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Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Módulo 1 | TBL 3 Objetivos 1. Estudar os aspetos epidemiológicos, quadro clínico e tratamento dos acidentes ofídicos (botrópico, crotálico, elapídico e laquésico) Epidemiologia No Brasil, 4 grupos de serpentes venenosas têm importância médica; O acidente mais comum é o botrópico (jararaca), que compõe 86% dos casos; Em segundo lugar o acidente crotálico (cascavel) com 10% dos casos; Os acidentes laquético (surucucu) e elapídico (coral) são ainda mais raros, perfazendo 2% e 0,8% dos casos, respectivamente; Quanto à letalidade, o pior é o acidente crotálico (0,87%), seguido dos acidentes laquético (0,77%), botrópico (0,43%) e elapídico (0,4%); As serpentes são as principais causadoras de acidentes por animais peçonhentos no Brasil; No mundo, existem cerca de 3 mil espécies de serpentes, sendo 410 consideradas venenosas. No Brasil, estão catalogadas 256 espécies, sendo 69 venenosas e/ou peçonhentas e 187 não venenosas e/ou não peçonhentas; No Brasil, ocorrem por ano cerca de 20 mil casos de acidentes ofídicos, sendo 2 mil deles no Estado de São Paulo; A maioria dos acidentes ocorre no verão, ou seja, entre janeiro e abril de cada ano, coincidindo com o aumento das atividades agropecuárias. Nessa época, destinada ao preparo, plantio e colheita da safra agrícola, os lavradores têm mais contato com os animais silvestres, aumentando a possibilidade dos acidentes; Quadro Clínico Gênero Bothrops As proteínas mais abundantes e correlacionadas à síndrome clínica do envenenamento são as metaloproteinases de veneno de serpente (MPVS; efeitos diversos incluindo hemorragia, inflamação, ativação de fatores da coagulação e inibição de agregação plaquetária), serina-proteinases de veneno de serpente (SPVS; enzimas semelhantes à trombina, que provocam distúrbios de coagulação) e fosfolipases A2 (estão envolvidas na reação local e miotoxicidade); O veneno botrópico possui 3 ações principais: proteolítica, coagulante e hemorrágica; A ação proteolítica provoca atividade inflamatória intensa próximo ao local da picada. Dor, eritema, edema, flogose e enduração aparecem nas horas seguintes e podem se estender até a raiz do membro; As marcas da picada nem sempre são visíveis; Nos dias seguintes, a lesão evolui para equimoses, bolhas e necrose; As bolhas têm conteúdo seroso ou sero-hemorrágico e podem evoluir para necrose cutânea; A dor se inicia logo após a picada e possui intensidade variável; • Atentar para s índrome compart imental e necessidade de fasciotomia; Os efeitos locais podem levar a déficit funcional do membro ou até amputação; O sequestro de líquido no terceiro espaço devido a reação inflamatória pode ser suficiente para provocar insuficiência renal pré-renal; A ação coagulante ativa fatores de coagulação com consumo de fibrinogênio, plaquetas e formação de fibrina intravascular; A ação hemorrágica compromete a integridade do endotélio vascular; Somando-se à ação coagulante, pode provocar hemorragias como gengivorragia, epistaxe, hemorragia digestiva e hematúria; Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Nos primeiros 30 minutos, ocorrem dor, edema, eritema e calor local; A dor é imediata, de intensidade variável, podendo ser o único sintoma; O edema indurado, acompanhado de calor e rubor, pode estar ausente no início, mas se instala nas primeiras 6 horas; • Existe relação direta entre os sintomas locais e a quantidade de veneno inoculado; Bolhas, equimoses e necroses geralmente se instalam depois de 12 horas do acidente, casos em que podem advir as complicações infecciosas. O Tempo de Coagulação e o tempo de tromboplastina parcial ativada estão aumentados pela ação coagulante do veneno. O TC normal varia entre três e seis minutos, podendo ser infinito nos acidentes botrópicos; Hemorragia sistêmica: as hemorragias podem ocorrer no local da picada ou em pontos distantes, como gengivas (gengivorragia), nariz (epistaxe), tubo digestivo alto (hematêmese), rins (hematúria) e, às vezes, na borda do leito ungueal; Complicações: as principais complicações locais são a necrose primária, em decorrência da ação do próprio veneno, ou a secundária, por efeito de infecção bacteriana (associada a germes gram- negativos, tais como a Morganella morganii, Escherichia