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Tratamento da Insuficiência Cardíaca Emanuela Hannoff Pilon – medicina 202 - farmacologia 4 - IC refere-se ao estado fisiopatológico decorrente do comprometimento da função cardíaca, que torna o coração incapaz de manter um débito suficiente para suprir as demandas metabólicas dos tecidos e órgãos do corpo. - Queda de oxigênio faz com que o tecido não funcione direito, não tem ATP, energia para desempenhar a função. - Quando o coração sofre subitamente lesão grave, como a que ocorre no infarto do miocárdio, sua capacidade de bombeamento é rapidamente reduzida. Quanto mais extenso o IAM, mais necrose, fibrose e uma incapacidade contração adequada. · Redução do débito cardíaco · Acúmulo de sangue nas veias, resultando em elevação da pressão venosa sistêmica - O ventrículo acumula sangue ali pois não consegue ejetar. Acumula sangue no pulmão também, levando a edema, hipertensão pulmonar que pode aumentar a pressão pulmonar, que acaba refletindo no VD, no AD que acumula mais sangue e por fim acúmulo de sangue na circulação periférica. Objetivos do tratamento: ATENUAR OS SINTOMAS Sintomas: Astenia (baixo débito), dispneia (acumulo de sangue), edema (aumento do acúmulo de sangue venoso) - A expansão do volume intravascular e aumento das pressões de enchimento ventricular provocam hipertensão venosa pulmonar e sistêmica, causando dispneia. - A diminuição do DC provoca fadiga e redução da capacidade de realizar exercícios. - Vasodilatação causa edema em MMII, mas evita acúmulo de sangue pq diminui retorno venoso (pré-carga), o coração precisa de menos força para carregar o volume e consegue melhorar a capacidade contrátil. Remodelação cardíaca - Mesmo quando não há lesões recorrentes do coração, a gravidade da disfunção miocárdica subjacente geralmente é progressiva. - É um processo que acarreta alterações de má adaptação progressivas na estrutura e função do ventrículo. - Freia a remodelação cardíaca Princípios do tratamento - Tratamento I: modulação neuro-humoral - Tratamento II: redução da pré-carga - Tratamento III: redução da pós-carga - Tratamento IV: aumento da contratilidade cardíaca Etiologia - Cardiopatia isquêmica - Cardiopatia hipertensiva - Valvulopatias - Miocardiopatia - Outras Modulação neuro-humoral IECA/BRA β –bloqueadores Antagonista dos receptores mineralocorticoides Inibidores do receptor de angiotensina e da neprisilina IECA - Inibe produção de Angiotensina II - Reduz pré-carga e pós-carga - Inibição do SRAA, diminuindo a produção de aldosterona (lembrar que pode favorecer a hiperpotassemia) - Reduz a remodelagem cardíaca BLOQUEADORES DE ANGIOTENSINA II - Bloqueio seletiva de receptores específicos de AT II BETA-BLOQUEADORES - B1: ionotrópico - B2: cronotrópico: FC - Reduz frequência cardíaca - Controle da PA - Controle das arritmias - Diminuição da renina - Maior expressão de receptores beta - Proteção contra atividade simpática exacerbada: impede aumento da AT II, remodelamento cardíaco. - Melhora do consumo energético cardíaco - Evita progressão da IC Metoprolol: seletiva B1 Carvedilol: ação antagonista B e a1 Grau 1 e grau 2 sempre usam beta-bloq; na classe 3, se possível, usar também. Em classe 4 não usar. ANTAGONISTA DOS RECEPTORES MINERALOCORTICOIDES - Espironolactona: DIU poupador de potássio. - Antagonista da aldosterona, bloqueia suas ações pq inibe os receptores, facilitando excreção de Na e a retenção de K, então aumenta K. INIBIDORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA E NEPRISILINA - Sacubutril/Valsartana (BRA) - Sacubutril é um pró-fármaco que inibe a neprisilina. - Neprisilina é a enzima que degrada o peptídeo natriurético atrial, substância P e bradicinina, liberado na contração do AD, para excretar Na e diminuir água. - Combina a inativação do SRAA com a ativação de um eixo benéfico de ativação neuro-humoral: os peptídeos natriuréticos. Redução da pré-carga - Diuréticos de alça - Diuréticos tiazídicos - Diuréticos poupadores de K - Diuréticos são agentes muito eficazes no controle dos sintomas de ICC e são empregados quando há edema. Tiazídicos - Impedem a reabsorção de Na no tubo contorcido distal - São diuréticos leves tendo sua ação impedida na insuficiência renal, sendo úteis na ICC leve - Seu efeito colateral é a hipocalemia, num uso concomitante com digital, potencializando o aparecimento de arritmias. - Edema até 2-3 +. DIU de alça - Agem no ramo ascendente inibindo a proteína responsável Na/K/Cl - Os diuréticos mais potentes, dose-dependente e utilizados em formas mais intensas de ICC - Em situações de edema agudo de pulmão tem-se demonstrado um efeito direto da furosemida sobre a resistência vascular pulmonar, promovendo uma redução desta antes do efeito diurético. - Faz hipopotassemia DIU poupador de potássio Amilorida: age nos túbulos coletores, impedindo a reabsorção de Na e a eliminação de K Espironolactona: antagonista da aldosterona que bloqueia seus receptores no túbulo contorcido distal, facilitando excreção de Na e retenção de K. Redução da pós-carga Hidralazina/Dinitrato de isossorbida - Diminui pós-carga, diminui força para levar o sangue