Buscar

Metabolismo hepático

Prévia do material em texto

Hilário Oliveira – T29 @hilarioof 
 1 
METABOLISMO HEPÁTICO 
FUNÇÕES HEPÁTICAS: 
Filtração e armazenamento de sangue: tem uma 
espécie de encaminhamento para que as células 
possam deixar o organismo e não uma excreta direta 
(faz uma depuração das entidades químicas do 
metabolismo por meio de suas enzimas) quanto mais 
hidrofílicos, mais facilmente a eliminação (nas fezes e 
na urina), isso evita que substâncias nocivas avancem 
para a circulação sistêmica e causem efeitos adversos; 
quanto ao armazenamento, por conta do fígado ser o 
segundo maior órgão presente no corpo, boa 
quantidade do débito cardíaco será endereçada ao 
mesmo (+1L/min), além disso, o fígado é um órgão 
intensamente metabólico e quanto maior o 
metabolismo, maior a quantidade de sangue que o 
mesmo deve receber. 
Metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras: 
irá ocorrer não só a formação destes carboidratos, 
polissacarídeos (ex. glicogênio), algumas proteínas, 
como a formação de ácidos graxos, colesterol... 
METABOLISMO DOS MACRONUTRIENTES, além disso, 
ocorrerá também um catabolismo dos mesmos, mas a 
ênfase se dá em sua formação. 
Formação da bile: a bile é um líquido corporal que é 
produzido pelo fígado, onde o mesmo ao realizar a 
produção, encaminha a secreção biliar para a 
vesícula biliar por um sistema de canais; de maneira 
rápida  quando há um estímulo digestivo, ocorre a 
formação do hormônio colecistocinina que atua na 
contração da vesícula biliar, causando a liberação da 
bile no lúmem do intestino. A função da bile é de 
emulcificar as gorduras, ou seja, fraciona o bolo 
alimentar rico em gordura, facilitando a ação 
enzimática da digestão (lipases pancreáticas e 
intestinais são algumas dessas enzimas). 
Armazenamento de vitaminas e de ferro: faz o 
armazenamento de vitaminas e sais minerais para a 
liberação em caso de necessidade. 
Formação dos fatores de coagulação: forma fatores 
como a protrombina, o fibrinogênio, fator X, fator XIII... 
O FÍGADO: 
É o maior órgão visceral do corpo humano (2º maior se 
contar com a pele), apresentando 2% do peso 
corporal; 
Sua unidade funcional básica é o lóbulo hepático (o 
conjunto de vários lóbulos hepáticos são responsáveis 
pelo metabolismo hepático)  o mesmo drena para 
as veias hepáticas (veia cava); forma placas de 
hepatócitos e tem canalículos biliares, que drena, para 
os ductos biliares. 
 
