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Tutorial 02 – Módulo XII Meningites Bacterianas É uma infecção purulenta das meninges e do espaço subaracnóideo, relacionada com intensão reação inflamatória do SNC, manifestada com rebaixamento do nível de consciência, convulsões, aumento da PIC e eventos isquêmicos. Quando envolve o parênquima cerebral, chama-se de meningoencefalite. →FISIOPATOLOGIA: o evento inicial é a colonização das vias aéreas superiores por germes patogênicos, em geral microrganismos capsulados como o meningococo, pneumococo e hemófilo tipo B. Depois tem a invasão do epitélio pelo agente e posterior disseminação pra corrente sanguínea, alcançando o plexo coroide, invadindo o espaço subaracnóideo e se multiplicando no LCR. Nos adultos pode ocorrer disseminação de focos de endocardite infecciosa, pneumonia e tromboflebite. O LCR apresenta baixa concentração de Ig e de complemento, sendo um sitio favorável pra multiplicação bacteriana. A reação imune do hospedeiro é responsável pela maioria das manifestações neurológicas e complicações. Lise bacteriana e liberação de elementos da parede (LPS das gram-negativas e peptideoglicano das gram- positivas) induzem a inflamação intensa devido a produção de citocinas (TNF-alfa e IL-1). Isso aumenta a permeabilidade capilar, alterando a barreira hematoencefálica, processo chamado de edema cerebral do tipo vasogenico, permitindo formação de exsudato e aumento da PIC. → Exsudato bloqueia a reabsorção de líquor, gerando hidrocefalia e edema cerebral do tipo intersticial. As citocinas liberadas levam ao surgimento de selectinas, as quais são receptores pros leucócitos expressos em células endoteliais, favorecendo a migração dessas células. Autorregulação cerebrovascular é perdida. Caso ocorra hipotensão durante esse processo, não ocorre vasodilatação cerebral e pode ter eventos isquêmicos. Caso aumentar a PAM, pode agravar o edema. O processo inflamatório pode acometer os vasos por contiguidade, tendo vasculite na base do crânio, ocasionando trombose e infarto isquêmico (edema do tipo citotóxico). →ETIOLOGIA: → Recém-nascido e lactente de até 3 meses: Streptococcus agalactiae, Listeria monocytogenes, bactérias gram-negativas entéricas como E. coli, enterobacters, Klebsiella pneumoniae, salmonella. Aquisição se dá no momento do parto pela colonização da mucosa vaginal. → 3 meses aos 18 anos: Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e Haemophilus influenzae tipo B. → 18 anos aos 50: pneumococo fica mais frequente que o meningococo. Meningite pelo pneumococo determina quadros de maior gravidade, deixando sequelas entre os sobreviventes. O fator de risco é a pneumonia presente em 25% dos casos. → Outros fatores: sinusite/otite media aguda ou crônica, alcoolismo, diabetes, esplenectomia, hipogamaglobulinemia, trauma cranioencefálico com fratura de base e fistula liquoria, anemia falciforme e deficiente de complemento. Meningite por meningococo raramente deixa sequelas. Aqui a deficiência de complemento aumenta bastante a suscetibilidade. A pelo haemophilus também é menos letal, porem deixa sequelas (surdez neurossensorial) com maior frequencia. O Staphylococcus aureus e o Staphylococcus epidermidis, principalmente o último, são os micro- organismos mais envolvidos em meningite após procedimentos neurocirúrgicos. A meningite pós-punção lombar tem como principais agentes etiológicos S. aureus e Pseudomonas aeruginosa. →ASPECTOS CLÍNICOS: síndrome toxemica, síndrome de irritação meníngea e síndrome de hipertensão craniana. Em crianças pequenas e lactentes, os sinais de irritação meningia podem estar ausentes em 50% dos casos. Síndrome Toxêmica: febre alta, mal-estar geral, prostração, agitação psicomotora. Sinal de Faget, que é a dissociação pulso-temperatura (muita febre pra pouca taquicardia) é relativamente comum. 