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FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO 2 1 TEORIA CLÁSSICA E ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA Os principais temas discutidos e estudos no final do século XX e início do século XXI foram: globalização, informação, conhecimento e mudança. Ou seja, cada vez mais a globalização vai unificando empresas, criando e fortalecendo blocos econômicos, realizando mudanças e buscas contínuas. Para lidar com tudo isso, a informação e o conhecimento serão, cada vez mais, instrumentos preciosos e necessários para gerenciar e administrar uma empresa. As principais mudanças que estão ocorrendo nas organizações são: • De estruturas hierárquicas (rígidas e lentas) para estruturas matriciais (flexíveis e ágeis); • De relações formais (chefe e subordinado da mesma área) para relações informacionais (chefes, subordinados de diferentes áreas); • De vínculo burocrático (carteira assinada) para vínculo empreendedor (autônomo); • Fazer o que foi mandado (obedecer sem questionar) para fazer o que for necessário (autonomia para fazer o que achar melhor); • Informação centralizada (na mão de poucas pessoas) para informação pulverizada (na mão de todas as pessoas interessadas); • Resultado da unidade (só pensa na sua área) para resultado da empresa (pensa em todas as áreas); • Venda em local físico (mais custos) para venda em local virtual (menos custos); • Antigos modelos mentais (pouca mudança) para novos modelos mentais (grandes mudanças); • 70% das mudanças serão pela tecnologia e 30% pelo mercado. Para uma empresa ter sucesso nesse tumultuado mundo de negócios, 5% dos recursos deverão ser realizados pelas máquinas, 15% pelos programas e softwares e 80% pelas pessoas, ou seja, cada vez mais o conhecimento de cada funcionário, será fator preponderante. 3 Motivo pelo qual, a importância de estudar, entender e aplicar os principais fundamentos das técnicas e ferramentas que as Teorias de Administração dispõem. Historicamente as empresas passaram pelas seguintes fases: • Artesanal (da Antiguidade até 1780): pequenas empresas com mão de obra intensiva e não qualificada; • Revolução Industrial (1780 até 1860): surgimento das grandes fábricas e introdução das máquinas no processo produtivo; • Desenvolvimento industrial (1860 até 1914): nesse período ocorreu substituição do vapor, que era a principal fonte de energia existente, pela eletricidade e derivados do petróleo; • Gigantismo mundial (1914 até 1945): organização e tecnologia avançada, empresas internacionais e multinacionais; • Fase moderna (1945 até 1980): novos materiais básicos (plásticos, alumínio, fibra sintética) e variedade enorme de empresas médias e pequenas; • Globalização (após 1980): revolução do computador, internet, ambiente mutável e complexo. Para tratar com tais fases as diversas Teorias de Administração foram estudadas e desenvolvidas com foco nas seguintes abordagens: • Tarefas: desenvolvida na Administração Científica, cujos principais autores foram Taylor e Fayol, buscando a racionalização do trabalho no nível operacional; • Estruturas: desenvolvida na Teoria Anatomista e Fisiologista, cujo principal representante foi Fayol, buscando a eficiência através dos órgãos. Tal foco foi também analisado pela Teoria da Burocracia, cujo principal representante foi Weber, introduzindo os conceitos de formalização, divisão de trabalho e impessoalidade; • Pessoas: desenvolvida nas Teorias de Relações Humanas e Comportamental, buscando o equilíbrio da organização através da motivação, liderança e do processo decisório; • Ambiente: desenvolvida nas Teorias de Sistemas, cujos principais representantes foram Bertalanffy, Wiener e Lawrence, que estudaram a organização na visão de um sistema aberto; 4 • Tecnologia: desenvolvida na Teoria Contingencial, cujos principais representantes foram Woodward, Thompson, e Perrow, procurando analisar as variáveis ambientais e suas influências nas técnicas administrativas. Algumas definições das Teorias de Administração: • Administração é utilizar corretamente os recursos envolvidos para alcançar os objetivos planejados; • Recursos: tudo que for necessário para produzir o produto/serviços da organização, tais como: pessoas, máquinas, matéria-prima, tempo, dinheiro, instalações, etc.; • Decisões: é saber utilizar corretamente as funções de planejar, organizar, executar/dirigir e controlar; • Objetivos: o resultado esperado pela organização; • Funções administrativas: que fazem parte do ciclo PODC planejamento, organização, execução e controle; • Teorias da Administração são conhecimentos devidamente organizados, produzidos e desenvolvidos pela experiência prática das empresas. Teoria Clássica O representante de maior vulto da Teoria Clássica da Administração, foi Henri Fayol. Principais tópicos abordados: • Ênfase na estrutura das organizações; • Ligação entre a estratégia e as premissas estabelecidas na teoria empresarial; • Necessidade de aprofundar os aspectos da gestão organizacional e de implantar e incentivar o uso da liderança. Funções básicas da empresa, segundo Henry Fayol: 1. Funções técnicas: destinadas a produção de bens e serviços da empresa. 2. Funções comerciais: relacionadas a compra e venda da empresa. 5 3. Funções financeiras: captação e gerenciamento de capitais. 4. Funções de segurança: responsáveis pelo cuidado e preservação dos bens patrimoniais e dos colaboradores. 5. Funções contábeis: registros, balanços, inventários, custos e estatísticas diversas. 6. Funções de administração: busca dar suporte para a integração das demais funções da organização. Conforme Chiavenato ( 2014): Fayol define o ato de administrar como: • Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação; • Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa; • Comandar: dirigir e orientar o pessoal; • Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços coletivos; • Controlar: verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas. Além disso, Fayol definiu quais eram os princípios gerais da Administração que toda empresa deveria adotar (CHIAVENATO, 2014): • Divisão do trabalho • Autoridade e Responsabilidade • Disciplina • Unidade de Comando • Unidade de Direção • Subordinação dos interesses individuais • Remuneração do Pessoal • Centralização • Cadeia Escalar • Ordem • Equidade • Estabilidade do Pessoal • Iniciativa • Espírito de Equipe (CHIAVENATO, 2014) 6 Funções da Administração: Planejamento • Planejar é definir, buscar os objetivos ou resultados que a empresa pretende alcançar; • É estabelecer, através de técnicas consagradas, mecanismos que possibilite a realização de objetivos planejados; • É interferir na realidade, para passar de uma situação conhecida a uma situação desejada, dentro de um intervalo definido de tempo, que poderá ser de curto, médio ou longo prazo; • Objetivos: São resultados que a empresa precisa alcançar em um determinado prazo estabelecido, para fortalecer sua Visão e buscar sua competitividade no ambiente atual e futuro. Passos do planejamento • O que? – saber exatamente o que se deseja – definir objetivos; • Por quê? – significa validar o o que se deseja fazer; • Como? – onde a empresa se encontra atualmente e onde pretendemos chegar; • Quando? – se não estabelecer um prazo, não será possível checar o desempenho da organização; • Quanto? – qual o volume de recursos necessários para alcançar os objetivos planejados; • Com que recursos? – de “onde” se vai retirar o montante, capital próprio, financiar. 7 Níveis de planejamento Fonte da imagem: https://goo.gl/TYkgue Organização • É o processo de estabelecer um conjunto de recursos em uma estrutura para possibilitar o alcance dos objetivos; • Ordenar as partes deum todo, segundo algum tipo de critério (de processo, de custo, de prazo); • É definir a estrutura organizacional da empresa que melhor irá atender os seus objetivos. Execução/Direção • Consiste em realizar atividades planejadas com liderança e motivação; • A natureza de cada atividade varia muito de empresa para empresa. Controle • O controle é importante ferramenta para assegurar à consecução e realização dos objetivos; • O processo de controle auxilia a empresa na tomada de decisões; • Deverá informar quais objetivos necessitam ser atingidos; • Informa como a empresa está em relação ao seu desempenho para alcançar os objetivos. 