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Serpentes Peçonhentas

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SERPENTES PEÇONHENTAS 
CORAL VERDADEIRA, SURUCUCU, URUTU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3 
2. CORAL VERDADEIRA .............................................................................................................. 4 
2.1 PEÇONHA ................................................................................................................................... 8 
2.2 SINAIS CLÍNICOS ..................................................................................................................... 8 
2.3 DIAGNÓSTICO .............................................................................................................................. 9 
2.4 TRATAMENTO .............................................................................................................................. 9 
3 SURUCUCU ....................................................................................................................................... 9 
3.1 PEÇONHA ................................................................................................................................. 11 
3.2 SINAIS CLINICOS ................................................................................................................... 11 
3.3 DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................ 12 
3.4 TRATAMENTO ........................................................................................................................ 12 
4 URUTU.............................................................................................................................................. 12 
4.1 CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA ............................................................................................... 12 
4.2 ESPÉCIES DO GÊNERO BOTHROPS ..................................................................................... 13 
4.3 CARACTERÍSTICAS DA URUTU ............................................................................................ 13 
4.4 HABITAT ...................................................................................................................................... 14 
4.5 ALIMENTAÇÃO .......................................................................................................................... 14 
4.6 REPRODUÇÃO ............................................................................................................................ 14 
4.7 PEÇONHA ................................................................................................................................. 14 
4.8 QUADRO CLÍNICO..................................................................................................................... 16 
4.9 DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................ 18 
4.10 TRATAMENTO .......................................................................................................................... 19 
5. REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
De acordo com Meschia e colaboradores (2013). Os acidentes causados por animais 
peçonhentos em humanos contabilizados em registros hospitalares se enquadram como a 
segunda causa de notificações epidemiológicas afirmados pelos centros de informações e 
assistência toxicológicas (CIAT) existentes no Brasil. Já os dados do Sistema Nacional de 
Informações Toxico-Farmacológicas (SINITOX), informam que no ano de 2009 foram 
registrados 7076 acidentes por animais peçonhentos somente na região Sul do Brasil, 
representando cerca de 31,6% das intoxicações registradas. 
Devido a esse número significativo começou-se os estudos e identificações, onde foram 
encontradas aproximadamente 3 mil espécies de serpentes em todo o mundo, sendo que apenas 
410 são consideradas perigosas para o homem. Ainda as espécies peçonhentas encontradas em 
nosso país foram subdivididas, aonde 20 pertencem ao gênero Bothrops, 19 ao gênero Micrurus, 
01 do gênero Crotalus e 01 do gênero Lachesis, retratado por (FEITOSA et. al, 1997). 
Tokarnia e Peixoto (2006). Em seu relato trazem que as revisões de literatura apresentam 
os acidentes acorridos entre animais peçonhentos com animais não peçonhentos com 
irrelevância, ou seja, de menor significado de sua atribuição, tendo como base opiniões 
pessoais. Divergindo assim das perdas causadas em grandes fazendas de gado, causadas por 
acidentes com serpentes, os quais trazem diversos prejuízos aos produtores interferindo 
diretamente em sua rentabilidade. 
Os registros então são dificultados devido não haver notificação obrigatória vinda dos 
órgãos responsáveis e fiscalizadores, tendo como consequência a falta de respaldo técnico, de 
diagnóstico, análise clínica, semiológica, histopatológica e laboratorial. (FARIAS e 
CHALKIDIS; 2015). 
Ainda detalhado por Tokarnia e Peixoto (2006). Existem questionáveis variações sobre 
a susceptibilidade das intoxicações ao veneno ofídico e botrópico de acordo com cada espécie 
animal, onde apresentam em comum os ruminantes que são animais mais sensíveis e os 
carnívoros mais resistentes. 
Dessa forma o objetivo deste trabalho é apresentar as principais características das 
serpentes conhecidas com seu nome popular de coral verdadeira, surucucu e urutu, buscando 
embasamento para evitar acidentes deletérios e caso ocorra, ter consciência dos primeiros 
socorros a serem prestados com os animais acometidos. 
2. CORAL VERDADEIRA 
 