40-60% dos casos pode ter rash cutâneo hemorrágico, com petéquias e equimoses disseminadas. Síndrome de Irritação Meníngea: rigidez da nuca, tendo dificuldade na manobra de fletir o pescoço do pcte em DD. → Sinal de kerning: pcte em DD flete-se a coxa sobre o quadril e o joelho sobre a coxa, quando o examinador tenta estender a perna, o pcte refere dor. → Sinal de brudzinski: flexão involuntária da perna sobre a coxa e desta sobre a bacia ao se tentar fletir a cabeça. → Sinal do desconforto lombar: pcte em DD flexiona o joelho, o examinador aplica resistência no pé do pcte e pede pra que ele empurre, é positivo quando o pcte sente “choque elétrico” na região lombar. Síndrome de Hipertensão Intracraniana: cefaleia holocraniana intensa, náuseas, vômitos, fotofobia, confusão mental. Vômitos precedidos por náuseas, classicamente em “jato”, sem náuseas antecedentes. Pode ter crise convulsiva em 30-40% dos casos. →DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: confirmada por PL (raquicentese), mas pode-se fazer exame de neuroimagem antes. Caso se opte por isso, a primeira dose de antibiotico IV deve ser feita. Em pctes com nível de consciência normal, sem papiledema ou déficits focais, a PL é feita em região lombar entre L1-S1, sendo mais indicado entre L4-L5 ou L5-S1. A contraindicação absoluta é a piodermite no local da punção. Estudo do LCR: → Pressão de abertura: medida em pcte em DD, geralmente < 18cmH2O, e na meningite ela fica aumentada em 90% dos casos. → Coloração: o LCR normal é límpido, aqui ele fica turvo, variando as intensidades, aspecto purulento. No acidente de punção, o LCR fica inicialmente xantocrômico, mas torna-se límpido após a centrifugação. Na xantocromia verdadeira (hemorragia subaracnóidea), ele não fica límpido. → Contagem de células: o LCR normal tem até 4 celulas/mm3, tendo linfócitos e monócitos. Aqui a contagem fica maior que 500 celular, predominando neutrófilos (>70%). Linfócitos e eosinófilos predominam nos quadros subagudos. → Bioquímico: dosar glicose, proteínas, cloretos, ureia. No LCR a glicose é maior que 2/3 do valor sanguíneo, na meningite ocorre hipoglicorraquia < 40mg/dL ou relação < 0,40. Proteínas varia com idade e com o local de punção, mas estando nessa doença > 45mgdL (o normal é até 30mg/dL.). → Aglutinação pelo látex: pesquisa de antígenos bacterianos, tendo sensibilidade não tao elevada. → Exame microbiológico: bacterioscopia pelo gram e cultura, pode fazer PCR (não influenciada pelo antibiotico). Neuroimagem: evidenciam as áreas de edema e/ou isquemia. A RNM é preferida sobre a TC de crânio. Hemoculturas e biopsia de lesões cutâneas: meningite associada á meningoccemia, mais rápido que método gram. →TRATAMENTO: caracterizada como emergência infecciosa, deve ser tratada sem demora. A aplicação da dose inicial de ATB na suspeita pode diminui a sensibilidade dos métodos diagnósticos, mas diminui a morbiletalidade da doença. A ATB é ministrada por via IV, por 7-14 dias, ou até mais, dependendo da evolução e etiologia. → Geralmente usa ceftriaxone (ou cefotaxima), junto de ampicilina nos < 3 meses ou > 50 anos. → Adicionar vancomicina em regiões onde tem alta resistência á penicilina do pneumococo. Depois dos resultados, deve-se iniciar ATB especifica: → N menigitidis: penicilina G cristalina ou ampicilina. → H. influenzae: ceftriaxona → S. pneumoniae: Penicilina G cristalina, ou ceftriaxone, ou ainda vanco + ceftriaxone, dependendo da resistência. → Estafilococo: oxaciclina ou vanco. → Enterobacterias: ceftriaxona. Também é feito o uso de glicocortideois CG em todas as formas de meningite pra reduzir a inflamação do SNC. Iniciar 15-30 minutos antes da ATB, ou no máximo junto da primeira dose. → Dexametasona 10mg IV 6/6 horas por 4 dias. Além disso, algumas condutas são necessária como isolamentorespiratório por 24 horas, hidratação isosmolar, evelar cabeceira da cama, manitol pra diurese, Diazepam pra convulsão e ventilação mecânica se preciso. →EVOLUÇÃO E CONTROLE: a resposta é rápida ao tratamento, tendo melhor da confusão mental em seis horas após o inicio, febre melhora logo depois. Os sintomas de irritação meníngea demoram 3-5 dias pra desaparecer. A febre pode se manter ou reaparecer por causa de uma artrite reativa. Usa-se drogas antiinflamatorias. PL depois de 72 horas é indicado pra avaliar tratamento e evolução. →COMPLICAÇÕES: → Coma: aumenta PIC e oclui vasos cerebrais, tendo edema com herniação dos lobos ou cerebelo. → Choque séptico: meningite meningocócica. → Comprometimento dos pares cranianos: facial e ramo acústico do vestibulococlear. → Secreção inapropriada de ADH → Efusão subdural estéril → Empiema subdural: infecção da coleção manifesta com retorno da febre, irritabilidade, vômitos, convulsão, diagnosticado