8 Ciclo PDCA Fonte da imagem: https://goo.gl/GNaaRN Funções administrativas Fonte da imagem: https://goo.gl/XfhC4n 9 Administração Científica Segundo Pavanelli (2012), “Frederick Taylor foi o criador, e participante mais destacado, do movimento da Administração Científica”. Também conforme a autora, “a Administração Científica é um sistema que economiza trabalho, produzindo mais em menos tempo”. De acordo com Chiavenato (2014), os princípios da Administração Científica, definidos por Taylor, foram: • Planejamento: desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho; • Preparo: Selecionar cientificamente, treinar e desenvolver o trabalhador; • Controle: controlar o desenvolvimento do trabalho para constatar se está sendo realizado conforme planejado; • Execução: distribuir as atribuições e responsabilidades para o trabalho ser o mais disciplinado possível. Segundo Chiavenato (2014): as bases de aplicação da Administração Científica são: • Estudo de tempo e definição de padrões de produção; • Supervisão funcional; • Padronização de ferramentas e instrumentos; • Planejamento das tarefas e dos cargos; • Princípio da execução; • Utilização da régua de cálculo e de instrumentos para economizar tempo; • Fichas de instruções de serviços; • Prêmios de produção pela execução eficiente das tarefas; • Definição da rotina de trabalho. A Administração Científica teve outros representantes além de Taylor: • Frank e Lilian Gilbreth: estudo dos movimentos e da fadiga humana; • Henry Gantt: gráfico Gantt; • Hugo Munstenberg: uso de testes psicológicos para seleção de empregado melhor qualificado; 10 • Henry Ford: implantou o sistema de produção em série na indústria automobilística; • Alfred Sloam: adotou a estratégia de um carro para cada tipo de cliente. O papel do administrador Vários estudiosos apontaram qual é o papel do administrador. Conheça alguns desses estudiosos a seguir: • Chester Barnard: analisou o processo decisório e o papel da autoridade; • Herbert Simon: se preocupou basicamente com o processo decisório; • Henry Mintzberg: procurou definir as características necessárias que um bom gerente deveria ter, tais como: ser empreendedor, saber controlar, ser líder, saber disseminar as informações, ser porta-voz da empresa etc.; • Rosemary Stewart: além de estudar o processo decisório, classificou a decisão em três estágios/esferas: esfera da decisão, esfera do desempenho e esfera das restrições; • Fred Luthans: estudou quais eram as principais funções gerenciais, principalmente no tocante à Comunicação, Relações Humanas e Relacionamento; • Andrew Grove: desenvolveu o conceito da alta performance, baseado no tripé: produção / trabalho em equipe / competência individual; • Edwards Deming: para ele, o gerente eficaz deveria buscar a satisfação do cliente; • Peter Drucker: analisou a importância de o gerente ter capacidade de decidir corretamente; • Mary Parker Follett: analisou a importância de o gerente proporcionar um bom clima organizacional, fortalecendo as relações humanas; • Igor Ansoff: definou que a principal função do gerente é planejar e executar estratégias; 11 • Alfred Sloan: definiu que o gerente deverá saber realizar a tomada de decisão compartilhada; • Robert L. Katz: para este autor, o gerente deverá saber lidar com as três principais habilidades: técnica, humana e conceitual. Administração no Brasil Segue abaixo um breve resumo histórico da Administração no Brasil: • 1881 – Criação da Wharton School – EUA; • 1931 – Fundação do Instituto da Organização Regional do Trabalho • 1938 – Criação do Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP; • 1945 – Criação dos Cursos de Ciências Contábeis e Ciências Econômicas; • 1946 – Fundação da Faculdade de Economia e Administração – USP; • 1952 – Criação da Escola Brasileira de Administração Pública – EBAPE/FGV; • 1954 – Criação da Escola de Administração de Empresas – FGV-EAESP; • 1960 – Fundação da Associação Brasileira de Técnicos em Administração – ABTA; • 1964 – Início da expansão dos cursos de Administração; • 1965 – Lei n. 4.769 regulamenta a profissão do administrador; • 1985 – Lei Federal n. 735 muda o nome de Técnico de Administração para Administrador. Cria os Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Administração. Qual deverá ser o papel atual do administrador brasileiro? • Definir e resolver os problemas estratégicos da empresa; • Elaborar estratégias; • Elaborar e dimensionar os recursos necessários; • Interagir com todas as áreas da empresa; • Definir as diretrizes necessárias para o negócio da empresa; • Auxiliar no desenvolvimento sustentável da organização; 12 • Ler e interpretar dados; • Ter espírito de equipe; • Saber lidar com pessoas; • Comunicar de forma eficiente; • Ter responsabilidade ética; • Ser criativo e inovador. Quais são as habilidades necessárias do administrador brasileiro? Fonte da imagem: https://goo.gl/qW2EF8 Quais são as características necessárias para o bom administrador? • Boa comunicação; • Saber controlar adversidades; • Ter foco; • Ser flexível; • Saber reduzir custos; • Saber compartilhar conhecimentos; • Ter autoconfiança. 13 Quais são os principais erros comuns na administração de empresas? • Ausência de planejamento; • Péssimo atendimento; • Centralização do poder na mão de poucos; • Conservadorismo; • Excesso de conflitos pessoais. Quais são os melhores hábitos comuns das empresas de sucesso? • Resiliência do empreendedor; • Vínculo firme com o cliente; • Planejamento a longo prazo; • Modelo de negócio com base na necessidade do cliente. Teoria da Burocracia O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) foi o criador da Sociologia da Burocracia. Segundo Maximiano (2018), Weber definiu que as organizações formais modernas devem se basear em leis que as pessoas, consequentemente, por serem racionais, acabam aceitando como válidas. As pessoas que interagem nas organizações modernas também, por serem racionais, aceitam que algumas pessoas sejam representadas pela autoridade da lei. A obediência é conseguida através das leis que formalmente são definidas. Toda sociedade, empresa ou grupo que se baseie em leis racionais é considerada uma burocracia. Na Teoria da Burocracia criada por Max Weber, as organizações burocráticas apresentam as seguintes características principais: formalidade, impessoalidade e 14 profissionalismo. Fonte: MAXIMIANO, 2015. Causas da origem da Burocracia: • Devido a fragilidade e a parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas, que não estudaram e analisaram as relações formais existentes na organização; • A busca de um novo modelo de organização racional, buscando contemplar todas as variáveis envolvidas, para melhorar o desempenho organizacional. Características da Burocracia: • Caráter legal das normas e regulamentos; • Caráter formal das comunicações; • Caráter racional e divisão do trabalho; • Impessoalidade nas relações; • Hierarquia da autoridade. Disfunções da Burocracia • Exagerado apego aos regulamentos; • Excessode formalismo e papelório; 15 • Resistência a mudanças; • Despersonalização dos relacionamentos; • Categorização como base do processo decisório; • Superconformidade às rotinas e procedimentos; • Exibição de sinais de autoridade; • Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: abordagens, perspectivas e normativas. Volume I. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2014. MAXIMIANO, Antonio C. Amaru. Introdução à teoria geral da administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2015. ______. