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DIAGNÓSTICO DE MORTE - parte 01

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FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO 
 
1 
 
Medicina Legal Heloysa Ribeiro 
DIAGNÓSTICO DE 
MORTE 
 
 
INTRODUÇÃO 
É a partir do diagnóstico da morte que é 
preciso tomar uma serie de decisões sobre o 
encaminhamento do cadáver – SVO, IML 
 O exame físico do cadáver – é 
obrigatório, parte essencial do 
diagnóstico 
MORTE – CRITÉRIOS 
1. Critério clinico (com PCR) – demais fins 
 Parada completa, irreversível das 
funções vitais 
2. Critério encefálico – transplantes 
 Esse critério surgiu para viabilizar 
alguns transplantes 
 Apenas profissionais habilitados são 
capazes de emitir esse diagnóstico 
Em 2017, o Conselho Federal de Medicina 
(CFM), redefiniu os critérios de morte encefálica: 
 RESOLUÇÃO CFM Nº 2.173/2017 
Art. 3º: o exame clínico deve demonstrar de 
forma inequívoca a existência das seguintes 
condições 
A) Coma não perceptivo 
B) Ausência de reatividade supraespinhal 
manifestada pela ausência dos reflexos 
fotomotor, córneo-palpebral, 
oculocefálico, vestíbulo-calórico e de 
tosse. 
§ 1º serão realizados dois exames cínicos, cada 
um deles por um médico diferente, 
especificamente capacitado a realizar esses 
procedimentos para a determinação de morte 
encefálica. 
§ 2º serão considerados especificamente 
capacitados médicos com no mínimo um ano de 
experiências no atendimento de pacientes em 
coma e que tenham acompanhado ou realizado 
pelo menos dez determinações de ME ou curso 
de capacitação para determinação em MR, 
conforme anexo III desta resolução. 
 Definição de óbito segundo OMS – é o 
desaparecimento permanente de todo 
sinal de vida, em um momento qualquer 
depois do nascimento, sem possibilidade 
de ressuscitação. 
 Semiótica 
• Fenômenos abióticos, avitais ou vitais 
negativos 
→ Imediatos: devido à cessação 
das funções vitais – encontra-se 
numa PCR normal 
Ex: ausência de pulso em artéria de grande 
calibre, pode ser encontrado em um paciente 
que faleceu e em um que teve um PCR 
→ Mediatos (consecutivos): devido 
à instalação dos fenômenos 
cadavéricos - surgem algumas 
horas após a morte 
• Fenômenos transformativos 
→ Destrutivos 
→ Conservadores 
P7 – M13 
Prof: Dr. Ronivaldo de Oliveira 
FSM – P7 – M13 | HELOYSA RIBEIRO 
 
1. Fenômenos vitais negativos 
• Imediatos 
→ Perda da consciência 
→ Perda da sensibilidade 
→ Abolição da motilidade e do tono 
muscular 
→ Cessação da respiração 
→ Cessação da circulação 
→ Cessação da atividade cerebral 
Basicamente um paciente que não apresenta 
pulso em artéria de grande calibre. Que não 
respira, esta inconsciente e que não apresenta 
movimentos ativos da musculatura. 
O exame deve ser feito de maneira atenciosa, 
na ausculta cardíaca é importante dizer que 
não é um parâmetro bom, pois tem barulho no 
ambiente, sendo assim, a palpação do pulso é 
mais efetivo, femoral ou carotídeo, 
principalmente porque não atrapalha possíveis 
manobras de reanimação e porque o femoral 
não estimula reflexos, não induz a bradicardia. 
• Mediatos 
→ Esfriamento cadavéricos – o 
cadáver fica da temperatura 
ambiente 
→ Manchas de hipóteses cutânea 
(livor mortis) – são manchas que se 
formam nas posições de declive 
do cadáver, são avermelhadas, 
as vezes 
violáceas. 
Começa após 
2 horas e se 
fixa após 12h 
da morte. 
 Em individuo 
de cor parda 
com choque 
hipovolêmico 
 
 
Obs: em indivíduos que teve morte por asfixia o 
livor mortis é mais intenso 
→ Rigidez cadavérica 
→ Espasmo cadavérico 
 
2. Fenômenos transformativos 
• Destrutivos 
→ Autólise: serie de fenômenos 
fermentativos anaeróbios que se 
verifica na intimidade da célula, 
motivados pelas próprias enzimas 
celulares, sem nenhuma 
interferência bacteriana. O 
processo tem duas fases, na 
primeira (fase latente) as 
alterações são apenas no 
citoplasma da célula, na segunda 
(fase necrótica) há 
comprometimento do núcleo com 
o seu desaparecimento. 
É mais raro de se verificar, pois quando se 
encontra-se um cadáver em putrefação. Em 
regra, se chama a polícia, encaminha para o IML 
→ Putrefação – conceito: consiste na 
decomposição fermentativa da 
matéria orgânica por ação de 
diversos germes e alguns 
fenômenos daí decorrentes – é um 
fenômeno que acontece em toda 
e matéria orgânica. 
A putrefação cadavérica ocorre em 4 fases: 
 Período de coloração: caracterizado 
pelo surgimento da mancha verde 
abdominal, que ocorre 20 a 24hrs 
após a morte, em nosso meio. Essa 
coloração esverdeada se estende 
para todo o tegumento do cadáver 
vai escurecendo até o verde-
enegrecido em até 24hrs. Depois 
disso, a produção de gases no 
interior do cadáver. 
A mancha verde em regra se forma na fossa 
ilíaca direita, pois nessa região esta presente o 
seco – parte do intestino grosso que está mais 
próximo da parede abdominal. E o intestino 
grosso tem 
muitas 
bactérias que 
promove o 
processo 
putrefativo. 
Criança que 
faleceu de uma 
3 
 
obstrução intestinal, que teve uma ruptura de alça 
abdominal e uma peritonite. 
 Período Gasoso (enfisema 
putrefativo): caracterizado pelo 
surgimento da posição de lutador e 
da circulação póstuma de Brouardel. 
 
Nessa fase o cadáver toma a posição de 
gigantismo, pois se enche de gás. A pele 
apresenta um tom enegrecido. *posição de 
lutador* - membros semifletidos, hiperextensão 
da cabeça, como se fosse um lutador de sumô 
no inicio da luta. Aumento da pressão 
abdominal com prolapso retal. 
Circulação 
pós-morte – 
circulação 
póstuma 
de 
brouardel 
 
Devido ao aumento intenso da pressão intra-
abdominal a uma expulsão de sangue dos 
grandes vasos para a periferia, enchendo a 
trama vascular dos membros e da superfície do 
cadáver. Formando a circulação pós-morte. 
 Coliquativo: caracterizado pela 
dissolução do cadáver (as partes 
moles se dissolvem). Esse fenômeno 
demora dias/meses. 
 
 Período de esqueletização: o 
cadáver tem suas partes moles 
destruídas, apresentando apenas os 
ossos do esqueleto, presos 
unicamente pelos ligamentos. 
 
→ Maceração: transformação que 
sofre o cadáver do feto ainda no 
útero materno, do sexto ao nono 
mês de gravidez. Pode ser 
encontrado em vitima de 
afogamento. 
 
Edema e 
Desgarramento 
da epiderme 
 
 
• Conservadores 
→ Mumificação – aspecto de coro 
curtido, tem preservação das 
marcas fisionômicas 
 
→ Saponificação ou adipocera 
→ Calcificação 
→ Corificação 
→ Congelação – câmara frigorífica

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