Existem 32 espécies de corais-verdadeiras registradas para o Brasil (Costa & Bérnils 
2014) e temos espécies desta família presentes em todo o país. Apresentam tamanho pequeno 
a médio (até 1,5 m), conhecidas popularmente como corais ou corais-verdadeiras (outros nomes 
populares: cobra-coral, boicorá e ibiboboca). As corais possuem a cabeça oval, recoberta por 
escamas grandes (escudos cefálicos semelhantes aos dos colubrídeos e dipsadídeos), olhos 
pequenos e pretos, corpo cilíndrico com escamas dorsais lisas, cauda curta e roliça. 
O acidente elapídico é caracterizado pelo efeito causado por serpentes da família 
Elapidae gêneros Micrurus e Leptomicrurus. As espécies encontradas no Brasil são: 
Leptomicrurus collaris, Leptomicrurus narduccii, Leptomicrurus scutiventris, Micrurus 
albicinctus, Micrurus altirostris, Micrurus annelatus, Micrurus averyi, Micrurus brasiliensis, 
Micrurus decoratus, Micrurus diana, Micrurus filiformis, Micrurus frontalis (cobra-coral, 
coral), Micrurus corallinus (cobra-coral, coral-verdadeira, boicorá), Micrurus ibiboboca (coral-
venenosa,coral verdadeira), Micrurus hemprichii, Micrurus isozonus, Micrurus langsdorffii, 
Micrurus lemniscatus, Micrurus nattereri,Micrurus mipartitus, Micrurus ornatissimus, 
Micrurus pacaraimae, Micrurus paraensis, Micrurus potyguara, Micrurus psyches, Micrurus 
putumayensis, Micrurus pyrrhocryptus, Micrurus remotus, Micrurus silviae, Micrurus spixii, 
Micrurus surinamensis, e Micrurus tricolor. 
 
 
Figura 1. Coral verdadeira (Micrurus corallinus) - Mata Atlântica (regiões sul, sudeste e nordeste e também no 
MS). Note que essa é uma espécie de coral que apresenta mônades (Sequência de um anel preto ao longo do 
corpo). 
 
 
Figura 2. Coral-verdadeira (Micrurus frontalis) - Cerrado (TO, MT, MS, GO, DF, MG e SP). Note que essa é 
uma espécie de coral que apresenta tríades (Sequência de três anéis pretos ao longo do corpo). 
 
 
Figura 3. Coral-verdadeira (Micrurus ibiboboca) – Região Nordeste. 
 
 
Figura 4. Coral-verdadeira (Micrurus altirostris) – Sul do Brasil. 
 
 
Figura 5. Coral-verdadeira(Micrurus decoratus) – Mata Atlântica (SC, PR, SP,RJ, MG e ES). 
 
 
Figura 6. Coral-verdadeira (Micrurus surinamensis) – Amazônia e MT. 
 
 
Figura 7. Coral-verdadeira (Micrurus averyi) – Amazônia (AM e PA). 
 
 
Figura 8. Coral-verdadeira (Micrurus albicintus) – Amazônia (AM, RO e MT). 
 
Essas serpentes apresentam tamanho mediano, entre 30 cm a 1,5 m, outra 
particularidade são os anéis corporais com coloração preta, amarelas, branca e vermelha. Os 
olhos são pequenos e as pupilas arredondadas. Sobre a dentição, são proteróglifas, não 
apresentam fosseta loreal (Figura 9) e levantam a cauda como comportamento característico da 
espécie, de forma semienrolada, quando se sentem ameaçadas. 
A fosseta loreal é um orifício localizado lateralmente na cabeça entre a narina e o olho, 
e apresenta função sensorial (termo-orientação). 
 
 
Figura 9. Dentição, proteróglifas e ausência da fosseta loreal. 
 
Apesar disso, não é considerado um acidente comum, pelo fato dessas serpentes não 
apresentarem comportamento agressivo e ser de habitat semissubterrâneo, entretanto, em casos 
de acidentes são considerados de níveis graves. 
Seu habitat ocorre em florestas primárias e também em áreas alteradas (lavouras e 
pastagens), incluindo registros de algumas espécies (ex. Micrurus corallinus, M. lemniscatus e 
M. surinamensis) em áreas urbanas. A maioria das espécies apresenta hábitos fossoriais e 
criptozóicos, eventualmente algumas são terrícolas e duas espécies (Micrurus lemniscatus e M. 
surinamensis) apresentam hábitos aquáticos. 
 
