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SUMÁRIO Copyright 2019 Futebol Interativo / Natal – RN © Autores Diogo Giacomini Eudes Pedro Jair Ventura Marcelo Vilhena Osmar Loss Bruno Pivetti Designer Editorial e Interação José Antonio Bezerra Junior Capa Marcus Arboés Para sua melhor interação clique em nossa navegação. TELA CHEIA SUMÁRIO Sumário` Capítulo 1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES Jogo de Futebol Fases do jogo e seus conceitos Inteligência Inteligência de Jogo no Futebol Considerações Finais Referências O Autor Capítulo 2 SISTEMAS E ESQUEMAS TÁTICOS Evolução e Sistemas Táticos Linha Temporal dos Sistemas Táticos Sistema WM Época da linha de quatro na defesa Sistema 1x4x4x2 Sistema 1-4-3-3 Holanda de 1974 Sistema 1-3-5-2 Itália e França em 2006, Sistema 1-4-4-1-1 Esquemas Táticos Métodos de jogo ofensivo Tática Individual, Grupo e Coletiva Treinadores Vencedores do Século XXI Dica de Livro Referências O Autor Capítulo 3 Estratégia: Um Galho da Árvore Tática Conceitos: Entendendo a Tática e a Estratégia aplicada Estratégia e seus fatores importantes para o êxito Competência Organização Defensiva Transição Defensiva Bola Parada Organização Ofensiva Construção e Criação Finalização Bola parada Análise de Desempenho Quantitativa e Qualitativa Analise Conhecimento da nossa equipe e do adversário - potencialidades e fragilidades; TELA CHEIA SUMÁRIO Origem dos Gols Competição Ambiente Considerações Finais Referências O Autor Capítulo 4 TOMADA DE DECISÃO DA AÇÃO TÁTICA: MENTE OU EMERGÊNCIA? COMPORTAMENTOS TÁTICOS INDIVIDUAIS OFENSIVOS Penetração Cobertura ofensiva Espaço Mobilidade Unidade ofensiva COMPORTAMENTOS TÁTICOS INDIVIDUAIS DEFENSIVOS Contenção Cobertura defensiva Equilíbrio defensivo Concentração Unidade defensiva REFERÊNCIAS O Autor Capítulo 5 OPERACIONALIZAÇÃO DA TÁTICA Introdução Abordagens metodológicas aplicadas no ensino, aprendizagem e treinamento da tática nos seus diferentes níveis Periodização tradicional x Periodização tática Modelação tática através de jogos reduzidos: uma abordagem sistêmica Referências O Autor Capítulo 6 ANÁLISE TÁTICA ANÁLISE TÁTICA OFENSIVA Saída de bola Construção e criação de jogadas Finalização do ataque Direção do passe Tipo do passe Sequência de troca de passes Velocidade de transmissão da bola Quantidade de jogadores que participam da circulação da bola ANÁLISE TÁTICA DEFENSIVA Marcação da saída de bola Proteção da baliza contra situações de finalização do adversário Tempo de recuperação da posse de bola Tipo de recuperação da posse de bola Localização da recuperação da posse de bola Quantidade de jogadores no entorno da bola Retorno defensivo Tipo de marcação REFERÊNCIAS O Autor TELA CHEIA SUMÁRIOSUMÁRIO 1HIERARQUIA DA TÁTICAEMILIO SIMPLÍCIO TELA CHEIATELA CHEIA 6 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO 6 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Conceitos e Definições O futebol desde sua origem ultrapassa várias evoluções e revoluções, e os campeo- natos mundiais acabam por indicar tendências após cada evento. Ao fazer uma triologia entre as copas do mundo de futebol, observamos em um primeiro momento, um futebol mais voltado para o componente técnico do jogo, em que os atletas tinham mais espaços para executar seus movimentos finais. Com o passar dos anos, mais precisamente na copa do mundo de 1966 na Inglaterra veio o desenvolvimento da capacidade física, onde a necessidade de o atleta deveria suportar o jogo utilizando todo o seu acervo de capacidades aeróbias e anaeróbias ten- do influencia dos esportes individuais, como o atletismo que serviu de base física para os esporte s coletivos, tendo a antiga união soviética como percursora desse momento. O corpo dos atletas a evolução do futebol Chegamos a evolução tática do jogo com a seleção brasileira de 1970 - tricampeã na copa do México - jogando com várias alternâncias de sistema (1-4-3-3) base para o (1-4-2- 4) e até (1-3-4-3). Ademais, os atletas atuavam em diferentes posições/funções. Como no exemplo de Tostão, que era atacante quando a equipe detinha a posse de bola, e meio- -campista quando sem a bola. Pensando nos conceitos e evoluções da Tática, seria esse futebolista que além de combinar ações técnicas do jogo, deveria suportar as exigências físicas e tomar decisões, ocupar espaços de maneira correta, sejam elas defensivas ou ofensivas. Psicológico para concentração na ação Técnica do Chute Físico para controlar o movimento Figura 1 – Ações do Atleta Cristiano Ronaldo na execução do movimento em jogo das eliminatórias da Eurocopa Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIATELA CHEIA 7 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Frade (2003) discute a componente tática “que não é física, técnica nem psicológica”, mas precisa de todas essas ações para se manifestar. Assim entendemos que o atleta necessita estar preparado em todas essas dimensões do jogo para executar seus movi- mentos táticos de defesa e ataque, sejam eles individual ou coletivo. Segundo Greco (2000), Tática é uma capacidade senso-cognitiva que se baseia em processos psicofisiológicos, ou seja, captação e transmissão das informações providas pelo meio, interpretação destas, elaboração de respostas tendo como base conhecimen- tos pré-adquiridos e execução da resposta mais adequada encontrada. A tática também indica aos jogadores as formas de organização, preparação e finalização das ações de ataque e defesa (Antón, 1998). Jogo de Futebol Primeiro conceituamos o que é jogo, que necessita de uma intenção (objetivo), adver- sário, momentos de ataque e defesa, possuir regras e espaços definidos. O jogo de futebol necessita de inúmeras situações de tomadas de decisão e situações-problemas por ser complexo e ter a imprevisibilidade como característica determinante (GARGANTA, 1997). Mas será que temos formado o jovem atleta e treinado o atleta adulto para tais com- plexidades do jogo? Ou treinamos apenas para ele saltar mais, chegar primeiro, acertar o passe para o companheiro de equipe, mas quando saltar eu faço o quê? Chegar primeiro para o quê? Passar certo, mas com qual objetivo de posse de bola ou de verticalização? Essas são perguntas que os atletas fazem e pensam a todo o momento quando estão no treinamento e no jogo. Portanto, devemos pensar mais na construção do jogo de futebol, e consequentemente na sua preparação, considerando todas as suas fases e a Tática como norte nesse processo, tendo as componentes físicas, técnicas e psicológicas como acervo para resolução dos problemas. O jogo não é desmontado nem técnica nem taticamente. A abordagem é feita de uma forma global em que a tática visa permitir e lidar com os problemas que o jogo levanta. A técnica surge como instrumento de operacionalização das respostas, logo é necessário que o individuo pense o jogo utilizando seu acervo tático (pensamento) e técnico (execução), como identificado na figura abaixo. TELA CHEIA 8 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 2 – Integração entre as componentes técnicas e táticas para desenvolvimento no jogo. Jogador – Objeto; Jogador – Objeto – Alvo; Jogador – Objeto - Adversário; Jogador – Objeto – Colega - Adversário; Jogador – Objeto – Colegas - Adversário; Jogador – Objeto – Equipe – Adversário. Figura 3 – Aspectos para o desenvolvimento da tática no indivíduo. A figura acima nos mostra elementos importantes para o desenvolvimento tático do atleta, e se faz necessário que o desenvolvimento do jogo considere uma progressão de atividades - gerais para especificas - como no modelo proposto, onde é contextualizado a aprendizagem da tática, passando por todas as fases e relações que o individuo precisa ter para aprendizagem da tática. Assim o componente jogo se desenvolve através de várias facetas, considerando sem- pre o aspecto cognitivo do indivíduo. Obviamente que ao lidar com o atleta profissional, considera-se que ele tenha o entendimento por completo desse jogo e a tática escolhida pela comissão técnica seja bemabsolvida, mas para isso, existem fases, que se bem de- senvolvidas fazem com que o indivíduo conheça o conteúdo tático. Fases do jogo e seus conceitos: Jogo Anárquico: dificuldades para compreender o jogo, função da bola, comu- nicação verbal; TELA CHEIA 9 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Descentralização: já compreende melhor o jogo, mas ainda pela comunicação verbal; Estruturação: conhece as funções do jogo e executa comunicações não-verbais; Elaborada: estratégias da equipe. Estruturação do Espaço: ocupação e criação de forma equilibrada; Comunicação e Ação: funções combinadas em respostas às situações do jogo; Relação com a bola: aspectos motor, cognitivos de forma integrada e relacional. Todo jogo desportivo coletivo com bola passa por todas essas fases do jogo, sendo importante o desenvolvimento de cada uma delas, respeitando o nível cognitivo de cada atleta. Para a iniciação na tática iremos considerar (jogo anárquico, descentralização e estruturação) o momento de especialização. Vamos considerar as fases elaboradas e de estruturação do espaço e na fase de alto nível, em que o indivíduo já conhece o jogo profundamente. Ele já está na comunicação e ação e nas relações com a bola. Objeto Colega Adversário Ambiente Acertar o alvo; transportar a bola para o objetivo. Tirar vantagem tática no jogo; Jogo coletivo. Reconhecer espaços; Superar o adversário. Oferecer-se e Orientar-se. Figura 4 – Elementos para desenvolvimento da Tática As referências para pensar no componente tático do jogo então seriam as descritas na figura (acima). Assim, toda vez que formos pensar na preparação tática do jogo, devemos ter bases para que esse indivíduo tenha a aprendizagem da considerando sua progressão em um contexto simples para um mais complexo. Todo jogo deve ter conteúdo e objetivo, o atleta deve ser desafiado para sair das situações-problemas e o contexto inserido deve simular ao que