adiante. - Pctes classe 3 ou 4 - Origem de raça negra teve resultado de sobrevida de 43%. Aumento da contratilidade cardíaca - Inibidores de Na/K-ATPase - Agentes inotrópicos de AMPc - Sensibilizadores de Ca2+ dos miofilamentos Agentes inotrópicos - Aumenta a contratilidade miocárdica que se encontra deprimida nos casos de ICC sistólico - O representante principal é o digital Agentes inotrópicos digitálicos – glicosídeos cardíacos - Glicosídeos esteroides com propriedade inotrópicas e eletrofisiológicas. - Proporciona disponibilidade de cálcio junto as proteínas contráteis, com dissociação de tropomiosina e maior possibilidade de sítios de interação entre actina e miosina. - Ligam-se e inibem a subunidade a da Na/K/ATPase e impede a saída de sódio, possibilitando troca de cálcio com sódio, e aumenta Ca dentro da célula. Mecanismo de ação: - Abertura de canais lento de cálcio e redução da captação retículo sarcoplasmático do cálcio. - Seu efeito eletrofisiológico se traduz por lentidão da condução atrioventricular do estímulo elétrico. - Diminuição de estímulo simpático a nível de barorreceptores. - Uma leve ação diurética parece ser observada com o digital. - O potássio compete com o digitálico. Se tem muito potássio, diminui o efeito do digitálico. Se tem pouco potássio, aumenta a ação do digitálico, que é muito tóxico. Uso clínico - Têm lugar garantido no tratamento da ICC sistólica e fibrilação atrial. - Sua faixa terapêutica é relativamente estreita com níveis terapêuticos plasmáticos de 0,8 a 2,0 µg/l. - O uso atual de digitálicos para tratamento da ICC recomenda menor ênfase na dose de impregnação. - Se usa num paciente que não consegue manter o débito. - Dose menor em pacientes idosos ou nefropatas - Prevenir distúrbios eletrolíticos do potássio nos pacientes com ICC Intoxicação - Manifestações digestivas: anorexia, náuseas, vômitos ou diarreia - Manifestações neurológicas: confusão mental - Manifestações cardíacas: extra-sístoles ventricular, taquicardia ou bradicardia sinusal e bloqueio AV - Xantopsia: enxergar de forma amarelada Tratamento: suspensão da droga, correção da hipocalemia (administração de K), uso de antiarrítmicos (lidocaína) ou marca-passo, uso de AC anti-digital. Agentes ionotrópicos: Sensibilizadores de cálcio dos miofilamentos - Levosimendana: liberados para tratamento de curto prazo de ICC descompensada. - Tem afinidade com o cálcio quando se liga a TnC. - Liga-se e induz uma alteração na conformação da TnC, uma proteína reguladora dos filamentos finos. Isso provoca um aumento da força para determinada concentração citossólica de cálcio, teoricamente sem aumento da [Ca+2] citossólico. - Parece inibir também a fosfodiesterase, que degrada AMPc. Tratamento farmacológico da IC agudamente descompensada - Vasodilatadores: diminui pré e pós-carga, aumenta capacitância com venodilatação, diminui edema pulmonar. - Diuréticos: furosemida - Agentes ionotrópicos positivos - Epinefrina- Norepinefrina - B1 agonistas e inibidores da fosfodiesterase - Os B1 estimulam os B1 cardíacos, por proteína G, ativando adenilil-ciclase e formando AMPc. A partir disso, há reações de fosforilação, que ativam a chegada de cálcio as proteínas contráteis. - Inibidores da fosfodiesterase impedem a ação de degradação desta enzima no AMPc, aumentando seu conteúdo intracelular e potencializando a contratilidade cardíaca, pois disponibiliza mais cálcio. Agonistas B1 Dopamina - Quando infundida EV doses pequena 2µg/kg/min age principalmente receptores DA 1 e DA 2, promovendo vasodilatação coronariana, mesentérica e aumento fluxo renal - Em doses 2-5 µ/kg/min aumenta o inotropismo, sem modificar a resistência vascular ou FC - 5-10 µg/kg/min, o inotropismo é máximo, porém seus demais efeitos são predominantemente α-adrenérgico com aumento da resistência vascular periférica e FC Dobutamina - Possui efeitos β 1, β 2, α-adrenérgico e não ativa receptores dopaminérgicos Enquanto tais efeitos no miocárdio induzem um aumento da contratilidade, o equilíbrio de ações, β 2 e α-adrenérgico na periferia transcorre sem aumento da resistência periférica - Quando se liga a B, faz vasodilatação. Quando se liga a alfa, faz vasoconstrição. Mas como ambos fazem uma ação baixa, faz um equilíbrio e não modifica a ação vascular. Inibidores de fosfodiesterase - Anrinona inibe a fosfodiesterase III, com isso acumula AMPc no interior de células miocárdicas e da musculatura vascular lisa, promovendo potente ação inotrópica e vasodilatadora periférica. - A milrinona tem propriedades semelhantes com potência mais elevada que a anrinona. Mais utilizada hoje. Vasodilatadores - O coração em falência beneficia-se consideravelmente com reduções da resistência periférica e da impedância aórtica. Diminui muito a pós-carga. - Ação venodilatadora sistêmica resulta em menor acúmulo de sangue na circulação central, diminuindo congestão pulmonar. - Diminuição do retorno venoso, a pré-carga. Diminui a necessidade de trabalho cardíaco. Nitroprussiato de sódio · É um potente vasodilatador misto · Efeito quase imediato · Efeito colateral mais importante é hipotensão
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