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Exame Clínico do Sistema Respiratório Infantil

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Eliza Lommez - 2020 
 Respiratório 
 
O exame do sistema respiratório deve ser precedido de exame clínico da criança, o que envolve percepção do estado geral e 
nutricional da criança, uso dos órgãos do sentido (ex: olfato – odores fétidos podem indicar processos crônicos, infecções, corpo 
estranho, etc.) 
Pulmão ao nascimento possui 24 milhões de alvéolos e esse número cresce até ~8 anos, atingindo 300 milhões de alvéolos. 
Entretanto, as vias condutoras na criança são proporcionalmente maiores do que as unidades pulmonares respiratórias. Quando 
este fato é associado à menor espessura da parede torácica faz com que o som vesicular fique mais audível, mais rude e de 
tonalidade mais alta do que no adulto. 
 
INSPEÇÃO: 
 
Possível observar: taquipneia, dispneia, gemido expiratório, batimento de aletas nasais, cianose e retração supra e infraesternal, 
presença de ronco nasal e estridor laríngeo em laringomalácias/laringotraqueomalácias, tipos de tosse. 
Não se deve limitar ao tórax, pois achados extratorácicos podem contribuir no diagnóstico de patologias respiratórias: 
 tamanho da cicatriz da BCG 
 obstrução e secreção nasal 
 aspecto e cor da secreção 
 edema periorbitário 
 voz anasalada, desvio de septo, prurido nasal 
 eczema atópico 
 linhas transversais na parte superior do nariz ou abaixo dos olhos 
 cornetos hipertrofiados, pálidos ou hiperemiados 
 presença de pólipos nasais 
 amígdalas aumentadas, hiperemiadas, com exsudato 
 palato em ogiva, hipertrofia do tecido linfoide na parede posterior da orofaringe 
 forma das unhas (em vidro de relógio) 
 palidez e cianose 
 
Forma do tórax: não são raras as deformidades do tórax, pois a grande flexibilidade da caixa torácica facilita a sua deformação. Essa 
flexibilidade fica aumentada quando há raquitismo e prematuridade (RNPT permanecem deitados por muito tempo). 
 Tórax infundibular: depressão esternal geralmente congênita e sem repercussão clínica. Pode ocorrer como consequência 
de hipertrofia de adenoide. 
 Tórax em quilha ou peito de pomba: proeminência anterior do esterno, 
congênita ou adquirida. Geralmente sem significado clínico, mas pode 
associar-se a cardiopatias congênitas (CIA ou CIV), doença do Morquio 
(mucopolissacaridose tipo IV) ou raquitismo. No Raquitismo também podem 
ser observados: 
Rosário costal: nódulos proeminentes, escalonados nos 
pontos de união condrocostais. Também pode ser encontrado em 
quadros de desnutrição proteico-calórica devido à redução da massa 
muscular e tecido subcutâneo, e no escorbuto (alterações ósseas). 
Sulco de Harrison ou cintura diafragmática: visível na parte inferior do 
tórax, principalmente na inspiração, acima do rebordo costal, devido à 
tração do diafragma. 
 Tórax enfisematoso: pode indicar patologia pulmonar obstrutiva ou cardiopatia com hipertensão pulmonar. 
 
Perímetro torácico: crianças que vivem em altas altitudes, em que são 
submetidas a menor saturação de O2, apresentam dimensões torácicas maiores em relação à estatura. Efeito imediato é taquipneia 
e tardio é maior produção de hemácias. Sintomas começam após 4h em que se atinge 2300m, incluem taquipneia, dor de cabeça, 
dispneia e sangramento nasal. O aumento do diâmetro anteroposterior e tórax em barril podem indicar evolução de patologias 
pulmonares. O perímetro torácico é medido com fita métrica na altura dos mamilos após a inspiração e expiração e o valor médio 
é registrado. 
 
Eliza Lommez - 2020 
Simetria dos movimentos respiratórios: pode ser afetada por patologias na pleura, pulmões, parede torácica ou diafragma, como 
atelectasia, fibrose pulmonar, derrame pleural, pneumotórax, cifoescoliose e hérnia diafragmática. Na paralisia diafragmática, a 
assimetria dos movimentos respiratórios pode ser acentuada com o decúbito lateral do lado afetado. 
 