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018. PAVANELLI, Giselle. Teorias da Administração. São Paulo: Unisa, 2012. PEARSON EDUCATION DO BRASIL. Gestão da Qualidade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO 16 2 TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS Origem A Experiência em Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores, foi o principal movimento que deu início a Teoria das Relações Humanas. O foco da Teoria das Relações Humanas foi de oposição à Teoria Clássica da Administração, pois tais Teorias não se preocuparam com o ser humano. Elton Mayo e a Teoria das Relações Humanas O desempenho das organizações depende da eficiência dos sistemas técnicos existentes e também do desempenho das pessoas. As organizações são sistemas cooperativos, pois dependem da integração das diversas áreas e dos colaboradores para realização dos seus objetivos. Para que haja cooperação entre as áreas e colaboradores, a organização precisa alcançar um equilíbrio entre os benefícios que oferece para seus colaboradores (inducements) em troca do esforço que o colaborador dá para a organização (contributions). Experimento de Hawthorne Experimento realizado pelo professor Elton Mayo de Harvard que revelou a importância do grupo sobre o desempenho dos indivíduos. Principais conclusões da Experiência de Hawthorne • Nível de produção: é resultante da integração social, quanto maior a integração maior a produtividade; • Comportamento social dos empregados: apoiam-se totalmente no grupo e não na empresa ou no chefe imediato; • Relações humanas: os indivíduos dentro da organização participam de grupos sociais que nem sempre pertencem à mesma área de trabalho; • Grupos informais: mantêm uma constante interação social, tornando-os fortes e unidos; 17 • A importância do conteúdo do cargo: quanto mais se sentir valorizado, maior é a motivação do funcionário; • Ênfase nos aspectos emocionais, contrariando os pressupostos da Administração Clássica e Científica. Principais diferenças da Teoria Clássica x Teoria das Relações Humanas Fonte: CHIAVENATO, 2014, p. 175. As principais críticas da Teoria das Relações Humanas foram: • A negação do conflito empresa-funcionário; • Restrição de poucas variáveis e limitando-se apenas à análise de fábricas; • Concepção utópica: visão idealizada de um funcionário sempre feliz e integrado ao ambiente de trabalho; • Ênfase excessiva nos grupos informais: existiu uma supervalorização no fator “Integração Grupal” com relação à produtividade; • Espionagem: a participação dos funcionários nas decisões acabou sendo desvirtuado, pois alguns se tornaram “espiões” da empresa; • A Teoria das Relações Humanas não trouxe novos critérios de gestão diferentes da Teoria Clássica e da Administração Científica. 18 Características da organização formal (aquela que se poder ver ou reconhecer): • Objetivos; • Tecnologia; • Estrutura; • Competência; • Equipamentos. Características da organização informal (aquela que não pode ser vista, só percebida): • Normas de conduta; • Grupos informais; • Cultura organizacional; • Sentimentos e clima organizacional; • Conflito e cooperação; • Poder e política; • Ética e valores. Motivação Motivação indica qual a origem ou quais motivos que fazem com que o ser humano tenha determinado comportamento. A motivação é única e individual, ou seja, cada um tem sua forma diferente de estar motivado. Propriedades da motivação: • Direção: tem que haver objetivo que leva ao comportamento; • Intensidade: magnitude ou amplitude da motivação; • Permanência: duração da motivação. Teorias da motivação • Teorias do processo: busca entender como funciona a motivação. Quais os motivos que determinam o comportamento; 19 • Teorias de Conteúdo: busca entender quais são os motivos específicos que fazem as pessoas agir para mover o seu comportamento. Teorias do Processo: • Teoria da Expectativa o Todas as pessoas se esforçam para alcançar resultados ou recompensas, que para elas são importantes; o O esforço depende única e exclusivamente do resultado que se quer alcançar; o Gerenciar a motivação é igual a um processo de gerenciar as recompensas ou expectativas. • Behaviorismo o É o estudo sobre o comportamento que se baseia em experiências realizadas em laboratórios com animais; o O organismo tende a repetir o comportamento para obter o mesmo resultado; o Nesse estudo, a recompensa é oferecida em troca do comportamento desejado. Teorias de Conteúdo: • Teoria das Necessidades o As pessoas são motivadas especialmente pelas necessidades humanas; o Quanto mais forte é a necessidade, mais intensa é a motivação; o As necessidades humanas se dividem em cinco grupos, denominadas de Pirâmide das Necessidades de Maslow: 20 Fonte da imagem: https://goo.gl/PFVfZF. • Teoria dos 2 Fatores Desenvolvida por Herzberg: Fonte da imagem: https://psicoesamc.wordpress.com/ Job enrichment Técnica utilizada para enriquecer um trabalho. As tarefas devem ser ampliadas, aumentando a variedade e reduzindo a monotonia. 21 Empowerment Técnica utilizada para descentralizar o poder dentro da organização. Além da ampliação das tarefas, o enriquecimento do trabalho, prevê a potencialização do trabalhador, por meio do aumento dos seus poderes de decisão. Qualidade de Vida no Trabalho – QVT • Baseia-se numa visão integral das pessoas: biopsicossocial; • A QVT entende que deva haver uma preocupação com a saúde, mas também uma preocupação com o completo bem-estar biológico, psicológico e social do ser humano. Liderança Segundo Silva (2008), “Liderança é o processo de dirigir e influenciar as atividades de grupos no sentido de alcançar os objetivos em uma dada situação”. Contexto da Liderança A liderança não significa apenas uma habilidade pessoal, que torna algumas pessoas mais capacitadas a influenciar outras. A liderança não deve ser enxergada apenas como habilidade pessoal, mas também como processo interpessoal. Características do Líder • As características individuais mais importantes da liderança são as habilidades que o líder possui e sua motivação; • Alguns líderes têm mais habilidades do que outros, enquanto alguns são mais motivados do que outros; • Outra característica importante do líder é a maneira como se relaciona com a equipe; • O papel do líder depende do equilíbrio entre diferentes papéis que ele exerce na organização. 22 Tipos de Liderança Fonte: Belluzzo, 2002 apud Pestana, 2003. Fonte da imagem: https://www.slideserve.com/dyani/rela-es-humanas 23 Tipos de Poder Os tipos de poder podem ser classificados da seguinte forma: • Poder legítimo: é a autoridade que um gerente/supervisor tem a partir do momento que é nomeado para a função; • Poder de recompensa: poder que um gerente/supervisor tem dedistribuir ou recompensas para seus subordinados; • Poder coercitivo: autoridade que um gerente/supervisor tem de punir seus subordinados; • Poder de especialista: autoridade que um gerente/supervisor tem com base na sua experiência e/ou habilidade que possui a respeito de determinado assunto; • Poder de referência: autoridade que um gerente/supervisor adquire e é proveniente do respeito e admiração que seus subordinados e outros colegas de trabalho conhecem e admiram. Habilidades da Liderança Fonte da imagem: https://fernandabalbina.wordpress.com/ 24 Referências CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: abordagens, perspectivas e normativas. Volume I. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2014. MAXIMIANO, Antonio C. Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018. PEARSON EDUCATION DO BRASIL. Gestão da Qualidade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. PESTANA, Maria Cláudia et al. Desafios da sociedade do conhecimento e gestão de pessoas em sistemas de informação. Ci. Inf., Brasília, v. 32, n. 2, p. 77-84, ago. 2003. Disponível em: <https://goo.gl/gWeHkU>. Acesso em: 21 fev. 2019. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO 25 3 TEORIA NEOCLÁSSICA Origem A Teoria Neoclássica é um retorno à origem da Teoria Clássica com atualização. Surgir a partir de 1954, sendo seu principal representante Peter Drucker. Também ficou conhecida como a Escola Operacional ou do Processo Administrativo. Características da Teoria Neoclássica: • Concentrou os estudos com base na experiência prática; • Reafirmação do clássico, porém flexível; • Ênfase nos princípios gerais; • Ênfase nos objetivos e resultados; • Mescla de conceitos. Aspectos que apresentam similaridades nas organizações: • Com relação aos objetivos: todas as organizações não coexistem sozinhas, pelo contrário, são meios, são entidades sociais que buscam a concretização de uma atividade social; • Com relação à administração: cada organização tem seus objetivos próprios, mas são bem semelhantes na administração de suas atividades; • Com relação ao desempenho individual: o desempenho depende da eficiência e eficácia dos seus colaboradores. São eles que executam, tomam as decisões e realizam os respectivos planejamentos. Eficiência • A eficiência de um sistema só é alcançada quando os recursos são utilizados corretamente; 26 • Para isso é necessário que as atividades ou tarefas sejam realizadas da maneira certa; • Significa realizar as atividades, com o menor uso de recursos possível. Eficácia • Relaciona-se com a maneira ou forma que os objetivos e resultados são alcançados; • Quanto maior for o grau de coincidência dos resultados em relação aos objetivos planejados, mais eficaz é a empresa; • Competência que um sistema, ou um processo, tem de resolver um problema. Produtividade • Podemos avaliar a eficiência de um sistema com base na sua produtividade; • A produtividade de um sistema pode ser definida como a maneira pela qual os recursos são utilizados para determinar os resultados alcançados; • Qualquer sistema ou processo tem um índice de produtividade. Tal índice pode ser verificado com base na contagem da quantidade produzida por uma unidade de recursos utilizada. Competitividade As empresas têm, na sua essência, natureza competitiva, principalmente no mercado globalizado em que vivemos atualmente. Elas têm que concorrer entre si para ganhar a preferência dos clientes e consumidores que, normalmente, são os mesmos. O sucesso de uma empresa tem como consequência imediata o fracasso de outra ou outras. A busca pelos fatores que podem influenciar o desempenho da organização em situações de mercados com muita concorrência pode levar à competitividade. Condições da competitividade • O que o cliente quer; • Fascinar o cliente; • Bens e serviços que representam valores; 27 • Integração de cliente internos e externos. Vantagem competitiva • É alcançada dependendo da maneira como a estratégia é definida e seguida pela organização; • Para obter a vantagem competitiva, a empresa precisa criar para os seus clientes algum valor no seu produto ou serviço que ultrapassa os custos de produção e que o cliente aceita e deseja. Qualidade Qualidade = bom ou bem feito. Definições da qualidade Excelência: • O melhor que se consegue fazer; • O ideal mais elevado; • Fazer bem feito da primeira vez; • Padrões superiores de desempenho. Especificações: • Características do produto/serviço; • Quantitativa: comprimento, peso, cor; • Qualitativa: higiene, atendimento, padrão. Conformidade com especificações: • Qualidade real, medida objetivamente; • Qualidade de conformação ou de aceitação. Adequação ao uso: • Qualidade do projeto; • Ausência de defeitos; 28 Dimensões da qualidade segundo David Garvin Fonte da imagem: https://slideplayer.com.br/slide/1771330/ Histórico da qualidade A ideia da qualidade é antiga, vem desde quando o homem surgiu na Terra. A história da qualidade pode ser dividida em quatro fases ou “eras”, conforme Silva (2008): Inspeção Preocupação fundamental: detecção Visão da qualidade: um problema a ser solucionado Ênfase: uniformidade de produto Métodos: aferição e mensuração A função dos profissionais da qualidade: inspeção, separação, contagem e avaliação Atribuição da responsabilidade pela qualidade: departamento de inspeção Orientação e abordagem: inspeciona a qualidade Controle Estatístico da Qualidade Preocupação fundamental: controle 29 Visão da qualidade: um problema a ser solucionado Ênfase: uniformidade de produto por meio de inspeção reduzida Métodos: ferramentas e técnicas estatísticas A função dos profissionais da qualidade: verificação de problemas e aplicação de métodos estatísticos Atribuição da responsabilidade pela qualidade: departamento de fabricação e engenharia Orientação e abordagem: controla a qualidade Garantia de Qualidade Preocupação fundamental: coordenação Visão da qualidade: um problema a ser solucionado, mas enfrentado proativamente Ênfase: toda a cadeia de produção, do design à comercialização, e a contribuição de todos os grupos funcionais, especialmente os projetistas, na prevenção de defeitos da qualidade Métodos: programas e sistemas A função dos profissionais de qualidade: mensuração da qualidade, planejamento da qualidade e elaboração do programa Atribuição da responsabilidade pela qualidade: todos os departamentos, embora a participação da administração de cúpula seja apenas periférica Orientação e abordagem: acumula a qualidade Gerenciamento estratégico da qualidade Preocupação fundamental: impacto estratégico Visão da qualidade: uma oportunidade competitiva Ênfase: necessidade do mercado e do consumidor Métodos: planejamento estratégico, definição de metas e mobilização da organização A função dos profissionais da qualidade: definição de metas, instrução e treinamento, consultas a outros departamentos e elaboração do programa Atribuição da responsabilidade pela qualidade: cada um dos indivíduos da organização, com a administração de cúpula exercendo forte liderança Orientação e abordagem: gerencia a qualidade 30 Princípios da Qualidade Total Fonte da imagem: https://goo.gl/DelYic Principais aspectos da Gestão da Qualidade Total • Foco no cliente; • Liderança; • Envolvimento das pessoas; • Abordagem por processos; • Melhoria contínua; • Gestão de relacionamentos; • Tomada de decisões baseadaem fatos. Qualidade Total – Utilizando o 5 S A ferramenta 5S é importante ferramenta para implantar a Gestão da Qualidade Total na empresa, criado por Kaoro Ishikawa. Seiri: consiste em separar o necessário do desnecessário, eliminando espaços ocupados indevidamente. 31 Seiton: consiste em colocar cada coisa em seu devido lugar, organizando o espaço da melhor forma possível. Seiso: consiste em limpar e cuida continuamente do ambiente de trabalho, tornando-o mais higiênico. Seiketsu: consiste em tornar saudável o ambiente de trabalho, eliminando tudo que possa comprometer a desordem e sujeira do ambiente. Shitsuke: elaborar normas e rotinas para que a aplicação dos conceitos sejam mantidos continuamente. Círculos de Controle de Qualidade É um canal de comunicação formal, estruturado de tal forma que grupos pequenos, com 5 a 7 componentes, desenvolvem voluntariamente trabalhos voltados à busca de melhorias e inovações, melhorando continuamente a qualidade. Jus-in-Time Fabricação do que é necessário, quando é necessário e na quantidade necessária. Busca eliminar toda e qualquer perda na busca da melhoria contínua da produtividade. Kanban Aplicação da gestão visual para controlar produção, estoques, processos e outros. O conceito básico é fabricar bens com a completa eliminação das funções desnecessárias. Tomada de Decisão É um processo onde o administrador, através do seu conhecimento, deve selecionar uma opção entre várias alternativas existentes. A tomada de decisão pode ser: Decisões programadas: aquelas já conhecidas, pois resolveram problemas que já foram enfrentados e se comportam da mesma maneira. Decisões não programadas: aquelas não conhecidas. São dificuldades ou problemas novos em que a organização precisa encontrar uma solução, pela primeira vez. 32 Ambiente na Tomada de Decisão Fonte da imagem: https://goo.gl/dyVzqE Estágios da Tomada de Decisão Para tomar uma decisão acertada é necessário utilizar os seguintes estágios: 1. Identificar e diagnosticar o problema. 2. Gerar soluções alternativas. 3. Avaliar as alternativas. 4. Escolher. 5. Implementar a decisão. 6. Avaliar a decisão. Principais Barreiras na Tomada de Decisões • Cultura organizacional; • Conflitos entre áreas/funcionários; • Resistência a mudanças. 