2.1 PEÇONHA 
A peçonha dessas serpentes pode apresentar variações entre as espécies, em geral, 
possuem ações neurotóxica, mionecrótica, edematogênica e hemorrágica, além disso, algumas 
espécies de Micrurus causa efeito anticoagulante. 
A principal ação da peçonha é neurotóxica, separados em dois grupos: 
 Pré-sinápticas: proteínas de massa molecular entre 12 e 60Kd, possuem atividade 
fosfolipásica que atuam nas terminações axonais impedindo a liberação da 
acetilcolina na fenda sináptica da junção neuromuscular de nervos motores. 
 Pós-sinápticas: proteínas de peso molecular entre 6 e 14Kd, desprovidas de ação 
enzimática, que se fixam competitivamente aos receptores colinérgicos na junção 
neuromuscular, efeito descrito como similar ao curare. Assim, é bloqueada a 
deflagração do potencial de ação. A morte ocorre por falência respiratória por 
paralisia muscular. 
Como a substancia toxica dispõem de neurotoxinas de baixo peso molecular, os sinais 
tendem a iniciar de maneira precoce. 
A ação mionecrose provocada por influxo de Ca++, causando hipercontração dos 
microfilamentos, danos mitocondriais e ativação de fosfolipases dependentes de Ca++. Nos 
envenenamentos em humanos com corais, um quadro de mialgia pode se instalar, mas sem um 
indicativo claro de mionecrose. 
 
2.2 SINAIS CLÍNICOS 
Os sinais clínicos locais observados são a parestesia e a dor, entretanto, o local exato da 
picada nem sempre é encontrado. Os sintomas sistêmicos observados, normalmente são 
vômitos, face miastênica com ptose palpebral bilateral simétrica ou assimétrica, flacidez dos 
músculos da face, turvação visual, diplopia, oftalmoplegia, anisocoria, dificuldade para 
deglutição e mastigação, sialorreia, ptose mandibular, mialgia generalizada e dispneia restritiva 
e obstrutiva. 
A morte é decorrente da falência respiratória, causada pela paralisia da musculatura 
torácica intercostal e por acúmulo de secreções, evoluindo para paralisia diafragmática. Em 
quadro de rabdomiólise, é necessário avaliar o perfil das enzimas musculares por meio de 
avaliações seriadas da creatina fosfoquinase, aspartato aminotransferase e lactato 
desidrogenase. 
 
2.3 DIAGNÓSTICO 
No local da picada podem ocorrer reações teciduais leves a moderadas e dor. A 
identificação da serpente no local auxilia no diagnóstico. 
 
2.4 TRATAMENTO 
O tratamento específico é recomendado com a utilização do soro antielapídico, porém, 
esse soro é de difícil acesso para uso veterinário, dessa forma é usual apenas o tratamento de 
suporte. A utilização de anticolinesterásicos, como a neostigmina ou a piridostigmina, é 
indicada para reverter o bloqueio colinérgico na junção neuromuscular promovido pelo veneno 
de M. frontalis e M. lemnicatus, porem deve ser utilizado após previa atropinização evitando 
estimulação muscarínica, recomenda-se também o teste prévio com a neostigmina antes da sua 
utilização, para comprovar sua eficácia. Em caso de morte, é decorrente de parada respiratória, 
desse modo é possível realizar a ventilação artificial no paciente. 
Evitar o uso de fármacos analgésicos que deprimem o sistema respiratório. 
 
3 SURUCUCU 
Acidente causado por serpentes do gênero Lachesis, conhecida popularmente como 
surucucu, pico-de-jaca, surucuru-pico-de-jaca, surucutinga e malha-de-fogo. Em território 
brasileiro, a espécie Lachesis conta com duas subespécies: 
 Lachesis muta, presente na floresta amazônica; 
 Lachesis muta rhombeata, encontrada na mata atlântica. 
Além de outras duas espécies (Lachesis stenophrys e Lachesis melanocephala), descritas 
na costa da Costa Rica, Panamá e noroeste da América do Sul. Devido a redução do seu habitat 
natural, Lachesis muta rhombeata encontra-se em risco de extinção. 
São serpentes ovíparas e de tamanho grande, podendo chegar até 3,5m de comprimento. 
A morfologia destas serpentes é conhecida por apresentar manchas escuras na cabeça e um 
padrão de coloração amarelado com figuras romboidais escuras, ventre branco ou marfim e 
escamas eriçadas na ponta da cauda com coloração pálida escura acabando em forma de espinho 
(Figura 10 e 11), além de possuírem fosseta loreal (Figura 12). 
O bote dessa serpente pode ultrapassar 50% do seu comprimento (Figura 13). São 
serpentes consideradas não agressivas porem quando se sentem ameaçadas podem atacar e gerar 
acidentes graves, a atividade destas serpentes é crepuscular ou noturna, suas preferências para 
caça são pequenos roedores e popularmente são encontradas na região da floresta amazônica 
(L. muta) e na Mata Atlântica (L. Muta rhombeata) matas de clima úmido e de muita sombra. 
 