coli, Providencia sp, Klebsiella sp, Enterobacter sp, e raramente por germes gram- positivos, entre eles o Staphylococcus aureus e o Staphylococcus epidermidis); As complicações sistêmicas são insuficiência renal aguda (podendo ser secundária a necrose tubular aguda, necrose cortical renal e, ocasionalmente, glomerulonefrite) e hemorragias sistêmicas incontroláveis; Gênero Crotalus Componentes do veneno crotálico: a crotoxina (representa 65% do total da peçonha; possui subunidades fosfolipase A2 e crotapotina; ações miotóxica e neurotóxica) a crotamina, a convulxina e a girotoxina; O efeito conjunto dessas toxinas se expressa por ação neurotóxica, miotóxica e coagulante de forma sistêmica com muito pouco efeito local; Dor e edema são discretos ao redor da picada; Com relação ao efeito neurotóxico, trata-se de efeito neuroparalítico com início na cabeça e progressão craniocaudal; O exame clínico do paciente deve ser iniciado pela avaliação do local da picada (simples arranhão até marca puntiforme única ou dupla). Em geral, não há reação local, embora um pequeno edema possa estar presente; A dor no local da picada é pouco frequente. A região fica adormecida e permanece assim; A miotoxicidade do veneno é evidenciada pela intensa mialgia general izada, podendo ser acompanhada de edema muscular discreto; A neurotoxicidade ocorre após algumas horas, com dor na região do pescoço, diminuição e até perda da visão, ptose palpebral bilateral, sonolência e obnubilação; A fácies é característica e denominada “fácies neurotóxica de Rosenfeld”; Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Ao exame neurológico, encontram-se hiporreflexia global e comprometimento do par craniano II, evidenciado pelo exame de fundo de olho, onde se p o d e o b s e r v a r b o r r a m e n t o d e p a p i l a e ingurgitamento venoso bilateral. O comprometimento dos pares cranianos III, IV e VI é evidenciado por ptose palpebral bilateral, diplopia, plegia de múscu los da pá lpebra , midr íase b i la te ra l semiparalítica e diminuição de reflexos fotomotores; Gênero Micrurus O veneno elapídico contém proteínas com estruturas de três dígitos, denominadas “three finger toxins” (3Ftx) que são as mais abundantes (40% da composição do veneno; se ligam competitivamente aos receptores colinérgicos), MPVS (12%), L- aminoácido oxidase {12%), fosfolipases A2 (10%; neurotoxinas pré-sinápticas, bloqueando a liberação de neurotransmissor) e lecitina do tipo C {10%); O veneno elapídico é caracterizado por ação neurotóxica; Os sintomas ocorrem minutos depois, em virtude do baixo peso molecular das neurotoxinas; Os sintomas predominantes são os neurotóxicos, e o doente apresenta fácies miastênica, com ptose palpebral bilateral e paralisia flácida dos membros; O paciente apresenta, em 45 a 75 minutos, náuseas, vômitos, sudorese, ptose palpebral (uni ou bilateral), fácies miastênica, oftalmoplegia, dificuldade de deglutição, paralisia muscular e respiratória; No local da picada pode haver dor e parestesia discreta, mas não há lesão evidente; Complicação: elevada incidência de paralisia respiratória de instalação súbita. Gênero Lachesis O veneno laquético é caracterizado por ação proteolítica, coagulante e neurotóxica; Composição do veneno: MPVS, serina protease, fosfolipases A2, peptídeo potenciador de bradicinina; Tem propriedades que ativam o plasminogênio, coagulantes, hemorrágica, inflamatória, proteolítica, miotóxica, hemolítica, hipotensiva e neurotóxica; Deve-se monitorizar o paciente e sol icitar eletrocardiograma (ECG) seriado, pois podehaver bradicardia, alterações do segmento ST e onda T e bloqueio atrioventricular; As manifestações clínicas são semelhantes às do envenenamento botrópico; os doentes costumam apresentar, momentos depois, intensos sintomas no local da picada; A dor, o edema, o o rubor são semelhantes ao do acidente botrópico, podendo ser confundido com este; Efeitos vagomiméticos como diarreia, vômito, bradicardia, hipotensão e choque; O paciente se queixa de disfagia e/ou odinofagia; O tempo de coagulação pode alterar-se, contribuindo para as hemorragias sistêmicas; Sintomas de excitação vagal, como bradicardia, diarreia, hipotensão arterial e choque; O diagnóstico diferencial deve considerar a possibilidade de acidente botrópico. O acidente laquético costuma ter hipotensão e