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Anestésicos locais · São agentes que bloqueiam reversivelmente a condução nervosa, quando aplicada localmente no tecido nervoso, em concentração apropriada · É difundido perinervoso, ou seja, próximos ao tecido nervoso e não dentro · Recuperação completa da função nervosa, sem danos · Ocorre a perda da sensibilidade dolorosa, sem perda da consciência: ação seletiva e específica · Faz o bloqueio de fibras sensitivas e motoras · Concentração adequada não tem ação adequada em processos inflamatórios, infecções e abcessos Estrutura química · Anel aromático (lipofílico): ácido benzoico, ácido paraminobenzóico ou xilidina · Cadeia intermediária: · Éster: rapidamente hidrolisado, com ação curta. Como a procaína, cloroprocaína e tetracaína · Amina: biotransformação lenta, com ação duradoura. Como etidocaína, prilocaína, mepivacaína, lidocaína, bupivacaína e ropivacaína · Grupo amina (hidrofílico): é amina secundária ou terciária. A porção ionizável é influenciada pelo pH do meio e determina a velocidade de ação Qualidades desejáveis Propriedades físico-químicas · Peso molecular: movimentação através dos canais de sódio na membrana nervosa · Lipossolubilidade: reflete na potência anestésica. O axolema é composta de 90% de lipídios e 10% de proteína, sendo altamente lipofílica · Grau de ionização: ação depende da forma não ionizada · Período de latência: depende do pKa e pH do meio. Quanto maior o pKa menor a forma não-ionizada. Ex.: em pH 7,4 · Lidocaína pKa 7,7 → 65% ionizada e 35% nãoionizada · Bupivacaína pKa 8,1 → 85% ionizada e 15% nãoionizada · Tetracaína pKa 8,6 → 95% ionizada e 5% não-ionizada Relação estrutura-atividade · Alteração na estrutura química causa alteração nos efeitos farmacológicos · Alongamento da cadeia intermediária ou número de carbonos amina terciária ou anel aromático: interferem na lipossolubidade, potência, taxa de metabolismo e período hábil diferente Farmacocinética Absorção · Atravessa a membrana do nervo por difusão e gradiente de concentração depende da lipossolubilidade, pH do meio e concentração do medicamento · Forma não-ionizada: penetração como anestésico local · Forma ionizada: tem ação anestésica, mas causa vasoconstrição, reduzindo a absorção · O AL é injetado -> tamponado -> forma não-ionizada-> atinge o interior da célula nervosa -> atinge forma ionizada (responsável pelo efeito anestésico) Distribuição · Circulação sanguínea · Procaína: biotransformados pelas esterases plasmáticas e hepáticas. Sem efeito cumulativo · Tetracaína: biotransformação lenta, com distribuição por perfusão sanguínea · A velocidade da retirada da circulação sanguínea depende da lipossolubilidade e da ligação com proteínas plasmáticas Biotransformação · Hidrólise enzimática · Por derivados do ácido 4aminobenzoico (PABA): ocorre hidrólise plasmática e no fígado por pseudocolinesterases · Em anestésicos com ligação tipo amina, ocorre muito lentamente, exceto na pilocaína · Bupivacaína: conjugada com ácido glicurônico no fígado · Excreção: renal Mecanismo de ação · Impedem geração e condução de impulsos nervosos · Interação da forma ionizada com canais de sódio, causando o bloqueio dos canais de sódio, levando ao bloqueio da despolarização da célula nervosa, gerando o bloqueio do potencial de ação · Aumento do limiar de excitabilidade elétrica: redução do potencial de ação, tornando a condução do impulso mais lento e reduzindo a condução nervosa Associação com outras substâncias Adrenalina · Vasoconstrição leva a menor absorção sistêmica do anestésico local-> menor risco de intoxicação e maior duração do efeito · Evitar em extremidades · Edema ou necrose tecidual Bicarbonato · As amina possuem pH entre 3,2 e 6,5, tendo