Microrganismos Procariontes e a Microbiota

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Vitória Sampaio 
MAD 1 - Uni9 Oz 
 
 
Microrganismos procariontes 
(membrana nuclear ausente) e unicelulares, 
pertencentes ao reino monera, e parede 
celular presente. 
Microbiota 
Consumo de antibióticos em excesso, 
fatores genéticos e dieta podem causar perda 
da microbiota normal. Assim, microrganismos 
oportunistas podem aproveitar-se dessas 
condições para se proliferar. Ex.: Candidíase 
vaginal e infecção no intestino. 
 Fungo Candida albicans = candidíase vaginal 
 C. difficile = infecção intestino, algumas vezes, 
precisa de transplante fecal. C. difficile 
desenvolve-se quando há perda da microbiota 
normal do intestino, produzindo toxinas que 
induzem uma reação inflamatória incapaz de 
ser tratada. 
TRANSPLANTE FECAL 
 Quando é indicado? Quando precisa de 
reposição da microbiota intestinal e/ou de 
controle da proliferação de C. difficile. 
 Como é feito? Administração de cápsulas. 
Fatores de virulência 
 Estratégias utilizadas por 
microrganismos para driblar o sistema imune, 
a fim de estabelecer-se, causando doenças no 
hospedeiro. 
ADESINAS Adesão Cápsula, fímbria, 
ácido teicoico e 
biofilme 
INVASINAS Invasão Flagelo 
EVASINAS Permanência no 
organismo 
Cápsula e 
biofilme 
TOXINAS Lesão 
celular/tecidual 
Exotoxinas e 
endotoxinas 
(LPS) 
 
Morfologia 
A morfologia das células bacterianas é 
constituída por suas dimensões, forma, 
estrutura e arranjo. 
Embora existam milhares de espécies 
bacterianas diferentes, os organismos 
isolados apresentam-se em forma de: 
 
1. Coco (arredondada), 2. Bacilo 
(bastão), 3. Cocobacilo, 4. Vibrião (bastão 
encurvado em “vírgula”), 5. Espinilo (rígida, 
em forma de espiral), 6. Espiroqueta (flexível, 
em forma de “saca-rolha” – Ex.: Leptospira). 
Os arranjos correspondem ao modo 
como várias células estão organizadas. 
FORMA ARRANJO 
COCOS 
Diplo, tétrade, sarcina, estrepto e 
estafilo 
BACILOS Isoladas, diplo e estrepto 
ESPIRALADOS 
Isoladas (diferenciadas por 
comprimento, número e amplitude 
de espiras e rigidez da parede 
celular) 
 
 Estreptococos corresponde à 
morfologia, enquanto Streptococus, ao gênero 
de bactérias com essa morfologia. 
Vitória Sampaio 
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Obs.: Bacilos de importância clínica 
apresentam-se isolados. 
Coloração de Gram 
Técnica de coloração composta por 
três etapas simples, com as quais consigo 
evidenciar morfologia e arranjo. Essa técnica 
permite classificação de algumas bactérias 
em dois grandes grupos, de acordo com a 
coloração: 
 
1. Violeta cristal – penetra todas as células. 
2. Lugol (iodo) – mordente ou fixador. 
3. Álcool – destrói a membrana externa, por meio 
da desidratação e, consequente, remoção de 
lipídeos, nas gram-negativas, deixando-as 
“transparentes”, ao perder a coloração. 
4. Fucsina ou safranina – corantes diferenciais, 
penetram as gram-negativas, corando-as. 
Gram Negativas 
Coradas em vermelho ou rosa. 
Possuem peptideoglicano fino e em poucas 
camadas, espaço periplasmático e de LPS na 
membrana externa. Mas os ácidos teicoicos 
estão ausentes. 
 
 
Gram Positivas 
Coradas em roxo. Apresentam 
Peptideoglicano mais espesso e em muitas 
camadas, além de ácido teicoico, substancia 
capaz de aumentar a adesão à célula 
humana. Ausência de espaço periplasmático 
e de LPS (lipopolissacarídeos). 
 
 
Vitória Sampaio 
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COMPONENTE GRAM + GRAM - 
PEPTÍDEOGLICANO 
Espesso e 
em várias 
camadas 
Poucas 
camadas e 
finas 
ÁCIDO TEICOICO Presente Ausente 
ESPAÇO 
PERIPLASMÁTICO Ausente Presente 
LPS Ausente Presente 
 
Espiroquetas 
Possuem filamentos axiais. 
 