Padrão respiratório: 
 
 Padrão abdominal: ocorre na primeira infância, em que a parede anterior do abdome se eleva na inspiração e se deprime 
na expiração. Nessa fase, as costelas são quase horizontalizadas, reduzindo sua capacidade de expansão. No RN as costelas 
são quase perpendiculares à coluna vertebral, deixando o tórax arredondado, o ângulo epigástricoobtuso e os diâmetros 
anteroposterior e transversal são quase iguais. Ao final do 1º ano, o diâmetro anteroposterior (esternovertebral) se mostra 
menor do que o transversal e o tórax fica achatado na frente e atrás. 
 Padrão toracoabdominal: ocorre entre 3 e 7 anos 
 Padrão torácico: ocorre após os 7 anos e acontece mais cedo no menino do que na menina. 
 
 Músculos da inspiração Músculos da expiração 
 Escalenos 
 
 
 
 
Intercostais externos 
Intercartilagíneos 
Serráteis posterior, superior e inferior 
Diafragma 
Intercostais internos 
Transverso do tórax 
Subcostal 
 
Ritmo respiratório: 
 Pausas respiratórias < 10 segundos podem ocorrer até os 3 meses de vida. 
 Respiração periódica: pausas respiratórias < 10 segundos em grupos de 3 ou mais e separadas por intervalos de pelo 
menos 20 segundos. Não podem ocorrer bradicardias. 
Em: 
o Prematuros: Comum após os primeiros dias de vida. 
o Crianças a termo: comum entre 1 semana a 2 meses de vida, mas não após 6 meses. 
 Apneia > 15 segundos: geralmente é patológica e pode ser acompanhada de cianose e bradicardia. 
 Síndrome da apneia do sono: pode ocorrer em crianças com obstruções respiratórias altas (ex: atrofia adenoamigdaliana), 
fazendo a criança sentir sonolência durante o dia. É acompanhada de hipercapnia e hipoxemia transitória, gerando 
vasoconstrição reflexa na circulação pulmonar e, consequentemente, hipertensão pulmonar. Pais de crianças com 
respiração bucal, ruidosa ou sonolentas durante o dia devem ser orientados a observar se há pausas respiratórias durante 
o sono. 
 
Esforço respiratório: pode ser observado por sinais objetivos, como retração da parede torácica, uso de musculatura acessória, 
batimento de aletas nasais, ortopneia e movimentos respiratórios paroxísticos. Conceitos importantes: 
 Elastância: propriedade de se opor à deformação ou ao estiramento 
 Complacência: é o oposto da elastância. Propriedade de distensibilidade dos pulmões e da caixa torácica. Um pulmão mais 
complacente se deixa estender mais facilmente ao ser insuflado. 
 Resistência: quantidade de pressão necessária para gerar fluxo de gás através das vias aéreas. A resistência é inversamente 
proporcional ao raio à quarta potência (R = 1/ r4). Ou seja, se a luz da via aérea reduz pela metade, a resistência aumentará 
16 vezes. Por isso RN e lactentes são especialmente mais propensos ao aumento acentuado da resistência em processos 
inflamatórios e secretórios da mucosa brônquica. O alargamento da aleta nasal aumenta a passagem nasal anterior, 
reduzindo a resistência da via aérea superior, ajudando a estabilizar a via aérea. 
A dispneia pode ser inspiratória (acometimento das vias aéreas superiores, levando a tiragens altas e tempo inspiratório 
aumentado) ou expiratória (indicando agressão de vias intratorácicas elevando a tiragens intercostais e tempo expiratório 
aumentado). 
 
 
 
 
Eliza Lommez - 2020 
Relação do local de obstrução na árvore brônquica e repercussão clínica: 
 
• Obstrução extratorácica – fase inspiratória: a alta pressão negativa da inspiração é transmitida até o sítio de obstrução >> 
aumento da pressão negativa abaixo da obstrução >> colapso da via extratorácica nesse local >> prolongamento da inspiração 
e estridor inspiratório. Ocorre em atresia de coanas, abscesso retrofaríngeo, laringotraqueobronquite. 
• Obstrução extratorácica – fase expiratória: aumento da pressão intrapleural é transmitida ao local da obstrução >> distensão 
da árvore brônquica extratorácica imediatamente abaixo do sítio obstruído >>respiração paradoxal (tórax se retrai na inspiração 
e se expande durante a expiração). RN e lactentes apresentam padrão de “balanço respiratório”. 
• Obstruçãointratorácico-extrapulmonar (anel vascular e tumor do mediastino) e intrapulmonar (asma e bronquiolite) – fase 
inspiratória: aumento negativo da pressão intrapleural >> distensão da via aérea intratorácica na inspiração >> alívio da 
obstrução. 
• Obstrução intratorácico-extrapulmonar e intrapulmonar – fase expiratória: aumento da pressão intratorácica positiva é 
transmitido até a obstrução >> obstrução se dissipa >> pressão positiva interna fica diminuída acima da obstrução não sendo 
suficiente para neutralizar a pressão intrapleural externa >> colapso dessa região. 
• Obstrução intrapulmonar: há oscilações pressóricas durante a inspiração e expiração. Obstruções intratorácicas determinam 
dificuldade durante a expiração, que resultam em prolongamento da expiração e sibilos expiratórios. 
 