33 Erros comuns nas Tomadas de Decisões: • Precipitação; • Falta de referências de controle; • Excesso de confiança no julgamento; • Agir sem sistematização. Ética no processo decisório • Utilitarismo: melhor para o maior número; • Direitos: decisões coerentes com os direitos e liberdades dos funcionários. • Justiça: maneira equitativa de distribuição de custos e benefícios. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: abordagens, perspectivas e normativas. Volume I. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2014. PEARSON EDUCATION DO BRASIL. Gestão da Qualidade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO 34 4 TEORIA CONTINGENCIAL E DE SISTEMAS Teoria de Sistemas As organizações normalmente são analisadas como sistemas abertos, que tem relacionamento com outros sistemas, com os quais trocam informações. Segundo Caravantes (2005), “Sistema é qualquer entidade, conceitual ou física, composta de partes inter-relacionadas, interatuantes ou interdependentes”. Na abordagem sistêmica, as organizações são vistas como sistemas sociotécnicos estruturados. Segundo Caravantes (2005), os componentes e características de um sistema são: • Insumos (entradas, inputs); • Processamento (trhoughput); • Saídas (produto, output); • Entropia: tendência que tem os organismos, quaisquer que sejam; no sentido da desagregação; • Homeostase: oposto da entropia; • Retroalimentação: realimentação, feedback; • Decomposição de um sistema em subsistema. Exemplos de sistemas: Sistema da qualidade Sistema sociotécnico Sistema de transporte e logística Sistema de informações Sistema social Sistema de eventos Sistema de governo 35 Segundo Caravantes (2005), “A Teoria Geral dos Sistemas foi formulada e desenvolvida pelo cientista alemão Ludwig von Bertalanffy e Kenneth Boulding”. Ideias básicas da Teoria de Sistemas INTERDEPENDÊNCIA DAS PARTES: todos são formados de partes interdependentes. TRATAMENTO COMPLEXO DA REALIDADE COMPLEXA: necessidade de aplicar vários enfoques para entender e lidar com uma realidade que se torna cada vez mais complexa. Os limites de um sistema dependem não do próprio sistema, mas do observador. Análise e planejamento de sistemas As organizações são sistemas formados por outros tipos de sistemas que se interligam em sistemas cada vez maiores e complexos. Sistemas de transportes: está relacionado com as fábricas de veículos, com as rodovias, com os postos de combustíveis e com os órgãos responsáveis pela fiscalização e licenciamento de veículos. Todos os sistemas apresentam falhas. Para analisar ou planejar sistemas, devemos considerar os seguintes elementos: OBJETIVOS: Busca entender quais são as principais funções do sistema, os indicadores necessários para avaliar a sua eficácia e, quais sistemas e usuários dependem dele. COMPONENTES: Quais são as partes, os elementos necessários, bem como a natureza, origem e nível de participação de cada um. PROCESSO: Quais atividades ou operações a empresa necessita realizar, para alcançar seus objetivos, bem como a forma e o tempo de cada uma. 36 ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE: Como garantir que o alcance dos objetivos seja realizado com base na eficiência dos sistemas; quais informações necessitam; como obtê-las e quais decisões necessitam ser realizadas. Teoria Contingencial ou Situacional Origens Segundo Caravantes (2005), os dois princípios básicos são: • Não há uma melhor maneira de organizar • Uma determinada forma de organizar não será igualmente eficaz em todas as situações. Pesquisa de Chandler Chandler estudou a experiência de 4 grandes empresas americanas: Du Pont, General Motors, Standard Oil Co. e Sears Roebuck & Co.; Realizou uma pesquisa sobre as mudanças estruturais relacionando-as com a estratégia de negócios; Constatou que, na história industrial dos últimos cem anos, a estrutura organizacional das grandes empresas americanas foi sendo gradativamente determinada pela sua estratégia mercadológica. Pesquisa de Burns e Stalker Tom Burns e G.M. Stalker pesquisaram 20 indústrias inglesas para verificar a relação entre as práticas administrativas e o ambiente externo dessas indústrias. Classificaram as empresas pesquisadas em dois tipos: organizações “mecanísticas” e “orgânicas”. 37 Características dos sistemas mecânicos e orgânicos Fonte da imagem: https://goo.gl/NpxZSC Influência dos ambientes As organizações constantemente são influenciadas pelo ambiente. O ambiente pode ser classificado em: • Ambiente tarefa: aquele que a empresa mais se relaciona diretamente (fornecedores, concorrentes, clientes e agentes reguladores); • Ambiente geral: aquele que a empresa não se relaciona diretamente, mas é influenciado por ele (variáveis políticas, variáveis legais, variáveis econômicas, variáveis tecnológicas, variáveis sociais, variáveis ecológicas e variáveis demográficas). Características da Abordagem Contingencial ou Situacional As principais características da Abordagem Contingencial ou Situacional são: • Modelo de motivação: expectativas, recompensas, relações entre expectativas e recompensas;• As variáveis que influenciam não dependem só da organização, mas também dos fatores ambientais. 38 De acordo com esta teoria, as variáveis mais importantes são: tamanho da organização, tecnologia e natureza do ambiente. Segundo a Teoria Contingencial não é possível determinar um tratamento padrão e único para todas as organizações. Há uma relação forte entre a atividade, a organização e o ambiente. É necessário entender e compreender os fatores externos: mercado onde atua, seus clientes, governo nacional e/ou internacional, seus principais concorrentes, a tecnologia etc. Premissas da Abordagem Contingencial ou Situacional As organizações adaptadas ao seu ambiente externo são as que apresentam melhor desempenho. A mudança ambiental é fator decisivo e determinante na organização e, consequentemente, do funcionamento das organizações. A dinâmica de relacionamento entre a empresa e seu ambiente é fator determinante na escolha e implementação da sua estrutura e modelo de gestão. O desenho apropriado da estrutura organizacional depende do contexto da organização (a estrutura organizacional é determinada pela força dos fatores ambientais contingenciais). Os elementos centrais do desenvolvimento organizacional (formalização, diferenciação, especialização, tamanho do componente administrativo, complexidade, centralização, descentralização) são determinados por aspectos do ambiente externo (contexto organizacional), tais como tamanho, tecnologia, mercado, concorrentes, clientes. 39 Referências CARAVANTES, Geraldo R.; PANNO, Claudia C.; KLOECKNER, Monica C. Administração: teorias e processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: abordagens, perspectivas e normativas. Volume I. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2014a. ______. Iniciação à Teoria Geral de Administração. 9. ed. Barueri, SP: Manole, 2014b. MOSSO, Mario Manhães. Teoria Geral e administração avançada: processo da administração, cenários, TGE- Teoria Geral Empresarial, administração factual. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2013. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional, 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO 40 5 TEORIAS AMBIENTAIS E SUSTENTÁVEIS Responsabilidade social A responsabilidade social pode ser entendida, quando uma organização, voluntariamente, pratica ações e comportamentos que busca promover e estimular o bem-estar dos seus públicos interno e externo. Um dos fundamentos da responsabilidade social tem como premissa de que as organizações sociais fazem parte da sociedade, utilizam os seus recursos e afetam a qualidade de vida da mesma, portanto precisa estar junto com ela. Modelos de responsabilidade social • Boas práticas: eliminar uso de copos descartáveis, eliminar/reduzir a obrigatoriedade de impressão, incentivar o consumo inteligente de água etc.; • Propiciar atividades recreativas para a comunidade; • Fazer doações a instituições sociais; • Promover ações de voluntariado; • Ser ética, fazendo o que é certo, justo, evitando danos; • Obedecer a Lei; • Ser lucrativo, para garantir o salário dos seus funcionários. Sustentabilidade O conceito de sustentabilidade aborda a maneira pela qual uma empresa ou sociedade, deve agir com a natureza. Tal conceito, pode ser aplicado desde uma pequena comunidade até todo o planeta. A sustentabilidade é alcançada através do Desenvolvimento Sustentável, ou seja, como podemos utilizar os recursos naturais ou não, sem pôr em risco as gerações futuras. A Sustentabilidade tem três focos básicos: • Social: refere-se como as pessoas vivem no tocante à educação, saúde, violência, lazer e outros aspectos. • Ambiental: refere-se aos recursos naturais existentes no planeta e a maneira como são utilizados quer pela sociedade, pelas comunidades ou por empresas. 