Figura 10: Ponta da cauda. 
 
 
Figura 11. aparência da Lachesis muta (fonte: SiBBr) 
 
Figura 12: Cabeça da serpente evidenciando fosseta loreal. 
 
Figura 13. Serpente posicionada para realizar o bote. 
 
3.1 PEÇONHA 
A peçonha apresenta atividades fisiopatológicas semelhantes às do botrópico. Possui 
atividades coagulantes causando afibrinogenemia e incoagulabilidade sanguínea, hemorrágica 
com sangramentos locais e sistêmicos causado pela metaloproteinases, inflamatória e 
necrosante (proteolítica), alterações neurotóxicas, assim como ação inflamatória acompanhada 
de edema, intensa hiperalgesia e síndrome vagal 
 
3.2 SINAIS CLINICOS 
Os sinais clínicos desse acidente ainda não estão descritos especificamente para animais 
domésticos, em humanos, apresentam dor acentuada, eritema, edema equimose (com 
possibilidade de progressão para todo o membro), aparecimento de bolhas com conteúdo sero-
hemorrágico e complicações, como síndrome compartimental, necrose e déficit funcional do 
membro atingido (Figura 14). Os sinais da neurotoxicidade, resultantes de estimulação vagal e 
variáveis segundo a gravidade do quadro, são hipotensão, bradicardia, cólicas abdominais, 
vômitos, diarreia e tontura, outro sintoma comum é a ocorrência de infecção bacteriana no local 
da picada. 
 
Figura 14. Cão picado pela serpente na região do pescoço. 
3.3 DIAGNÓSTICO 
Para a confirmação do diagnostico, teste de imunoensaio foram desenvolvidos, porém, 
não estão disponíveis para utilização rotineira. As manifestações hemorrágicas, na maioria dos 
casos, limitam-se apenas no local da picada, entretanto, ocorre em conjunto com o sangramento 
no local de venopunção, equimoses, epistaxes, gengivorragia e hematúria. 
 
3.4TRATAMENTO 
O tratamento especifico deve ser iniciado após avaliação da gravidade, decorrente dos 
sinais locais e da intensidade das manifestações vagais (bradicardia, hipotensão e diarreia). O 
tratamento é realizado com soro antilaquético ou soro antibotrópico laquético, em quantidade 
suficiente para neutralizar 250 a 400mg de veneno laquético. Nesse caso, o soro antibotrópico 
não deve ser utilizado, pois não e eficaz para esse tratamento, principalmente por não reverter 
a ação coagulante das substancias toxicas dessas serpentes. 
O tratamento complementar é variado de acordo com o quadro apresentado, em 
pacientes de bradicardia com instabilidade hemodinâmica, recomenda-se sulfato de atropina. 
Pacientes com hipotensão e/ou choque devem ser tratados com fluidoterapia, se necessário, 
drogas vasoativas. Para o tratamento de local, de feridas indica-se antissépticos e deve-se 
proceder à antibioticoterapia. Também se devem administrar analgésicos opioides e, para 
redução do edema, anti-inflamatório esteroidal como a dexametasona. Em casos em que o 
animal apresentar manifestações parassimpaticas mais graves deve se aplicar 0,2mg/kg de 
Atropina IV. 
 