com USG de crânio. → Ventriculite → Hidrocefalia → Sequelas: surdez, hidrocefalia, retardo psicomotor, cegueira, hemiplegia, déficit intelectual. →PROFILAXIA: iniciar em contatos familiares e íntimos do pcte (crianças em creche e etc). Indivíduos que permaneceram por mais ou menos 4 horas por dia durante 5-7 dias também tem que receber profilaxia. Profissionais de saúde expostos á secreção respiratória também. → Usar rifampicina, em mulheres gravidas usa ceftriaxona dose única. Vacinação: vacina conjugada contra o meningococo sorotipo C e contra o Haemophilus influenzae (pentavalente). Meningites Virais Entidades comuns, ocorrem em crianças > 1 ano, adolescentes e adultos jovens. Vírus mais envolvidos: caxumba, Epstein-baar, acompanha síndrome de mononucleose infecciosa, enterovírus, cocksackie, CMV e o HIV. No lactente, pensar em comprometimento por sífilis, e no adulto jovem e sexualmente ativo, pesquisar HIV. →QUADRO CLÍNICO: inicio agudo com náuseas, vômitos, cefaleia, diarreia, rash maculopapular. Infecção respiratória alta pode preceder. Pode envolver o encéfalo, com agitação, rebaixamento do nível de consciência, crises convulsivas (meningoencefalite). Geralmente acontece por herpes-simplex. Aumento das parótidas pode preceder, ser concomitante ou durante (paramixovírus). →DIAGNÓSTICO LABORATORIA: o diagnostico etiológico é feito com cultura do líquor, sorologia pareada com intervalo de 10-14 dias entre as amostras de sangue colhidas, coprocultura de vírus (enterovirose) e cultura de secreção da nasofaringe. O LCR não fica purulento. →TRATAMENTO: na maioria das vezes é de suporte, reposição hidroelétrica, controle de convulsões, isolamento respiratório em caso de vírus da caxumba enquanto durar aumento das parótidas. Meningite Subaguda Bacteriana e Fúngica Meningite que demora semanas pra ter sintomas. Agentes mais comuns: M. tuberculosis, T. palidum ou por fungos como C. neoformans, C. imitidis ou H. capsulatum. →FISIOPATOLOGIA: depende do agente etiológico. → Bactérias: os tubérculos se formam no parênquima durante a disseminação hematogênica dos bacilos pela infecção primaria. Eles aumentam e se tornam caseosos, e se for próximo ao espaço subaracnóideo pode virar uma meningite com intensa inflamação e exsudato espesso. → Fungos: infecção adquirida pela inalação de esporos fúngicos transmitidos pelo ar, que no pulmão iniciam a infecção. Geralmente é assintomática, podendo ter tosse, febre, expectoração e dor autolimitada. Depois desse quadro, a micose fica dormente até que haja uma anormalidade imune que permite a reativação do fungo e disseminação pro SNC. →MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: cefaleia inexorável, rigidez de nuca, febre baixa, letargia por varias semanas, anormalidade dos nervos cranianos e sudorese noturna. →DIAGNÓSTICO: exames laboratoriais, e exame do LCR. As bactérias aumentam a pressão de abertura, causam pelocitose linfocitária, concentração elevada de proteína (1-5g/dL), redução da glicose. Pode ser feita esfregação pra bacilos álcool-acido- resistentes, apenas positiva em 10-40%. Os fungos causam pleocitose mononuclear ou linfocitária, aumento da concentração proteica, redução da concentração de glicose. É necessário retirar muito LCR pra identificar os fungos, preparando tinta nanquim ou cultura. →TRATAMENTO: meio empírico pra meningite tuberculosa, combinando isoniazida, rifampicina, pirazimnamida, etambutol e piridoxina. Pros fungos é usado anfotericina B com flucitosina, depois de induzido deve consolidar com fluconazol. Abscesso Cerebral Processo supurativo, focal, localizado intimamente com o parênquima cerebral. É reconhecido tardiamente na maioria dos casos. A lesão inicial chamada de cerebrite, ocorre em área de tecido desvitalizado, evoluindo pra coleção de pus envolta por capsula bem vascularizada. Condições predisponentes: sinusite paranasal, otite media e infecções dentarias. Porem, o abscesso é raro. Patógenos atuais: além de bactérias piogênicas, tem- se visto mais toxoplasma gondii, arpergillus spp, nocardia spp, mycobacteria spp, criptoccus neoformans. São agentes oportunistas, ou seja, evidencia os imunossuprimidos como um grupo de risco. Uma causa frequente é a neurocisticercose (Taenia solium). →PATOGÊNESE E ETIOLOGIA: o