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Fisiologia do Fígado

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Fisiologia do Fígado
· É o maior órgão do corpo humano, representando 2% do peso corporal total, pesando de 1 a 1,5 kg. É dividido em 4 lobos (direito, esquerdo, caudado e quadrado) 
· A unidade funcional básica do fígado é o lóbulo hepático, existindo cerca de 50 000 a 100 000 lóbulos. São dispostos em torno de uma veia central, cuja sua irrigação drena para as veias hepáticas e, posteriormente, para a veia cava. São compostos por placas celulares, que se irradiam a partir da veia central como os raios de uma roda; e canalículos biliares, presentes entre as células que drenam para os ductos biliares, nos septos fibrosos, que separam os lóbulos hepáticos adjacentes.
· Os lóbulos hepáticos apresentam um formato hexagonal e são constituídos, em sua maioria, por células denominadas hepatócitos, os quais compõem cerca de 80% da massa total do órgão e encontram-se dispostos radialmente a partir da veia central.
· 
· Nos septos, existem pequenas vênulas portais que recebem sangue da veia porta, fluindo para os sinusóides hepáticos (entre as placas hepáticas) e, daí, para a veia central.
· Os hepatócitos e os sinusóides venosos são revestidos por células de Kuppfer ou reticulo endoteliais e por células endoteliais típicas.
· Ainda há os espaços de Disse ou espaços perissinusoidais, onde há conexão com os vasos linfáticos.
O sistema vascular e linfático do fígado
· O fígado apresenta elevado fluxo sanguíneo e baixa resistência vascular
· 1050 ml de sangue fluem da veia porta para os sinusóides hepáticos a cada minuto e, 300ml adicionais fluem da artéria hepática para os sinusóides a cada minuto. 
· Representa 27% do débito cardíaco em repouso.
· O fígado funciona como reservatório de sangue, armazenando 450 ml, cerca de 10% do volume sanguíneo corporal total. Ou seja, ele é um grande órgão venoso expansível capaz de atuar como reservatório de sangue quando há excesso de volume sanguíneo ou fornecer sangue quando há diminuição do volume.
· O fluxo linfático é muito grande, sendo que maior parte da linfa do organismo, quando em repouso, é formada pelo fígado; a concentração proteica da linfa hepática é de 6g/L. Elevadas pressões vasculares hepáticas podem causar extravasamento de líquidos para a cavidade abdominal dos capilares hepáticos e porta.
· Cirrose hepática: há aumento da resistência ao fluxo sanguíneo. Quando as células hepáticas são destruídas, são substituídas por tecido fibroso, que se contraem em torno dos vasos, impedindo o fluxo de sangue porta pelo fígado, caracterizando a cirrose hepática. Sua principal causa é o alcoolismo crônico, mas também pode ser causado por esteato-hepatite não alcoólica ou NASH (doença gordurosa hepática não alcoólica (NAFDL), causa mais comum de distúrbio hepático associado à obesidade e diabetes tipo 2. A NASH é a causa mais agressiva de NAFDL).
· Hipertensão porta: bloqueio do sistema porta por coágulos, fazendo com que o retorno do sangue dos intestinos e do baço pelo sistema fluxo sanguíneo hepatoporta para a circulação sistêmica seja impedido.
· Ascite: quando a pressão nas veias hepáticas aumenta, uma quantidade de linfa se extravasa da capsula hepática para a cavidade abdominal, caracterizando a ascite. O bloqueio do fluxo porta pelo fígado também pode causar aumento de pressão nos capilares, havendo edema da parede abdominal, ou seja, transdução de líquido para a cavidade abdominal (ascite)
· O fígado possui uma capacidade de regeneração hepática, que se dá através da ação dos fatores de crescimento dos hepatócitos (HGF, produzido pelas células mesenquimais do fígado), além de fatores de crescimento epidérmico e interleucinas. Em uma lesão, ocorre aumento dos níveis de HGF após hepatectomia. 
Entretanto, essa capacidade de regeneração acaba após o fígado adquirir o tamanho normal. Os fatores envolvidos nesse fim não são bem esclarecidos, mas acreditam que há ação do fator de crescimento transformante beta (citocina), que é um potente inibidor de proliferação hepática.
Esse processo de regeneração não ocorre em doenças hepáticas (fibrose, infecções viróticas etc.).