4 URUTU 
A urutu, Bothrops alternatus, é uma espécie de serpente peçonhenta da família 
Viperidae, seu veneno é um dos mais tóxicos entre todas as cobras encontradas em território 
brasileiro. 
4.1 CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA 
Reino: Animalia 
Filo: Chordata 
Classe: Reptilia 
Ordem: Squamata 
Subordem: Serpentes 
Família: Viperidae 
Gênero: Bothrops 
Espécie: B. alternus 
 
4.2 ESPÉCIES DO GÊNERO BOTHROPS 
As serpentes do gênero Bothrops compreendem cerca de 30 espécies, distribuídas por 
todo o território nacional. As espécies do gênero Bothrops com maior importância no Brasil 
são: 
Bothrops alternatus – urutu, urutu-cruzeiro, cruzeira; Bothrops atrox – jararaca, 
jararaca-do-norte, jararaca-do-Amazonas; Bothrops cotiara – cotiara; Bothrops erythromelas – 
jararaca-da-seca, jararaca-do-sertão; Bothrops jararaca – jararaca, jararaca-preguiçosa; 
Bothrops jararacussu – jararacuçu; Bothrops leucurus – jararaca; Bothrops moojeni – caiçara; 
Bothrops neuwiedi – jararaca-pintada, jararaca-de-rabo-branco. 
 
4.3 CARACTERÍSTICAS DA URUTU 
A cobra urutu cruzeiro vive, em média, vinte anos, na fase adulta possui de 1,10 a 1,60 
metros de comprimento. 
Possui a pele com a presença de três cores: castanho-escuro, castanho-claro e bege. O 
castanho-claro é a cor de fundo da pele, possuindo desenhos em castanho-escuro em formato 
de letra “U”, e, na cabeça, apresentam um desenho branco em forma de cruz (Figura 15). 
Possui cauda lisa, fosseta loreal e não tem presença de chocalho. É uma cobra agressiva 
quando se sente ameaçada. Possui o bote muito rápido, dificultando assim a fuga de sua presa. 
 
 
Figura 15. Cabeça da cobra, fosseta loreal. 
 
 
 
4.4 HABITAT 
As serpentes do gênero Bothrops habitam zonas rurais e periferias de grandes cidades, 
preferindo ambientes úmidos como matas e áreas cultivadas e locais onde haja facilidade para 
proliferação de roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha). Tem hábitos predominantemente 
noturnos ou crepusculares. 
A cobra urutu cruzeiro vive em áreas de matas, campos e brejos nas regiões sul, centro-
oeste e sudeste do Brasil. É encontrada também em regiões de campos da Argentina e Paraguai. 
 
4.5 ALIMENTAÇÃO 
O urutu cruzeiro se alimenta basicamente de lagartos, aves, ratos, preás, camundongos 
e outros mamíferos de pequeno porte. 
 
4.6 REPRODUÇÃO 
A reprodução da urutu é vivípara, não põe ovos, os filhotes já nascem prontos. A fêmea 
dá à luz de 10 a 15 filhotes, geralmente na época do verão. 
 
4.7 PEÇONHA 
Sua peçonha possui importantes atividades fisiopatológicas, com lesões locais e 
destruição tecidual (ação proteolítica), ativa a cascata da coagulação podendo induzir 
incoagulabilidade sanguínea por consumo de fibrinogênio (ação coagulante), promove 
liberação de substâncias hipotensoras e provoca lesões na membrana basal dos capilares por 
ação das hemorraginas (ação hemorrágica), que associada à plaquetopenia e alterações da 
coagulação, promovem as manifestações hemorrágicas, frequentes neste tipo de acidente. 
A peçonha botrópico conta com mais de 20 componentes distintos e mais de 90% são 
constituídos por proteínas, incluindo enzimas, toxinas não enzimáticas e proteínas não tóxicas. 
Os outros componentes são carboidratos, lipídeos, metais, aminas biogênicas, nucleotídeos e 
aminoácidos livres. 
No caso de serpente do gênero botrópico, há uma diferença entre o veneno do filhote, 
que é predominantemente coagulante, e do adulto, com maior ação proteolítica e menor ação 
coagulante. Os animais mais sensíveis são os equinos, ovinos, bovinos, caprinos, caninos, 
suínos e felinos. 
Por outro lado, a peçonha desta serpente possui quatro grupos relacionado a atividade 
fisiopatológicas: 
 Proteolítica: também conhecida como necrótica ou inflamatória aguda, é causada por 
diversos componentes, incluindo aminas biogênicas pré-formadas do tipo histamina, 
pequenos peptídeos ou proteínas, como fosfolipase, esterases, proteases, enzimas 
liberadoras de cininas e lectinas. Conta com elevadas concentrações de enzimas 
proteolíticas, mas muitas vezes a ação ocorre indiretamente pela indução ou liberação 
de autacoides (bradicinina, prostaglandinas, leucotrie nos prostaciclinas), produção 
óxido nítrico e de citocinas (IL-1, IL6, IL-8, IFN-γ, TNF-α) e ativação do sistema 
complemento (C5a, C3 e C4). 
 
