Buscar

Vacinas: Imunização e Eficiência

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
• Preparação biológica que estimula uma resposta 
imune específica contra um antígeno, partícula ou 
microrganismo. 
• As vacinas são compostas por microrganismos ou 
partes deles, em uma formulação que permite a 
indução de uma resposta imune específica contra 
esse patógeno. 
• Há vacinas usadas contra doenças não 
infecciosas. 
Tipos de imunização 
• A vacina é um tipo de imunização – indução da 
resposta imune. 
• Os tipos de imunização podem ser: 
- I. Passiva: feita com transferência de anticorpos, também 
conhecida como transferência de imunidade. Utilizada 
para tratamento do indivíduo com anticorpos pré-
formados ou soros hiperimunes – soros de animais que 
foram imunizados e possuem anticorpos contra aquele 
antígeno. O indivíduo não desenvolve a imunidade. 
- I. Ativa: é a vacinação, feita com antígenos em diferentes 
formatos. Ocorre a estimulação de resposta imune do 
próprio indivíduo. 
Passiva 
• Podem ser utilizados anticorpos homólogos: de 
origem humana. 
• Anticorpos heterólogos: de origem animal. 
• Ac recombinantes: produzidos por engenharia 
genética. Os genes podem ser tanto de origem 
humano quanto animal. 
Ativa 
• É a vacina 
• Podem ser utilizados organismos inteiros ou 
macromoléculas purificadas. 
Organismos inteiros 
• Podem ser atenuadas ou inativadas. 
• No caso de atenuados, são organismos vivos, 
porém não virulentos ou infectantes. 
• Inativados são organismos mortos. Vacinas 
contendo macromoléculas também são 
consideradas inativadas. 
Vacinas 
Características de vacinas eficientes 
• Listadas da mais importante para a menos 
importante, de cima para baixo: 
• Segurança: a vacina não pode causar morte ou a 
doença. Primeiro estágio de avaliação para uma 
vacina. 
Não pode causar a doença para a qual está 
sendo desenvolvida nem outra doença. 
• Proteção: a vacina precisa proteger o indivíduo 
da doença. Deve ser avaliado com pessoas 
expostas ou em contato com o patógeno, para 
avaliar se ela protege. 
• Proteção prolongada: a vacina precisa proteger 
o indivíduo da doença por tempo suficiente. O 
tempo varia de doença para doença. Dependendo 
da situação, a proteção por alguns anos e não 
muitos já é suficiente para controlar a 
disseminação de uma determinada doença. 
Muitas vezes a faixa etária em que as doenças são 
graves é curta (Ex: pneumococo). O importante 
é que a vacina consiga proteger por tempo 
suficiente para impedir que a doença cause 
uma mortalidade ou morbidade muito alta. 
Controlado o número de pessoas que ficam 
graves e morrem, a vacina já tem uma 
eficiência adequada. Ex: atualmente, a vacina da 
COVID-19 não precisa proteger (pelo menos não 
é essencial) que proteja por muitos anos, o mais 
importante é que proteja por tempo suficiente 
para diminuir o número de óbitos e pacientes 
graves, além de controlar a transmissão do vírus 
entre as pessoas. 
• Indução de anticorpos neutralizantes: é 
fundamental que o processo de vacinação induza 
esses anticorpos. Como muitas das vacinas, elas 
possuem como alvo mecanismos intracelulares e 
algumas toxinas produzidas por esses 
microrganismos. Nesses casos, os anticorpos 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
neutralizantes são fundamentais, pois previnem a 
infecção das células – em intracelulares, e 
previnem a ação das toxinas, neutralizando-as 
antes de que causem dano ao tecido. Ex de 
anticorpo neutralizante: IgA, IgG. 
De uma forma geral, acredita-se que as vacinas 
mais eficientes são aquelas que conseguem 
induzir respostas de anticorpos neutralizantes, 
mais até do que induzir respostas efetoras de 
linfócitos T. 
Para induzir a produção desses anticorpos é 
necessário a ativação de linfócitos T CD4, porque 
seriam respostas T dependentes. 