Sistema macrófago hepático
· O fígado funciona como um filtro, capaz de fazer uma “limpeza” no sangue que vem do intestino.
· Essa limpeza ocorre através das células de Kuppfer, grandes macrófagos que revestem os sinusóides venosos hepáticos.
· Graças a esse processo, somente 1% das bactérias que vem do intestino conseguem passar do fígado para a circulação sistêmica.
Funções metabólicas do fígado
· (1) Metabolismo dos carboidratos: o fígado tem a capacidade de armazenar carboidrato na forma de glicogênio, para quando ocorrer uma hipoglicemia, ele liberar esse composto, e também retirar o excesso de glicose do sangue. Além disso, é nele que há: a conversão da galactose e da frutose em glicose; gliconeogênese e formação de compostos químicos a partir dos carboidratos
· (2) Metabolismo dos lipídeos: no fígado, há a síntese de gordura a partir de proteínas e carboidratos; síntese de grandes quantidades de colesterol, fosfolipídeos e lipoproteínas; e a oxidação de ácidos graxos para suprir energia para outras funções corporais, quando não há mais carboidratos para serem metabolizados e fornecerem essa energia. 80% do colesterol sintetizado no fígado é convertido em sais biliares, que irá ou para a bile ou para lipoproteínas, onde são lançados para o sangue.
· (3) Metabolismo das proteínas: ocorre no fígado pelo processo de desaminação dos aminoácidos. Há formação de ureia para remoção da amônia dos líquidos corporais; formação de proteínas plasmáticas; e interconversões entre os diversos aminoácidos e síntese de outros compostos a partir deles.
· Armazenamento de vitaminas: o fígado possui a capacidade de armazenar vitamina: vitamina A, em maior quantidade, por até 10 meses; vitamina D, por de 3 a 4 meses; e vitamina B12, armazenada por até 1 ano.
· Armazenamento de ferritina: o ferro é armazenado no fígado sob a forma de ferritina (ferro ligado à proteína apoferritina). Quando o ferro nos líquidos corporais se encontra baixo, a ferritina libera seu ferro.
· Formação de substâncias que vão agir na coagulação: o fígado também tem essa função, sendo as substancias: fibrinogênio, protrombina, globulina aceleradora, fator VII e também ação da vitamina K
· Excreção de fármacos, hormônios e outras substâncias na bile: também é importante para a secreção de alguns fármacos (antibióticos como penicilina e eritominicas); hormônios (tiroxina e hormônios esteroides; e cálcio. A lesão hepática pode causar acumulo de hormônios nos líquidos corporais, provocando hiperatividade dos sistemas hormonais.
Formação e excreção da Bilirrubina
· A bilirrubina é o produto final da degradação da hemoglobina. A sua concentração serve para diagnóstico de doenças hepáticas.
· Quando a hemácia termina a sua vida média, ocorre rompimento de suas membranas celulares e a hemoglobina liberada é capturada pelos macrófagos teciduais. A hemoglobina então irá se transformar em biliverdina, que, por sua vez, se transforma em bilirrubina livre ou não conjugada, que é liberada pelos macrófagos para o plasma, chegando ao sangue e aos fluídos intersticiais, onde é absorvida pelos hepatócitos. Ao ser absorvida, a bilirrubina não conjugada sofre ação do ácido glicurônico e do sulfato, se transformando em bilirrubina conjugada, que é eliminada pelos hepatócitos, vai para os canalículos biliares e, por fim, vai para o intestino
· Icterícia: excesso de bilirrubina no meio extracelular, caracterizando tonalidade amarela dos tecidos pela concentração de bilirrubina em torno de 1,5mg/dl (o normal é até 0,5mg/dl) e fezes em tom de argila, quando a obstrução dos ductos é completa. Entre as causas, está a hemólise com liberação de bilirrubina no sangue (icterícia hemolítica) e a obstrução dos ductos biliares ou lesão das células hepáticas (icterícia obstrutiva).
Icterícia hemolítica: As hemácias são hemolisadas rapidamente e as células hepáticas não conseguem excretar com a mesma intensidade que se forma. A maior parte da bilirrubina está na formanão conjugada
Icterícia obstrutiva - Ocorre com mais frequência quando cálculo biliar ou câncer bloqueiam o ducto biliar comum, ou pela lesão dos hepatócitos (hepatite). Icterícia obstrutiva- principalmente na forma conjugada.

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