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Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Medula Espinhal Medula Espinhal A medula espinal é encontrada na coluna vertebral; Continuação do tronco encefálico, estendendo-se desde o forame magno do osso occipital até à vértebra L1/L2; A parte caudal do SNC transmite informações para a periferia e vice-versa através da interação com o SNP; entretanto, é mais do que apenas uma comunicação entre o cérebro e o corpo - também modifica e integra as informações que passam por ela e participa dos reflexos; Composta por uma camada externa de substância branca e uma camada central de substância cinzenta; Ao longo de seu comprimento, a medula espinal apresenta 2 alargamentos para acomodar a inervação dos membros superiores e inferiores: um no nível cervical (membros superiores) e outro no nível lombossacral (membros inferiores); Assim como a coluna vertebral, a medula espinal é dividida em segmentos: cervical, torácico, lombar, sacral e coccígeo. Cada segmento da medula espinal emite pares de nervos espinhais, que saem do canal vertebral através do forame intervertebral: • Coluna cervical - 8 segmentos (C1-C8); maior número de traumas em vista de realizar todos os movimentos (extensão, rotação, angular); • Coluna torácica - 12 segmentos (T1-T12); não faz todos os movimentos, em vista da estabilização da coluna; • Coluna lombar - 5 segmentos (L1-L5); maior número de traumas em vista de realizar todos os movimentos (extensão, rotação, angular) • Coluna sacral - 5 segmentos (S1-S5); não faz todos os movimentos, em vista da estabilização da coluna; • Coluna coccígea - 1 segmento (Co1) Secções transversais Possui substância cinzenta e branca e pode ser dividida em 4 superfícies: uma anterior, uma posterior e duas laterais; Apresentam fissuras (anter iores) e sulcos (anterolateral, póstero-lateral e posterior); A substância cinzenta é a parte central em forma de borboleta da medula espinal e é composta por corpos celulares neuronais (não tem mielina); compreende os cornos anteriores, laterais e posteriores; A substância branca envolve a substância cinzenta e é composta por axônios (envoltas por bainha de mielina, que é branca); contém vias neurais que conectam o cérebro com o resto do corpo; Na região torácica o H medular é menor/mais fino; na cervical/lombar é maior • Parte Dorsal do "H" medular: sensitivos • Parte Ventral do "H" medular: motor • Na parte branca: não tem neurônio Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Tratos da medula espinal Os tratos da medula espinal são encontrados na sua substância branca; A substância branca, tanto da metade esquerda quanto da metade direita da medula, é dividida em 3 funículos: anterior, lateral e posterior. Meninges espinhais A medula espinal e as raízes nervosas espinhais são envolvidas por 3 camadas chamadas de meninges; A camada mais externa é a dura-máter, embaixo é a aracnoide, e a mais profunda é a pia-máter; A dura-máter possui 2 camadas (perióstea e meníngea), entre as quais está o espaço epidural; O espaço entre a aracnoide e a pia-máter é o espaço subaracnóideo, que é preenchido com líquido cefalorraquidiano (líquor); Nervos espinhais Os nervos espinhais saem da coluna vertebral em seus respetivos números vertebrais; Os nervos espinhais cervicais saem pelos forames intervertebrais imediatamente acima de suas vértebras correspondentes, enquanto os nervos espinhais torácicos, lombares e sacrais saem diretamente abaixo; Para que os nervos espinais mais distais saiam, eles devem primeiro descer pelo canal vertebral; Como os nervos espinhais lombares e sacrais estão mais distantes de seus forames intervertebrais, são os mais longos; Enquanto descem pelo canal medular em direção aos forames intervertebrais correspondentes, os nervos espinhais lombossacrais formam um feixe denominado cauda equina; Cada nervo espinal tem uma raiz anterior e uma posterior; • As raízes anteriores transmitem informações motoras, originam-se dos cornos anteriores da substância cinzenta e saem da medula espinal através