• Indução de linfócitos T protetores: são 
importantes para patógenos intracelulares, porque 
a resposta mediada por linfócitos T é mais efetiva. 
Tanto CD4 quanto CD8, pois para os patógenos 
intracelulares endossomais, os CD4 serão 
importantes – principalmente Th1. E, nos 
patógenos intracelulares citoplasmáticos, os 
linfócitos T CD8 seriam os mais importantes. 
• Considerações práticas: custo, estabilidade, 
facilidade de administração, efeitos colaterais. A 
estabilidade e facilidade de administração é 
bastante relevante no Brasil, levando em 
consideração que há dimensões continentais e 
alguns locais de difícil acesso. Logo, uma vacina 
que precisa de condições extremas para se manter 
estável – formulação sensível a variações físicas, 
podem ter uma impossibilidade de serem 
utilizadas. 
Os efeitos colaterais não estão na parte de 
segurança, pois nela se observam as questões de 
desenvolvimento de doenças. Efeitos colaterais 
menores estão associados a considerações 
práticas. Quando efeitos colaterais aparecem na 
fase de avaliação de segurança da vacina, não são 
levados em consideração para descartar a vacina 
do ponto de vista de segurança. Eles são descritos, 
considerados, mas em uma avaliação de menor 
importância. Quando são muitos efeitos 
colaterais, de forma exagerada, pode acabar não 
sendo utilizada. 
Classificação segundo a OMS 
• Primeira geração: microrganismos inteiros 
atenuados ou inativados. 
• Segunda geração: moléculas ou subunidades 
definidas. 
• Terceira geração: Vacinas gênicas (plantas ou 
animais). 
• Quarta geração: vacinas autólogas. Não estão 
ainda classificadas pela OMS. Existem de 
acordo com alguns autores. 
Vacinas de primeira geração 
• Vantagens: 
- Indução de forte resposta imune celular e humoral. 
- Formação de memória imunológica. 
- Potencialização da resposta imune inata. 
• São compostas pelo microrganismo inteiro (1 e 2 
gerações). 
• Nesse caso, os PAMPs associados ao 
microrganismo e os antígenos capazes de serem 
reconhecidos pelo sistema imune adaptativo, são 
parte da formulação da vacina. Todas as 
estruturas do organismo serão inoculadas. Sendo 
que, esses microrganismos inteiros podem estar 
atenuados (vivos, mas sem a capacidade de 
causar a doença) ou inativados (mortos). 
• Em relação aos atenuados, há várias formas de 
realizar essa atenuação. 
Atenuação in vitro 
 
Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• O vírus patogênico, capaz de infectar, é 
produzido em cultura de células humanas. O vírus 
é colocado em células de macacos e por vários 
ciclos de infecção, selecionam-se aqueles mais 
suscetíveis à infecção em células de macacos. 
Com isso, a espícula viral vai mutando – porque 
o receptor no macaco é diferente da célula 
humana. Esse vírus vai adquirindo cada vez mais 
mutações, que permitem que ele infecte melhor as 
células dos macacos. Torna-se totalmente 
adaptado a infectar células de macaco e não 
células humanas. 
 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
Atenuação natural 
• O principal exemplo de vírus atenuado é o da 
primeira vacina desenvolvida, com uma 
atenuação naturalmente no vírus. Observou-se 
que o vírus da varíola bovina, quando em contato 
com humanos, protegia-os da varíola humana. 
Isso porque ele era um vírus atenuado 
naturalmente, já adaptado a infectar bovinos. 
Então, quando em contato com humanos, 
conseguia infectar sem causar a doença, mas 
gerando uma resposta imune potente, capaz de 
proteger o indivíduo da varíola humana. Esses 
vírus têm alguns antígenos diferentes entre si, 
mas outros que são semelhantes. Marco inicial 
da imunologia moderna. 
