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MECANISMO DE AÇÃO DA VACINA PFIZER

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MECANISMO DE AÇÃO DA VACINA PFIZER
INTRODUÇÃO
COVID-19 é o nome atribuído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) à doença provocada pelo novo coronavírus SARS-2 (SARS-CoV-2) (PRADA, L. et al. 2020). O vírus surgiu como um surto na província de Hubei, na China, onde se espalhou rapidamente para muitas partes do mundo, causando uma pandemia. (DE FIGUEIREDO, 2021). O espectro clínico desta nova doença vai desde a ausência de qualquer sintoma até formas de pneumonia grave, como síndrome de dificuldade respiratória do adulto, choque séptico e até a morte. (PRADA, L. et al. 2020). A pandemia da COVID-19 causou morbidade e mortalidade significativas em todo o mundo, bem como importantes perturbações sociais, educacionais e econômicas. Há uma necessidade global urgente de vacinas eficazes e seguras (DE FIGUEIREDO, 2021). Em 31 de dezembro de 2020, a OMS colocou a vacina RNAm COVID-19 BNT162b2 na lista para uso emergencial, tornando a vacina Pfizer-BioNTech a primeira a receber validação emergencial da OMS desde o início do surto um ano antes. O Procedimento de Listagem de Uso de Emergência da OMS (EUL) é um procedimento baseado em risco para avaliar e listar vacinas não licenciadas, terapêuticas e diagnósticos in vitro com o objetivo final de acelerar a disponibilidade desses produtos para as pessoas afetadas por uma emergência de saúde pública (WORLD HEALTH ORGANIZATION,2021).
COVID-19
A Covid-19 é uma doença infecciosa emergente que se tornou uma pandemia. Ele se espalha através da transmissão de gotículas do novo coronavírus SARS-CoV-2 e tem como principais sintomas febre, cansaço, congestão nasal, dor de cabeça, dor de garganta, diarreia, perda de paladar ou olfato e tosse seca. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente (DE FIGUEIREDO, 2021). Algumas pessoas são infectadas, mas apresentam apenas sintomas muito leves. A maioria das pessoas se recupera da doença sem precisar de tratamento hospitalar. Uma em cada seis pessoas infectadas por COVID-19 fica gravemente doente e desenvolve dificuldade de respirar. As pessoas idosas e as que têm outras condições de saúde como pressão alta, problemas cardíacos e do pulmão, diabetes ou câncer, têm maior risco de ficarem gravemente doentes. No entanto, qualquer pessoa pode pegar a COVID-19 e ficar gravemente doente (PRADA, L. et al. 2020).
 É um vírus de RNA exibindo uma proteína de pico como a principal proteína de superfície com similaridade de sequência significativa com o SARS-CoV que causa a síndrome respiratória aguda grave. O domínio de ligação ao receptor da proteína spike interage com a enzima conversora de angiotensina humana 2 e é considerado o determinante antigênico para estimular uma resposta imune. Seu genoma de RNA de fita positiva consiste em seis principais quadros de leitura aberta e genes acessórios que codificam as proteínas não estruturais típicas, incluindo a RNA polimerase dependente de RNA, proteases e as proteínas estruturais, incluindo a matriz, envelope, pico e nucleoproteína. A glicoproteína de pico de superfície é responsável pela ligação ao receptor da superfície da célula humana, seguida pela fusão e entrada na membrana, fundamental para determinar a especificidade do hospedeiro, estimar a capacidade de transmissão de doenças e para a produção de anticorpos neutralizantes em humanos. Geralmente, a proteína spike dos coronavírus consiste em um peptídeo sinal, regiões extracelulares, transmembranares e intracelulares (MUKHERJEE, 2020).
IMUNIZAÇÃO
A imunização é o processo pelo qual uma pessoa se torna imune ou resistente a uma doença infecciosa, normalmente pela administração de uma vacina. As vacinas estimulam o próprio sistema imunológico do corpo a proteger a pessoa contra infecções ou doenças posteriores (DE FIGUEIREDO, 2021). As estratégias utilizadas nas vacinações tradicionais são compostas por as que usam uma versão atenuada do agente infeccioso, as que recorrem ao agente infeccioso inativado, as que introduzem no organismo um componente do patógeno, uma proteína do vírus, e as que administram toxinas produzidas pelo agente infeccioso. A vacina da Pfizer - BNT162b2 o SARS-Cov-2 são as primeiras à base de DNA ou de RNA a ser aprovadas para uso humano (BARRETO, et al., 2021). Em comparação com outros vírus de RNA, o coronavírus tem uma maquinaria molecular mais complexa, resultando em maior fidelidade de replicação (DEARLOVE et al., 2020).