ele encontrará nas competições. O componente tático está no centro para o desenvolvimento do jogo, onde o indivi- duo terá ações de escolhas (tomadas de decisões). O jogo do futebol se divide em quatro momentos, sendo eles: ofensivo; defensivo; Transições Ofensivas e Defensivas. Momento Ofensivo: Onde a minha equipe está com a posse de bola e tentará fazer os movimentos para chegar no alvo, sejam elas através. TELA CHEIA 10 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Barcelona 22 toques Momento Defensivo: Onde a minha equipe está sem a posse de bola e tentará através dos movimentos do adversário com e sem boa, defender o alvo para re- cuperar a posse da bola. Organização defensiva sob ótica da linha defensiva com 4 jogadores (Atlético de Madrid) Transição Ofensiva: Fase em que recupero a bola e estou passando do momento defensivo para o momento ofensivo. Hoffenheim transição ofensiva Transição Defensiva: Momento do jogo em que estou perdendo a posse de bola saindo da fase ofensiva para a fase defensiva. Hoffenheim transição defensiva Inteligência A definição de inteligência pode variar a partir de qual abordagem estiver sendo estu- dada e qual seu objetivo. Lemos (2007), apresenta as seguintes abordagens (I- Psicomé- trica, Diferencial e Factoralista; II- Desenvolvimentista; III- Neurobiológica e IV- Cognitiva). A abordagem discutida nesse estudo será a Cognitiva, baseado nos conceitos de Gardner (1995) a qual apresenta relações com as inteligências múltiplas (Lógico-Matemática, Lin- guística, Musical, Espacial, Corporal – Cinéstesica e Intrapessoal). A inteligência “lógico-matemática” corresponde à solução de problemas envolvendo cálculos com números, as ciências da engenharia, física, matemática se utiliza bastante dessa inteligência, a inteligência “linguística” seria a habilidade de falar, se manifestar, escrever. Por exemplo, os advogados, poetas, professores, se utilizam muito dessa inteli- gência a inteligência “musical” significa a demonstração de executar sons naturais além de habilidades em manusear instrumentos. Essa inteligência é percebida nos músicos de forma geral. A inteligência “espacial” é identificada como um entendimento da capa- cidade de compreender e situar-se no mundo visual. Veja ao vídeo clicando aqui Veja ao vídeo clicando aqui Veja ao vídeo clicando aqui Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIA 11 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Neurocientista - Cérebro De Grandes Atletas Como Pelé & Michael Jordan A inteligência “corporal-cinestésica” está relacionada com a solução de problemas executados com o corpo. Atletas esportivos de forma geral se utilizam dessa inteligência. A “intrapessoal” corresponde à sensação de estar bem consigo mesmo, e de se autoco- nhecer. Sendo assim um individuo pode saber matemática e outro não, e nem por isso ser mais ou menos inteligente que o outro. Um exemplo disso seria tocar algum instrumento musical. Quem sabe tocar algum instrumento musical não significa ser mais inteligente do que outra pessoa, sendo as inteligências múltiplas descritas por Gardner (1994) con- dicionantes na resolução de situação-problema, com combinações ou não. No esporte, de forma geral, os tipos de inteligência de acordo com a classificação de Gardner (1995) que estariam mais evidentes seriam a “corporal-cinestésica” pelo domínio do corpo que o atleta deve ter para executar o melhor gesto na ação técnica e a “espacial”, na busca pelo reconhecimento do espaço associada a inteligência “corporal-cinestésica”. A inteligência se apresenta de forma racional e emocional, em que o equilíbrio entre a razão e a emoção é necessário para que se aumente o desempenho cognitivo. Desmisti- ficando, então, a ideia que a razão tem que sobrepor à emoção, no esporte. Na tomada de decisão, a razão e a emoção deve interagir de forma equilibrada com o objetivo que uma complemente a outra, sem que a razão seja superior à emoção ou que a emoção defina sobre a razão (LAPA, 2009). Inteligência de Jogo no Futebol O atleta de futebol que participa de um jogo completo de 90 minutos –somando-se todas as suas ações - terá participado do jogo entre dois e três minutos de posse da bola (GARGANTA, 2002). Com a diminuição no espaço do jogo (compactação – aproximação entre os setores de defesa, meio e ataque) e o jogo sendo disputado entre 35 e 40 metros do campo de futebol, para que o jogador pense na melhor ação para executar. A inteli- gência somada com as decisões tomadas de acordo com o problema apresentado seria a inteligência de jogo no futebol. O desenvolvimento motor e cognitivo será influenciado através do contato que o in- divíduo realiza com a bola (HERBST, 1999). O atleta a todo instante no jogo estará pro- cessando informações e tomando decisões para melhor escolha no jogo, seja uma ação defensiva ou ofensiva. Esses estímulos cognitivos associados ao desempenho motor es- tarão determinando a execução do atleta e o resultado do jogo (ELLIOT; MESTER, 2000). A equipe deve ser preparada para os momentos de defesa, ataque e bola parada. O atleta previamente tem que se colocar em estado de jogo e saber quais ações a equipe foi trei- nada para executar. Por exemplo, em qual zona do campo inicia a marcação (linha 1, linha Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIA 12 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO 2 ou linha 3) e em qual momento do jogo executo a marcação na determinada linha, a construção da equipe vai depender da individualidade de cada um somadas ao coletivo. Dessa forma, a inteligência de jogo seria através da situação-problema apresenta- da, a resolução sendo tomada através de todas as suas características, físicas, técnicas, táticas e psicológicas. Lapa (2009) entende que a inteligência de jogo é manifestada in- dividualmente e colocada a serviço da equipe para um melhor entendimento do jogo, corroborando com Fonseca (2006) que afirma que a inteligência individual se consolida na coletiva. Assim o ato de compreender a situação-problema imposta do jogo, resolvida com o ato cognitivo seriaidentificado como inteligência de jogo, Lapa (2009). Garganta (2006) entende que o jogo é imprevisível e por esse motivo sempre irão existir situações-problemas onde o individuo deve responder em fração de segundo uma resposta que necessariamente deva compreender ao jogo coletivo proposto pela sua equipe. Assim é no treinamento que o atleta deve se colocar no ambiente do jogo para que seja estimulado a inúmeros problemas relacionados ao jogo. E na metodologia de treinamento é onde iremos desafiar os futebolistas a desenvolverem a inteligência de jogo, Lapa (2009) defende que na formação dos jovens atletas exista uma prioridade, o desenvolvimento da inteligência de jogo. Situação - Problema Ato Cognitivo Inteligência de Jogo+ = Figura 5 – Relação sobre a Inteligência de Jogo no Futebol O cérebro de um jogador de futebol profissional Organização hierárquica da tática – Todo e Partes Abordar a tática sob uma perspectiva hierárquica é também compreender a comple- xidade desse componente do jogo a partir de uma perspectiva multiníveis (CORRÊA et al., 2012). Os níveis são subsistemas que compõem um sistema. Dentro desta perspec- tiva, estes níveis podem ser classificados como: tática coletiva, tática setorial, tática de grupo e tática individual. Todo nível apresenta todo e partes, em que o todo representa a consistência e as partes a variabilidade do nível. Desta forma, no nível 1, a tática individual é parte da tática de grupo. Já no nível 2 a tático de grupo se torna parte da tática setorial. Por fim, a tática setorial se torna parte da tática coletiva. A tática individual consiste nos comportamentos táticos e técnicos que podem ser realizados pelos jogadores a fim de gerar estabilidade na organização funcional da equipe Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIA 13 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO (COSTA et al., 2009) (figura 6). Já a tática de grupo consiste na interação entre os jogadores que se encontram mais próximos no campo de jogo (figura 7). A tática setorial consiste na tática de determinado setor para resolver um problema do jogo (figura 8). Por fim, a tática coletiva são princípios de jogo realizados pelas equipes a fim de alcançar a meta do jogo com eficiência e que envolve todos os jogadores (jogar em profundidade e em amplitude, por exemplo) (figura 9) (ARAÚJO e DAVIDS, 2016; REIS e ALMEIDA, 2019). Figura 5 – Hierarquia da tática. Figura 6 – Exemplo de comportamentos táticos individuais: o jogador número 5 da equipe branca realiza a penetração, o jogador número 8 a cobertura ofensiva e o jogador número 7 da equipe preta a contenção. TELA CHEIA 14 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 7 – Tática de grupo: jogadores de diferentes setores interagem entre si a fim de contribuir na saída de bola da equipe. Figura 8 – Tática setorial: os jogadores dos setores defensivo e de meio de campo da equipe preta (destacados de vermelho) realizam movimentações parecidas a fim de cumprir os comportamentos táticos inerentes a cada setor em busca da recuperação da posse de bola. Considerações Finais Então a tática como hierarquia no jogo de futebol, seria pensar nela como a base, o norte do processo, a partir dessa componente definirá o modelo de jogo, e tentaremos extrair todo o potencial individual e coletivo. Faz-se necessária a preparação do atleta nos aspectos físicos, técnicos e táticos respeitando o processo de formação desde a iniciação, especialização no jovem, alto TELA CHEIA 15 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO nível no profissional, em seus níveis de desenvolvimento biológico e cognitivo, mas nunca fragmentado do jogo. O núcleo central para o desenvolvimento do indivíduo é o compo- nente tático, em que através de situações-problemas treinadas o individuo conseguirá responder no jogo de futebol, seja em situações favoráveis ou desfavoráveis. Referências ELLIOT, B.; MESTER, J. O Treinamento no Esporte: Aplicando ciência no esporte. Gua- rulhos: Phorte, 2000. GARGANTA, J. Modelação táctica do jogo de futebol: estudo da organização da fase ofensiva em equipas de alto rendimento. 