• Outro exemplo de vacina com organismos 
naturalmente atenuados é a vacina contra a 
tuberculose: BCG. Desenvolvido na França. Feita 
com vírus que causam infecção em bovinos e 
induzem uma resposta em humanos, que 
protegem contra a tuberculose. 
• Esses processos de atenuaçãonatural são 
semelhantes – ambos são microrganismos 
capazes de infectar animais, que ao serem 
utilizados para humanos conseguem infectar 
humanos, não causam doença e causam 
imunidade protetora. Contudo, os mecanismos 
imunológicos de indução dessa imunidade são 
bem diferentes. No caso da varíola, a imunidade 
estimulada é a humoral – através da produção de 
anticorpos neutralizantes com bastante eficiência, 
enquanto a BCG induz uma imunidade celular – 
a ativação de linfócitos Th1, até porque a bactéria 
causadora é intracelular e a resposta mais 
eficiente para essa infecção é a de linfócitos T 
CD4. 
Atenuação genética 
 
Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• Atualmente, tem a possibilidade de atenuação 
genética, onde o vírus é isolado; o gene de 
virulência, associado à capacidade que o vírus 
tem que causar doença é separado dos genes de 
proteínas de ligação viral e de proteínas centrais 
– capsídeo. Esse gene é mutado ou 
completamente deletado. E, a partícula viral 
resultante desse novo genoma é viável e 
imunogênico, mas não é virulento, podendo ser 
utilizado como vacina. 
Vacinas atenuadas: vantagens e desvantagens 
• Vantagens: 
- Microrganismos vivos estabelecem infecção, sem 
causar doença, o que é um potente sinal de indução de 
resposta imune. A resposta imune contra o organismo 
depende muito da capacidade desse organismo de 
infectar, invadir e causar dano. Quanto mais infeccioso e 
mais replicado ou danoso, maior será a resposta inata, e 
por consequência, maior vai ser a resposta imune 
adaptativa. 
- Ausência de modificações nos antígenos 
imunogênicos. Por estar vivo, ele não é modificado 
depois da atenuação, então os antígenos estão ativos. Isso 
é essencial para linfócitos B e T, para que os epítopo 
produzidos e apresentados pelo MHC de classe 1 sejam 
exatamente aqueles que seriam produzidos na infecção 
real. 
- Indução de resposta imune na porta de entrada. A 
resposta no local onde acontece o dano: enquanto mais 
rápida e eficiente for a resposta, melhor vai ser a 
eliminação do microrganismo naquele local de entrada, o 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
que vai proteger contra disseminação, o estabelecimento 
da doença... Há diversos mecanismos associados: 
linfócitos B de memória, IgA, linfócitos intraepiteliais, 
IgG... Esses processos são direcionados para o local por 
onde o microrganismo entra. No caso das atenuadas, 
como o microrganismo esta vivo, ele possuirá o mesmo 
tropismo pelas células, então esses mecanismos de 
proteção se estabelecem no local certo, onde esse 
patógeno infectaria em um contágio natural. Ex: vacina 
oral para a poliomielite. Mesmo quando administrada de 
forma intramuscular, o microrganismo pode chegar até a 
porta de entrada. 
• Desvantagens: 
- Indivíduos imunodeficientes ou imunocomprometidos 
não podem tomar vacinas atenuadas. O microrganismo 
pode infectar e disseminar de forma descontrolada. 
- Efeitos colaterais aumentados ou um pouco mais graves. 
- Armazenamento e outras questões práticas. Muitas 
vezes precisam de condições de armazenamento 
específicas, principalmente temperatura, para manter a 
viabilidade do microrganismo. 
Vacinas inativadas 
• Nessas vacinas, o organismo inteiro sofre um 
processo de inativação, que na maior parte dos 
casos são processos químicos ou físicos. 
- Físicos: aquecimento, principalmente. 
- Químicos: Formaldeído ou outros agentes fixadores – 
agentes que eliminam o metabolismo, porque fixam 
morfologicamente o microrganismo em outras formas da 
original (seus compostos) e ele morre. 
• As desvantagens desse processo: 
- Alerginicidade: podem ocorrer processos alérgicos no 
indivíduo vacinado. 