VACINA PFIZER - BNT162b2
É uma vacina de ácidos nucleicos, baseada na tecnologia do RNA mensageiro (RNAm). São administrados fragmentos do material genético do vírus, neste caso RNAm, que contém uma mensagem do código genético do SARS-CoV-2. As células irão produzir e expressar uma proteína do SARS-CoV-2 na sua superfície, a qual permite desencadear uma resposta imunitária. Essas vacinas têm um objetivo comum, ou seja, induzir respostas de anticorpos policlonais contra a proteína spike do SARS-CoV-2 para neutralizar a infecção viral. (ALWIS et al., 2020). São administradas duas doses, por via intramuscular, com um intervalo de 28 dias. Não existe ainda nenhuma vacina comercializada que tenha utilizado este tipo de tecnologia (WORLD HEALTH ORGANIZATION,2021).
 
RNA MENSAGEIRO
As vacinas de RNA mensageiro são um novo tipo de imunizante que ensina as células a sintetizarem uma proteína que estimula a resposta imunológica do corpo. No funcionamento das nossas células, temos o DNA que armazena as nossas informações genéticas, o RNA - molécula que leva instruções para a síntese de proteínas e para outras funções biológicas, e os ribossomos, que são estruturas do citoplasma da célula que efetivamente produzem as proteínas com as instruções trazidas pelo RNA mensageiro (PRADA, L. et al. 2020). As vacinas carregam o código genético do vírus que contém as instruções para que as células do corpo produzam determinadas proteínas. Ou seja, elas atuam introduzindo nas células do organismo a sequência de RNA mensageiro, que contém a receita para que essas células produzam uma proteína específica do vírus. Uma vez que essa proteína seja processada dentro do corpo e exposta ao nosso sistema imunológico, este pode identificá-la como algo estranho, um antígeno e criar imunidade contra ele. Essa imunidade, representada pelos anticorpos e linfócitos T, dá ao organismo a capacidade de se defender quando em contato com o vírus (PRADA, L. et al. 2020). 
MECANISMO DE AÇÃO
Uma vacina de RNA mensageiro utiliza uma fita de RNA mensageiro, a vacina codifica um antígeno específico daquela doença. Quando o RNAm é inserido no organismo, as células usam a informação genética para produzir esse antígeno. O antígeno se espalha pela superfície das células e é reconhecido pelo sistema imunológico, que entende que aquela proteína não faz parte do organismo e passa a produzir anticorpos para combater aquela doença. A vacina de RNA mensageiro simula o processo que ocorre no corpo de uma pessoa que realmente contraiu aquela doença, mas de uma maneira que não possibilita a infecção de quem está sendo vacinado apenas educando o organismo sobre como responder àquele invasor (BARRETO, et al., 2021).
A abordagem do RNA é um fato bastante interessante e importante, pois as cópias idênticas dos RNAs, idênticos aos virais, são introduzidos dentro das células do sistema imune do corpo humano, induzindo-as a produzirem partes de uma proteína que o vírus também fabrica, chamada spike (S), facilmente identificada através de cada uma das pontas que já se conhece nas imagens do vírus da Covid-19. Por ser muito instável, o RNAm é recoberto por uma capa de lipídios que o protegerá. É essencial ressaltar que a molécula não contém outra informação, ou seja, não é capaz de realizar qualquer outra tarefa, e, sendo assim, penetra ao núcleo das células humanas (JACKSON, et al., 2020). Uma vez que o conteúdo da vacina é injetado e capturado pelas células apresentadoras de antígeno, a partir das instruções do RNAm são fabricadas as proteínas “S” do novo coronavírus que, então, são transportadas até a superfície da célula, ondeos processos de defesa são desencadeados. Os linfócitos T auxiliares detectam a proteína estranha e recrutam os linfócitos B, responsáveis pela produção de anticorpos; os linfócitos B entram em contato com a proteína “S” da superfície e produzem os anticorpos específicos contra ela, que neutralizarão o novo coronavírus; outras células de defesa chamadas linfócitos T citotóxicos reconhecem e destroem diretamente qualquer estrutura que exiba a proteína “S” em sua superfície; quando a célula que absorveu o RNAm sofre apoptose, a proteína “S” e seus fragmentos liberados podem ser identificados pelo sistema humano de defesa que também desencadeia todo o processo (LURIE, et al. 2020).