1997. 302 f. Tese (Doutorado em Ciências do Desporto e de Educação Física) - Faculdade de Ciência do Desporto e de Educação Física, Universidade do Porto, Porto. GARGANTA, J. Competências no ensino e treino de jovens futebolistas. Lecturas Educa- ción Fisica y Deportes, Buenos Aires, n. 45, 2002. GARGANTA, J. Ideias e competências para pilotar o jogo de futebol. In: Tani G, Bento JO, Petersen RS (eds) Pedagogia do desporto. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2006. GARDNER, H. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artmed, 1995. HERBST, D. Soccer: How to play the game: The Oficial Playing in the Coaching Manual of the United States Soccer Federation. New York: Universe Publishing, 1999. LAPA, A. A. Importância da inteligência de jogo e da criatividade no âmbito da for- mação e performance em futebol: um estudo baseado na literatura e percepção de Planeta do Futebol do autor Luís Freitas Lobos, publicado pela PRIME BOOKS no ano de 2009. Um excepcional livro de futebol, que contextualiza desde a concepção do jogo até onde ele pode ir. Dica de Livro TELA CHEIA 16 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO treinadores. 2009. Monografia (Desporto e Educação Física), Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Porto. LEMOS, G. Habilidades cognitivas e rendimento escolar entre o 5º e 12º anos de es- colaridade. 2007. Tese (Doutorado em Psicologia) - Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, Portugal. TELA CHEIA 17 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO O Autor Emilio Simplício, Natural de Natal/RN, graduado em Educação Física pela UFRN, especialista em futebol pela UNIRN, mestre em Educação Física pela UFRN, co-autor dos livros “Ciências no Futebol Potiguar” e “Adeus,Copa!”, experiências como treinador em escolas de futebol e equipes de base (ABC FC), universitárias (IFRN, UFRN E UERN) e profis- sionais (Fujian Broncos-China). Atualmente, pesquisador e professor universitário da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. TELA CHEIA 18 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIOSUMÁRIO 2 SISTEMAS E ESQUEMAS TÁTICOSEMILIO SIMPLÍCIO TELA CHEIATELA CHEIA 19 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Evolução e Sistemas Táticos Agora que entendemos a hierarquia da tática no futebol, ou seja, a tática como nú- cleo central para o desenvolvimento da minha equipe, que o posicionamento dará uma organização para o jogo de futebol. Assim, podemos adentrar e conhecer como se deu a evolução tática durante os anos no futebol e ainda mais, o que nos espera adiante, um futebol cada vez mais técnico, físico, psicológico e tático. Seria este uma reedição do futebol total? Veremos. Tática então seria a estratégia utilizada para fazer uma ação organizada e equilibrada de ataque e defesa. A forma como vou operacionalizar e executar tais ações para que se tenha êxito no objetivo estabelecido, (GARGANTA, 1997). Sistema é o que converge, o que faz sentido e dá função para cada setor, que se conecta. Todos juntos formam um sistema. Logo, no futebol os setores serão: Goleiro: onde inicia o sistema e essencial para o modelo de jogo seja qual for o mo- delo adotado. Defesa: composto pelos laterais (LAT) direito e esquerdo e zagueiros (ZAG.). Meio – Campo: definido pelos meio-campistas centrais (MC), laterais (MCD e MCE, correspondentes ao lado direito e esquerdo) e o MA (meia atacante, que joga mais pró- ximo ao gol). Ataque: composto pelos atacantes que jogam nas zonas centrais (CA – centro avante) e pelas laterais (conhecidos como Pontas ou Extremos). Figura 1 – Exemplo de um posicionamento em 1-4-5-1, definido através do goleiro e linhas de defesa, meio-campo e ataque. O sistema tático dos 11 jogadores da equipe sofreu progressivas alterações ao longo dos tempos. Estas modificaçõestraduzem diferentes interpretações filosóficas na abor- dagem do jogo e nas conexões técnico-táticas diversas (CASTELO, 1999). No passado, as equipes estavam centradas na obtenção da vitória, desvalorizando a derrota. A tendência TELA CHEIA 20 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO era buscar marcar mais gols, e não se valorizava tanto a preocupação pelos gols sofridos. A evolução dos sistemas de jogo é determinadas por preocupações que se traduzem em 3 itens fundamentais: 1º Preocupação constante no estabelecimento da superioridade numérica nas zonas de perigo para a obtenção ou impedimento da marcação de gols; 2º Modificação progressiva das leis do jogo (ex: Lei do impedimento, penalizações disciplinares, substituições e restrições à ação do goleiro.); 3º Evolução das competências de base dos jogadores (Técnicas, Táticas, Físicas, So- ciais, Psicológicas) o que fortalece o potencial do sentido e valor coletivo. Linha Temporal dos Sistemas Táticos: 1863-1870 - Fase dos dribladores - Sistema caracterizado por superioridade numérica junto ao gol adversário; 1 goleiro + 1 defensor + 9 atacantes até 1 goleiro + 3 defensores + 7 atacantes; O estilo de jogo baseou-se nas ações individuais. A cooperação da equipa era pratica- mente nula, os companheiros do portador da bola acompanhavam-no na expectativa de este errar para assim terem a sua oportunidade de executar a sua progressão. 1880 - Momento dos dois defensores Sistema caracterizado por superioridade numérica junto ao gol adversário 1 Goleiro + 2 defensores + 2 meio-campistas + 6 atacantes. A referência deste sistema é o clube “Queens Park” - da Inglaterra - que introduziu o passe no jogo. O jogo deixou de ser um jogo de progressão individual para um jogo de passes. Houve um desenvolvimento técnico-tático a partir daqui. Este estilo de jogo lançou o caos na equipa adversária, que na tentativa de recuperar a posse da bola se “desorganizava” do seu sistema tático inicial. Foi necessário os jogadores distribuírem-se no campo de jogo desenvolvendo a noção do espaço. 1925 - Sistema Clássico Sistema caracterizado por um maior equilíbrio entre a “defesa” e o “ataque” 1 goleiro + 2 defensores + 3 meio-campistas + 5 atacantes (1x2x3x5). TELA CHEIA 21 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 2 – Sistema Tático Clássico em 1x2x3x5. Nasceu a posição do primeiro meio campista (volante), baixando um dos atacantes. Este sistema perdurou por mais de 50 anos e sobreviveu à alteração e à lei do impedi- mento na sua versão próxima da contemporânea. Sistema WM Sistema que nasce como resposta às alterações, à lei do impedimento. Herbert Cha- pman treinador do Arsenal de Londres, converteu o volante em 3º zagueiro. 1 Goleiro + 3 Defensores + 4 meio campistas +3 atacantes. Privilégio da zona média, com um “quadrado”. A equipa dividiu-se basicamente em dois setores de 5 jogadores cada. Figura 3 – Sistema Tático conhecido por “WM” por formar essas letras em sua disposição no campo, são 1x3x4x3. Surgiu para adaptar às regras do impedimento; TELA CHEIA 22 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Seep Herberg (Técnico campeão da Alemanha em 54) que jogou nesse posicionamento apresenta o conceito de “defender e atacar com a máxima eficiência” e “impor estilo de jogo”. Época da linha de quatro na defesa Sistemas que vulgarmente são conhecidos pelo “ferrolho” e pelo “betão” foram utili- zados nos anos 30 com o intuito de proteger o gol. 1 Goleiro + 4 Defensores + 2 meio-campistas + 2 pontas + 2 pontas de lança (4 atacantes). Privilégio da zona defensiva, apareceram os 2 defensores laterais e os 2 defensores centrais em que um deles faz cobertura defensiva (o líbero). Figura 4 – Exemplo da seleção brasileira de 1958 na conquista do seu primeiro título mundial, 1-4-2-4. Sistema 1x4x4x2 Posicionamento padrão até hoje e com infinitas variações, foi consolidado na copa de 1966 com a campeã Inglaterra que atingiu seu único título nesse posicionamento. O sistema tático com duas linhas de quatro no meio-campo é bastante utilizado devido a sua ocupação de espaços. Pode-se alterar para outros sistemas como o 1-4-1-2-1-2 (o meio campo formando em losango). Pode ser também esses quatro do meio campo em formato de quadrado. TELA CHEIA 23 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 6 – Posicionamento do Sistema Tático (1-4-4-2) Sistema 1-4-3-3 O sistema é posicionado normalmente com: um volante e dois meias 1-2 (um triângulo com a base alta no meio-campo), ou dois volantes e um meia (triângulo de base baixa) 2-1, esses meias também podem estar em linha. No Brasil, esse sistema foi e ainda é utilizado por vários dos treinadores, beneficiando a qualidade individual dos pontas na velocidade e no drible, dos meias na articulação das jogadas, dos centroavantes na definição dentro da área e dos laterais no apoio ofensivo. E que percorre até hoje com todas as suas variações, alternando para o (1-4-5-1), e para o (1-4-2-3-1), dentre tantas possibilidades. Figura 5 – Posicionamento em 1-4-3-3 TELA CHEIA 24 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Holanda de 1974 Características do futebol total, o “carrossel holandês”: Defender em Bloco Mobilidade Qualidade no Passe – Posse de Bola Recuperar a Bola Ocupação de Espaço Polivalência Figura 6 – Posicionamento da Holanda de 1974 Sistema 1-3-5-2 A Dinamarca de 1984 – Seep Piontek - foi a primeira equipe a surpreender nesse po- sicionamento – 1-3-5-2 - em uma Eurocopa, onde a seleção ficou conhecida como “Di- namáquina” pela quantidade de gols que marcava. Esse sistema está disposto com linha de três na defesa, cinco no meio de campo e dois no ataque. Os laterais nesse sistema passam para o meio campo tornando- se meias pelos lados, também conhecidos por alas. Com a aplicação desse sistema, existe uma grande ocupação de espaços dos atletas, principalmente na zona de meio campo. TELA CHEIA 25 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 7 – Sistema Tático com linha de 3 na defesa, 5 no meio de campo e 2 no ataque (1-3-5-2). Itália e França em 2006, Sistema 1-4-4-1-1 Defesa Adiantada Linhas Próximas Espaços Diminuídos Figura 8 – Posicionamento da Equipe de vermelho com duas linhas de quatro e dois atacantes na frente, alternando o que volta no lado em que estiver acontecendo a jogada. 