- Falta de imunogenicidade, porque pode haver alteração 
dos epítopos imunogênicos. Principalmente em linfócitos 
T, já que a inativação mantém a estrutura do 
microrganismo, mas altera a forma em que os AA estão 
interligados. 
- Contaminação por organismos vivos – no processo de 
produção da vacina. 
- Contaminação por toxinas – no processo de produção da 
vacna. 
Perspectivas futuras? 
• Elas não têm as vantagens das atenuadas. 
• Artigo que mostra a detecção de um RNA 
mensageiro procarioto que significa viabilidade 
microbiana e promove imunidade. Isso significa 
que esse RNA é um PAMP, está presente em 
bactérias vivas (e não em mortas), podendo gerar 
imunidade mesmo ativando primeiramente o 
sistema imune inato. Possibilita que futuramente, 
vacinas inativadas sejam administradas com esse 
RNA e gere uma resposta imunológica mais 
eficiente no organismo do indivíduo vacinado. 
Diferenças entre vacinas atenuadas e inativadas 
 
• Pela capacidade de induzir uma imunidade forte, 
normalmente não precisa de várias doses: 
atenuadas. 
• Geralmente precisam de várias doses, para 
induzir uma imunidade boa: inativadas. 
Vacinas de segunda geração 
• São as vacinas de macromoléculas purificadas. 
- Toxóides; 
- Polissacarídeos capsulares; 
- Antígenos recombinantes. 
Toxóides 
• Feitas com toxinas inativadas. 
• A mais famosa e importante, a tríplice bacteriana, 
que protege contra difteria, coqueluche e tétano. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
• São infecções cuja manifestação clínica é causada 
por toxinas produzidas pela bactéria. 
• Os toxóides são exatamente as toxinas inativadas 
invitro: 
• Esquema de produção de toxóides: a bactéria é 
cultivada em meio de cultura; as toxinas 
produzidas por essas bactérias durante o 
crescimento em cultura são isoladas e 
purificadas; essas toxinas são modificadas 
quimicamente, fazendo com que se tornem 
toxinas que perdem sua capacidade de induzir a 
ação tóxica: toxóides. 
• É extremamente importante a indução de 
anticorpos neutralizantes nesse caso, os quais 
sejam capazes de se ligar à toxina, impedindo sua 
ação na célula alvo. 
Antígenos recombinantes 
• Nas vacinas que utilizam antígenos 
recombinantes, é utilizada a engenharia genética 
para produzir a proteína vacinal por outro 
organismo. 
• Exemplo: Vacina recombinante contra hepatite 
B. A vacina é composta pelo antígeno de 
superfície HBs. Ela é produzida em leveduras. No 
núcleo dessa levedura é incluído o gene do 
antígeno HBs. A partir disso, a levedura vai 
produzir essa proteína no RE, vai para o golgi e é 
expressa na membrana; a levedura vai liberar 
esses SVPs – partículas virais sem o ácido 
nucléico do vírus, já que a levedura não é 
infectada pelo vírus e o único inserido foi o 
genoma dessa proteína de membrana. Esses vírus 
sem genomas são utilizados como vacinas. Esse 
HBs é a espícula viral que infectará os 
hepatócitos. 
• Nesse caso a imunidade humoral é a mais 
importante, porque ao ser induzida, os anticorpos 
neutralizam o antígeno e o vírus é incapaz de 
infectar os hepatócitos. 
Polissacarídeos capsulares 
• 3 exemplos: vacina Hib, para Influenza B; a 
vacina para pneumococo e a vacina para 
meningococo. 
• No caso da Hib e da vacina para a meningite, elas 
são conjugadas. No caso do meningococo, são 
polissacarídeos da bactéria conjugadas ao toxóide 
diftérico. No caso da influenza B, são 
polissacarídeos conjugados com o toxóide 
tetânico. 
• Essas vacinas contra polissacarídeos capsulares 
têm dificuldade em serem produzidas, porque 
esses antígenos são antígenos T-independentes. 