menos de 3% na forma não-ionizada · A adição de bicarbonato aumenta o pH da solução, aumentando a forma não-ionizada. Promovendo início de ação mais rápido · Cuidado com excesso · 1,0 mEq bicarbonato de sódio para 10 mL lidocaína 1,5% → eleva o pH para 7,15 Efeitos colaterais ou tóxico · Principais locais: SNC e coração · Quanto mais potente maior a toxicidade SNC · Dose dependente · Concentrações baixas: sedação · Concentração alta: causa convulsões, por causar depressão nos centros inibitórios (GABA) levando a excessiva atividade excitatória · Sintomas progressivos: dormência, torpor, tremores musculares, perda da consciência, convulsão, coma e apnéia · Tratamento: oxigenação e correção equilíbrio ácido básico · O uso de barbitúricos e bensoadiazepínicos usado em convulsões persistentes Cardiovascular · Após altas concentrações sistêmicas · Causa redução na excitabilidade elétrica, da taxa de condução e da força de contração · Mecanismo de ação: ligação AL com a fibra cardíaca (canal na forma inativada) · O desligamento ocorre na diástole · Lidocaína: padrão entrada e saída rápida (fast infast out) · Bupivacaína: padrão entrada rápida e saída lenta (fast in-slow out). A cada ciclo mais canais são ocupados e maior é a depressão Cloridrato de procaína · Baixa toxicidade · Duração: 30 a 60 minutos · Hidrólise por PABA-> compete com as sulfonamidas · Ilegalmente é utilizado para melhorar a performance ou claudicação de equinos · Dose máxima: 10 mg/Kg Cloridrato de lidocaína · Dobro da potência da procaína · Atravessa barreira placentária, causando alterações cardíacas no feto · Ação antiarrítmica importante · Toxicidade: sonolência, tremor muscular, hipotensão, náusea, vômito e convulsão · Dose máxima: 7 mg/Kg (sem vasoconstritor) ou 9 mg/Kg · Duração: 60 a 120 minutos Cloridrato de bupivacaína · 4X mais potente que lidocaína · Longa duração: 2 a 4 h · Causa bloqueios nervosos regionais ou anestesia epidural · Dose máxima de 2 mg/Kg · Concentração de 0,25% ou 0,5% · Toxicidade: hipotensão, arritmia cardíaca, taquicardia, fibrilação ventricular e bloqueio atrioventricular Cloridrato de ropivacaína · Estrutura similar a bupivacaína · Ação longa · Propriedades vasoconstritoras · Menor cardiotoxicidade que a bupivacaína · Menor grau de bloqueio motor e maior bloqueio das fibras · Propriedades para anestesia epidural Cloridrato de tetracaína · Anestesia tópica · 10x mais potente e toxica que a procaína · Dose máxima: 1 mg/Kg · Concentração: 0,5% (ocular) e 1 0u 2% (mucosas) Usos · Procedimentos cirúrgicos · Alívio de dor intensa · Antiarrítmico (lidocaína e procainamida) · Administração em regiões próximas ao local de ação · Anestesia tópica ou superficial: pele ou mucosas, com spray ou pomada · Anestesia por infiltração: Tecidos intradérmico, subcutâneo ou intramuscular. O AL se difunde até terminações nervosas · Amestesia perineural: bloqueio da condução do nervo sensitivo que inerva a região a ser realizada a cirurgia. Realizada próximo ao nervo · Anestesia espinhal: injeção da AL no canal espinhal, causando paralisia temporária da região inervada. Conhecida como epidural ou peridural (ao redor da dura-máter) , subaracnóidea ou raquianestesia (abaixo da aracnoide em contato com o licor) · Anestesia intravenosa: utiliza-se torniquete para interromper a circulação. É uma injeção pela via intravenosa, causando anestesia regional por embebição. A retirada do torniquete não deve ser feita antes de 15 minutos e nem deixar passar mais de 1 hora com o torniquete · Anestesia intra-articular: diagnóstico · Métodos alternativos de AL: compressão de troncos ou pressão sanguínea, crioanestesia (gelo), acupuntura (ausência de risco).
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