1-4-5-1 Espanha em 2010 Protagonismo no jogo; TELA CHEIA 26 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Posse e Infiltração; O objetivo é ficar bom a bola; Ocupação de espaços; Geração talentosa; Figura 9 – Posicionamento da Espanha, campeã mundial TELA CHEIA 27 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO 1-4-3-3 Alemanha 2014 Rejuvenescimento da equipe; Futebol sistêmico – físico, tático, técnico e psicológico; Agressividade com a bola; Jogo coletivo. Figura 10 – Posicionamento da Alemanha no jogo com o Brasil 1-4-3-3 França 2018 Tripé no meio (todos defendem, organizam e finalizam); Atacante com função tática (pivô e bolas aéreas defensivas); Laterais que atacam. . TELA CHEIA 28 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 11 – Sistemas Táticos de França e Croácia na final Esquemas Táticos Vimos acima que os sistemas táticos são o posicionamento dos atletas que, organi- zados em cada setor, precisam interagir para conseguir o objetivo do jogo que é atacar e defender com a máxima eficiência. Os esquemas táticos, então seria o movimento que acontece nesses sistemas, uma vez que eles precisam não só interagir, mas também, progredir para executar as suas ações. No momento ofensivo essas movimentações po- dem ser através de contra-ataque, ataque posicional e ataque rápido. Já no momento defensivo pode ter a movimentação de defesa individual, marcação por zona, marcação mista e marcação pressão. Logo abaixo, veremos as definições de todos esses momentos. Métodos de jogo ofensivo Contra-ataque Velocidade de decisão e execução na transição após a recuperação da posse da bola; Poucos jogadores envolvidos, por vezes até estão em inferioridade numérica mo- mentânea, masconseguem criar situação favorável á finalização por encontrarem um espaço em que a defesa adversária está desorganizada. Ataque rápido Vídeo – Corinthians de Tite https://www. youtube.com/watch?v=p9S1sXP3JWQ TELA CHEIA 29 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Pouco tempo para o ataque; Reduzido nº de jogadores envolvidos; Enfrenta apesar da sua velocidade a defesa adversária organizada; Tem mais elaboração que o Contra-Ataque e menos que o Ataque Apoiado. Corinthians de Tite Ataque posicional Tempo para preparação sem grandes riscos da 1ª etapa do ataque (fase de construção); Considerável nº de jogadores envolvidos; Considerável nº de ações técnico-táticas realizadas; Organização em bloco, existem sucessivas coberturas ofensivas; Processo ofensivo é muito organizado. Henry explica o jogo posicional do Barcelona na época de Guardiola Métodos de jogo defensivo Defesa individual É o 1x1. Consiste na marcação individual e pressupõe uma elevada capacidade física se for mantido durante muito tempo; Elevada responsabilidade individual; Vulgarmente é utilizado na defesa dos esquemas táticos defensivos perto da zona de finalização Veja ao vídeo clicando aqui Veja ao vídeo clicando aqui Vídeo – Corinthians de Tite https://www. youtube.com/watch?v=p9S1sXP3JWQ TELA CHEIA 30 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Melhor Marcação Marcação por zona Cada jogador é responsável por uma zona e apenas intervém quando a bola lá entra; Menor desgaste físico; Dificulta a criação de espaços livres em zonas de perigo, ou seja, próxima ao gol. Marcação mista Síntese do método individual e zona; Cada jogador tem uma zona para defender e marca de forma “pressionante”, ou seja, fazendo pressão no portador da bola em sua sua zona, acompanhando-o para outras zonas, até que outro colega faça as suas funções, ou o adversário perca a posse da bola; Neste método os restantes da equipe se posicionam em função da defesa que se opõe ao portador da bola, efetuando rigorosas coberturas defensivas. Marcação Pressão Marcação rigorosa ao 1º atacante, tentando a recuperação da posse da bola; Cada jogador se desloca da sua zona de ação para zonas próximas da bola; Toda a organização defensiva se desloca de forma homogênea em função do des- locamento da bola; Tentar conduzir o ataque para zonas menos vitais e onde possa arriscar a recupe- ração da posse da bola. Holanda de 1974, executando a pressão no portador da bola Tática Individual, Grupo e Coletiva Veja ao vídeo clicando aqui Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIA 31 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Ainda para que os atletas se desenvolvam nos sistemas, eles precisam cumprir funções para que o sistema tenha movimentação. Assim ações individuais, de grupo e coletivas serão necessárias para que a componente tática seja colocada na prática. Tática Individual Tática de Grupo Tática Coletiva Características: São os mo- vimentos que o atleta exerce na partida, quando tem a bola ou o a sua equipe está com a posse da bola. Características: São ações que o setor exerce ou jogadores que estejam próximos para que se atinja o objetivo, sendo ele ofensivo ou defensivo. Características: Será quando toda a equipe estiver atuan- do para o mesmo objetivo com os setores sincroniza- dos, sendo esse efeito, em contra-ataque ou marcação por zona por exemplo. Treinadores Vencedores do Século XXI Vários treinadores foram marcantes durante um determinado período, sendo que devemos continuar a evoluir, a trazer para o atleta de futebol um conhecimento tático para o seu desenvolvimento e, principalmente, hoje com a velocidade do jogo, diminui-se o tempo para pensar. Portanto, o indivíduo posicionado e extraindo todo o seu potencial fará toda diferença ao se otimizar a sua individualidade no coletivo. Logo, grandes trei- nadores do futebol mundial nos trouxeram bons conceitos nos últimos anos, os quais estaremos identificando abaixo: Carlo Ancelotti Disciplina Tática – individual a serviço do coletivo; Talento na defesa, meio de campo e ataque; Sistema Tático (1-4-3-2-1). TELA CHEIA 32 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 12 – Milan de Carlo Ancelotti Diego Simeone Jogar com o que se tem; Adversários poderosos; Reconhecimento; TELA CHEIA 33 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Podem ser melhores, mas posso vencê-los; Defende com os 10; Consciência Coletiva; Talento no ataque; Full Attention; Sistema Tático (1-4-4-2). Figura 13 – Posicionamento do Atlético de Madrid em jogo contra o Barcelona. Sampaoli Filosofia de jogo; Respeito ao modelo; Qualidade Técnica; Sistema Tático (1-3-4-3). TELA CHEIA 34 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 14 – Seleção Chilena na época de Sampaoli. Zidane Equilíbrio entre a defesa, meio de campo e ataque; Rápido e vertical; Individualidade a serviço da equipe; Potencialização das individualidades; Sistema Tático (1-4-1-3-2). TELA CHEIA 35 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 15 – Real Madrid de Zidane enfrentando o Atlético de Madrid. Guardiola Protagonista do jogo; Posse de bola; Pressionar no ataque; Mobilidade; Funções; Sistema Tático (1-3-4-3). TELA CHEIA 36 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 16 – Sistema tático do Barcelona de Pep Guardiola. José Mourinho Defesa forte em linhas de 4,5,6; Todos defendem; Lado mental muito forte; Metodologia no jogo; Talento pra decidir; Sistema Tático (1-4-2-3-1). TELA CHEIA 37 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 17 – Posicionamento do Chelsea de Mourinho em 1-4-2-3-1. Jurgen Klopp Ofensividade; Verticalização; Mobilidade; Sistema Tático (1-4-3-3). TELA CHEIA 38 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 18 – Posicionamento do Liverpool enfrentando o Barcelona. Considerações Finais Vimos a grande transformação que aconteceu ao longo dos anos no posicionamento dos atletas, tomando como base os campeonatos mundiais, grandes equipes e treina- dores. Estes trouxeram novas ideias para a evolução do jogo. Ter treinadores inventivos para proposição de novos modelos foi fundamental para a continuidade desse processo de mudança. Observamos também que não existe uma fórmula pronta para o sucesso. A capacidade do treinador e sua comissão passa por extrair ao máximo toda qualidade do seu plantel. E o mais importante, fazer com que eles evoluam e aprendam mais sobre o futebol, pois assim, com a evolução do atleta, temos também a evolução coletiva. Nas grandes ligas - Liga dos campeões, Premier (Inglaterra), La Liga (Espanha) e Bun- desliga (Alemanha) - observamos um futebol com grandes atletas. Jogo em alto nível, rápido, dinâmico e nas questões táticas também muito evoluídos. Acreditamos que essa evolução é também uma necessidade do futebol mundial, a qual chegarão todas as equi- pes. Através da formação e desenvolvimento de treinadores, e com o tempo necessário para o desenvolvimento de todas essas filosofias. Jurgen Klopp comenta a respeito do tempo para o desenvolvimento de um sistema TELA CHEIA 39 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Referências CASTELO, J. Futebol - a organização do jogo. In: F. Tavares (Ed.). Estudos 2 - estudo dos jogos desportivos. concepções, metodologias e instrumentos. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto: Multitema, 1999, p.41-49. GARGANTA, J. Modelação táctica do jogo de futebol – estudo da organização da fase ofensiva em equipas de alto rendimento. 1997. 312 p. (Doutorado). Facul-Veja ao vídeo clicando aqui A pirâmide invertida de Jonathan Wilson é um excelente livro para conhecer mais sobre a história da tática no futebol. A obra perpassa desde a sua concepção até os novos conceitos. Dica de Livro TELA CHEIA 40 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO dade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, Universidade do Porto, Porto, 1997. 