Logo, eles não são capazes de induzir sozinhos 
uma resposta longa nem de memória; Além de 
não serem capazes de induzir a produção de 
anticorpos neutralizantes e anticorpos com maior 
capacidade de estabelecer uma resposta humoral 
eficiente, como IgG e IgA. Então, uma das 
alternativas é conjugar esses polissacarídeos com 
proteínas imunogênicas, permitindo a interação 
do linfócito T com o linfócito B. 
• Assim, mesmo não apresentando-o, o linfócitoB 
reconhecerá o açúcar ligado à toxina. 
• Já a vacina para estreptococo, é uma vacina 
composta exclusivamente pelos polissacarídeos 
capsulares – principal fator de virulência. Neste 
caso, a vacina é produzida com os polissacarídeos 
e os sorotipos são divididos de acordo com o 
polissacarídeo que causa a produção de 
anticorpos. A vacina mais eficiente contém 23 
tipos diferentes de carboidratos capsulares – 
diferentes tipos de sorotipos. É um tipo de vacina 
que utiliza antígeno T-independente, portanto, 
produz uma imunidade por um período menor. 
Contudo, esse tempo é suficiente para proteger o 
indivíduo da infecção mais grave, que 
normalmente acontece em crianças. 
Adjuvantes 
• As vacinas de segunda geração precisam conter 
adjuvantes em sua composição. 
• Adjuvantes são substâncias capazes de induzir 
uma resposta inflamatória, portanto, são PAMPs 
e DAMPs ou substâncias que facilitem a indução 
de uma reação de hipersensibilidade (alumínio, 
por exemplo). 
• Essas vacinas contêm: um açúcar da cápsula 
bacteriana + toxóide. Se inocular apenas isso na 
pessoa, não haverá inflamação. Logo, a 
probabilidade de induzir uma resposta imune 
contra esses antígenos é muito pequena, podendo 
não haver uma inflamação suficiente para induzir 
ativação das células dendríticas e o processo 
essencial. Por isso, são adicionados os 
adjuvantes. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
• Ainda é possível utilizar como adjuvante 
citocinas, mitógenos linfocitários e estratégias de 
entrega de antígenos em sítios específicos do 
organismo. 
• São selecionados adjuvantes diferentes, 
dependendo de qual seja o melhor tipo de resposta 
para proteger contra o antígeno específico. 
Vacinas de terceira geração 
• São as vacinas gênicas, que podem ser de 
diferentes tipos. 
• Existem iniciativas para desenvolvimento de 
vacinas baseadas em alimentos – as chamadas 
vacinas comestíveis. 
Mecanismo de ação 
• É a infecção de uma célula hospedeira vegetal, 
com um vírus que possua o antígeno vacinal. Esse 
vírus vai promover a integração do DNA 
contendo o gene que codifica para o antígeno 
vacinal no genoma da planta, normalmente em 
uma célula germinativa da planta. Com isso, a 
planta começa a produzir as proteínas de origem 
microbiana. Depois, seria necessário apenas se 
alimentar da planta, para poder adquirir aquele 
antígeno vacinal. 
• Há algumas iniciativas para isso: 
- Tabaco – tentativas para produzir vacinas contra: 
Leishmania, toxina colérica; 
- Trigo – vírus da hepatite B; 
- Alface – T. cruzi. 
Vantagens 
• Plantas comestíveis como vacinas; 
• Suplementar à dieta de um indivíduo com frutas 
ou verduras transgênicos é muito menos 
traumático do que injeção; 
• Fácil. 
• Barato. 
• Não requer agulhas. 
• Ideal para países em desenvolvimento. 
Desvantagens 
• Preconceito e desconhecimento da utilização de 
transgênicos, além da dificuldade de fazer esse 
procedimento transgênico de forma adequada 
para produzir a proteína vacinal. 
• Indução de tolerância, já que as substâncias das 
quais nos alimentamos não induzem imunidade, 
tendem a induzir tolerância. Teria que se avaliar 
como incluir o adjuvante na formulação do gene 
que é introduzido na planta. 