Estruturas Bacterianas 
 
ESSENCIAIS NÃO-ESSENCIAIS 
DNA circular Plasmídeo (DNA) 
Ribossomos Fímbrias (pelos ou apêndices) 
M. plasmática Cápsula 
Parede celular* Flagelos 
 
Citoplasma: 80% de água e íons; 
ribossomos (70s) – síntese proteica; grânulos, 
nem sempre presentes – reserva de 
glicogênio, amido e lipídeo (produção de 
ATP), provendo a viabilidade celular, ainda 
que sem multiplicação. 
Nucleóide: material genético ou 
nuclear – genes associados à sobrevivência 
(DNA dupla fita circular, sem envoltório 
nuclear, onde o cromossomo está presente). 
Plasmídeo: material genético nem 
sempre presente – genes associados à 
resistência a medicamentos e à produção de 
fatores de virulência, que conferem vantagens 
seletivas (pequenas moléculas circulares de 
DNA). Sua duplicação é independente da 
divisão celular. 
Bactérias sobrevivem sem plasmídeo, 
mas não sem o cromossomo. 
Glicocálice 
Polímero gelatinoso de polissacarídeo 
e/ou polipeptídeo, produzidos pelas células, 
situado externamente à parede celular. 
Responsável pela reserva de água e de 
nutrientes, proteção contra bacteriófagos, 
aumento da capacidade bactéria e aderência. 
 Estrutura de adesão (Streptococcus mutans: 
colonizados primário da placa dental) produto 
exímio de polissacarídeo extracelular 
(dextrana) e bactérias acidófilas. 
 
 DENOMINAÇÕES 
Além da camada limosa e da cápsula, 
há o biofilme – quando a cápsula auxilia a 
fixação entre as células e no ambiente. Pode 
se desenvolver em um material inerte (ex.: 
cateter) ou biológico (ex.: tártaro no dente). 
 
 SUBSTÂNCIA ADESÃO 
CAMADA LIMOSA Desorganizada Fraca 
CÁPSULA* Organizada Forte 
 *Fator de Virulência 
Vitória Sampaio 
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Parede Celular 
Estrutura que circunda a membrana 
plasmática de quase todas as bactérias, 
sendo exceção as bactérias do gênero 
Mycoplasma (ex.: Mycoplasma pneumonaiae 
- pneumonia). 
Atua na proteção contra alterações 
ambientais adversas e lise osmótica 
(geralmente, a pressão osmótica é maior no 
meio externo); na divisão celular; na forma à 
célula e ancora o flagelo. 
Permite classificar bactérias em gram 
positiva (roxa) ou negativa (rosa/vermelha), 
através da coloração de Gram, e bactérias 
álcool-ácido resistentes (ex.: M. tuberculosis), 
pela coloração de Ziehl-Neelsen. 
Membrana Plasmática 
Organizada em dupla camada 
fosfolipídica com proteínas periféricas e 
integrais presentes e esteróis ausentes. 
Tem como papel delimitação do meio 
intra e extracelular, permeabilidade seletiva – 
controla entrada e saída de substâncias, troca 
de nutrientes, produção energética, síntese da 
parede celular e participa da divisão celular, 
capacidade respiratória. 
Flagelo 
 
Longos apêndices filamentosos 
semirrígidos compostos por proteínas 
flagelinas, responsáveis pela motilidade 
(rotação do corpo basal). 
 
TIPOS LOCALIZAÇÃO 
PERITRÍQUIOS Flagelos ao longo da célula 
MONOTRÍQUIO 1 flagelo em um polo 
LOFOTRÍQUIOS Flagelos em um polo 
ANFITRÍQUIOS Flagelos em ambos polos 
 
 
Filamentos Axiais ou Endoflagelos 
 Formados a partir de fibrilas com 
origem na célula, presentes nas espiroquetas. 
Realizam movimento espiral que lhes permite, 
provavelmente, movimentação efetiva pelos 
fluidos corporais. 
Ex.: Treponema pallidum – agente etiológico da Sífilis. 
Pilli/Fímbrias 
Mais curtos, retos e finos que os flagelos, 
semelhante a pelos, e compostos por proteína 
(pilina), presentes em bactérias gram-
negativas (?). 
 