312 p. GARGANTA, J.; CUNHA E SILVA, P. O jogo defutebol: entre o caos e a regra. Revista Horizonte, n.16, v.91, p 5-8, 2000. GOMES, M. S. O desenvolvimento do jogar, segundo a periodização tática. Portugal MC Sports, 2008. PINTO, J. A táctica no futebol: abordagem conceptual e implicações na forma- ção. In: J. Oliveira e F. Tavares (Ed.). Estratégia e táctica nos jogos desportivos colectivos. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto: Tip. Minerva, 1996, p.51-62. TELA CHEIA 41 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO O Autor Emilio Simplício, Natural de Natal/RN, graduado em Educação Física pela UFRN, especialista em futebol pela UNIRN, mestre em Educação Física pela UFRN, co-autor dos livros “Ciências no Futebol Potiguar” e “Adeus,Copa!”, experiências como treinador em escolas de futebol e equipes de base (ABC FC), universitárias (IFRN, UFRN E UERN) e profis- sionais (Fujian Broncos-China). Atualmente, pesquisador e professor universitário da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. TELA CHEIA SUMÁRIO 3ESTRATÉGIA: UM GALHO DA ÁRVORE TÁTICAEMILIO SIMPLÍCIO TELA CHEIA 43 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO 3 Conceitos: Entendendo a Tática e a Estratégia aplicadaCada vez mais os detalhes do jogo estão sendo investigados para tentar surpreender os adversários e trazer cada vez mais a evolução dos atletas nos seus aspectos físico, técnico, tático e psicológico. O jogo está cada vez mais rápido, dinâmico, onde as toma-das de decisões precisam ter um alto índice de acerto, desde o atleta dentro do campo, como também das comissões técnicas, que devem extrair o máximo do potencial do jogador para que a qualidade individual dele some ao coletivo, para atingir os objetivos de cada um e da equipe. Com mais um entendimento sobre a hierarquia de tática e em sequência um conhe-cimento sobre os sistemas e esquemas táticos, chega o momento em que o treinador deve ter a expertise para enxergar além de sua equipe, uma vez que através da compo-nente tática do jogo, conseguimos equilibrar e tirar vantagem em cima do conhecimento que temos do adversário. É também bastante importante estarmos sempre em busca da evolução da nossa equipe nos quatro momentos do jogo, organizações (defensiva e ofensiva), transições (defensiva e ofensiva) (AMIEIRO, 2005). Assim, “Estratégia” seria “o que quero alcançar” através das ações individuais e co-letivas, o que preciso fazer para atingir os objetivos a partir da organização defensiva e ofensiva. Traçar a estratégia a partir de cada momento do jogo, a considerar as poten-cialidades e fragilidades da minha equipe e do adversário, são as táticas interagindo, e o “como” irei executar sendo a componente tática, que dá organização à equipe. O jogo de futebol é centrado em tomadas de decisões a todo o momento, sejam elas certas ou erradas (Hughes, 1994). Devemos sempre estar atento aos detalhes do jogo fazendo com que essa organização (tática), como vou alcançar (estratégia) e o objetivo sejam treinados e executados. TELA CHEIA 44 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO bastante importante estarmos sempre em busca da evolução da nossa equipe nos quatro momentos do jogo, organizações (defensiva e ofensiva), transições (defensiva e ofensiva) (AMIEIRO, 2005). Assim, “Estratégia” seria “o que quero alcançar” através das ações individuais e coletivas, o que preciso fazer para atingir os objetivos a partir da organização defensiva e ofensiva. Traçar a estratégia a partir de cada momento do jogo, a considerar as potencialidades e fragilidades da minha equipe e do adversário, são as táticas interagindo, e o “como” irei executar sendo a componente tática, que dá organização à equipe. O jogo de futebol é centrado em tomadas de decisões a todo o momento, sejam elas certas ou erradas (Hughes, 1994). Devemos sempre estar atento aos detalhes do jogo fazendo com que essa organização (tática), como vou alcançar (estratégia) e o objetivo sejam treinados e executados. Figura 1 – Hieraquia da Tática e soma da estratégia para atingir os objetivos individuais e coletivos. Dessa forma, temos a componente tática do jogo, como base para posicionar os atletas, e além disso, definir a estratégia sem e com a posse da bola, ou seja, em organização defensiva e ofensiva. O mais importante será o Objetivo Estratégia Tática Figura 1 – Hieraquia da Tática e soma da estratégia para atingir os objetivos individuais e coletivos. Dessa forma, temos a componente tática do jogo, como base para posicionar os atle- tas, e além disso, definir a estratégia sem e com a posse da bola, ou seja, em organização defensiva e ofensiva. O mais importante será o jogo coletivo da equipe, onde devemos sempre trabalhar com objetivo de potencializar as individualidades para que o time cresça coletivamente. Pep Guardiola chegou! do Jornalista Juca Kfuori, onde ele fala do lançamento do Livro “Guardiola Confidencial” de Martí Perarnau, especificamente no “Momento 1 – O enigma de Kasparov” No texto, vemos a relação de um grande atleta enxadrezista com um treinador de futebol. Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIA 45 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 2 – Imagem do desenho Tom e Jerry A alusão ao desenho “Tom e Jerry” é para demonstrar como devemos entender a estratégia e enxergar as possibilidades. Caso sejamos o “Tom”: o gato, uma equipe forte, vigorosa, veloz, ou seja, quando tivermos um elenco com muita capacidade individual e coletiva, técnica, tática, física e psicológica, para usarmos as estratégias corretas para sermos vencedores no confronto, de dominação, eficiência e que toda essa qualidade seja traduzida em vitórias. Ou do contrário, se formos o “Jerry”, o rato, esperto, rápido, inteligente. No jogo também poderemos estar em desigualdade no aspecto técnico do jogo, mas se equiparar na componente tática do jogo, tentando surpreender o adversário aumen- tando as nossas potencialidades e diminuindo as nossas fragilidades, ocupando bem os espaços, defendendo nossa meta e sendo veloz e objetivo. Estratégia e seus fatores importantes para o êxito No jogo de futebol é importante conhecermos nossas virtudes e defeitos conforme trecho do livro a arte da guerra de Sun Tzu. “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece bem, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. O que esse trecho nos diz, que além da nossa equipe, devemos conhecer o adversário, para assim, sempre estar se próximo do objetivo. Tal ideia corrobora com Anderson e Sally (2013), através dos quais eles nos apresentam que o ataque e a defesa precisam estar equilibrados para que estejamos mais próximo da vitória. E não no pensamento do senso comum que o ataque é a melhor defesa. Não existe uma supremacia de uma organização para outra, mas sim fatores que sejam importantes para trabalhar essas duas fases. TELA CHEIA 46 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO fragilidades, ocupando bem os espaços, defendendo nossa meta e sendo veloz e objetivo. Estratégia e seus fatores importantes para o êxito No jogo de futebol é importante conhecermos nossas virtudes e defeitos conforme trecho do livro a arte da guerra de Sun Tzu. “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece bem, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. O que esse trecho nos diz, que além da nossa equipe, devemos conhecer o adversário, para assim, sempre estar se próximo do objetivo. Tal ideia corrobora com Anderson e Sally (2013), através dos quais eles nos apresentam que o ataque e a defesa precisam estar equilibrados para que estejamos mais próximo da vitória. E não no pensamento do senso comum que o ataque é a melhor defesa. Não existe uma supremacia de uma organizaçãopara outra, mas sim fatores que sejam importantes para trabalhar essas duas fases. Figura 3 – Fatores que influenciam na escolha da estratégia que será utilizada. Estratégia Analise Competência Ambiente Competição Figura 3 – Fatores que influenciam na escolha da estratégia que será utilizada. Competência Nesse tópico, abordaremos, o que os atletas precisam desenvolver e ter de compe- tência individual e coletiva para que a estratégia seja bem executada, tanto nos aspectos defensivos como nos ofensivos. Organização Defensiva Marcação Uma das estratégias defensivas a serem utilizadas diz respeito às marcações, sejam elas por individual, pressão, zona ou campo defensivo. Na estratégia da marcação individual, opta-se por anular um oponente que tenha grande capacidade de decisão e articulação da equipe adversária, sem dá nenhum es- paço para ele. TELA CHEIA 47 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 4 – Marcação individual, mais cobertura Na marcação pressão, o grande objetivo passa ser recuperar a bola próxima do gol para tentar a finalização. Obviamente que esses movimentos precisam ser coletivos, adentrar no campo adversário e fazer pressão no homem que estiver de posse da bola. Marcação do Real Madrid (branco) sobre o Barcelona Marcação por zona é uma estratégia que as equipes utilizam para diminuir e ocupar bem os espaços do jogo. A referência será a trajetória da bola. Figura 5 – Exemplo de um posicionamento de Marcação por zona no Sistema 1-4-4-2 A marcação no campo defensivo é uma estratégia utilizada normalmente quando se enfrenta uma equipe de qualidade técnica muito superior, o objetivo passa a ser, pre- encher bem o campo defensivo, para que não fiquem espaços para a finalização. Essa marcação se associa a uma estratégia ofensiva do contra-ataque. Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIA 48 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 6 – Marcação com todos no campo defensivo e linhas próximas no sistema 1-4-1-4-1 Transição Defensiva Nas transições, os objetivos também serão de acordo com a marcação a ser executa- da, seja para avançar as linhas (pressão) ou ocupar espaços (zona), voltando ao campo defensivo. Assim, essa estratégia só será bem executada caso seja coletiva, a partir das ações individuais. Bola Parada A estratégia da bola parada pode ser a marcação individual, por zona ou mista: Individual - Na marcação individual, cada atleta fará a marcação em um outro que estiver atacando, na maioria das ações, a marcação é feita pela estatura equivalente; Figura 7 – Marcação individual os atletas de branco estão tentando atacar TELA CHEIA 49 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Zona - Nesse time de marcação, preenche-se a área, próximo ao gol, onde a trajetória da bola será o determinante para as ações, sempre com olhar fixo na bola e as coberturas quando a bola vier. Tácticas Benfica posicionamento nas bolas paradas defenivas cantos Mista - Onde temos elementos da marcação individual e por zona, a individual na marcação dos melhores finalizadores e a zona na ocupação de espaços. Figura 8 – Exemplo da marcação mista com individual e zona Organização Ofensiva Saída de Bola A partir da defesa - passa a ser uma das estratégias ofensivas hoje bastante trabalhada, existem modelos de equipe que saem com a bola no chão, na fase de construção, desde o goleiro, passando pelos defensores e seguindo no jogo. Para se executar essa saída é necessário muito treinamento para preenchimento de espaços e qualidade técnica. Vídeo – saída de bola com perfeição do Bayern Leverkusen, movimentos conscientes Veja ao vídeo clicando aqui Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIA 50 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Com o lançamento – essa saída em muitas das vezes - é utilizada com equipes que tentam realizar um ataque rápido ou sair da marcação pressão imposta pelo adversário, fazendo com que a equipe chegue logo ao campo ofensivo. Os lançadores, sendo eles goleiros, laterais ou zagueiros, devem sempre estar atentos para que a equipe não seja surpreendida com inferioridade numérica em caso de perda da bola. Construção e Criação A construção e criação no jogo de futebol torna-se um elemento importante estraté- gico onde a equipe opta por um jogo de proposição ou reação. Proposição - O jogo de proposição acontece quando a equipe de posse da bola tenta construir através de passes um jogo sincronizado e coletivo. Com paciência e mobilidade, inteligência, para chegar ao gol adversário, através do apoio, infiltrações e penetração, acontece o jogo de proposição, a referência sempre será o portador da bola e movimen- tação que acontece para o jogo. Esse tipo de construção, criação da jogada demanda muito tempo e paciência para que os movimentos aconteçam da forma mais natural possível, ou seja, desenvolvemos o sistema tático da equipe enquanto posicionamento e escolhemos a forma de atuar com a posse de bola e através do treinamento aprimoramos esse modelo de jogo. FC Barcelona Vertical - Uma das alternativas das equipes na busca pelo espaço é a verticalização nas ações. Combinações rápidas que possibilitem em poucos toques na bola chegar imediata- mente ao ataque para surpreender o adversário, em condição de superioridade numérica. Porém, como exposto anteriormente, para isso acontecer é necessária a aproximação e sincronização dos atletas, em um jogo coletivo, no qual o melhor posicionado recebe a bola e busca o gol. Afinal, esse é o grande objetivo quando a equipe está na posição de ataque. Veja ao vídeo clicando aqui Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIA 51 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO CR Flamengo gol em ataque rápido Finalização Na organização ofensiva é importante a estratégia da finalização, que irá depender das características individuais e do sistema tático utilizado, por exemplo, se a equipe joga com 1 ou até 3 atacantes, essa finalização podendo ser: vertical ou combinada: - Vertical: nessa finalização, em poucos toques dentro da área já se define a finalização. Gols em ataque rápido - Combinada: troca de passes dentro da área, onde o melhor posicionado irá executar a finalização. Gol do Barcelona de Neymar Jr Bola parada Fase em que se resolvem muitas partidas, portanto a equipe deve estar muito treinada na execução desses movimentos, que pode ser cobrada de forma direta ou combinada. Direta – No caso da falta lateral ou escanteio, será cobrado um lançamento para área onde através das movimentações dos finalizadores haverá a chance de gol de forma mais direta. Combinada – O momento do jogo é aproveitado para um lance de troca de passes, que pode vir sequenciado de um lançamento a partir do segundo toque na bola, ou ter várias trocas de passes para a finalização. Top 4 gols de falta jogada ensaiada Análise de Desempenho A análise do jogo diz respeito ao que quero inferir dos atletas de forma individual e da equipe em um sentido coletivo, assim temos as analises qualitativas e quantitativas, além de enxergar as potencialidades e fragilidades do oponente para traçar a estratégia Veja ao vídeo clicando aqui Veja ao vídeo clicando aqui Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIA 52 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO para aquele momento de curto prazo (próximo jogo), médio (próximas competições para analisar o rendimento da equipe) e de longo prazo que corresponde a toda temporada. Quantitativa e Qualitativa Quantitativa - Temos as análises baseada em números, o que eu posso quantificar número: de passes; desarmes; finalizações; Para darmos o exemplo da analise no com- ponente técnico do jogo. Caso seja uma analise tática, teríamos as precisões e eficiências que os atletas tomam as decisões, momentos do jogo, considerando as suas fases de- fensivas e ofensivas. Qualitativa - Esse tipo de analise é realizado através de vídeos, com relatórios e expla- nação descritiva, vai muito além do número, é necessário entender o posicionamento e as ações quefizeram o atleta tomar aquela decisão. Analise Conhecimento da nossa equipe e do adversário – potencialidades e fragilidades; Dessa forma, devemos sempre conhecer a nossa equipe e o adversário respondendo a todas essas perguntas, para assim, construir a nossa estratégia dentro do jogo de futebol: Características dos Jogadores (Individuais e Coletivas) – Dessa forma teremos a analise e potencial e fragilidades de onde podemos chegar. Características do Oponente (Individual e Coletiva) – Para não ser surpreendido, devemos ter uma analise dos últimos cinco jogos, dentro e fora de casa, momento da competição para identificar onde poderemos tirar proveito no confronto. “Scout” (controle, avaliação e correção) – Os números do jogo, para que possamos identificar os avanços, como a equipe se encontra naquele momento, o que pre- cisa evoluir, onde as evoluções individuais vão potencializar o coletivo. Preparo físico/técnico/tático/psicológico - E também, outro fator muito importante é a analise de tudo que o atleta necessita para o jogo, as ferramentas para execu- ção da melhor forma, sendo necessário entender como o atleta se encontra em nível físico, técnico, tático e psicológico, uma vez que todas essas variáveis serão importantes para o sucesso na estratégia do jogo. Origem dos Gols Para montar a estratégia, temos que ter como base a “referência gol” no jogo, onde eles acontecem através de bola parada, ataque posicional ou contra-ataque. Carvalhal (2006) apresenta que é na bola parada e no aproveitamento das transições que aconte- cem a maioria dos gols. Em um estudo realizado Barbosa (2009) aponta o contra-ataque como o momento da organização ofensiva que mais resulta em gols. TELA CHEIA 53 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Ao analisar a eficiência das finalizações conforme tabela 1 abaixo, nas competições da Copa do Mundo de 2010 na África, da Eurocopa de 2012, Copa América de 2011 e Champions League (temporada 2012/2013), observamos que um grande percentual das equipes que venceu, chegando a 72,50% na Champions League, também possui número expressivo de 87,50% não perdeu, sendo uma competição de nível físico, tático, técni- co, psicológico altíssimo. Contrapondo com a Copa América, que tem os números mais baixos, embora com a supremacia, sendo 53,85% as equipes que venceram e em 76,92% dos casos, que não perdeu. Tabela 1 – Eficiência das finalizações e o resultado do jogo Competição Outro ponto importante para definir a estratégia a ser utilizada é o tipo de competição que a equipe irá disputar se tomarmos como exemplo o futebol brasileiro. Temos campe- onatos estaduais com diferentes formatos na primeira fase, mas que sempre terminam com disputa eliminatória na segunda fase, como acontece na Copa do Brasil, que são apenas competições eliminatórias com confrontos diretos, já no campeonato brasileiro da primeira e segunda divisão temos a disputa em 38 jogos com pontos corridos, onde as equipes vão administrando e vendo a realidade de se desenvolver durante a competição, a depender do investimento, recursos para identificar qual será o objetivo da disputa. Assim, as equipes administram a competição, jogos decisivos, de acordo com o mo- mento do campeonato, temos visto nos últimos anos no futebol brasileiro as equipes dando prioridade aos jogos eliminatórios, uma vez que é menos jogos para a conquista do título, algumas por falta de estrutura, elenco, para administrar várias competições. Nos campeonatos de ponto corridos, faz-se necessário uma maior regularidade de pon- tos. Existem projeções de pontos para as posições, os objetivos a serem alcançados, no caso da primeira divisão, de título (76 pontos), vaga na Libertadores (65 pontos) e evitar o rebaixamento (45 pontos). Esses números aconteceram em média nos últimos campe- onatos de pontos corridos. Já nos jogos de mata-mata, temos uma aleatoriedade nos confrontos, uma vez que existem os gols de vantagem fora de casa, suspensões, lesões. Tudo isso implica direto