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Existem diversas alterações genéticas que envolvem o ganho ou a perda de um cromossomo inteiro, ou ainda de sequências grandes de DNA, porém a maioria é incompatível com a vida, sendo eliminada em abortos espontâneos. Herança autossômica A tr issomia do 21, também chamada de Síndrome de Down é uma herança autossômica que acarreta retardo no desenvolv imento, retardo mental e anomal ias congênitas múltiplas . Essa trissomia é a mais comum e que tem maior número de estudos e pesquisas. A sua frequência na população é de um em cada 800 nascimentos vivos em mulheres com 35 anos de idade ou mais. A Síndrome de Down geralmente é diagnosticada ao nascimento ou logo após, devido às suas características dismórficas que produzem um fenótipo distinto, como a hipotonia presente nos recém-nascidos. Os aspectos fís icos também são distintos, como estatura reduz ida, braquicefaleia, região occipital achatada, pescoço curto com frouxidão na pele da região da nunca. Além disso, os olhos apresentam as manchas de Brushfield circundando a íris e a boca, geralmente aberta e, frequentemente, mostrando uma língua protrusa e sulcada. Os indivíduos também apresentam um retardo mental que pode ser de moderado a severo. Essas alterações no formato da boca estimulam a respiração pela boca, contribuindo que esses indivíduos fiquem com a mucosa da boca ressecada, levando ao cresc imento bacteriano e surgimento de cáries , inflamação gengival e mau hál ito. A primeira dentição ocorre de forma retardada quando comparada com crianças que não apresentam essa tr issomia. Normalmente, o primeiro dente surge entre o 12º e o 14º mês de vida, mas pode ocorrer até o 24º mês. Em alguns casos, a criança pode chegar aos 4-5 anos sem ter todos os dentes de leite. Os molares podem surgir após os 8-9 anos de idade. Além disso, a troca de dentes primários pela dentição permanente pode não ocorrer, devido ao atraso no crescimento da dentição permanente, sendo necessário então a avaliação e a intervenção de um profissional para que a dentição não tenha mais problemas no seu alinhamento. A dentição dos indivíduos com essa s índrome é pequena tanto na coroa quanto na raiz . Além disso, ocorre a hipoplasia, que é uma condição que afeta a formação do esmalte dos dentes, o que torna a superfície dentária com pequenos furos que propiciam a acomodação das placas bacterianas. A cárie é uma condição mais comum, seguida pela periodontite, que é uma inflamação gengival causada por bactérias. Outra patologia comum é o bruxismo, ocorrendo mais à noite. Os problemas odontológicos também podem ser agravados por problemas digestivos , como o refluxo gastroesofágico. O ácido presente nesse refluxo também proporciona erosão nos dentes e consequentemente a formação de placas bactérias e o surgimento de cáries. A amelogênese imperfeita é uma condição que afeta a dentição permanente. Nessa condição não ocorre a descida dos dentes permanentes e também na mineralização do esmalte dos dentes, que podem ficar com uma coloração marrom. Essa doença ocorre devido às mutações que ocorrem nos genes que são responsáveis pela formação do esmalte dos dentes. Os cinco genes responsáveis pela formação do esmalte são AMELX, ENAM, KLK4, MMP20 e DLX3 (FERREIRA et al., 2012). Outros achados podem ser encontrados em pacientes com amelogênese imperfeita, como: atraso na erupção dos dentes, mordida aberta anteriores, hipercementose, malformação radicular e taurodontismo. A densidade do dente dos portadores dessa alteração é menor do que em indivíduos que não apresentam essa alteração genética. O seu diagnóstico é feito pela exclusão dos fatores ambientais e distúrbios de desenvolvimento, traçado com um padrão de herança genética e o reconhecimento do fenótipo. Inicialmente, os pacientes apresentam problemas comuns, como lesões por cárie, inflamação gengival, sensibilidade dental e alteração da mordida (FERREIRA et al., 2012). A dentinogênsese é uma displasia mesodérmica da dentina, que afeta a dentição primária e a permanente. Em relação ao desenvolvimento odontológico, os indivíduos com Síndrome de Down apresentam o maxilar o palato pequeno. O maxilar normalmente projeta-se para fora, proporcionado um alinhamento irregular. Além disso, o maxilar superior é pequeno, prejudicando a mordedura e o fechamento. O palato apresenta um formato em V, o que pode resultar em resíduos alimentares nesse local, causando infecções crônicas na boca. Padrões de herança de caracteres monogênicos e distúrbios assim condicionados que afetam o desenvolvimento dentário. Essa anomalia é uma herança autossômica dominante. Ela ocorre normalmente associada à osteogênese imperfeita, ou seja, a formação dos ossos que sustentam a dentição não ocorre de forma adequada. Os dentes dos indivíduos portadores dessa síndrome apresentam alteração na cor, perda do esmalte e pode ocorrer a perda da dimensão vertical do dente. Normalmente o tratamento é feito pela restauração dos dentes afetados, mas cada paciente deve ser avaliado quanto aos danos presentes na dentição. Já a f ibrose gengival hereditár ia é uma condição genética em que há um aumento do volume da gengiva devido ao acúmulo de colágeno. Ela pode ocorrer tanto devido ao padrão autossômico dominante quanto ao recessivo, sendo observado que essa característica pode ocorrer no progenitor e não ser transmitida para o filho. Essa anomalia genética pode levar a um atraso na erupção dos dentes. A sua base genética não está totalmente desvendada. Em relação ao tratamento, é realizada a cirurgia de gengivectomia ou gengivoplastia, cabendo ao odontólogo avaliar qual a melhor conduta (FERREIRA et al., 2012). A displas ia ectodérmica é um complexo grupo de doenças hereditárias, com mais de 150 síndromes, clinicamente distintas. O seu diagnóstico deve ser feito ainda na fase inicial, permitindo reestabelecer a estética e prevenir agravos odontológicos. Outras síndromes de caráter autossômico dominante são: D ISOSTOSE CLEIDOCRANIANA Apresenta uma erupção dentária tardia, com hipoplasia de face, proeminência da mandíbula e má oclusão dentária. D ISOSTOSE CRANIOFACIAL É semelhante à disastose cleirocraniana, mas ela apresenta hipolasia fácil com hipoplasia maxilar superior e braquicefalia. ACATALASIA Em relação às anomalias causadas pelos genes recessivos, temos a acatalasia que ocorre devido à ausência da enzima catalase, é responsável pela decomposição do peróxido de hidrogênio. Essa ausência acarreta acúmulo do peróxido e favorece infecções SÍNDROME DE HIPOFOSFATASIA Ocorre devido à falta da enzima fosfatase alcalina que atua no processo de osteogênese e dentinogênese. As consequências são alterações esqueléticas, queda precoce da dentição primária e inflamações. OSTEOPETROSE Ocorre devido à perda da elasticidade e endurecimento ósseo, tornando os dentes defeituosos e podendo ocorrer a erupção dos dentes tardiamente.
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