O uso de RNA mensageiro como vacina é uma estratégia relativamente nova, e nenhuma vacina licenciada ainda utilizou esse método. O conceito é simples: injetar a codificação do RNAm para a proteína spike e deixe o hospedeiro produzir a proteína. Uma vantagem dessa abordagem é uma rota razoavelmente direta para a manufatura, permitindo o rápido aumento da produção (CADDY, 2020). Semelhante às vacinas de DNA, as vacinas de RNA contêm informações genéticas selecionados do vírus na forma de RNAm e, após a entrega citosólica, esses genes são traduzidos em proteínas virais (FREDERIKSEN et al. 2020).
CONCLUSÃO
A BNT162b2, uma vacina de RNAm contra a COVID-19 desenvolvida pela Pfizer onde demonstrou ter uma eficácia de aproximadamente 95%, com base em um acompanhamento médio de dois meses. Os dados analisados pela OMS nesse momento apoiam a conclusão de que os benefícios conhecidos e potenciais da BNT162b2 superam os riscos conhecidos e potenciais. Como um suprimento suficiente de vacina não estará imediatamente disponível para imunizar todos os que poderiam se beneficiar dela, são recomendados para priorizar os grupos-alvos (OMS SAGE, 2020).
As vacinas de RNA mensageiro têm demonstrado, em geral, um excelente perfil de segurança e com boas respostas imunes celular e humoral. Tem a vantagem de serem produzidas em maior escala, por se tratar de produtos sintéticos, e a desvantagem de serem produtos que requerem conservação em congelamento (LIMA et al., 2021).
BIBLIOGRAFIA
Alwis, R., Chen, S., Gan, E.S. & Ooi, E.E. (2020). Impact of immune enhancement on Covid-19 polyclonal hyperimmuneglobulin therapy and vaccine development. EBioMedicine. 55 (102768), 1-7.
Barreto, M.C. & Vasconcelos, H. C. (2021). Como as nanopartículas nos defendem da COVID-19: entregas da vacina de RNAm diretamente às células. Açoriano Oriental, Açores Magazine, UAciência, 10-11
Caddy, S. (2020). Developing a vaccine for covid-19. BMJ. 369 (1790), 1-2.
Dearlove, B., Lewitus E., Bai H., Li, Y., Reeves, D.B. & Joyce, M.G. (2020). A SARS-CoV-2 vaccine candidate would likely match all currently circulating strains. Evolutionary Biology. 117 (38), 23652-23662
DE FIGUEIREDO, Bárbara Queiroz et al. Vacinas de mRNA contra a Covid-19: aberta uma nova janela no campo da imunologia. Research, Society and Development, v. 10, n. 10, p. e246101018818-e246101018818, 2021.
Evidências para recomendações para vacinas COVID-19: Esquema de evidências. Organização Mundial da Saúde. 2020. (https://www.who. int/publications/i/item/WHO-2019-nCoV-SAGE-Framework-Evidence-2020-1, acessado em 11 de outubro de 2021).
Frederiksen, L.S.F., Zhang, Y., Foged, C. & Thakur, A. (2020). The Long Road Toward COVID-19 HerdImmunity: Vaccine Platform Technologies and Mass Immunization Strategies. Front Immunol. 11 (1817), 1-26. https://doi.org/10.3389/fimmu.2020.01817.
Jackson, L. A., Anderson, E.J., Rouphael, N.G., Roberts, P.C., Makhene, M., Coler, R.N. & McCullough, M. P. (2020). An mRNA Vaccine against SARSCoV-2: Preliminary Report. N Engl J Med. 383 (1), 1920-1931.
LIMA, E.J.F., Almeida, A. M. & Kfouri, R. A. (2021). Vacinas para Covid-19: o estado da arte. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., 21 (1), 521-528. http://dx.doi.org/10.1590/1806-9304202100S100002
LURIE, N., Saville, M., Hatchett, R. & Halton J. (2020). Desenvolvimento de vacinas para Covid-19 em velocidade pandêmica. N Engl J Med. 382 (21):
MUKHERJEE, R. (2020). Global efforts on vaccines for COVID-19: Since, sooner or later, we all will catch the coronavirus. J Biosci. 45 (68), 1-16.
PRADA, L.; FERREIRA, J. COVID-19, Diabetes e Vacinas. Revista Portuguesa de Diabetes, v. 15, n. 4, p. 131-138, 2020.
Roteiro da OMS SAGE para priorizar o uso de vacinas COVID-19 no contexto de fornecimento limitado. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2020
World Health Organization. (‎2021) ‎. Interim recommendations for use of the Pfizer–BioNTech COVID-19 vaccine, BNT162b2, under emergency use listing: interim guidance, 8 January 2021. World Health Organization. https://apps.who.int/iris/handle/10665/338484. Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO

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