no resultado do jogo, além do fator psicológico, uma vez que são poucos momentos para ações e que já determinará o sucesso ou não na competição. Ambiente Várias equipes têm em sua estratégia bem-sucedida nos jogos de seu domínio quan- do joga em casa, do que quando joga no ambiente do adversário. Muitos treinadores TELA CHEIA 54 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO adotam posturas diferentes a depender do local do jogo e o momento da sua equipe e do adversário. Tabela 2 – Estudo de Palomino et al. (2000) com analise dos gols quando a equipe jogava em casa e era visitante na Ligas da Itália, Inglaterra e Espanha. Como observamos na tabela 1, foi visto uma supremacia (nas três ligas) de gols das equipes quando atuavam sobre os seus domínios, chegando a (60,4 %) na Liga Italiana. Ainda nesse estudo, o maior número de gols fora de casa em proporção foi na liga inglesa com (41,1 %). Outro estudo de Silva et al. (2005), apresenta a analise de vitória do mandante, empate ou vitória do visitante em nove campeonatos nacionais sendo eles (alemão, argentino, brasileiro, espanhol, francês, holandês, inglês, italiano e português). Foi visto que 25,5% dos visitantes foram vencedores, 27,3% dos jogos terminaram empatados e, em supre- macia, de 47,2% os jogos foram vencidos pelo mandante. A obra de Chris Anderson e David Sally é uma ótima referência para quem dá sequência a sua formação continuada. É um livro que traz várias informações sobre os aspectos do jogo com analise qualitativa e quantitativa. Dica de Livro Considerações Finais TELA CHEIA 55 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Por fim, pensemos que não existe uma fórmula certa para vencer. O que devemos ter são informações e dados a respeito da nossa equipe e do adversário, maximizar toda a potencialidade dessa equipe, entender que as individualidades somadas ao coletivo po- derão trazer grandes resultados. E elencar esses objetivos, estratégias e táticas ao treino para que seja traduzido para o jogo. Porém, as ferramentas de analises que existem no futebol se preocupam com estatísticas de desempenho dos atletas ou da equipe sem analisar a qualidade da tomada de decisão. Por exemplo, a finalização no gol foi em qual tempo do jogo? A eficiência dela aconteceu em qual momento? Assim também aconte- ce em um trabalho interdisciplinar com a Preparação Física, Psicologia e demais áreas das Ciências do Esporte com objetivo de evolução individual ou ainda de performance coletiva da equipe. Ainda assim, no futebol moderno, vemos várias equipes executarem diferentes estra- tégias com e sem a bola. Se pegarmos o exemplo do atual campeão da Champions Leage, o Liverpool, com a bola joga em um 1-4-3-3 e sem a bola no sistema 1-4-5-1. É importante sempre estar analisando a própria equipe e o adversário, para dessa forma, criar um repertório tanto ofensivo quanto defensivo e assim a evolução da equipe no aspecto individual e coletivo. E acima de tudo ter convicção, acreditar no que está se propondo a fazer, deixando um vídeo do treinador espanhol - Pep Guardiola - que fala sobre o assunto que discutimos durante todo o texto. Guardiola, o seu estilo de jogo e a Liga dos Campeões Veja ao vídeo clicando aqui TELA CHEIA 56 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Referências AMIEIRO, N. Defesa à Zona no Futebol: um pretexto para reflectir sobre o “jogar”... bem, ganhando! Edição de Autor, 2005. ANDERSON, C., SALLY, D. Os números do jogo: por que tudo o que você sabe sobre futebol está errado. Tradução André Fontenelle,1a ed. São Paulo: Paralela, 2013. BANGSBO, J., PEITERSEN, B. Soccer Systems & Strategies. Champaign: Human Kinetics, 2000. BARBOSA, P. F. A. F. Eficácia do Processo Ofensivo em Futebol: Estudo comparativo das equipas classificadas nos primeiros e segundo lugares das ligas 136 nacionais de Espanha, Inglaterra, Itália e Portugal, na época de 2008/09. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, 2009. CARVALHAL, C. Entrevista. In Almeida,F. A importância dos momentos de transição (ata- que-defesa e defesa-ataque) num determinado entendimento de jogo. Dissertação de Licenciatura. Porto: FCDEF-UP, 2006. CASTELO, J. Futebol, a organização do jogo. Lisboa. Edição do autor, 1996. DRUBSCKY, R. O Universo Tático do Futebol – Escola Brasileira. Belo Horizonte: Editora Health, 2003. FRISSELLI, A., MANTOVANI, M. Futebol: Teoria e Prática. São Paulo: Phorte Editora, 1999. GARGANTA, J., MARQUES, A., MAIA, J. Modelação táctica do jogo de futebol. Estudo da organização da fase ofensiva em equipas de alto rendimento. In J. Garganta, A. A. Sua- rez e C. L. Peñas (Eds.), A investigação em futebol: Estudos ibéricos (pp. 51-66). Porto: FCDEFUP, 2002. HUGHES, C. The Football Association Book of Soccer-Tactics and Skills (4a ed.). British Broadcasting Corporation and Macdonald Queen Anne Press, 1994. PALOMINO, F.; RIGOTTIZ, L.; RUSTICHINIX, A. Skill, Strategy, and Passion: an Empirical Analysis of Soccer. Journal of Economic Literature, 2000. SILVA, C. D., PAOLI, P. B., CAMPOS JÚNIOR, R. M. A vantagem de ‘jogar em casa’: uma avaliação no futebol internacional de elite nas temporadas de 2002 a 2005. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), Argentina, v. 88, p. 1-9, 2005. TELA CHEIA 57 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO O Autor Emilio Simplício, Natural de Natal/RN, graduado em Educação Física pela UFRN, especialista em futebol pela UNIRN, mestre em Educação Física pela UFRN, co-autor dos livros “Ciências no Futebol Potiguar” e “Adeus,Copa!”, experiências como treinador em escolas de futebol e equipes de base (ABC FC), universitárias (IFRN, UFRN E UERN) e profis- sionais (Fujian Broncos-China). Atualmente, pesquisador e professor universitário da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. TELA CHEIA SUMÁRIOSUMÁRIO 4TÁTICA INDIVIDUALMARCOS REIS TELA CHEIATELA CHEIA 59 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO 4 TOMADA DE DECISÃO DA AÇÃO TÁTICA: MENTE OU EMERGÊNCIA? A ação tática no futebol passa pela escolha dos jogadores em posicionar-se no campo de jogo a partir de diferentes variáveis, como, por exemplo, o posicionamento dos seus colegas de equipe e a localização da bola no campo de jogo (CORRÊA et al., 2016, 2014; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). Dentro dessa perspectiva, a ação tática no futebol pressupõe uma tomada de decisão e esse processo, que tem sido discutido na literatura científica de maneira abrangente, é se a decisão dos jogadores possui uma representação mental central ou se está no campo de jogo, ou seja, a deci- são emerge a partir da interação entre sujeito-ambiente. Essas duas perspectivas são denominadas de abordagem cognitivista e dinâmica ecológica, respectivamente (RAAB e ARAÚJO, 2019). A abordagem cognitivista preconiza que o sistema nervoso central atua como principal regulador da tomada de decisão e que a memória é o processo cognitivo fundamental nesse processo. Com isso, essa perspectiva aborda a tomada de decisão nos esportes coletivos como um processamento de informações (RAAB e ARAÚJO, 2019; SCHARFEN e MEMMERT, 2019; ROCA et al., 2011). Esse processamento de informações ocorre a partir do programa motor generalizado (aspecto abstrato e invariante) e de esquemas motores (aspectos abstratos e variantes) que geram as representações mentais (SCHMIDT, 1975). Já a abordagem dinâmica ecológica preconiza que não existe um comando central (sistema nervoso central, por exemplo) para a execução de habilidades nos esportes co- letivos. Tal pressuposto teórico defende que a tomada de decisão emerge da interação sujeito–ambiente a partir do recolhimento de informações e execução de movimentos (acoplamento percepção–ação). Nesse sentido, a coordenação interpessoal é um elemen- to fundamental na análise de desempenho de habilidades dos esportes coletivos (ARAÚJO e DAVIDS, 2016; CORRÊA et al., 2016, 2014; DAVIDS et al., 2013; LAAKSO et al., 2019). Dentro dessa perspectiva, o desempenho dos jogadores nos esportes coletivos pode ser acessado a partir de variáveis físicas (espaciais e temporais) que norteiam a coor- denação interpessoal, como: a) distância interpessoal entre o portador da bola e seu adversário; b) distância do passe (diferença entre a posição do passador e receptor); c) duração do passe (tempo de deslocamento da bola a partir do início do passe até o mo- mento da recepção da bola); d) ângulos de passe formado a partir de vetores (portador da bola – adversário mais próximo e portador da bola – receptor do passe, por exemplo); e) ângulos de chute também formado a partir de vetores (portador da bola – adversário mais próximo e portador da bola – goleiro adversário, por exemplo) (LAAKSO et al., 2019; REIS; VASCONCELLOS; ALMEIDA, 2017; CORRÊA et al., 2016; 2014; DAVIDS et al., 2013;). Araújo e Davids (2016) abordam a coordenação interpessoal em uma equipe de fute- bol como uma sinergia, em que os graus de liberdade do sistema (jogadores) não devem atuar de forma independente, mas como uma unidade funcional. Os autores apontam que existem propriedades fundamentais para identificar uma sinergia. São elas: compressão dimensional, ligações interpessoais, compensação recíproca e degeneração. TELA CHEIA 60 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO A compressão dimensional consiste na redução da dimensão do sistema a partir do acoplamento dos seus graus de liberdade (jogadores). As ligações interpessoais corres- pondem na soma das contribuições individuais à tarefa. A compensação recíproca são os ajustes comportamentais dos jogadores a partir dos acertos ou erros dos seus colegas de equipe a fim de que a meta da tarefa seja alcançada. Por fim, a degeneração é uma pro- priedade que denota a adaptabilidade na execução de tarefas (ARAÚJO e DAVIDS, 2016). A coordenação interpessoal consiste nos mecanismos que sustentam o comporta- mento e o desempenho das equipes nos esportes coletivos. Nesse