Modelo de gestão estratégica: Outra forma de gestão é a estratégica, que é voltada para a 
competitividade, numa dimensão global. Sobre essa questão, Ansoff (1977) afirma que uma empresa 
deve ter um campo de atuação bem definido e um sentido de orientação de crescimento. Essa 
necessidade não é atendida pelos objetivos da empresa isoladamente, sendo exigidas regras de 
decisão adicionais para que a empresa possa ter um crescimento ordenado e com lucros. Essas 
regras de decisão e diretrizes foram definidas em termos amplos como estratégia. 
 
Desse modo, o termo Gestão Estratégica refere-se ao processo de conduzir a organização ao 
cumprimento da sua missão através da gestão da sua relação com o ambiente e processos vitais da 
organização, considerando-se os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças (Seabra, 2008) 
 
Conforme Silveira (2000), a gestão estratégica acresce capacitação estratégica e lida com as 
mudanças rápidas do ambiente e da empresa, incorporando ao sistema de planejamento o sistema 
de ações e as aspirações das pessoas e terminando com um novo comportamento. As características 
principais desse modelo são: 
 
• planejamento flexível, o planejamento não é um fim em si mesmo e sim um meio para 
alcançar as metas da empresa; 
• coordenação de todos os recursos com o objetivo de dar ênfase à gestão por objetivos; 
• integração entre planejamento e controle, o estabelecimento de práticas de controle, capazes 
de proporcionar informações adequadas de feedback, faz parte do planejamento; 
• sistemas de apoio, enfocando motivação/compensação, desenvolvimento organizacional, 
informações e comunicação. 
• unidade estratégica de negócios, o desafio básico para a empresa moderna está na 
administração eficiente de um grande número de negócios sobre os quais ela exerce o 
domínio. 
 
Isso faz com que a organização seja dividida em várias unidades de negócio, que compartilham da 
mesma lógica estratégica. Portanto, uma empresa que busca incorporar a estratégia em sua 
empresa, deve conter essas características, com vistas à competitividade atual (Alves, 2002). 
 
Segundo Porter, (1999), a competitividade tornou-se uma das preocupações centrais do governo e da 
indústria de todos os países. Isso porque, devido à globalização, houve a necessidade de um novo 
paradigma para que as indústrias pudessem se manter no mercado. A gestão estratégica procura 
justamente colocar a empresa em posição de igualdade para competir com as concorrentes do setor 
. 
Um modelo básico de planejamento estratégico é composto de cinco estágios, conforme indicam 
Mintzberg, et al (2000): 
 
• a fixação de objetivos, 
• a auditoria externa, 
• a auditoria interna, 
• a avaliação das estratégias 
• e o da operacionalização das estratégias. 
 
Enfim, a gestão estratégica programa todo o processo de ação da empresa, visando alcançar os 
objetivos por meio de estratégias que envolvem a empresa como um todo. O modelo apresentado a 
seguir está conectado a uma das maiores exigências atuais, qual seja, a necessidade de 
conhecimento (Alves, 2002). 
 
Modelo de gestão do conhecimento: Um terceiro processo de gestão, que está sendo 
recentemente abordado na literatura, é a gestão do conhecimento, entendendo-o como fator crucial 
de produção. Várias empresas têm sido despertadas para essa nova forma de gestão. 
 
 7
Ruiz (1996) explica que conhecer e pensar colocam o universo a nosso alcance e lhe dão o sentido, 
finalidade e razão de ser. O Homem é ‘o ser verdadeiro, o olho que vê o mundo’. Vê e conhece, 
conhece o que vê e pensa no que viu e no que não viu, conhece e pensa, pensa e interpreta. além 
disso, investiga as causas. As empresas modernas passaram a entender e valorizar a capacidade de 
conhecer e de pensardos seus empregados, passando a aproveitá-la para o funcionamento dos seus 
negócios. 
 
Quanto aos gerentes, nesse tipo de gestão, têm papel de educadores, uma vez que deverão 
influenciar seus empregados a perseguir, com ele, os objetivos da empresa e nisso reside seu papel 
prioritário. Deve ter a capacidade fundamental de liderar e de trabalhar na ambigüidade e no caos. É 
ai que sua capacidade de educador serve como importante estratégia para diminuir a perplexidade e 
até a ansiedade do seu grupo (Alves, 2002). 
 