• Necessidade de cozimento de alguns alimentos, 
que pode fazer com que o antígeno vacinal seja 
destruído. 
• Poucas espécies de plantas são transformáveis até 
o momento. 
Outros tipos de vacina de terceira geração, nem mais 
desenvolvidas: Vacinas de ácidos nucléicos DNA e RNA 
• Ex: vacina da pfizer para a covid. 
 
• Exemplo de como poder ser feito para o vírus da 
influenza: 
Retira-se o gene para hemaglutinina – espícula viral do 
vírus, o qual é clonado em um plasmídeo bacteriano. Esse 
gene clonado no plasmídeo bacteriano é injetado no tecido 
muscular do camundongo. 
Quando se injeta esse plasmídeo contendo o gene, eles 
será endocitado por células endocíticas; o DNA vai para 
o núcleo e começa a ser transcrito e traduzido, gerando a 
produção de hemaglutinina dentro da célula. 
Só pelo fato de ser produzida, já começa a ser apresentada 
por MHC de classe I, o que é importante para induzir a 
ativação de linfócitos T CD8. Além disso, essa proteína 
pode ser secretada pela célula ou após a célula morrer, ela 
pode ser endocitada por macrófagos. Esse macrófago, ao 
endocitar a proteína ou a célula toda, vai apresentar para 
linfócitos T CD4; o linfócito T CD4 é ativado e se 
transforma em um dos tipos de CD4; induzem a mudança 
de classe dos linfócitos B e a produção de anticorpos 
contra a proteína ou aumentam a ativação de linfócitos T 
CD8. 
No exemplo, serão produzidos anticorpos neutralizantes 
contra o vírus, que impedem a disseminação do vírus, e 
linfócitos T CD8, que podem reconhecer as células 
infectadas e eliminá-las. Isso gera proteção. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
Quando o camundongo vacinado entra em contato com o 
vírus, ele já está protegido e não desenvolve a infecção. 
• Esse tipo de tecnologia permite a produção de 
antígenos vacinais conjugados ou melhorados, no 
que diz respeito à localização celular e 
imunogenicidade. 
Vacinas de quarta geração (?) 
• Não é classificada nem estabelecida pela OMS 
como as outras gerações. 
• Vacinas autólogas – com células do próprio 
paciente. 
• Ex: vacinas de células dendríticas. Muito 
utilizadas para tratamento de câncer. 
São obtidas células mononucleadas do sangue do 
indivíduo com o tumor; são colocadas em cultura 
e transformadas em células dendríticas. 
• A maior parte das células mononucleares 
aderentes do sangue são monócitos e as outras 
mononucleares não-aderentes são linfócitos. 
Esses monócitos são purificados e transformados 
em células dendríticas; essas células são tratadas 
com antígenos derivados do tumor e manipuladas 
in vitro; normalmente são tratadas com citocinas 
inflamatórias para transformá-las em células 
dendríticas maduras, extremamente ativadas e 
capaz de induzir linfócitos Th1 e citotóxicos, 
importantes para combate a tumores. Depois de 
ser tratadas e receber a carga de antígenos 
derivados do tumor, são re-administradas no 
mesmo paciente. Essa administração pode ser no 
sangue ou intra-tumoral. 
É uma estratégia para desfazer o ambiente intra-
tumoral, fazendo com que essa célula dendrítica 
possa induzir linfócitos T efetores Th1 e CTL que 
serão capazes de eliminar o tumor. 
Vacinas de células dendríticas 
 
• É possível utilizar diferentes tipos de estratégias 
de adjuvantes para vacinas de células dendríticas, 
que variam desde anticorpos monoclonais, 
citocinas, anticorpos combinados com toxinas, 
alteração da maturação da célula dendrítica, carga 
antigênica da partícula vacinal... Diferentes 
parâmetros podem ser modificados nessa 
situação. 
• Esse tipo de protocolo é utilizado para o 
tratamento de diferentes tipos de tumores. 