manifestações clínicas do trato gastrointestinal que não estão presentes no acidente botrópico; Complicações: são as mesmas do acidente botrópico. Tratamento O objetivo do tratamento inicial é transporte assim que possível para local que disponha do soro antiveneno, diminuir a absorção do veneno e prevenir complicações; Medidas locais, como incisões próximas à picada, ruptura de bolhas, sutura, sucção do veneno ou gelo local não devem ser realizadas. Além de não haver benefício comprovado, atrasam o transporte; • O paciente deve ser deitado e aquecido; • O local da picada deve ser identificado e deve-se assegurar que não há picadas adicionais; • Acessórios e joias na extremidade acometida devem ser removidos; • O local da picada deve ser lavado com água e sabão; • Pode-se fotografar a serpente, mas não se deve tentar recolhê-la; • O membro deve ser imobilizado, com elevação passiva e articulações estendidas; Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII - Em estudos em modelo de envenenamento, com análise realizada através de radioisótopos, a imobilização compressiva atrasa a absorção do veneno. Portanto, pode haver algum benefício, mas a qualidade da evidência é baixa. De qualquer maneira, esse método só deve ser usado em acidentes crotálicos e elapídicos, pois não causam edema local; - O torniquete não é recomendado. O seu uso levou a aumento de edema e de gravidade de lesão local comparado a pacientes que não receberam o torniquete. Além disso, não há redução na incidência de efeitos sistêmicos do veneno (insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória, síndrome hemorrágica, disfunção de múltiplos órgãos ou morte) entre pacientes tratados com torniquete e aqueles não tratados. Um estudo, inclusive, demonstra aumento de dias internados em pacientes nos quais o torniquete foi usado; Os exames iniciais indicados são creatinina, eletrólitos, troponina, hemograma, TP, TTPA, fibrinogênio e urina de rotina; O paciente deve ser hidratado e receber analgesia e antieméticos, conforme necessário; Como em qualquer outro ferimento de pele, atentar para a vacinação antitetânica; Antibiótico de rotina não é recomendado; no entanto, um estudo de 1989 detectou a progressão para abscesso bacteriano em 15% dos acidentes botrópicos; Antes da aplicação do soro antiveneno deve-se considerar pré-mediações para evitar reações de hipersensibilidade ao soro agudas e tardias; A evidência para o uso de corticoide e bloqueador histamínico é fraca; A única medida que comprovadamente reduz o risco de reações graves é a aplicação de adrenalina (250 μg) por via subcutânea imediatamente antes de aplicação do antiveneno. A aplicação dessa medicação foi segura, inclusive em pacientes com coagulopatia; O soro nunca deve ser diluído e deve ser sempre aplicado de forma endovenosa e não há benefício de aplicá-lo de forma subcutânea, próximo à lesão; A administração do soro deve ser feita em 10 a 30 minutos sob monitorização contínua; • O número de ampolas depende de cada serpente e da gravidade do quadro. A gravidade do quadro pode ser dinâmica e um quadro inicialmente diagnost icado como moderado e depois reinterpretado como grave tem indicação de receber o número de ampolas adicionais devidas; • Recomenda-se deixar adrenalina e material de intubação próximo ao paciente; Soro antilatrodectus é o único aplicado de forma intramuscular. Acidente Botrópico Acidente Crotálico Acidente Laquético Administração do soro antiveneno, estabilidade hemodinâmica do paciente com infusão de volume, uso de atropina e inotrópicos com o objetivo de evitar a instalação de choque; Todo acidente laquético deve ser considerado grave e são indicadas de 12 a 20 ampolas do soro antilaquético ou soro bivalente antibotrópico e laquético; O paciente deve ser monitorizado obrigatoriamente por 72 horas, pois o paciente pode apresentar hipotensão tardia (após a décima-sexta hora), hemorragia digestiva, trombose mesentérica ou acidente vascular cerebral. Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Acidente Elapídico Especificamente para o acidente elapídico deve-se preparar para a insuficiência respiratória com oferecimento de oxigênio, ventilação não invasiva e invasiva; O aparecimento dos sintomas pode ser tardio, portanto, o paciente deve ser mantido em observação por 24 horas; Se não houver soro antielapídíco imediatamente disponível e o paciente apresentar insuficiência respiratória, o paciente tem indicação de receber neostigmina; Aplicar neostigmina EV, 0,05 mg/kg em crianças ou até no máximo 2-5 mg no adulto; Cada ampola de neostigmina deve ser precedida de 0,01-0,02 mg/kg de atropina (0,25 mg de atropina para cada 0,5 mg de neostigmina); Deve-se observar um aumento de pelo menos 20 bpm na frequência cardíaca (FC); Depois continuar com neostigmina (repetir a mesma dose) a cada 4 horas até a infusão do soro antielapídico. 2. Avaliar os aspetos epidemiológicos, quadro clínico e tratamento dos acidentes por escorpião mais comuns no Brasil Epidemiologia Os acidentes escorpiônicos são comuns no Brasil; Dentre os acidentes por animais peçonhentos, representa o agravo de maior ocorrência, em número superior aos acidentes ofídicos; Apesar da evolução benigna da grande maioria dos acidentes, a precocidade no início dos sintomas e o potencial de gravidade em crianças tornam o agravo de especial importância; Habitam regiões quentes e temperadas, dando preferência aos ambientes terrestres com baixa umidade relativa. Nas áreas urbanas, esconderijos em habitações humanas, construções, cemitérios e outros locais em que haja lixo doméstico e entulho que propiciem condições para seu desenvolvimento, dentro das casas, sob tábuas de assoalho, em rodapés; Têm hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia em lugares escuros; São mais ativos durante os meses mais quentes do ano e, em particular, no período de chuvas; No Brasil, existem cerca de 160 espécies de escorpiões responsáveis por acidentes. Todos os escorpiões de importância em saúde pertencem ao gênero Tityus; • Tityus serrulatus (escorpião amarelo) distribuído da Bahia até o Paraná e adaptado ao meio urbano; • T. bahiensis (escorpião marrom) presente em todo o país, exceto região Norte; • T. stigmurus, espécie mais comum do Nordeste; Quadro Clínico O veneno escorpiônico constitui-se em uma mistura complexa de proteínas básicas de baixo peso molecular, com atividade sobre canais iônicos; Sua ação sobre canais de sódio voltagem- dependente leva à despolarização de membranas de músculos e nervos (sensitivos, motores e do sistema nervoso autônomo); A l iberação maciça de neurotransmissores (adrenalina e acetilcolina) determina o quadro clínico sistêmico observado principalmente nos envenenamentos graves por T. serrulatus , dependente da predominância dos efeitos adrenérgicos e/ou colinérgicos; A grav idade dos ac identes , assoc iada a miocardiopatia e edema agudo pulmonar, tem sido atribuída a, pelo menos, 3 mecanismos: hiperestimulação simpática causada por efeitos tóxicos diretos sobre a musculatura cardíaca ou por alteraçõeshemodinâmicas; ação local do veneno sobre o miocárdio; e ação de citocinas que poderiam exercer um efeito depressor sobre o miocárdio; A dor no local da picada está presente na quase totalidade dos casos, com intensidade variável, podendo ser referida como: sensação de ardor, queimação ou agulhada, com irradiação para a raiz do membro acometido; Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII O quadro sistêmico decorrente de distúrbios autonômicos, mais comum em crianças picadas por T. serrulatus, ocorre após intervalo de minutos até as primeiras horas após o acidente; • Gerais: mal-estar, sudorese, alteração de temperatura corporal • Gastrointestinais: náuseas e vômitos, dor abdominal, que pode ser acompanhada de distensão, cól icas, diarreia, e alterações pancreáticas, podendo evoluir para pancreatite aguda • Cardiovasculares: hipertensão ou hipotensão arterial, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia ou bradicardia e choque • Respiratórias: taquipneia, dispneia, edema agudo de pulmão • Neurológicas: agitação psicomotora, sonolência, t remores , con fusão menta l , con t rações musculares, convulsões, hemiplegia, priapismo, lacrimejamento e sialorreia Em algumas regiões da Amazônia, onde predomina a espécie T. paraensis, manifestações neurológicas são descritas com mioclonias (frequentemente referidas como “sensação de choque” pelo corpo), dismetria, disartria e ataxia de marcha. Não há descrição de óbitos em função desse quadro clínico. Tratamento Sintomático: visa ao alívio da dor, sendo empregado o mesmo esquema terapêutico do