abscesso pode se desenvolver de quatro formas → Associado com um foco supurativo, como a sinusite paranasal. → Seguido de um trauma craniano, lesão ocular ou neurocirurgia. → Disseminação hematogênica de um foco à distancia. → Criptogênico = sem nenhum fator de risco identificado, 20-30% dos casos. Extensão de foco infeccioso contiguo parece ser a principal forma. Em ordem de frequencia, envolve mais a região frontal, depois frontoparietal, parietal, cerebelar e por ultimo occiptal. Isso reflete a presença de foco contiguo. → Lobo frontal geralmente é por sinusite paranasal ou infecção dentaria: Streptococos, Haemophilus,porphyomonas e Prevotella. → Lobo temporal e cerebelo é por otite media e mastoidite (crianças e idosos): estreptococo, pseudomonas e enterobacterias. → Lobo parietal e frontal-parietal é por disseminação hematogênica (endocardite): S. aureus, Streptococcus viridans. S. aureus, Clostridium spp. e Enterobacteriaceae causam abscesso após traumatismo penetrante de crânio. Os abscessos complicando procedimento neurocirúrgicos devem-se ao S. aureus, Pseudomonas aeruginosa ou Enterobacteriaceae. →HISTOPATOLOGIA: apenas o parênquima cerebral isquêmico-hipoxico que é suscetival á infecção bacteriana. Estágios: → Cerebrite precoce (1-3 dias): infiltração perivascular de células inflamatórias circundando o núcleo central de necrose. → Cerebrite tardia (4-9 dias): formação de pus e expansão do centro necrótico cercado de macrófagos e fibroblastos. Identificação de capsula fina. → Formação da capsula e fase inicial (10-13 dias). → Formação da capsula de fase tardia (14 dias e adiante): capsula densa formada de tecido colágeno. A formação de cápsula é maior no lado cortical do que na face ventricular da lesão, o que explica o porquê da rotura do abscesso ocorrer mais frequentemente para o interior do ventrículo em vez do espaço subaracnoide, e o processo é menos extenso nos abscessos decorrentes de disseminação hematogênica. A formação do abscesso é um contínuo de cerebrite até um foco necrótico encapsulado. →MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: pode ser indolente ou fulminante, 75% dos casos tendo 2 semanas ou menos. < 50% dos pctes tem a tríade clássica: febre (mais comum em crianças), cefaleia (principal sintoma, 70% dos casos) e déficit neurológico focal. Os sintomas se devem mais a massa que ocupa o espaço do que um processo infeccioso. Paralisia facial, vômito, disfagia,cefaleia e febre são manifestações encontradas no abscesso situado em tronco cerebral. →ACHADOS LABORATORIAIS E DIAGNÓSTICO: → Leucocitose neutrofílica e elevação da VHS → Aumento da proteína C reativa, diferenciando do tumor cerebral que não eleva ela. → Hiponatremia por causa da secreção inapropriada de ADH → PL não é aconselhada inicialmente em pctes com déficit neurológico por causa da probabilidade de herniação. O diagnostico é por meio de neuroimagem, sendo a RNM superior à TC de crânio. Da pra identificar os abscessos ainda em fase de cerebrite. →TRATAMENTO: regimes de ATB empíricos, tendo a penicilina G cristalina como pilar devido ao espectro conta estreptococo. Deve ser associada com metronidazol, pois não cobre contra o bacteroides fragilis. A cefotaxima, uma cefalosporina de terceira geração, é igualmente efetiva para a maioria dos isolados de estreptococo, com a vantagem de uma cobertura maior para germes Gram-negativos. A oxaciclina/vancomicina a quando a suspeita é infecção estafilocócica (endocardite infecciosa). Os glicocorticoides são empregados em pacientes que apresentam importante edema cerebral em torno do abscesso. Usa dexametasona. Empiema Subdural É uma infecção purulenta no espaço entre dura- mater e aracnoide (espaço subdural). Distúrbio raro, sendo predisposta pela Rinossinusite que envolve os seios frontais. Predileção pelo sexo masculino, homens jovens, 3:1. Agentes mais comuns: estreptococos aeróbio e anaeróbios, estafilococos, enterobacterias e bactérias anaeróbias. Muito associados com a rinossunisite. →FISIOPATOLOGIA: a infecção do espaço subdural ocorre por uma infecção de seios paranasais ou raramente de seios mastoideos infectados que se propaga por tromboflebite séptica das veias da mucosa ou por propagação contigua pro espaço. Frequentemente é unilateral, pois a bilaterização é impedi