Frequência respiratória: Não há diferença entre os sexos! 
 
 Faixa etária FR normal (irpm) 
RN 35 a 40 
< 2 meses < 60 
2 a 12 meses <50 
1 a 5 anos <40 
 6 a 8 anos <30 
Puberdade 16 a 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bradipneia 
 
Alcalose metabólica 
Depressão do SNC 
 
Taquipneia 
Patologias pleuro pulmonares 
Acidose metabólica 
Febre 
Intoxicação por salicilatos 
Ansiedade 
Hiperventilação psicogência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fluxo Expiratório Máximo: a medida do pico de fluxo expiratório (PFE) possibilita rápida e objetiva avaliação da gravidade da 
obstrução brônquica, como em casos de asma aguda. Deve fazer parte da consulta do paciente portador de hiper-reatividade 
brônquica, geralmente usado em crianças com mais de 5 anos por necessitar da colaboração do paciente para a realização. Após 
inspiração profunda, a criança deve fazer uma expiração forte e rápida, por 1 segundo, utilizando o bocal do aparelho, por 3 vezes. 
O aparelho registra a quantidade de ar liberada e deve-se considerar o maior valor das 3 tentativas. O paciente não pode tossir, 
pois os valores ficariam falsamente altos. A avaliação do PFE é feita comparando: 
 Maior pico conseguido em consultas anteriores quando criança estava assintomática 
FR = 1 
FC 4 
Em situações normais, a relação entre o número de 
movimentos respiratórios e o de pulsações cardíacas 
é de 1 para 4 
 
Eliza Lommez - 2020 
 Se não há parâmetros anteriores, a maior medida deve ser comparada ao valor esperado para a estatura do paciente. 
 
 
 
Resultado do PFE permite classificar a obstrução respiratória aguda em leve, moderada ou grave e quantificar a resposta 
terapêutica a broncodilatadores. 
 
 
 
 
Deve ser hospitalizado se: PFE <25% antes da hospitalização ou igual a 40% após início do tratamento. Sugestivo de asma: 
aumento de 60L/min ou pelo menos 20% após broncodilatadores. 
 
Eliza Lommez - 2020 
 
 
PALPAÇÃO 
 
Possível detectar aumento e mobilidade de linfonodos e o tecido mamário, edema e sensibilidade de áreas como fratura de 
clavícula, percepção de acúmulo de secreção em Vias aéreas altas (relato de “peito cheio” pelas mães), frêmito toracovocal– FTV -
(em lactentes pode ser percebido durante choro ou gemido) e simetria da expansibilidade torácica. 
O frêmito toracovocal estará diminuído se houver acúmulo significativo de ar ou fluido no espaço pleural (pneumotórax ou derrame 
pleural), na hiperinsuflação pulmonar e na atelectasia maciça. Haverá aumento em caso de consolidação pulmonar (PNM). Porém, 
o FTV é imperfeito para diferenciar PNM de atelectasia. 
 
PERCUSSÃO 
 
Deve ser feita do ápice para a base, nas faces anterior, lateral e posterior, bilateralmente, comparando os dois hemitórax. 
É realizada pelo método digito-digital, mas algumas vezes, especialmente em RN e prematuros, usa-se a percussão direta (dedo 
toca diretamente a parede torácica). 
Vibrações produzidas na parede torácica são transmitidas aos órgãos e tecidos subjacentes, produzindo diferentes sons: 
 Som claro pulmonar: relação normal entre ar e tecido. 
 Hipersoronidade: indica aumento de ar (Pneumotórax, cistos, hérnia diafragmática, abscessos, enfisema). 
 Macicez: relação ar e tecido reduzida (PNM, derrame pleural, edema pulmonar e colapso pulmonar). É normal nas seguintes 
regiões: 
- Região do diafragma na face posterior do tórax entre a 8ª e 10ª costela, dependendo do ciclo respiratório; 
- Região correspondente ao fígado: limite superior é a 6ª costela entre a linha hemiaxilar direita e o esterno; Regiões das 
escápulas, coração e mediastino 
 