Ex.: Neirreria gonorrhoeae (gonorreia) 
Vitória Sampaio 
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Tem como papel adesão – adesinas 
fimbriais nas extremidades, e troca de material 
genético entre bactérias (conjugação) – PILI 
SEXUAL. 
Endósporo ou esporo bacteriano 
Forma de reprodução, em plantas e em 
fungos, e resistência a condições adversas, 
em bacilos gram positivos, (pH, temperatura, 
etc). As bactérias assumem uma forma viável 
à sobrevivência, porém inativa. 
Ex.: Bacillus anthracis (infecções respiratórias 
graves), Clostridium tetani e Clostridium botulinum. 
Autoclave consiste no emprego de 
altas pressão e temperatura, durante tempo 
determinado, para destruir esporos. Para 
assegurar a destruição dos esporos, coloca-
se o esporo, após o autoclave, em um 
ambiente favorável, e observa-sese há ou 
não proliferação. 
Clostridium tetani é contraído apenas 
em lesões profundas, que não estão em muito 
contato com ar atmosférico, pois essa bactéria 
não prolifera na presença do O2. 
Toxinas 
Substâncias produzidas por 
microrganismos capazes de causar danos ao 
organismo humano. 
 ENDOTOXINAS EXOTOXINAS 
Composição Lipídeos 
Proteínas e 
enzimas 
Bactéria Gram - Gram -/+ 
Exemplo LPS 
Toxina botulínica 
e estafilocócica e 
hemolisina 
Endotoxinas 
Lipídeos intracelulares ou que fazem 
parte da estrutura bacteriana, pode ser 
liberada após a morte bacteriana (lise celular). 
São produzidas exclusivamente por 
gram-negativas. 
 Porção lipídica do LPS (lipopolissacarídeo) 
presente na membrana externa de bactérias 
gram-negativas. 
LPS é considerado uma endotoxina 
capaz de ser reconhecido pelo sistema imune 
e, a partir disso, pode ser considerado fator de 
virulência – ao causar resposta inflamatória, o 
sistema imune fica mais acessível ao ataque 
de microrganismos. 
Exotoxinas 
Proteínas ou enzimas produzidas pelo 
metabolismo bacteriano (gram-positivas e 
gram-negativas), secretadas no meio externo 
à célula. 
 Toxina A-B. Ex.: toxina botulínica 
 Lise de membrana. Ex.: hemolisina 
 Superantígeno. Ex.: toxina estafilocócica 
Crescimento Bacteriano 
Proliferação em crescimento 
exponencial, dependente de fatores (fonte de 
energia, CHONPS + K, Mg e Ca + Fe, Cu, Mb 
e Zn, vitaminas e Oxigênio – mais importante). 
PRESENÇA DE O2 
 
1. Aeróbios obrigatórios/estritos: apenas na 
superfície (em contato com o ar) 
Vitória Sampaio 
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2. Anaeróbios obrigatórios/estritos: apenas no 
fundo (longe do ar) 
3. Anaeróbios facultativos: qualquer lugar, mas 
em maior velocidade onde há mais O2, em 
decorrência do tipo de metabolismo 
(fermentação ou respiração celular). 
4. Microaerófilos: precisa de pouco oxigênio, 
mas não muito, não sobrevive com muito, nem 
na ausência. 
5. Anaeróbios aerotolerantes: cresce em mesma 
velocidade, independente da concentração de 
oxigênio. 
TEMPERATURA 
(TMín) Temperatura mínima 
(TO) Temperatura ótima 
(TMáx)Temperatura máxima 
 
1. Psicrófilas 
2. Psicrotróficas 
3. Mesófilas – bactérias de importância clínica. É 
por causa delas que se mantém baixas 
temperaturas em centros cirúrgicos, 
laboratórios, etc. 
4. Termófilas 
5. Hipertermófilas 
PRESSÃO 
 
1. Acidófilas (0 < pH < 5,5) 
2. Neutrófilas – bactérias de importância clínica 
(5,5 < pH < 8) 
3. Alcalófilas (8 < pH < 11,5) 
Fases do Crescimento 
 
1. Ausência de crescimento, mas intensa 
atividade de preparação para o crescimento 
populacional. 
2. Aumento logarítmico ou exponencial da 
população. 
3. Fase estacionária, período de equilíbrio, 
quando o crescimento e a morte microbiana 
se equilibram. 
4. Fase de morte celular, na qual a população 
reduz em uma taxa logarítmica. 
O processo de crescimento bacteriano 
deve-se à proliferação celular, via reprodução 
binária (mais comum) – tipo de reprodução 
assexuada. Uma célula vira duas. 
Questões Norteadoras 
1. A bactéria é constituída de célula eucariótica 
ou procariótica? 
2. Quais são as estruturas comuns em TODAS 
AS CÉLULAS BACTERIANAS? Dê a função 
de cada uma delas. 
3. Quais são as estruturas presentes em 
ALGUMAS CÉLULAS BACTERIANAS? Dê a 
função de cada uma delas. 
Vitória Sampaio 
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4. Das estruturas nomeadas, cite quais são 
consideradas fatores de virulência? Cite a 
função de cada um deles. 
5. O que é patogenicidade e o que são fatores 
de virulência? 
6. Quais são as diferenças entre bactérias gram 
negativas e gram positivas? 
7. Qual é a função do endósporo (esporo) 
bacteriano? Todas as bactérias esporulam? 
8. Qual é a diferença entre forma e arranjo 
bacteriano? 
9. Quais são as formas bacterianas? 
10. Quais são os arranjos bacterianos? 
11. Qual é a diferença na escrita de 
“Estreptococo” e “Streptococcus”? A primeira 
refere-se ao arranjo, a segunda ao gênero de 
bactérias que arranjam-se dessa forma. 
12. Defina crescimento bacteriano. 
13. Qual é o tipo de reprodução que a bactéria 
realiza? O principal uma forma assexuada – 
divisão binária. 
14. Quais fatores influenciam no crescimento 
bacteriano? 
15. Defina as seguintes classificações das 
bactérias: quimio-heterotrófica, mesófila, 
neutrófila, anaeróbia estrita, anaeróbia 
facultativa e aeróbia estrita. 
16. Por que armazenas carne em banha? Porque 
a gordura solidifica e impede o contato com o 
ar, impedindo a proliferação de algumas 
populações bacterianas.