sentido, as equipes apresentam comportamentos em diferentes escalas do sistema (1 x 1 até 11 x 11), que não emergem unicamente da organização cognitiva ou neural internalizada nos jogadores, mas também da maneira pela qual os jogadores interagem entre eles (ARAÚJO e DAVIDS, 2016; SANTOS et al., 2018). Assista essa entrevista com o Prof. Dr. Duarte Araújo, uma das referências mundiais sobre tomada de decisão nos esportes. Entrevista Prof Duarte Araújo Psicologia do Desporto E desafios Vida COMPORTAMENTOS TÁTICOS INDIVIDUAIS OFENSIVOS Para identificar os comportamentos táticos individuais, são necessárias referências espaciais. Partindo desse ponto, as referências espaciais utilizadas serão quatro setores (formados a partir de linhas imaginárias no eixo transversal do campo de jogo), três cor- redores (formados a partir de linhas imaginárias no eixo longitudinal do campo de jogo) e o centro de jogo, que consiste em uma figura imaginária de uma circunferência com 9,15 metros de raio (Figura 1) (COSTA et al., 2011). A bola é o epicentro do centro de jogo, portanto, ele é dinâmico, sendo identificado a partir da localização dela no campo (COSTA et al., 2011, 2009). A bola funciona como um atrator em uma partida de futebol, fazendo com que a sua recuperação/perda implique em transição de fase típica de sistemas dinâmicos (MOURA et al., 2016; MCGARRY et al., 2002; KELSO; SCHÖNER, 1988). Dessa forma, o centro de jogo é o local que contém mais energia em uma partida de futebol (COSTA et al., 2011; 2009). A partir disso, serão apresentados dez comportamentos táticos individuais, cinco da fase ofensiva de jogo (quando a equipe está com a posse de bola) – penetração, cobertura ofensiva, espaço, mobilidade e unidade ofensiva – e cinco da fase defensiva (quando a equipe não está com a posse de bola) – contenção, cobertura defensiva, equilíbrio defen- sivo, concentração e unidade defensiva (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). Veja ao vídeo 1 clicando aqui TELA CHEIA 61 TÁTICA PARA TREINADORESSUMÁRIO Figura 1 – Referências espaciais para identificação dos comportamentos táticos individuais (REIS e ALMEIDA, 2019; COSTA et al., 2011). Penetração A penetração consiste na ação tática de rompimento das linhas defensivas transversais da equipe adversária através da condução de bola e/ou dribles. A penetração é operacio- nalizada quando o jogador detém a posse de bola e avança na direção da baliza ou linha de fundo adversária (Figura 2). Dessa forma, a penetração é a razão de fazer (ação tática) e o modo de fazer (ação técnica) pode ser feito através de diferentes habilidades com bola (condução e/ou dribles) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). Figura 2 – Ação tática da Penetração realizada pelo jogador destacado na caixa laranja. Cobertura ofensiva A cobertura ofensiva consiste na ação tática que visa criar superioridade numérica próximo do portador da bola a fim de criar linhas de passe e/ou diminuir a pressão ad- TELA CHEIA 62 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO versária sobre ele. As referências espaciais para a identificação da ação tática são as seguintes: a) jogador sem a posse de bola e dentro do centro de jogo; b) jogador sem a posse de bola, fora do centro de jogo, posicionado em uma zona do campo subjacente e paralela à metade menos ofensiva do centro de jogo (Figura 3) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). Essa ação tática permite que o jogador sem a posse de bola realize ações de suporte ao portador da bola, fundamentais para o aumento das chances de passes bem-sucedidos. Além disso, a criação de superioridade numérica próximo da bola também pode permitir a conservação da posse de bola, tendo em vista que o portador da bola sempre terá uma linha de passe a mais em relação a quantidade de adversários no entorno da bola. Den- tro dessa perspectiva, os jogadores sem a posse de bola e próximo do colega de equipe com ela, precisam perceber as situações em que podem se movimentar para próximo do colega de equipe para facilitar as suas ações com bola (REIS e ALMEIDA, 2019; ARAÚJO e DAVIDS, 2016; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; CORRÊA et al., 2014; DAVIDS et al., 2013; COSTA et al., 2009). Figura 3 – Ação tática da cobertura ofensiva realizada pelo jogador destacado com a caixa laranja. Espaço O espaço é um comportamento tático individual que pode ser realizado tanto sem a posse de bola, quanto com ela. Quando o jogador não detém a posse de bola, o espaço consiste na ação tática que visa criar linhas de passe para o portador da bola em profun- didade e em amplitude (Figura 4). Já quando o jogador está com a posse de bola, é uma ação tática em que o jogador visa auferir tempo para tomar decisões (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). As referências espaciais para identificar o espaço sem bola são as seguintes: jogador sem a posse de bola, fora do centro de jogo, entre a linha da bola e a última linha defensiva adversária. Já o espaço com bola consiste quando o jogador com a posse de bola progredi na direção da própria baliza ou para as laterais do campo de jogo (COSTA et al., 2009). TELA CHEIA 63 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 4 – Espaço sem bola Mobilidade A mobilidade consiste na ação tática em que o jogador busca gerar instabilidades na última linha defensiva adversária através de movimentações que visam criar linhas de passe em profundidade e amplitude, buscando aumentar o espaço efetivo de jogo da equipe para frente. As referências espaciais para a identificação da mobilidade são as seguintes: ação realizada fora do centro de jogo, entre a última linha defensiva adversária e a baliza a ser atacada (Figura 5) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GAR- GANTA, 2015; COSTA et al., 2009). Figura 5 – Ação tática da mobilidade realizada pelo jogador que está destacado na caixa laranja. Unidade ofensiva A unidade ofensiva consiste na ação tática que permite a equipe jogar de maneira co- esa e compactada, ao criar linhas de passe para trás para o portador da bola. O jogador que realiza a unidade ofensiva está fora do centro de jogo e atrás da linha da bola (Figura 6). (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). TELA CHEIA 64 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 6 – Unidade ofensiva COMPORTAMENTOS TÁTICOS INDIVIDUAIS DEFENSIVOS Contenção A contenção consiste na ação tática de oferecimento de oposição primária ao adver- sário portador da bola. A contenção é identificada a partir da seguinte situação: primeiro marcador após o adversário com a bola, consequentemente, atrás da linha da bola e dentro do centro de jogo (Figura 7) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GAR- GANTA, 2015; COSTA et al., 2009). Figura 7 – Ação tática de contenção realizada pelo jogador marcado com a caixa laranja. Cobertura defensiva A cobertura defensiva consiste na ação tática de oferecimento de oposição secundária ao adversário portador da bola. Desta forma, a cobertura defensiva é realizada pelo se- gundo marcador da equipe após o adversário portador da bola, consequentemente, atrás da linha da bola e dentro do centro de jogo (Figura 8) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). TELA CHEIA 65 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 8 – Ação tática de cobertura defensiva realizada pelo jogador marcado na caixa laranja. Equilíbrio defensivo O equilíbrio defensivo é um comportamento tático individual defensivo que pode ser realiza dentro e fora do centro de jogo. Quando realizado fora do centro de jogo, consiste na ação tática que visa obstruir linhas de passe do adversário portador da bola e preen- chimento de espaços no campo de jogo. Já quando é realizado dentro do centro de jogo, consiste na ação tática que busca pressionar o portador da bola atrás da linha da bola (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). As referências espaciais para identificação do equilíbrio defensivo são as seguintes: jogador fora do centro de jogo, atrás da linha da bola e em zonas próximas da localização da bola (Figura 9) e jogador dentro do centro de jogo na metade menos ofensiva dele (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). Figura 9 – Ação tática equilíbrio defensivo realizada fora do centro de jogo pelos jogadores marcados pela caixa laranja. TELA CHEIA 66 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Concentração A concentração consiste em uma ação tática defensiva que visa proteger a meta e as zonas de mais risco para a equipe. A identificação dessa ação tática ocorre a partir da premissa que o jogador está fora do centro de jogo e em uma zona próximo da bola (Figura 10) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). Figura 10 – Ação tática da concentração realizada pelo jogador marcado pela caixa laranja. Unidade defensiva A unidade defensiva consiste em uma ação tática que permite a equipe diminuir a dis- tância entre as linhas transversais defensivas, fazendo com que a equipe jogue de forma compactada. As referências espaciais para identificação dessa ação são as seguintes: a) quando o jogador está na frente da linha da bola e fora do centro de jogo; quando o jo- gador está atrás da linha da bola, fora do centro de jogo e posicionado em uma distância de dois setores da localização da bola (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). TELA CHEIA 67 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO Figura 11 – Ação tática da unidade defensiva realizada pelos jogadores destacados pela caixa laranja. TELA CHEIA 68 TÁTICA PARA TREINADORES SUMÁRIO REFERÊNCIAS ARAÚJO, D.; DAVIDS, K. Team Synergies in Sport: Theory and Measures. Frontiers in Psychology, v. 7, n. 1, 2016. CORRÊA, U.; PINHO, S.; SILVA, S.; CLAVIJO, F.; SOUZA, T.; TANI, G. Revealing the decision- -making of dribbling in the sport
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