41 • Econômico: Está relacionado com os diversos aspectos econômicos como a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços. Governança Corporativa Segundo Alencastro (2017), “A governança corporativa é o sistema e a estrutura de poder que regem os mecanismos através dos quais as companhias são dirigidas e controladas”. A governança corporativa analisa e estuda como uma empresa se relaciona com seus acionistas, stakeholders e o meio ambiente. Segundo Lodi, apud Alencastro (2017), a governança corporativa tem os seguintes princípios fundamentais: • Fairness: senso de justiça e de equidade; • Disclosure: transparência; • Accountability: responsabilidade pela prestação de contas; • Compliance: obediência às leis. Meio ambiente O meio ambiente são os diversos fatores físicos, biológicos e químicos que convive com os seres vivos, influenciando-os e sendo influenciado por eles. Alguns exemplos de como preservar o meio ambiente Evitar todo tipo de poluição nas águas dos rios, mares, oceanos e lagos; Utilizar o lixo reciclável; Utilizar meios de transporte alternativos; Consumo consciente dos recursos; Construir casas sustentáveis; Evitar desastres ecológicos; Reduzir a poluição; Utilizar fontes de energias reaproveitáveis ou renováveis. 42 Referências ALENCASTRO, Mário S.C. Governança, gestão responsável e ética nos negócios. Curitiba: Editora InterSaberes, 2017. CARAVANTES, Geraldo R.; PANNO, Claudia C.; KLOECKNER, Monica C. Administração: teorias e processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: abordagens, perspectivas e normativas. Volume I. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2014a. ______. Iniciação à Teoria Geral de Administração. 9. ed. Barueri, SP: Manole, 2014b. MOSSO, Mario Manhães. Teoria Geral e administração avançada: processo da administração, cenários, TGE- Teoria Geral Empresarial, administração factual. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2013. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional, 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO 43 6 ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA Cultura Organizacional • O estudo da cultura é importante para a administração das relações humanas, na tentativa de gerenciar os conflitos existentes nas organizações; • A cultura das organizações é formada por diversos elementos que foram criados e desenvolvidos pelos funcionários mais antigos e transmitidos aos que vieram depois; • Conceito: “Um sistema de valores compartilhado pelos membros que diferencia uma organização das demais. Esse sistema é, em última análise, um conjunto de características-chave que a organização valoriza” (ROBBINS, 2005). Componentes da cultura organizacional • A cultura de qualquer grupo social abrange os seguintes componentes principais: artefatos, tecnologia, costumes, linguagem e valores. ARTEFATOS • São os componentes mais visíveis de uma cultura organizacional: arquitetura, veículos, roupas, produtos que as pessoas usam, utilização do espaço, quantidade de recursos etc. TECNOLOGIA • Tecnologia é o repertório de conhecimentos utilizados pelas pessoas e organizações para resolver problemas. SÍMBOLOS • Compreendem comportamentos e objetos que carregam e transmitem mensagens e significados dentro de uma cultura organizacional. São elementos, como: cerimônias, rituais, imagens, hábitos e linguagem. 44 VALORES • Compreendem crenças, preconceitos, ideologia e todos os tipos de atitudes e julgamentos compartilhadospelos integrantes da organização, a respeito de qualquer elemento interno ou externo. Funções da cultura organizacional Define a maneira como os integrantes da organização devem se relacionar entre si e com o ambiente externo. Exemplos: • Critérios para avaliação de resultados e do desempenho dos indivíduos; • Modelos de recompensas e punições; • Tipo de comportamento em relação à autoridade. Tratamento formal ou informal; • Solidariedade ou individualismo. 45 Disfunções da cultura organizacional São motivadas pela ocorrência de desvios no comportamento dos colaboradores. Exemplos: • Resistência à necessidade de mudança interna; • Tendência de subestimar outros grupos; • Tendência de utilizar mais recursos para cuidar da própria organização do que no desempenho dela. Indicadores da cultura organizacional Serve para avaliar como é a cultura organizacional de uma empresa, através de indicadores tais como: • Distância do poder: como as pessoas enxergam a autoridade; • Linguagem: palavra escrita (confiança pessoal) ou palavra falada (valor à formalidade); • Relações humanas: individualismo ou coletivismo; • Atitudes em relação ao futuro: proativa (longo prazo) e reativa (curto prazo); • Propensão ao risco: orientadas para a certeza (acomodadas); • Orientadas para a incerteza (inovadoras). Aprendizagem organizacional • Todas as pessoas possuem competências que, se desenvolvidas, ajudam as próprias pessoas e as organizações onde trabalham; • As organizações têm como hábito, impedir o desenvolvimento das competências dos colaboradores; • Argyris foi o primeiro a apresentar a ideia de organização em constante processo de aprendizagem (learning organizations). 46 Segundo Maximiniano (2004), os principais autores foram: Cyert e March Para resolver os problemas procura a maneira mais fácil; Quando se tenta encontrar novas soluções, se estimula a aprendizagem; A realização do processo decisório proporciona a aprendizagem. Argyris e Schon As novas competências provocam modificações no comportamento e estimula a capacidade de resolver problemas; Para adquirir competências para solucionar problemas, é importante o comportamento participativo do gerente. Os dois conceitos de Argyres e Schon são: aprendizagem de circuito simples: esse tipo de aprendizagem não questiona os principais pressupostos do sistema ou processo (valores e modo de funcionamento). Não há aquisição de novas competências, portanto não há aprendizagem; aprendizagem de circuito duplo: esse tipo de aprendizagem estimula a percepção e exploração do ambiente e permite o acesso a novas informações. Institucionaliza a mudança. Questiona a reconfiguração do sistema. Aquisição de novas competências. Senge Para gerenciar mudança contínua, as organizações precisam estar em processo contínuo de aprendizagem; Algumas características das organizações criam dificuldade para o processo de aprendizagem. 47 Poder “Poder é a capacidade que A de influenciar o comportamento de B, de maneira que B aja de acordo com a vontade de A.” (ROBBINS, 2005) Política organizacional “Atividades que os gerentes realizam para aumentar seu poder e para utilizá-lo efetivamente a fim de atingir seus objetivos e superar resistência ou oposição.” (JONES; GARETH, 2008, p. 620) Estratégias políticas “Táticas que os gerentes utilizam para aumentar seu poder e para utilizá-lo efetivamente a fim de influenciar e obter apoio de outras pessoas enquanto superam resistência ou oposição.” (JONES; GARETH, 2008, p. 620) Poder organizacional Anteriormente o poder era quase único e estava localizado no cargo mais elevado da organização; Atualmente o poder está distribuído em várias áreas e diversos níveis, basta ter o domínio de algum recurso. Origens do poder Autoridade formal; Controle de recursos escassos; Domínio de etapas do processo decisório; e Domínio do conhecimento, informação e tecnologia. 