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Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Nervos Cranianos Nervos Cranianos Conjunto de 12 nervos do sistema nervoso periférico que emergem de forames/fissuras cranianas (emergentes do cérebro) e inervam as estruturas da cabeça, pescoço, tórax e abdômen; Nervos: designação geral de axônios, que estão na periferia e são revestidos de bainha de mielina; C r a n i a n o : r e l a ç ã o c o m o S N C , e s s e s , especificamente, estão correlacionados ao tronco encefálico (exceção: olfatório e óptico); as raízes sensitivas também possuem gânglios (assim como os espinhais); Ao contrário dos nervos espinhais, cujas raízes são fibras neurais da substância cinzenta espinhal, os nervos cranianos são compostos de processos neurais associados aos núcleos distintos do tronco cerebral e estruturas corticais; Enquanto a substância cinzenta espinhal é organizada em um corno sensorial posterior, um cinza intermediário autônomo e interneurônio e um corno motor anterior, os núcleos de nervos cranianos são funcionalmente organizados em núcleos distintos dentro do tronco cerebral; Normalmente, os núcleos mais posteriores/laterais: sensoriais; mais anteriores: motores; Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII São ordenados numericamente (1-12) de acordo com seu local de saída no crânio (de rostral para caudal); Todos os pares de nervos cranianos originam-se de núcleos no cérebro; 2 deles originam-se do prosencéfalo (olfatório [olfativo] e óptico); 1 tem o núcleo na medula espinhal (acessório); Os restantes se originam do tronco cerebral; Os pares cranianos fazem o suprimento sensitivo e motor da cabeça e do pescoço, controlando a atividade desta região; Somente o nervo vago se estende além do pescoço, para inervar as vísceras torácicas e abdominais; • Sensorial: nervo olfatório (olfativo) (NC I), nervo óptico (NC II), nervo vestibulococlear (NC VIII); • Motor: nervo oculomotor (NC III), nervo troclear (NC IV), nervo abducente (NC VI), nervo acessório (NC XI), nervo hipoglosso (NC XII); • Misto (ambos): nervo trigêmeo (NC V), nervo facial (NC VII), nervo glossofaríngeo (NC IX), nervo vago (NC X); A função de um nervo é transmitir informação sensitiva e/ou motora entre o corpo e o cérebro; Se a informação vai do cérebro para a periferia: eferente (motor); Se vai da periferia para o cérebro: aferente (sensitivo); Nervos que carregam informações em ambos os sentidos: mistos; Os pares de nervos cranianos podem ser puramente motores, puramente sensoriais ou mistos (ao contrário dos nervos espinhais, que são sempre mistos); A informação é classificada como: • Especial: se ela se origina dos nossos sentidos especiais (visão, olfato, paladar, tato e audição); • Geral: descreve as informações que vêm de ou vão para qualquer outro lugar; • Somática: transmitida por um nervo; vai de/para a pele e músculos esqueléticos; • Visceral: transmitida por um nervo; se ela vai de/ para nossos órgãos internos; Considerando as possíveis direções/modalidades, os pares cranianos, cada um tendo sua coluna podem ser, ou seja, os tipos de fibra: - Aferente somático geral (ASG): exterocepção, propriocepção; recebe informações sensoriais da pele, músculos esqueléticos e articulações; - Eferente somático geral (ESG): S.N. autônomo; - Aferente visceral geral (AVG): recebe informações sensoriais das vísceras; - Eferente visceral geral (EVG) - Aferente somático especial (ASE): visão, audição; recebe informações sensoriais da ret ina ectodérmica, aparelho coclear e vestibular; - Aferente v isceral especial (AVE): recebe informações sensoriais do nariz e da língua - Eferente visceral especial (EVE) 1.º nervo craniano Nervo olfatório (NC I) - sensorial 2.º nervo craniano Nervo óptico (NC II) - sensorial 3.º nervo craniano Nervo oculomotor (NC III) - motor 4.º nervo craniano Nervo troclear (NC IV) - motor 5.º nervo craniano Nervo trigêmeo (NC V) - misto 6.