AUSCULTA 
 
Realizar a ausculta comparando regiões simétricas nos dois hemitórax. Se houver tosse, auscultar antes e após a tosse, já que ela 
pode mobilizar secreções. 
Sons auscultados nos ápices são de tonalidade mais alta do que os auscultados nas bases e são sempre mais baixos e mais suaves 
que aqueles audíveis na traqueia. 
Durante a respiração o fluxo aéreo pode ser: 
o Turbulento: quando o fluxo atinge uma determinada velocidade, as partículas começam a se movimentar em diferentes 
direções e a transferência de energia entre as partículas nas colisões é associada a variações transitórias de pressão, 
produzindo sons de amplitude variada. Ocorre na traqueia e nas primeiras gerações de brônquios. É audível ao diafragma 
do estetoscópio. 
o Laminar: gás segue trajeto paralelo à parede brônquica, sem mudanças súbitas de direção nem oscilações de pressão 
capazes de gerar sons. Ocorre nas vias aéreas terminais e alvéolos. Não existe ruído. 
Eliza Lommez - 2020 
Sons respiratórios FISIOLÓGICOS (NORMAIS) 
 
Bronquial: audível natraqueia. Mais alto na 
expiração. Quando encontrado em outro 
local, indica consolidação (nesse caso o 
parênquima não funciona como filtro 
acústico, havendo maior transmissão dos 
sons). 
 
Vesicular: movimento do ar nas vias aéreas 
mais distais, é de baixa frequência devido ao 
filtro acústico do parênquima. Mais intenso 
e mais longos na inspiração. 
 
Broncovesicular: mais alto e mais turbulento 
que o vesicular, tendo a mesma intensidade 
na inspiração e na expiração. Mais audível na 
região apical até o nível da escápula. É um 
som intermediário entre bronquial e 
vesicular. 
 
 
 Sons respiratórios ADVENTÍCIOS (ANORMAIS) 
 
Sibilo: som musical, contínuo, produzido por oscilações nas paredes 
aéreas estreitadas. Estreitamento difuso (ex: asma) produz sibilo de 
tonalidade variada e uma obstrução fixa nas grandes vias aéreas produz 
sibilo monofônico. 
 
Crepitação: sons não musicais, descontínuos, decorrentes do movimento 
do ar através das secreções ou da equalização da pressão dos gases na 
abertura ou fechamento súbito das vias aéreas. Podem ser: 
- Finas: semelhante a velcro, ocorre no final da inspiração. Comuns nas 
doenças restritivas e insuficiência cardíaca. o Grosseiras: indicam 
presença de fluido nas grandes vias aéreas e comuns nas doenças 
respiratórias crônicas. 
 
Atrito Pleural: quando há acometimento da pleura, causando vibração na 
inspiração e na expiração. 
 
Estridor: som musical causado pela oscilação das vias aéreas 
extratorácicas estreitadas geralmente na inspiração. 
 
Gemidos: sons expiratórios de baixa tonalidade e musicais, produzidos 
pela adução das cordas vocais para gerar pressão positiva. Ocorre em 
RNPT com deficiência de surfactante (Doença da Membrana Hialina), mas 
pode ocorrer em PNM extensa. 
 
Redução dos sons: comum em atelectasias, DPOC, obesidade, derrame pleural, pneumotórax e fases iniciais de PNM lobar. 
 
 
 
 
 
EXAMES DE IMAGEM 
 
RX TÓRAX: o ideal é que seja realizado anteroposterior e perfil (indicado em alguns casos para localização topográfica de uma lesão, 
avaliação de linfonodos mediastinais ou grau de hiperinsuflação pulmonar). RX de Tórax em expiração é indicado na suspeita de 
aspiração de corpo estranho, pneumotórax ou quando for necessário determinar o lado patológico perante assimetria de volume 
pulmonar. RXde Tórax em decúbito lateral deve ser solicitado para avaliar presença de derrame pleural. 
 