48 Tipos de poder Poder de recompensa: aquisição da submissão das pessoas por meio de recompensas; Poder coercitivo: quando utiliza diversos tipos de punições ou pressões psicológicas, para ser obedecido; Poder legítimo: autoridade designada formalmente, através de normas, rotinas ou nomeações, para determinado gestor nas organizações; Poder de referência: quando se é reconhecido e aceito com base em alguma característica pessoal, aceita pelos demais integrantes. Ex.: filho do dono; sobrenome de figura importante; Poder de especialista: quando se é reconhecido pela sua capacidade e conhecimento especializado em um determinado assunto. Ex.: Carlos é o que mais entende de “excell” na empresa. Táticas de poder segundo Robbins (2005) Legitimidade: basear-se na autoridade da posição ou no fato de que a demanda está de acordo com as políticas e regras da organização; Persuasão racional: apresentar argumentos lógicos e evidências factuais com o objetivo de demonstrar que a demanda é razoável; Apelo inspirativo: desenvolver um comprometimento emocional por meio do apelo a valores, necessidades, esperanças e aspirações do alvo de influência; Consulta: aumentar a motivação e apoio do alvo, envolvendo-o na decisão de como o plano ou mudança será implementado; Troca: recompensar o alvo com benefícios ou favores em troca do atendimento da demanda; Apelos pessoais: pedir apoio com base em amizade ou lealdade; 49 Insinuação: usar bajulação, elogios e comportamento amigável antes de fazer o pedido; Pressão: usar avisos, repetição das solicitações ou ameaças; Coalizão: conseguir ajuda de outros para persuadir o alvo, ou obter apoio de outras pessoas na organização para isso. Mediação de conflitos “Conflito é um processo que tem início quando uma das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar, negativamente alguma coisa que a primeira acha importante.” (ROBBINS, 2005) Tipos de conflito Conflito de tarefa: está relacionado com o tipo de tarefa e com os objetivos que trabalha; Conflito de relacionamento: proveniente das relações interpessoais que ocorrem nas empresas; Conflito de processo: motivado devido à maneira como o trabalho é executado. Processo do conflito Possui cinco estágios: Oposição potencial ou incompatibilidade; Cognição ou personalização; Intenções; Comportamento; Consequências. 50 Negociação Para mediar um conflito é necessário haver negociação. Negociação é um modelo de processo onde duas ou mais pessoas trocam bens ou serviços e tentam estabelecer um acordo sobre as vantagens dessa troca. A negociação também pode ser denominada de barganha. Estratégias de barganha Barganha distributiva: quando busca a divisão de determinada quantidade fixa de recursos (solução perda-ganho); Barganha integrativa: quando busca um ou mais acordos que podem trazer ganhos para ambos os lados (solução ganha-ganha). Processo de Negociação O processo de negociação compreende cinco passos: Preparar e planejar; Estabelecer as principais regras básicas; Relacionar os esclarecimentos e justificativas; Propor a barganha e solução de problemas; Concluir e implementar. Desenvolvimento Organizacional – DO Desenvolvimento Organizacional é um processo sistemático, administrado e planejado de mudança de cultura, sistemas e comportamentos de uma organização, a fim de melhorar a eficácia na solução de problemas e no alcance dos objetivos organizacionais (SILVA, 2008). 51 Variáveis básicas do DO Meio ambiente: provocando constante turbulência sobre as organizações; Organização: cada uma contém suas características de dinamismo e flexibilidade; Grupo Social: depende da liderança e das relações interpessoais existentesem cada organização; Indivíduo: cada um tem suas necessidades, motivações e atitudes. Algumas aplicações do DO: Modificação da estratégia administrativa; Modificação das normas culturais da organização; Melhoria na organização intergrupal; Melhoria do planejamento e do estabelecimento de metas; Adaptação da organização a um novo ambiente; Solução de problemas de fusão e divisão de empresas. Características básicas do DO: Concentra-se na cultura e nos processos da organização; Enfoca basicamente os lados humano e social da organização; Participação no envolvimento e solução de problemas organizacionais; Busca a melhoria dos indivíduos e da organização. Estágios do DO Estágio conceitual; Estágio normativo. 52 Processo de Mudança, segundo Kurt Lewin Fonte de imagem: https://goo.gl/muNv6P Ética nas organizações A ética é um conceito crítico para a governança corporativa. É fundamental o fortalecimento da ética empresarial, buscando implementar códigos de ética e regras mais rígidas para a condução de negócios. “A ética nos negócios, ou ética empresarial, é comportamento da empresa entendida como lucrativa quando age de conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade.” (MOREIRA, 1999, p. 28) As empresas precisam estabelecer códigos de conduta, regulamentos, responsabilidade social, políticas, contratos e lideranças para desenvolver sua ética no contato com a sociedade. 53 Um código de ética deve contemplar: Atitudes diante de preceitos legais ou regulamentos da empresa; Limites para brindes, presentes e gratificações; Adulteração de registros contábeis; Atividades políticas; Sigilo quanto às informações privilegiadas; Conflito de interesses entre colaborador e empresa; Sonegação fiscal; Meio ambiente; Assédio moral e sexual; Uso de álcool ou de drogas ilícitas. Governança Corporativa “A governança corporativa é o sistema e a estrutura de poder que regem os mecanismos através dos quais as companhias são dirigidas e controladas.” (CADBURY, apud ANDRADE; ROSSETI, 2006, p. 139) 54 Fonte da imagem: https://goo.gl/gNnMWl A governança corporativa busca melhorar as relações entre os acionistas e a administração superior de uma empresa. Governança é o ato de governar, sendo que governar é administrar com autoridade. A governança corporativa tem como principal objetivo manter ou recuperar a confiabilidade de uma empresa e assegurá-la aos seus acionistas. Pilares da governança corporativa Fairness – senso de justiça e de equidade; Disclosure – transparência; Accountability – responsabilidade pela prestação de contas; Compliance – obediência às leis. 55 Administração por objetivos, eficiência e competitividade A Administração por Objetivos (APO) é um modelo de administração que coloca os objetivos da empresa em primeiro lugar. Ela surgiu em 1954 com o livro de Peter Drucker, relatando uma nova experiência da GM. A APO deslocou a atenção, antes nas atividades-meio, para os objetivos ou atividades- fim da empresa. A preocupação sobre o como administrar passou para sobre o porquê ou para que administrar. A eficácia passou a ser mais importante que a eficiência. Características da APO • Objetivos estabelecidos conjuntamente entre gerentes e subordinados; • Cada departamento ou setor dever ter seus objetivos; • Os objetivos interdepartamentais dever estar interligados; • Os planos operacionais devem ter controles eficientes; • Os planos devem ser avaliados continuamente; • Os gerentes/supervisores devem estimular o envolvimento dos seus funcionários. A APO reforçou os conceitos de eficiência, eficácia e competitividade. Tecnologia e Administração Gestão do Conhecimento: é o processo de planejamento e controle, feito pela alta administração em relação ao conhecimento, ou em relação as informações que já foram tratadas. Atividades importantes no dia a dia do executivo: 56 • Análise constante do ambiente; • Levantamento de informações; • Percepção de necessidades, através de sistemas de informações. O futuro das Teorias de Administração e das empresas Mudanças rápidas e inesperadas, impondo novas necessidades; Crescimento das organizações, tornando-as complexas e internacionais; Atividades novas exigindo rápida assimilação nas mudanças e competências diversas; Ambiente turbulento; Diferenciar suas atividades; Sugestão, persuasão; Metas ampliadas; Crescimento das organizações, aumentando o número de operações, diversificando o modelo de aplicação de recursos etc.; Concorrência mais forte: produtos com excelência, busca de novos clientes, novas modelos de tecnologias, etc.; Sofisticação da tecnologia: com o desenvolvimento tecnológico as empresas estão internacionalizando suas operações e atividades; A tecnologia introduzirá novos modelos de processos e novas ferramentas que causarão mudanças significativas sobre a estrutura e comportamento das empresas; Visibilidade maior das organizações: preocupação em ser reconhecida, podendo gerar uma imagem positiva ou negativa. 