foneutrismo; Consiste na infiltração local de anestésico, do tipo lidocaína 2%, sem adrenalina, 2 a 4 mL por dose. Analgésicos sistêmicos e compressas quentes no local podem ser úteis no tratamento; Específico: a soroterapia (soro antiaracnídico ou escorpiônico) deve ser administrada o mais precocemente possível nos pacientes com alteração sistêmica, conforme a gravidade: A administração pela via intravenosa pode ser feita com ou sem diluição em solução fisiológica ou glicosada, com cautela para não promover sobrecarga hídrica, sobretudo em pacientes com edema agudo pulmonar e disfunção cardíaca. Suporte: os casos graves devem ser acompanhados em unidade de terapia intensiva, com monitoramento contínuo da pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, oxigenação e hidratação; O uso de vasod i la tadores , b loqueadores adrenérgicos e colinérgicos é controverso, em face da instabilidade hemodinâmica, cujos efeitos comumente são alternados e rápidos. 3. Estudar as medidas profiláticas que possibilitem reduzir o número de acidentes por animais peçonhentos O risco de acidentes com animais peçonhentos pode ser reduzido tomando algumas medidas gerais e bastante simples para prevenção: • Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; • Examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; • Afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; • Não acumular entulhos e materiais de construção; • Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede; • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; • Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; • Manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros; • Evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada; • Limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas; Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Proteção individual • No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade; • Não mexer em colmeias e vespeiros; • Caso estejam em áreas de risco de acidente, contatar a autoridade local competente para a remoção; • Inspecionar calçados, roupas, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes antes de usá-los. • Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; Proteção da população • Não depositar ou acumular lixo, entulho e materiais de construção junto às habitações; • Evitar que plantas trepadeiras se encostem às casas e que folhagens entrem pelo telhado ou pelo forro; • Não montar acampamento próximo a áreas onde normalmente há roedores (plantações, pastos ou matos) e, por conseguinte, maior número de serpentes; • Evitar piquenique às margens de rios, lagos ou lagoas, e não encostar-se a barrancos durante pescarias ou outras atividades; • Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede e terrenos baldios (sempre com uso de EPI); • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; • Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; • Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros; • Controlar roedores existentes na área e combater insetos, principalmente baratas (são alimentos para escorpiões e aranhas); • Caso encontre um animal peçonhento, afaste-se com cuidado e evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto, e procure a autoridade de saúde local para orientações; Orientação ao trabalhador • Usar luvas de raspa de couro e calçados fechados, entre outros equipamentos de proteção individual (EPI), durante o manuseio de materiais de construção (tijolos, pedras, madeiras e sacos de cimento); transporte de lenhas; movimentação de móveis; atividades rurais; limpeza de jardins, quintais e terrenos baldios, entre outras atividades; • Olhar sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer. • Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nesses lugares, usar um pedaço de madeira, enxada ou foice; • Os trabalhadores do campo devem sempre utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs), como botas ou perneiras, evitar colocar as mãos em tocas, montes de lenha, folhas e cupinzeiros. Referências bibliográficas: 1. Veronesi R., Focaccia R. Tratado de Infectologia. 3ª ed. São Paulo: Ed Atheneu; 2005; 2. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/acidentes-ofidicos/acidentes-por-animais- peconhentos-o-que-fazer-e-como-evitar
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