 Coagulante/anticoagulante: o processo inflamatório local agudo é potencializado pela 
atividade coagulante, ocorre devido a formação de trombos na micro vasculatura, 
responsáveis por hipóxia, agravamento do edema e necrose tecidual. As hemorragias 
também devem contribuir para a inflamação aguda por meio da ação sobre o fator de 
necrose tumoral pré-formado, liberando a citosina ativa. No local da picada, há 
formação de necrose tecidual de aspecto gelatinoso pela ação de enzimas proteolíticas, 
principalmente as fosfolipases. 
 Estas enzimas liberam substâncias vasoativas, provocando dor intensa, edema, 
eritema e hemorragias, que precedem a necrose. Além disso, apresenta enzima 
hialuronidase, responsável pela rápida absorção e dispersão da substancia entre os 
tecidos animais. 
A atividade coagulante é produzida por diversos compostos, como 
botrojararacina, botrombina e jararagina C. Conhecida como tipo “trombina”, a ação 
coagulante se dá pela ativação de fatores de coagulação sanguínea (fibrinogênio, 
protrombina e fator X), isoladamente ou simultaneamente, convertendo fibrinogênio em 
fibrina. 
Mas deve ser ressaltado que a fibrina formada é instável (não ocorre a formação 
dos dímeros de fibrina) e rapidamente degradada, além do veneno inativar o fator XIII, 
resultando no aumento do tempo de coagulação ou tornando-o incoagulável. 
 
 Vasculotóxica: é promovida pelas hemorraginas, um grupo de enzimas que contêm 
zinco em sua estrutura (metaloproteinases). 
 Elas rompem a integridade vascular por degradação de vários componentes da 
matriz extracelular, como o colágeno (fibronectina e a laminina), além de inibirem a 
agregação plaquetária. Causa insuficiência renal aguda, possui mecanismos de ação 
direta sobre os túbulos renais e o endotélio vascular. 
 Também pode ocorrer em consequência de hipotensão/hipovolemia, ou por 
isquemia causada por obstrução da microcirculação renal pelos micro coágulos. 
 
 Nefrotóxica: é promovida por miotoxinas que apresentam estrutura química de 
fosfolipase e afetam a integridade da membrana das fibras musculares. 
Alguns fatores podem interferir na composição da substancia toxica da peçonha, como: 
Idade (serpentes jovens possuem maior atividade pró-coagulante e menos atividade 
inflamatória aguda), distribuição geográfica (podendo apresentar variações nas 
substancias toxicas da peçonha, principalmentepor conta da dieta), variações de espécie 
(idade e procedência). 
 
4.8 QUADRO CLÍNICO 
O quadro clínico caracteriza-se por manifestações locais importantes como dor e edema 
de caráter precoce e progressivo. Frequentemente, surgem equimoses, lesões bolhosas e 
sangramentos no local da picada (Figura 16). Nos casos mais graves, pode ocorrer necrose de 
tecidos moles com formação de abscessos e desenvolvimento de síndrome compartimental, 
podendo deixar como sequelas a perda funcional ou mesmo anatômica do membro acometido. 
Os sinais clínicos locais podem ser observados em pouco tempo após a picada, 
caracterizados por dor intensa, edema e hemorragia (Figura 17). Entre 6 a 12 horas da picada, 
são evidenciadas equimoses, bolhas e necrose. É comum os animais picados em algum membro 
o manter flexionado, procuram não apoiar no solo (Figura 18). 
Quando a picada ocorre na cabeça, principalmente na região do focinho, o edema 
intenso formado na região da picada pode causar dispneia e insuficiência respiratória (Figura 
19). 
As manifestações sistêmicas incluem, além de sangramentos em ferimentos cutâneos 
preexistentes, hemorragias à distância como gengivorragias, epistaxes, hematêmese e 
hematúria. Podem ocorrer náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão arterial e, mais raramente, 
choque 
As complicações sistêmicas mais comuns são o choque, a insuficiência renal aguda, a 
septicemia e a coagulação intravascular disseminada, tendo patogênese multifatorial e sendo 
causas frequentes de óbitos 
A recuperação, normalmente é lenta, em caso de morte do paciente, é devido o choque 
hipovolêmico, hemorragias extensas ou insuficiência renal, como sequela, pode haver extensa 
necrose da pele e musculatura, principalmente na região da picada, é comum a contaminação 
bacteriana no local da picada, com formação de abscessos. 
As bactérias geralmente são provenientes da microbiota bucal das serpentes, mas podem 
ser introduzidas pelo contato da ferida com material contaminado. 
A gravidade do quadro vai variar de acordo com: Espécie da serpente, volume da 
peçonha inoculado, tamanho do animal acidentado, tempo decorrido entre o acidente e o 
tratamento, além do local da picada. 
 