º nervo craniano Nervo abducente (NC VI) - motor 7.º nervo craniano Nervo facial (NC VII) - misto 8.º nervo craniano Nervo vestibulococlear (NC VIII) - sensorial 9.º nervo craniano Nervo glossofaríngeo (NC IX) - misto 10.º nervo craniano Nervo vago (NC X) - misto 11.º nervo craniano Nervo (espinhal) acessório (NC XI) - motor 12.º nervo craniano Nervo hipoglosso (NC XII) - motor Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Nervo Olfatório Aferente somático especial; Inerva: mucosa olfatória (olfativa) na cavidade nasal; Transporta a informação do cheiro até o cérebro; Alguns autores classificam-no como ASE, outros como AVE; Núcleo: nenhum; Campo de inervação sensorial: mucosa nasal; Origem aparente no encéfalo: bulbo olfatório; Origem aparente no crânio: lâmina cribriforme do etmóide; Nervo Óptico Aferente somático especial; Inerva: a retina do olho e traz informação visual ao cérebro; Tipo: ASE; Núcleo: nenhum; Campo de inervação sensorial: retina; As fibras neurais se originam dos fotorreceptores da retina que convergem até o disco óptico, formando o nervo óptico; Função Olfato Células olfativas Células recetoras olfativas (odor e contêm cílios), células de sustentação, células basais (tronco) (substituindo células receptoras olfativas velhas e danificadas) Nervo olfatório CN I formado a partir de uma coleção de axônios de células recetoras olfativas, que passam através da placa cribriforme para o teto da cavidade nasal Bulbo olfatório É a estação de retransmissão da via olfatória e contem glomérulos olfativos Trato olfatório É constituído pelos axônios dos neurônios de transmissão mitral Estrias olfatórias São as divisões medial e lateral do trato olfatório Córtex olfativo Córtex piriforme, amígdala, córtex entorrinal Destino Córtex orbitofrontal Partes Parte intraocular: no disco óptico, onde as fibras se movem para a região retro-orbitária Parte intraorbitária: vai da parte posterior do globo ocular até o canal óptico e é circundada pelas três camadas meníngeas Parte intracanalicular: dentro do canal óptico do osso esfenóide Parte intracraniana: viaja superiormente ao diafragma da sela e ao seio cavernoso, formando por fim o quiasma óptico Vascularização Ramos oftálmicos da artéria carótida interna, artérias ciliares posteriores e artéria central da retina Fibras Fibras aferentes visuais: transmitem impulsos visuais da retina para o núcleo geniculado lateral do tálamo Fibras aferentes pupilares: regulam o reflexo da luz pupilar Fibras eferentes: viajam para a retina, mas têm uma função desconhecida Fibras fotostáticas: responsáveis pelos reflexos visuais do corpo Via Visual Nervo óptico -> Fita óptica -> Núcleo geniculado lateral -> Radiação óptica -> Córtex visual (Área de Brodmann 17) Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII O nervo óptico deixa a órbita através do canal óptico; No assoalho da fossa média do crânio, a parte nasal de cada nervo cruza para o lado oposto, formando o quiasma óptico; As fibras nervosas continuam como as duas vias ópticas; O NC II também não possui seu próprio núcleo, mas seus corpos celulares estão localizados na retina; O nervo óptico faz sinapse com os centros relacionados à visão no cérebro. Nervo Oculomotor Nervo eferente motor tanto somático quanto visceral; Isto quer dizer que ele tem dois núcleos e contém dois tipos de fibras eferentes; Origem: mesencéfalo; Saída do crânio: através da fissura orbital (orbitária) superior, para entrar na órbita, onde ele vai permitir a movimentação dos olhos, a constrição da pupila (miose) e a acomodação do cristalino; Tipo: ESG, EVG (parassimpático); Núcleos: Núcleo do nervo oculomotor (ESG) e Núcleos acessórios do nervo oculomotor (EVG) Campo de inervação motor: todos os músculos extraoculares, exceto o reto lateral e o oblíquo superior (ESG); músculo ciliar, músculo esfíncter da pupila (EVG); Nervo Troclear Nervo motor somáticogeral; Origem aparente: mesencéfalo, deixa a junção