57 Temas emergentes • Administração Participativa; • Aprendizagem Organizacional; • Empreendedorismo e Liderança; • Benchmarking; • Empowerment; • Reengenharia; • Realidade Virtual. Os temas de aprendizagem organizacional, empowerment e liderança, já foram abordados em outros blocos. Administração participativa É uma filosofia ou doutrina que incentiva a participação dos colaboradores no processo de tomar decisões sobre o gerenciamento das empresas; A participação não é um hábito natural nos modelos tradicionais de administração. A alienação dos colaboradores não proporciona o desenvolvimento do potencial intelectual dos mesmos. Melhorando a decisão e o clima organizacional, a administração participativa auxilia no aprimoramento para que as organizações desenvolvam sua competitividade. Segundo Likert há dois modelos básicos de administração: Modelo diretivo (ou diretivo autoritário – sistema 1); 58 Modelo participativo (ou consultivo-participativo – sistema 4) Fonte da imagem: https://goo.gl/wnxopX Estratégias de participação • As estratégias da administração participativa com base no aprimoramento da informação podem ser de três tipos: informação, decisão e resultados. ESTRATÉGIA APRIMORAMENTO DA INFORMAÇÃO • Comunicação com clientes: implantação de sistemas de avaliação de produtos, processos e serviços; • Comunicação com funcionários: estimular programas de sugestões, realizar pesquisas de clima organizacional e reuniões com funcionários; • Administração visual: instalar painéis e cartazes nos locais de trabalho; • Redução da distância social: eliminar símbolos. 59 ESTRATÉGIA DE APRIMORAMENTO DA DECISÃO Decisões participativas: podem ser do tipo • Decisões independentes ou unilaterais: não precisam de discussão; • Decisões consultivas: discussão e participação das pessoas envolvidas; • Decisões delegadas: empowerment, não precisam ser aprovadas pela administração; • Equipes autogeridas: tem autonomia para tomar as decisões. ESTRATÉGIA DE APRIMORAMENTO DOS RESULTADOS • Participar do faturamento; • Participar dos incrementos nas receitas; • Participar dos resultados das reduções de custos ou ganhos de produtividade; • Comissões sobre vendas, resultados, atingimento de metas. Benchmarking • Benchmarking é um tipo de processo onde se busca comparar os modelos de produtos, serviços e práticas empresariais entre os mais fortes concorrentes ou nas empresas mais destacadas; • Benchmarking surgiu como uma necessidade de obter informações para aprender rapidamente, como corrigir um problema empresarial.Benchmarking é: • Um processo permanente; • Um processo de investigação que produz informações importantes; • Um processo de aprendizado através de comparação com os outros; 60 • Um trabalho intenso, que consume bastante tempo e que necessita ter disciplina; • Uma ferramenta viável para qualquer tipo de organização e pode ser aplicado em qualquer modelo de processo. Benchmarking não é: • Um evento único. • Uma investigação que fornece respostas simples, rápidas como uma receita de bolo. • Cópia, imitação. • Rápido e fácil. Realidade Virtual • Realidade Virtual (RV) pode ser definida como sendo a forma mais evoluída de interface do usuário de computador existente; • Realidade virtual é uma técnica avançada de interface, possibilitando que o usuário possa executar imersão, navegação e interação em um ambiente tridimensional gerado por computador, utilizando canais multissensoriais; • A organização virtual transmite e recebe informações entre locais distantes; • Banco virtual, loja virtual, universidade virtual etc.; • Programação de computadores da Motorola fica espalhada em diversos centros: Índia, Cingapura, Ásia e outros; • A loja virtual vende produtos feitos na fábrica virtual; • O vendedor virtual não precisa visitar clientes para entregar os pedidos. 61 Reengenharia • A reengenharia, criada pelos americanos Michael Hammer e James Champy, no início da década de 90, é um sistema estratégico buscando reestruturar a organização de uma empresa, eliminando costumes que se tornaram ultrapassados para substituí-los por novos processos, atividades ou até mesmo, novos serviços ou produtos. Etapas para elaboração de um processo de Reengenharia: • Identificar as necessidades do cliente, seus objetivos e processos; • Mapear, medir e conhecer o processo atual; • Analisar e propor alterações no processo existente; • Buscar, através do benchmarking, as melhores alternativas existentes; • Redesenhar o processo; • Implantar o novo processo; • Acompanhar e monitorar os resultados. Empreendedorismo • Empreendedor - imprendere (latim) – entrepreneur (francês): aquele que assume riscos e inicia algo inovador; • Cantillon, no seu livro “Ensaio sobre a natureza do comércio em geral”, de 1755, “identificou o empreendedor como alguém que assume riscos ao comprar serviços ou componentes por preço certo com a intenção de revendê- lo mais tarde a um preço incerto”. Características do empreendedor • Busca algo inovador; • Consegue combinar capital com trabalho; 62 • Projeta um novo produto/serviço; • Propõe nova maneira de fazer algo; • Cria novos mercados; • Consegue estabelecer ações transformadoras no ambiente existente. Comportamentos do empreendedor • Ter criatividade; • Estar disposto a assumir riscos; • Ter capacidade de implementar novos produtos/serviços; • Ser independente; • Ser otimista; • Ser perseverante. Tipos de empreendedores: • O empreendedor nato; • O empreendedor corporativo; • O empreendedor social; • O empreendedor por necessidade; • O empreendedor herdeiro; • O empreendedor normal (planejado). Análise SWOT Trata-se de importante ferramenta, necessária para o Planejamento Estratégico, para uma administração com visão empreendedora. 63 Consiste em extrair dados importantes do ambiente interno (forças e fraquezas) e do ambiente externo (ameaças e oportunidades), para uma empresa elaborar seu Planejamento Estratégico. Strenghs - Forças São todas as vantagens internas que a empresa tem em relação aos concorrentes. Exemplos: menor preço, qualidade do produto/serviço, qualidade do atendimento etc. Weaknesses - Fraquezas São as desvantagens internas que a empresa tem em relação aos seus concorrentes. Exemplos: custos elevados, marca fraca ou desconhecida, maquinário antigo, funcionários não qualificados etc. Opportunities - Oportunidades São todos os aspectos externos positivos que podem trazer uma vantagem competitiva para a empresa. Exemplos: falência de empresa concorrente, mudanças nos hábitos dos clientes, alteração na legislação etc. Threats - Ameaças São todos os aspectos externos que podem fazer a empresa perder sua vantagem competitiva. Exemplos: novos concorrentes, alteração na legislação, saída de funcionários competentes etc. 64 Referências CARAVANTES, Geraldo R.; PANNO, Claudia C.; KLOECKNER, Monica C. Administração: teorias e processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração: abordagens, perspectivas e normativas. Volume I. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2014a. ______. Iniciação à Teoria Geral de Administração. 9. ed. Barueri, SP: Manole, 2014b. MOSSO, Mario Manhães. Teoria Geral e administração avançada: processo da administração, cenários, TGE- Teoria Geral Empresarial, administração factual. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2013. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional, 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
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