pela foice do cérebro (pregas da dura-mater). Pode evoluir pra trombose venosa cortical, abscessos cerebrais ou meningite purulenta. →MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: pcte relata febre e cefaleia progressiva, questionar sobre histórico de Rinossinusite. É comum também sintomas de déficit neurológico, rigidez de nuca, progressão pra hipertensão intracraniana com vômitos, alteração do sensório, convulsões e papiledema. A cefaleia geralmente é localizada no lado da infecção, porem pode se tornar difusa e mais intensa. →DIAGNÓSTICO: depende do alto grau de suspeita clinica, pois os sintomas podem ser atribuídos incorretamente a uma sinusite complicada. Fazer uma RN, superior a TC, localizando o local de pus hipointenso em T1 e hiperintenso em T2. →TRATAMENTO: emergência medica, realizar tratamento com urgência. O definitivo é a evacuação neurocirúrgica do empiema, pode ser feito por craniotomia, craniectomia, ou por drenagem através de trepanação. Realizar ATB IV de forma empírica, combinando geralmente cefalosporina de 3ª geração (cefotaxima ou ceftriaxona) junto de vanco e metronidazol. Manter por 3-4 semanas após retirada. →PROGNÓSTICO: depende do nível de consciência do pcte no momento da hospitalização, do tamanho, e pela rapidez do tratamento. Mortalidade gira em torno de 25%, tendo 20% de sequela, e 50% a longo prazo. Encefalite Viral Aguda É um processo inflamatório e infeccioso que afeta o parênquima cerebral, difuso, sem afetar meninges. É comum ocorrer associação, utilizando o termo meningoencefalite. 10-20% dos casos tem etiologia especificada. Etiologia: a mais frequente é por herpes simples tipo 1. A epidemiologia de cada vírus é a única que diz respeito aos pctes que tem mais risco. →FISIOPATOLOGIA: não revela aspecto purulento visível a olho nu, caso tenha, trata-se de uma cerebrite. Pode estar associada a necrose, apresentando evidencias microscópicas. O grau de alteração inflamatória é determinada pelo patógeno viral individual e por fatores imunes do pcte. →MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: febre, mal-estar, mialgia, sintomas neurológicos precedidos por náuseas, vomito, diarreia, tosse, dor d garganta, rash cutâneo e convulsão. Os sintomas mais inespecíficos variam com o vírus: → Disfunção cerebral focal: vírus do Nilo ocidental, que causa encefalite do tronco e evolui pra coma. → Déficits neurológicos focais corticais: como hemiparesia, afasia, convulsões, causado pelo herpes simples. → Sistema límbico: herpes simples ou vírus da raiva, levando a alterações comportamentais. →DIAGNÓSTICO: através do exame do LCR, sendo necessário exame de imagem anterior à punção pra avaliar risco de herniação durante PL. No LCR encontra-se nível elevado de proteínas, glicose normal e contagem celular entre 10-500 com predomínio de linfócitos. Deve ser realizado PCR no líquor pra identificar o antígeno. →TRATAMENTO: realizar tratamento antiviral com a identificação do patógeno especifico. Monitorar respiração, PA, PIC. Direcionado pro Herpes simples: iniciar tratamento empírico precoce na suspeita com aciclovir IV de 14- 21 dias. Vírus da raiva: caso confirmado, administrar imunoglobulina antirrábica e tratamento sistêmico com vacinação. Ciclosporina de 3ª geração São ATB bactericidas, beta-lactâmicos, espectro de ação sobre a inibição da síntese de parede celular bacteriana. Classe bem utilizada na pratica, ampla ação nos gram- negativos, podem penetrar a barreira hematoencefálica (por isso usa na meningite, exceto por Listeria monocytogenes). Exemplos: → Ceftriaxone: IV ou IM. → Ceftazidme: IV, única que tem boa ação contra pseudomonas, atividade moderada contra S. aureus sensível à oxaciclina. → Cefotaxima: IV. Espectro de ação de usos: atividade antimicrobiana superior contra S. pneumoniae, incluindo aquelas com sensibilidade intermediaria à penicilina, S. pyogenes e outros estreptococs. → Pneumonia bacteriana em tratamento hospitalar → Tratamento empírico pra meningite → Tratamento hospitalar de ITU complicada → Infeções intestinais como peritonite bacteriana espontânea e abdome agudo inflamatório. Efeitos colaterais: boa tolerância, mas pode ter tromboflebite e hipersenbilidade. São pouco nefrotóxicas e hepatotoxicas.
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