do sulco ântero-lateral; Funículo anterior Trato ascendente: Trato espinotalâmico anterior Tratos descendentes: Trato corticoespinal anterior Trato vestibuloespinal Trato tectoespinal Trato reticuloespinal Funículo lateral Tratos ascendentes: Trato espinocerebelar posterior Trato espinocerebelar anterior Trato espinotalâmico lateral Trato espinotectal Trato dorsolateral (de Lissauer) Trato espinoreticular Trato espino-olivar Tratos descendentes: Trato corticoespinal lateral Trato rubroespinal Trato reticuloespinal lateral Tratos autonômicos descendentes Trato olivoespinal Funículo posterior Tratos ascendentes: Fascículo grácil Fascículo cuneiforme Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII • As raízes posteriores transmitem informações sensitivas e possuem um gânglio sensitivo ligado a elas; se originam dos cornos posteriores da substância cinzenta e saem pelo sulco póstero- lateral da medula espinal; As raízes anteriores e posteriores se fundem imediatamente antes do forame intervertebral e formam o tronco do nervo espinal; O tronco é muito curto e, logo após a sua saída da coluna vertebral, divide-se em 4 ramos: ramo anterior, ramo posterior, ramo comunicante e ramo meníngeo. Arco Reflexo Os reflexos espinhais podem ser monossinápticos ou polissinápticos; • Reflexos monossinápticos: ocorrem com apenas dois neurônios participando do arco reflexo, um sensorial e outro motor; o neurônio de primeira ordem (sensitivo) está localizado no gânglio espinal, enquanto o neurônio de segunda ordem (motor) se localiza no corno anterior da medula espinal; o neurônio sensitivo reúne os impulsos provenientes do músculo e envia essa informação para o neurônio motor, que inerva o mesmo músculo, o neurônio motor então causa a contração do músculo inervado; • Reflexos polissinápticos: têm múltiplos neurônios participando; além de um neurônio sensitivo e um neurônio motor, há também um ou mais interneurônios entre eles, tornando essa comunicação indireta; são mais complexos do que os reflexos monossinápticos, uma vez que envolvem grupos musculares ao invés de um único músculo. Tratos Medulares A medula espinal tem numerosos grupos de fibras nervosas que se dirigem ou partem do cérebro, estes foram coletivamente chamados tratos ascendentes e descendentes da medula espinal, respectivamente; Os setores são responsáveis por transportar estímulos motores e sensoriais de e para a periferia; Deve-se mencionar que ao nível do bulbo, entre a oliva inferior e o núcleo do nervo trigêmeo, os tratos espinotectais lateral e anterior cursam juntos, em um feixe, o lemnisco espinal; Tratos Ascendentes da Medula Espinal Trato espinotalâmico lateral As sensações primárias relacionadas a esse trato são a dor e a temperatura; Os receptores que são sensíveis aos estímulos previamente mencionados são as terminações nervosas livres; A primeira sinapse é na raiz ganglionar posterior, a segunda sinapse na substância gelatinosa, e a terceira sinapse se dá no núcleo posterolateral ventral do tálamo (NPV); O destino final da informação é o giro central posterior. • Neoespinotalâmico: área motora primária; complexo nuclear ventrobasal; leminisco espinal; trato espinotalâmico; • Paleoespinotalâmico: região cortical difusa; núcleo intralaminar talâmico; vias reticulotalamicas; trato espinoreticular. Trato espinotalâmico anterior O estímulo ou sensação pode ser um toque leve ou pressão, e os receptores responsáveis por receber essa informação são as terminações nervosas livres, Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII de maneira semelhante ao trato espinotalâmico lateral; Tato grosso e pressão; Desse ponto em diante, os tratos espinotalâmicos anterior e lateral cursam em conjunto e terminam na mesma destinação no cérebro.A coluna branca posterior: fascículos grácil e cuneiforme Esse trato é estimulado pelo toque discriminativo, vibração e propriocepção músculo-articular; Seus receptores incluem os corpúsculos de Meissner, os corpúsculos de Pacini, fusos musculares e tendões; Grácil e cuneiforme, representados respectivamente: Trato espinocerebelar posterior Proprioceção em articulações e músculos; É diferente dos outros, porque sua sensação emerge de uma origem anatômica diferente; • Os outros tratos recebem estímulos externos de receptores na superfície da pele, enquanto o trato espinocerebelar posterior recebe a sensação de músculos e articulações, o que significa que eles ocorrem em estruturas no interior do corpo; Os receptores incluem feixes musculares, tendões e articulações do tronco e membros inferiores; A 1ª sinapse ocorre na raiz posterior do gânglio, da mesma forma que outros tratos. Entretanto, essa é a única parte do trajeto que mimetiza outros tratos; A 2ª sinapse ocorre no núcleo dorsal; A 3ª sinapse ocorre nos pedúnculos cerebelares superior ou inferior e a sinapse final de todo o trato ocorre no córtex cerebelar. Tratos Descendentes da Medula Espinal Trato corticoespinal Atividades motoras voluntárias, discretas e treinadas; O trato corticoespinal se origina do córtex motor primário e secundário, bem como do lobo parietal, o que representa as áreas de Brodmann 4 a 6, e 3, 1 e 2, respectivamente; A maiora das fibras cruza para o lado contralateral ao nível da decussação das pirâmides e se torna o trato corticoespinal lateral, enquanto o resto se torna os tratos corticoespinais anteriores, cruzando ao nível do destino final da via; São emitidos ramos para o córtex cerebral, os núcleos da base, o núcleo rubro, os núcleos olivares e a formação reticular; No destino final da via são formadas sinapses com interneurônios e neurônios motores alfa, e assim a informação passa do sistema nervoso central para a periferia, criando movimentos voluntários rápidos e habilidosos, especialmente nas extremidades distais dos membros. Corticoespinhal anterior e lateral, respectivamente: Trato reticuloespinal Se originando da formação reticular, esse trato cruza em vários níveis e se ramifica continuamente conforme as fibras descendem; Regulação para movimentos voluntários e reflexos; Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Elas formam sinapses nos neurônios motores alfa e gama para produzir a iniciação ou inibição de movimentos voluntários, dos quais o hipotálamo possu i cont ro le do es t ímu lo s impát ico e parassimpático. Trato tectoespinal O colículo superior contribui com fibras para esse trato, que cruzam rapidamente para o lado contralateral uma vez que eles são liberados, não se sabendo se eles emitem ou não ramos; Movimentos posturais a partir de estímulos visuais; Elas formam sinapses da mesma maneira que as fibras do trato reticuloespinal, e refletem movimentos posturais relacionados à visão. Trato rubroespinal Esse trato se inicia no núcleo rubro e imediatamente cruza para o lado oposto, antes de descender e alcançar os neurônios motores alfa e gama; Estimulação dos músculos flexores e inibição dos extensores; Ele pode também possuir papel na postura em flexão das extremidades superiores, que é tipicamente observada em lesões acima do núcleo rubro. Trato vestibuloespinal O núcleo vestibular abriga a origem dessa via e permite que ela descenda sem cruzar ao lado oposto até que atinja os mesmos neurônios motores mencionados nos últimos dois tratos; Sua função é exatamente a oposta do trato rubroespinal; Inibição dos músculos flexores e estimulação dos extensores. Trato olivoespinal Não se sabe quais as funções esse trajeto possui, ou se ele emite ramos durante a sua trajetória descendente, ou mesmo se ele forma sinapses nos neurônios motores alfa e gama; Tudo que se sabe é que ele se origina nos núcleos olivares inferiores e que ele cruza para o lado oposto em algum lugar no tronco encefálico. Fibras autonômicas descendentes Essas fibras possuem várias origens, incluindo o córtex cerebral, o hipotálamo, o complexo amigdaloide e a formação reticular; Elas permanecem sem cruzar ao lado oposto e formam sinapses com outros ramos nas vias que controlam estímulos simpáticos e parassimpáticos, o que permite o seu controle sobre os sistemas simpático e parassimpático. Outras Observações Se a lesão for