Neste sentido, Terra (2000) aponta para a promoção de atividades de informação, por meio de ações 
estruturadas no nível de excelência, com a finalidade de sensibilizar as pessoas. Essa é uma das 
ferramentas mais úteis para uma época de tantos desafios. Na realidade, ela forma um corpo de 
antídotos para que a pessoa, ao compreender a cumplicidade da mudança, possa tornar-se 
efetivamente um agente das modificações internas na organização. 
 
Nesse modelo, para ser gerente, a pessoa precisa ser detentora de três habilidades básicas: técnica, 
humana e conceitual. A habilidade técnica é a capacidade de aplicar conhecimentos para a execução 
da tarefa; a humana remete à capacidade para trabalhar com pessoas; a conceitual é a capacidade 
de compreender toda a organização, e agir de acordo com os objetivos da organização como um 
todo. 
 
Modelo de gerenciamento pelas diretrizes: Um outro modelo de gestão é chamado de 
gerenciamento pelas diretrizes. Campos (1996) explica que esse modelo compõe-se de uma 
atividade voltada para solucionar os problemas relativos aos temas prioritários da organização, 
buscando as causas que impossibilitam o alcance das diretrizes, medidas que consigam esse 
alcance e idéias para a melhoria dos processos já existentes e de novos processos. “É um sistema 
voltado para o alcance das metas na organização”. 
 
Nesse modelo, todos os empregados são envolvidos, dando-lhes a conhecer os temas estabelecidos 
para as soluções dos problemas, de tal forma que todos trabalhem para a consecução das diretrizes 
traçadas. Requer um plano de longo prazo, com metas concretas, planos de ação e um orçamento 
capaz de dar suporte aos projetos prioritários e suficientes para alcançar as metas. Esse modelo é 
orientado para uma transformação radical da empresa, envolvendo pessoas e estruturas, significando 
novas possibilidades e novas opções para a busca de resolução de problemas que impedem que a 
empresa atinja as suas metas (Alves, 2002). 
 
Em todos os modelos de gestão apresentados, observa-se que a função gerencial assume um 
significado mais substantivo. A gerência constitui-se em uma atividade básica, comprometida com os 
objetivos organizacionais e culturais da organização, mas, principalmente, deve ser capaz de 
envolver toda a equipe de trabalho para alcançar os objetivos da empresa (Alves, 2002). 
 
Modelo de gestão por processos: De forma simples Harrington (1993) define processo como uma 
ação que recebe uma entrada (input), transforma (agregando valor) e gera uma saída (output). Assim, 
para as empresas, os processos acontecem tanto nos produtos quanto nos serviços, desde o 
recebimento das matérias-primas pelos fornecedores até a entrega deste produto ou serviço ao 
cliente. Essa cadeia agrega valor a cada processo (ou sub-processo). As ditas gestões tradicionais 
focam as empresas numa visão funcional. Assim, as análises, planejamentos, propostas de 
mudanças, tem uma visão normalmente vertical, e, por conseguinte, parcial da cadeia de produção. 
 
A partir do final do século XX, diversas empresas começam a se organizar por processos, o que 
requer uma visão horizontal com as pessoas trabalhando não mais em uma função, mas em um 
processo voltado para o cliente. Existem responsáveis pelos processos e não pelos departamentos 
ou funções. (Hammer, 1998) 
 
 8
Este tipo de gestão faz com que a empresa seja gerenciada ao longo da cadeia de processos, com 
estes permeando cada departamento, seguindo o fluxo de agregação de valor. Este gerenciamento 
deve estar voltado para as atividades que agregam valor ao longo da cadeia (Anjos et al 2002). 
 
Para Hammer e Champy (1994), a gestão por processos é aplicada a uma organização que busca 
melhoria na cadeia dos processos. A ferramenta foi desenvolvida para atender as necessidades das 
partes interessadas, garantido alto desempenho das operações utilizando poucos recursos e tendo 
alto nível de acerto, que tem como maior enfoque o setor administrativo. 
 