A artéria hepática traz um sangue oxigenado, essa 
artéria é ramificada e então ela encaminha o sangue 
para um capilar sanguíneo, denominado de sinusóide 
hepático  o sinusóide é um capilar com fenestras que 
permitem a troca de materiais do sangue com os 
hepatócitos  essa troca é importante pois é ai que 
ocorre a troca O2/CO2; 
O sangue que deixa os sinusóides vai até a veia central 
do lóbulo (que se comunica com outras veias centrais 
de outros lóbulos hepáticos) e estas irão drenar para a 
veia hepática (veia que tira o sangue do fígado); a 
veia hepática leva o sangue para a veia cava inferior, 
que seguirá ao átrio direito e a circulação se repete. 
O lóbulo hepático não recebe somente sangue 
arterial, na verdade, a maior parte do sangue 
recebido é venoso oriundo do TGI  isso ocorre para 
que o fígado neutralize eventuais substâncias tóxicas 
 quem faz esse trajeto é a veia porta hepática; 
Dessa maneira, são 2 os principais vasos que 
encaminham sangue ao fígado, a artéria hepática e a 
veia porta. 
O espaço intersticial entre os hepatócitos e os capilares 
(sinusóides)  espaço de disse. O excesso de líquido 
nesse espaço pode acarretar o edema hepático, 
gerando perda de função  este excesso de material 
é drenado para os vasos linfáticos no espaço de disse. 
Os hepatócitos são os responsáveis pela formação da 
bile  o canalículo biliar, circundado pelos 
hepatócitos é o local de recepção da bile produzida 
e enviada ao ducto biliar, que se comunica com a 
vesícula biliar e armazena a bile. 
Com estímulo suficiente (especialmente presença de 
lipídeos no estômago e intestino) a colecistocinina 
Hilário Oliveira – T29 @hilarioof 
 2 
(CCK) será produzida e a contração ocorre, liberando 
a bile. 
Os sinusóides hepáticos tem a presença de 
macrófagos residentes, denominados células de 
kupffer e com função de fagocitar e eliminar 
substâncias potencialmente nocivas. 
SINUSÓIDES HEPÁTICOS VENOSOS: 
Nestes, ocorre a presença de células endoteliais 
típicas; 
Células de Kupffer ou células reticuloendoteliais 
(macrófagos residentes) que fagocitam bactérias e 
materiais estranhos; 
Espaços de disse (espaços perissinusoidais)  se 
conectam aos vasos linfáticos nos septos interlobulares 
e fazem a remoção do excesso de líquido para os 
vasos linfáticos. 
SISTEMAS VASCULAR E LINFÁTICO: 
O fluxo sanguíneo hepático é elevado e de baixa 
resistência  isso ocorre pela presença do elevado 
metabolismo; a baixa resistência se dá devido à alta 
complacência apresentada pelas veias (que são as 
maiores contribuintes). 
O principal contribuinte para o fluxo é a veia porta 
(oriunda do TGI)  1050 ml/min para os sinusóides; 
Artéria hepática também contribui para esse fluxo, 
porém, cerca de 3x menor contribuição que a veia 
porta  300 ml/min de sangue para os sinusóides; 
A pressão sanguínea para a veia porta é de 
aproximadamente 9 mmHg e a pressão da veia 
hepática é praticamente 0 mmHg  Essa diferença de 
pressão de 9 para 0 faz com que o fluxo sanguíneo seja 
encaminhado devidamente, sendo a veia porta a 
entrada do sangue a veia hepática a porta de saída. 
A baixa resistência e o elevado fluxo, faz perceptível 
que em média, o fluxo hepático representa cerca de 
27% do débito cardíaco  passagem de 1350 mL/Min. 
Além do fluxo sanguíneo, o fluxo linfático também é 
elevado  poros de alta permeabilidade dos 
sinusóides tornam fácil passagem de líquidos e 
proteínas aos espaços de disse, ocorre então 
drenagem linfática do fígado. Evitando assim o edema 
e futura disfunção metabólica hepática. 
 
CIRROSE HEPÁTICA: 
Distúrbio que atrapalha o metabolismo do fígado; 
Pode ser produto do uso indevido de medicamentos, 
infecção viral e até uso crônico de bebidas alcoólicas. 
A cirrose é caracterizada por uma destruição do 
parênquima hepático  a destruição começa a trazer 
degradação ao fígado; 
Com a destruição do parênquima hepático, há a 
liberação de gordura (lipídeos) nos espaços 
interlobulares, o que causa a substituição do 
parênquima hepático por tecido conjuntivo fibroso  
isso leva a fibrose e posterior necrose; Todos esses 
fatores levam ao aumento da resistência do fluxo de 
sangue porta para o fígado. 
FUNÇÕES METABÓLICAS DO FÍGADO: 
Metabolismo dos carboidratos: 
Armazena grandes quantidades de glicogênio e 
converte grande quantidade de galactose e frutose 
em glicose  quando em jejum, o fígado também 
pode transformar outros monossacarídeos; 
Gliconeogênse  no jejum prolongado, ocorrerá a 
formação de glicose de maneira alternativa, como na 
conversão do ácido graxo e aminoácidos em glicose. 
Metabolismo de lipídeos: 
Oxidação de ácidos graxos  para fornecer energia; 
Síntese de colesterol, lipoproteínas e fosfolipídeos; 
Síntese de lipídeos a partir de proteínas e carboidratos; 
Metabolismo de proteínas: 
Desaminação de aminoácidos; Formação de ureia  
produto do metabolismo de aminoácidos  remoção 
da amônia nos líquidos corporais; 
Formação proteica plasmática  mediante a 
ribossomos hepáticos (albumina, beta globulina...); 
Interconversões entre aminoácidos  Síntese de 
compostos (conversão de um aminoácido em outro); 
Outras funções: 
Armazenamentode vitaminas (A, D e B12); 
Armazenamento de ferro no parênquima hepático 
pela ferritina; 
Formação de fatores de coagulação (protrombina, 
fibrinogênio, fator X, fator XIII...) 
Metabolismo de fármacos, hormônios e outros.

Continue navegando