Movimento antivacina 
• É tão antigo quanto a própria vacina. 
• A primeira campanha de vacina compulsória que 
existiu foi na Europa, no final do séc. 17 com a 
vacinação da varíola, que hoje é erradicada por 
conta das vacinas. 
• O primeiro movimento contra foi contra a 
primeira campanha de vacinação, na qual as 
pessoas falavam como argumento sobre liberdade 
individual e a obrigatoriedade do procedimento. 
Era um movimento relacionado ao 
desconhecimento e a uma classe social mais 
baixa, embora existam relatos de pessoas da alta 
sociedade contra a obrigação a vacina. 
• Atualmente, o movimento evoluiu junto com a 
vacina e as características das sociedades 
modernas. Por um determinado período, os 
argumentos eram baseados também em questões 
religiosas – ainda séculos atrás. 
• Logo depois, os movimentos anti-vacina 
começaram a se basear em observações não-
verídicas que relacionavamdiferentes tipos de 
problemas médicos ao processo de vacinação. Por 
exemplo, ̈ estudos¨ que relacionavam a vacinação 
infantil ao autismo – foram totalmente refutados 
e uma fraude, nem se quer erro científico. O 
médico que participou dos estudos perdeu a 
licença. 
• O fato é que esses movimentos, sejam por 
questões políticas, religiosas ou interesses 
econômicos, têm tido um impacto no país em 
relação ao percentual de pessoas vacinadas. 
• Exemplo: a vacinação contra a poliomielite vem 
caindo em todas as regiões do Brasil. Na região 
Norte, há abaixo de 75% de cobertura vacinal. 
Essa tendência a diminuir acontece em todas as 
regiões do país. Esses números são preocupantes. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
• Atualmente a taxa de vacinação no país beira os 
50%. 
• Exemplo: o sarampo é um tipo de doença 
infecciosa que necessita de cobertura vacinal 
acima de 90% para ser eficiente. Em 2014 essa 
diminuição chegou abaixo de 70%, o que gerou 
um surto de sarampo que atingiu os 2 estados 
(Ceará e Pernambuco), com diversas mortes de 
crianças. Isso causou alarde, aumentando a 
cobertura vacinal em 2014/2015. Contudo, 
continua abaixando desde 2016 até hoje. 
Altamente relacionado com a divulgação de 
informações falsas em relação às vacinas. (Vai 
virar jacaré, rs). 
• De acordo com a OMS, as principais 
contribuições que tiveram impacto em doenças 
contagiosas na humanidade foram a vacinação e 
o saneamento básico. 
Imunidade de rebanho 
• Essa diminuição da cobertura vacinal, está 
diretamente relacionada com a imunidade de 
rebanho ou coletiva. 
 
Em amarelo podemos ver as pessoas vacinadas, em azul 
as não vacinadas e preto as infectadas. Vermelho é 
transmissão. 
Com percentual de vacinação de 0%, a transmissão é entre 
todas as pessoas. Mesmo com vírus ou bactéria com taxa 
de transmissibilidade pequena, se há poucas vacinadas, 
uma pessoa vai passando para a outra. Isso se mantêm 
com 25% das pessoas vacinadas. 
Com 50%, ainda há muitas pessoas infectadas e 
transmitindo a doença entre si. Com 75%, começa a haver 
uma diminuição efetiva da transmissibilidade, porque as 
pessoas em azul, não vacinadas, começam a não se 
encontrar mais com as pessoas infectada (já que há bem 
menos pessoas infectadas e mais vacinadas). A linha de 
transmissão é cortada. 
Com 90% e 95% principalmente, é muito improvável que 
pessoas não vacinadas se encontrem com pessoas 
infectadas. E, caso uma se encontre, é muito difícil 
encontrar outra pessoa não imunizada para transmitir o 
vírus. E, mesmo que transmita, para por aí, porque todas 
as pessoas ao redor delas já serão vacinadas, protegidas, 
que não vão contrair a doença. 
As pessoas vacinadas protegem as não vacinadas.

Outros materiais