 
Figura 11. Necrose na pele de cão. 
 
 
Figura 17. Hemorragia subcutânea na região torácica ventral e no membro anterior esquerdo do cachorro. 
 
 
 
 
Figura 18. Edema em bovino causado pelo acidente botrópico. 
 
Figura 19. Edema em cachorro causado pelo acidente botrópico, dificultando a respiração. 
 
4.9 DIAGNÓSTICO 
 O diagnóstico pode ser realizado pela observação da serpente no local, relatos de 
acidentes anteriores no ambiente. A confirmação laboratorial do acidente pode ser feita através 
de antígenos do veneno botrópico que podem ser detectados no sangue ou outros líquidos 
corporais do paciente, através da técnica de ELISA. 
A avaliação laboratorial é realizada através do tempo de coagulação (TC), que 
geralmente está aumentado, bem como o tempo parcial de tromboplastina (PTT). São exames 
importantes para diagnóstico, conduta e evolução clínica. 
O hemograma geralmente revela leucocitose com neutrofilia e plaquetopenia de 
intensidade variável. O exame de urina pode apresentar proteinúria, hematúria e leucocitúria. 
Outros exames complementares importantes incluem dosagem de eletrólitos, uréia e creatinina, 
com a finalidade de detectar precocemente distúrbios hidroeletrolíticos e insuficiência renal 
aguda. 
Baseado nas alterações clínicas e laboratoriais e visando orientar a terapêutica a ser 
empregada, os acidentes botrópicos são classificados em casos leves, moderados e graves. 
 
 
 
4.10 TRATAMENTO 
O tratamento específico consiste na administração o mais precocemente possível, por 
via endovenosa do soro antibotrópico (SAB) em quantidade suficiente para neutralizar pelo 
menos 100mg do veneno e, na falta deste, das associações antibotrópico-crotálico (SABC) ou 
antibotrópico-laquético (SABL), em ambiente hospitalarSe o TC permanecer alterado 24 horas 
após a soroterapia, está indicada dose adicional de antiveneno, onde a quantidade do soro pode 
ser aumentada para o suficiente para neutralizar 200mg ou mesmo 300mg de veneno. 
 A administração do soro por outra via é menos efetiva que a via intravenosa, devido à 
demora para que ocorra a circulação sanguínea. Apesar de ser mais eficiente se for instituída o 
mais precocemente possível, também é indicada para casos com evolução de mais de 24 horas. 
Se após quatro a seis horas da administração do soro antibotrópico, o sangue permanecer 
incoagulável, é indicada nova administração do soro na metade da dose inicial. 
As medidas gerais incluem procedimentos indicados para tratamento das alterações 
locais. O local de inoculação do veneno deve ser limpo com água e sabão. A elevação do 
membro acometido pouco acima do resto do corpo pode facilitar a diminuição do edema. 
Analgésicos são comumente necessários nos casos mais graves. 
Os tecidos necrosados devem ser cuidadosamente debridados e os abscessos drenados. 
A fasciotomia deve ser realizada se ocorrer síndrome compartimental. Adequada hidratação e 
profilaxia contra o tétano são medidas complementares importantes. A antibioticoterapia é 
reservada para casos onde sejam verificados sinais clínicos e laboratoriais de infecção. 
Considerar a necessidade de cirurgia reparadora nas perdas extensas de tecidos, e 
preservar o segmento acometido até que se tenha certeza de que nada poderá ser feito para 
recuperá-lo ou se está em risco a vida do paciente. O paciente deve permanecer, pelo menos 
por 72 horas após a picada, sob observação. 
 
5. REFERÊNCIAS 
 
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