acima do tronco: o resultado sempre será do lado oposto do lesado; Se a lesão for no H medular: na parte dorsal, será sens i t i va , na pa r te ven t ra l , se rá moto ra (obrigatoriamente!!!) Se a lesão for na parte branca (que não tem corpos neuronais), varia: Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII • No cordão poster ior : levam informações propioceptivas; fazem conexão no tronco, cruza no bulbo; se a lesão for na medula, o resultado ocorrerá do mesmo lado da lesão. Ordem das fibras: Cervical - Torácica - Lombar - Sacral. • No cordão lateral: esteroceptivas; área sensitiva e morota; entram, cruzam na medula e sobem do lado oposto; se a lesão for na medula, o resultado ocorre do lado oposto da lesão; Lesão mais medial: lesão de membros inferiores; lesão mais lateral: lesão me membros superiores Imagens e legendas Aracnóide: uma das meninges, membranas que envolvem o sistema nervoso central. A aracnóide se dispõe entre a dura-mater, mais externa, e a pia- mater, mais interna. Entre a aracnóide e a pia-mater se localiza o espaço sub-aracnóideo, que contém liquor. Artéria espinal anterior: responsável pela irrigação da medula espinal (colunas e funículos anterior e lateral), juntamente com as artérias espinais posteriores (coluna e funículo posterior). Todas são ramos da artéria vertebral. Coluna anterior: contém os corpos celulares dos neurônios motores, cujos axônios se destinam à inervação dos músculos estriados esqueléticos (fibras eferentes somáticas). Coluna lateral: contém os corpos celulares dos neurônios motores (pré-ganglionares) do sistema nervoso simpático. Coluna eferente visceral. Coluna posterior: contém os corpos celulares de neurônios que recebem diferentes modalidades de sensibilidade geral. Comissura branca: formada por fibras que cruzam perpendicularmente o plano mediano. Por exemplo, cruzamento das fibras dos tratos espino-talâmico lateral e anterior e córtico-espinal anterior. Espaço subaracnóideo: espaço delimitado pela aracnóide (externamente) e pela pia-máter (internamente), e preenchido por líquido céfalo- raqueano (líquor). Circunda toda a medula espinal e também o encéfalo. Fascículo cuneiforme (no funículo posterior): conduz impulsos nervosos provenientes dos membros superiores e da metade superior do tronco, relacionados à propriocepção consciente, tato epicrítico, sensibilidade vibratória e estereognosia. Fascículo grácil (no funículo posterior): conduz impulsos nervosos provenientes dos membros inferiores e da metade inferior do tronco, relacionados à propriocepção consciente, tato epicrítico, sensibilidade vibratória e estereognosia. Funículo anterior: contém os tratos retículo-espinal e vestíbulo-espinal, vias descendentes relacionadas à manutenção do equilíbrio e postura, além de vias ascendentes. Funículo lateral: contém os tratos córtico-espinal lateral e rubro-espinal (vias descendentes) e o trato espino-talâmico lateral, relacionado a dor e temperatura (via ascendente). Núcleo dorsal ou torácico: evidente apenas nas regiões torácica e lombar alta. Relaciona-se com a propriocepção inconsciente (trato espino-cerebelar posterior). Núcleos do grupo lateral da coluna anterior: conjunto de corpos celulares de neurônios motores que inervam a musculatura relacionada com o esqueleto apendicular. Núcleos do grupo medial da coluna anterior: conjunto de corpos celulares de neurônios motores que inervam a musculatura relacionada com o esqueleto axial. Pia-máter:uma das meninges, membrana envoltória do sistema nervoso central que se encontra intimamente aderida à superfície do tecido nervoso. Substância cinzenta intermédia central: no seu centro localiza-se o canal central da medula espinal, resquício da luz do tubo neural do embrião. Substância gelatinosa (de Rolando): recebe fibras sensitivas pela raiz dorsal e contém o “portão da dor”, que controla a entrada da sensibilidade dolorosa. Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Medula Espinhal Cervical Medula Torácica Medula Lombar Medula Sacral
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