Na departamentalização por processos, a organização se estrutura em unidades ao longo da 
seqüência de execução de seus principais processos. A organização se amolda ao processo 
organizacional que deve completar. O importante é desenvolver o processo da melhor maneira obter 
aumento da eficiência, qualidade e redução de custos. (Chiavenato, 2003) 
 
Segundo Barbará (2006) uma definição mais operacional para esse termo poderia ser: “Modelo de 
Gestão Organizacional” orientado para gerir as organizações com foco nos processos. Os processos 
muitas vezes podem burocratizar e engessar as organizações, mas é necessário que haja uma 
flexibilidade entre o que realmente é necessário padronizar, ou seja, criar padrões de processos e o 
que pode ser feito sem esses procedimentos, é necessário um bom senso. 
 
2.8 Conceito de Gestão 
 
Apesar de bastante utilizada na literatura, não há uma definição unânime para o termo gestão. Nota-
se em diversos trabalhos que gestão e administração são muitas vezes utilizados como sinônimos. 
 
Ferreira et al. (2002) afirma que ambas as palavras têm origem latina, gerere e administrare. Gerere 
significa conduzir, dirigir ou governar. Administrare tem aplicação específica no sentido de gerir um 
bem, dependendo dos interesses dos que o possuem. Administrar seria, portanto, a rigor, uma 
aplicação de gerir. 
 
Na língua francesa a confusão entre os termos administration (associado à administração pública) e 
gestion (é visto como a nossa administração de empresas) também existe, sendo complementada 
pelo uso do verbo manager, dispor com cuidado. Para a língua inglesa as palavras administration e 
management também são imprecisas, embora administration também denote atividades da 
administração pública (Ferreira et al. 2002). 
 
Na língua portuguesa, o termo gestão se aplica melhor à esfera empresarial. Na prática 
organizacional, todo individuo que desempenha uma função gerencial exerce as funções típicas do 
administrador, independentemente da sua formação técnica e profissional, em qualquer área de 
conhecimento (Ferreira et al. 2002). 
 
Chanlat (1995) entende gestão como sendo o conjunto de práticas administrativas colocadas em 
execução pela direção de uma empresa para atingir os objetivos fixados. Desta forma que são 
compreendidas: as condições de trabalho, a organização do trabalho, a natureza das relações 
hierárquicas, o tipo de estruturas organizacionais, os sistemas de avaliação e controle dos resultados, 
as políticas de gestão de pessoal, os objetivos, os valores e a filosofia da gestão que o inspiram. 
 
Silva (2004) apresenta ainda a diferença entre administração e gerenciamento. A administração 
determina objetivos e distribui metas para as diversas áreas da organização, ou seja, cria e 
estabelece políticas. O gerenciamento por outro lado relaciona-se com a condução e a execução das 
políticas determinadas pela administração. Assim, administração possui conceito mais amplo que 
gerenciamento. 
 
Chiavenato (2003) importante autor da área de administração explica que o conceito de 
administração se desenvolveu e tornou-se mais amplo ao longo dos anos passando a ser a 
interpretação dos objetivos da organização e transformação desses em ação organizacional por meio 
de planejamento, organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação 
e garantir o sucesso dos negócios. 
 
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Santos (2008) define gestão como sendo o processo integrado de consecução dos objetivos 
organizacionais atravésdas atividades de planejamento, organização, direção e controle cujos 
resultados podem e devem ser medidos por meio de indicadores genéricos de desempenho 
associados à eficiência e à eficácia. 
 
Dias (2002) apresenta que existe grande dificuldade em distinguir gestão e administração. Em seu 
trabalho, o autor analisa as obras de importantes autores da teoria administrativa e constata 
semelhanças e diferenças práticas entre os termos. A gestão envolve além das funções 
administrativas apresentadas por Fayol outras funções corporativas como técnica, contábil, comercial, 
financeira e segurança. Desse modo, a gestão incorpora a administração indo além de planejar, 
organizar, dirigir e controlar pessoas para atingir de forma eficiente e eficaz os objetivos da 
organização. 
 
Para Taylor, Fayol e Weber a administração era distinta do restante da empresa. A evolução das 
escolas administrativas agregou novos conhecimentos ampliando a visão mecanicista (sistema 
fechado) dos clássicos. Gestão é utilizar de todas as funções e conhecimentos para atingir de forma 
eficiente e eficaz os objetivos da organização (Dias, 2002). 
 
Sob enfoque dos sistemas produtivos, a gestão de produção e operações como também é chamada, 
é a atividade de gerenciamento de recursos escassos e processos que produzem e entregam bens e 
serviços visando a atender necessidades e ou desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes. 
(Correa, 2003). 
 
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