Deve-se avaliar:Posicionamento: simetria das clavículas e escápulas, projeção simétrica das bordas anteriores das costelas 
Grau de inspiração: cúpulas diafragmáticas devem projetar-se sob o arco anterior da 6ª costela, na criança e adolescente, e sob o 
5º arco no lactente. 
Traqueia: na inspiração deve estar retilínea, discretamente desviada para a direita na sua parte inferior. Na expiração apresenta 
ligeiro desvio para a direita. Todo desvio da traqueia para a esquerda ou na sua porção mediana é patológico! 
Eliza Lommez - 2020 
Timo: apresenta-se como um alargamento do mediastino anterossuperior e é visível desde o nascimento, diminuindo no 2º ano 
de vida e desaparecendo após os 3 anos. Ode apresentar redução do volume na vigência de infecções agudas ou no uso de 
corticoides, retornando ao tamanho anterior após melhora ou interrupção do tratamento. 
Mediastino: seu tamanho normal ultrapassa a coluna vertebral pouco à direita e um pouco mais à esquerda. 
Se: 
- Ultrapassar igualmente os dois lados > está desviado para a direita 
- Não ultrapassar à direita > está desviado para a esquerda 
 
Diante de uma imagem radiográfica, devem ser respondidas as seguintes questões: 
1. Imagem normal ou patológica? 
2. Qual é a natureza? 
3. Possíveis diagnósticos? 
4. Imagem compatível com o quadro clínico? 
 
US: não invasivo, possível acompanhar lesões torácicas de pulmão, mediastino e pleura. É pouco indicado na avaliação de 
parênquima pulmonar. 
TC: há exposição à radiação. É indicado quando necessário estudo mais detalhado do parênquima pulmonar, pleura e mediastino. 
Em crianças, as indicações mais relevantes são para avaliar nódulos pulmonares e massas torácicas, lesões localizadas em áreas de 
difícil avaliação (cervicotorácicas, parede torácica e diafragma), vias aéreas centrais e definição da anatomia vascular. TC de alta 
resolução é indicada na avaliação de patologias intersticiais, bronquiectasias e vias aéreas distais. O uso de contraste é útil na 
avaliação do mediastino, grandes vasos e hilos pulmonares, podendo ser dispensado na avaliação de parênquima e vias 
respiratórias. 
CINTILOGRAFIA: indicada para avaliar perfusão pulmonar, auxilia na avaliação de vias aéreas e bronquiectasias. Atualmente a TC 
suplantou boa parte das suas indicações. 
RM: baseia-se na excitação dos átomos de hidrogênio e, como esses átomos são escassos no ar, o exame é pouco útil nas doenças 
pulmonares. Indicado na avaliação de massas do mediastino posterior e parede torácica. 
 
 
 BRONQUITE x ASMA x PNM 
 
BRONQUITE CRÔNICA: 
 
Presença de tosse continua com eliminação de muco. 
Permanece por mais de 3 meses no ano ou durante pelo menos 2 anos consecutivos. 
 
ASMA: 
 
- Doença inflamatória crônica das vias áreas, com obstrução das vias aéreas distais por acúmulo de secreção e debris celulares 
(obstrução reversível do fluxo aéreo). Há contração da musculatura lisa (broncoespasmo). 
- Sinais e sintomas: tosse, sibilos, produção exagerada de muco, bronco constrição. 
- Presença de broncoespasmo – importante sinal para a diferenciação da bronquite. 
- Crises surgem e desaparecem – importante aqui entender que a asma tem um estímulo irritante para acontecer, já a bronquite é 
um processo crônico que não necessariamente tem um estímulo para ocorrer. Somente os asmáticos crônicos possuem sintomas 
contínuos. 
 
Asma pode ser: 
Brônquica 
Alérgica 
Crônica 
 
Fisiopatologia da Asma: Processo inflamatório crônico das vias aéreas no qual várias células estão envolvidas – particularmente 
mastócitos, eosinófilos e linfócitos T, em indivíduos suscetíveis o que resulta em obstrução das vias aéreas distais por acúmulo 
de secreção e debris celulares. Além de contração da musculatura lisa brônquica. Em crianças menores de 3 anos o quadro 
clínico compatível é indicador de uma chance elevada (80%) de asma na idade escolar. 
- Tendem a ser reversível. Com o passar dos anos ela passa. Resposta alérgica > maturação do sistema imunológico > diminui a 
resposta alérgica > menos crises asmáticas. Crianças geralmente possuem asmas e não bronquite. 
- Asma = asma brônquica = asma alérgica = asma crônica 
- Ocorre em crianças maiores que 3 anos. OBS.: mesmo processo em crianças menores de 3 anos = Lactente sibilante. 
Eliza Lommez - 2020 
 
LACTENTE SIBILANTE = BB CHIADOR = LACTENTE CHIADOR 
 
• Envolve crianças menores de 2/3 anos (difere da asma apenas pela idade) com 3 ou mais episódios de sibilâncias em um 
período mínimo de 2 meses ou sibilância superior a 1 mês de duração. 
• Em lactantes a sibilância é um diagnóstico heterogêneo que inclui outras doenças respiratórias, que também se 
manifestam com sibilância podendo ser confundidas ou estarem associadas a asma. 
• Hiperreatividade brônquica sem ter causa alérgica. 
• Presença de chiado sem alergia associada 
• Grande chance de desenvolver asma – ou continuar o processo. 
 
PNEUMONIAS (PNM): 
 
É uma infecção do trato respiratório inferior. 
Frequentemente as pneumonias são precedidas por uma infecção viral de VAS. 
Sintomas: tosse e febre – nem sempre presentes. 
Geralmente há coexistência de infecção viral e bacteriana principalmente em crianças menores de 2 anos. Vírus agressores iniciais 
(como provenientes de uma gripe) diminuição da imunidade local e sistêmica sistematização da infecção = PNM. 
Presença de tosse e febre. 
 
Pode ser: 
 
 - Bacteriana: febre alta, dor abdominal e torácica, prostração, dificuldade de se alimentar e tosse produtiva. 
 - Viral: início mais gradativo, cefaleia, mal-estar, tosse não produtiva e febre + comum em crianças. 
 - Atípica: é uma PNM de apresentação clínica incomum de etiologia inespecífica, como a PNM causada por um grupo de 
microrganismos atípicos que não são detectáveis em coloração de Gram e não podem ser cultivados utilizando métodos padrão. 
Os microrganismos mais comuns são: Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae e Legionella pneumophila. 
Atualmente Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae tem sido reconhecidos como agentes importantes, 
particularmente em crianças maiores de 4/5 anos. 
Presença de sinais não usuais de qualquer PNM = referência de apresentação clínica incomum. Causada por microrganismos 
atípicos. 
A coexistência de infecção viral e bacteriana é um achado relevante principalmente em crianças abaixo de 2 anos. Sugere se que os 
vírus sejam os agressores iniciais e podem deprimir a imunidade local e sistêmica e facilita a infecção bacteriana. Portanto o achado 
de um vírus em VAS, não é conclusivo sobre a responsabilidade da infecção. 
 
Sinais de gravidade: 
 
Prostração 
Palidez 
Cianose 
Desconforto respiratório. 
PNM é grave quando ocorre tiragem intercostal. 
PNM muito grave quando ocorre convulsões, sonolência, estridor em repouso, desnutrição grave, ausência de 
ingestão de líquidos ou sinais de insuficiência respiratória grave com cianose central. 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
Baseado na clínica, assim como a indicação de hospitalização. 
 
 
TRATAMENTO: 
 
Os principais antibióticos a serem utilizados são: 
 
Amoxicilina, penicilina, eritromicina, ampicilina, oxacilina, cloranfenicol, ceftriaxona, aminoglicosídeos conforme a faixa etária e a 
gravidade. 
Crianças com menos de 2 meses devem receber tratamento hospitalar com ampicilina associado a aminoglicosídeo ou a 
cefalosporina de 3º geração. 
 
Eliza Lommez - 2020 
PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE: 
 
- É uma das infecções do trato respiratório inferior. 
- A história relatada pela mãe é semelhante ao da bronquite aguda, bronquiolite e outras afecções respiratórias. 
- Há um processo inflamatório que é a resposta do hospedeiro ao agente agressor. 
- Quadro clínico é semelhante: tosse, febre e dificuldade respiratória. 
 
BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA 
 
Definida como o 1º episódio de sibilância associado a infecção por vírus em crianças menores que2 anos. - Quadro clínico: 
 Evolução variável quanto a gravidade. 
 IVAS associado 
 Período de piora 
 Taquipneia e sibilos 
 
Não há resposta a broncodilatador, a corticoides e não há indicação para ATB – porém na prática se realiza todas as possibilidades 
farmacológicas para tratamento, pois é um episódio que pode ter evoluções diversas (de cura espontânea a óbito). O recomendado 
na literatura é apenas hidratação e observação do quadro.

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