pontomesencefálica posteriormente (o único); Saída do crânio: entra na órbita através da fissura orbitária superior; Inerva o músculo oblíquo superior extraocular, tendo função, portanto, na movimentação ocular; Tipo: ESG Núcleo: Núcleo do nervo troclear Campo de inervação motor: músculo oblíquo superior. Nervo Trigêmeo Nervo misto: contém tanto fibras viscerais especiais, quanto fibras somáticas gerais; Origem aparente: tronco cerebral, formando o gânglio trigeminal (todo nervo sensitivo tem gânglio), próximo ao ápice da parte petrosa do osso temporal. Divide-se em 3 ramos: nervo oftálmico (NC V1), nervo maxilar (NC V2) e nervo mandibular (NC V3); Saída do crânio: o oftálmico sai através da fissura orbitária superior, o maxilar através do forame redondo e o mandibular se exterioriza através do forame oval; Tipo: EVE, ASG Núcleos: • Núcleo motor do nervo trigêmeo (EVE) Origem Núcleo oculomotor; Núcleo de Edinger-Westphal Inervação Reto superior, reto inferior, reto medial, oblíquo inferior, elevador da pálpebra superior, esfíncter da pupila (parassimpático), músculo ciliar (parassimpático) Relações importantes Fissura orbitária superior Componentes funcionais Eferente somático geral; Eferente visceral geral. Relações importantes Fissura orbitária superior Inervação Músculo oblíquo superior Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII • Núcleo sensorial principal do nervo trigêmeo (ASG) • Núcleo espinhal do nervo trigêmeo (ASG) • Núcleo mesencefálico do nervo trigêmeo (ASG) Divisões: • Nervo oftálmico (NC V1) • Nervo maxilar (NC V2) • Nervo mandibular (NC V3) Campo de inervação: • Motor: músculos da mastigação, milohióideo, ventre anterior do digástrico, músculo tensor do tímpano (EVE); • Sensorial: couro cabeludo, face, órbita, seios paranasais, dois terços anteriores da língua (ASG). Nervo Abducente Nervo eferente somático geral; Inerva: o músculo reto lateral (extraocular); Origem aparente: tronco encefálico; sulco bulbopontino; Saída do crânio: fissura orbital superior; Tipo: ESG; Núcleo: núcleo do nervo abducente. Nervo Facial Nervo multimodal: contém fibras gerais e especiais; Tipo: EVG (parassimpático), EVE, AVG, AVE, ASG; Núcleos: • Núcleo salivatório superior (EVG) • Núcleo motor do nervo facial (EVE) • Núcleos do trato solitário (AVG, AVE) • Núcleo espinhal do nervo trigêmeo (ASG) Campo de inervação: • Sensorial: ouvido médio, cavidade nasal, palato mole (AVG); dois terços anteriores da língua (AVE); meato acústico externo (ASG); • Motor: lacrimal, submandibular, sublingual, basal, glândulas palatinas (EVG); músculos da mímica facial (EVE); Origem aparente: tronco encefálico; duas divisões separadas: • Uma raiz primária maior carregando fibras motoras; • Um nervo intermediário menor carregando fibras sensoriais e parassimpáticas; As duas divisões deixam a cavidade craniana através do meato acústico interno e depois seguem pelo canal facial, se juntam, formando o nervo facial propriamente e juntas, deixam o crânio através do forame estilomastoideo; Ramos motores: temporal, zigomático, bucal, mandibular e cervical. Nervo Vestibulococlear Nervo aferente somático especial; Tipo: ASE Origem aparente: núcleos no tronco encefálico Formado de duas partes: o nervo vestibular e o nervo coclear; • O componente coclear permite a audição, enquanto que a parte vestibular medeia o equilíbrio e o movimento; • No fundo do meato acústico interno, as duas partes se unem e entram no crânio através do meato acústico interno; Núcleos: • Núcleos vestibulares • Núcleos cocleares dorsal e ventral Campo de inervação sensorial: órgão espiral (de Corti), mácula do utrículo, mácula do sáculo, ampolas dos canais semicirculares (ESA). Nervo Glossofaríngeo Nervo multimodal; Origem: tronco encefálico; Saída do crânio: forame jugular; Relações importantes Fissura orbitária superior Inervação Músculo reto lateral Lourrane Felício, Medicina UNICEPLAC, turma XXXVIII Permite a deglutição, salivação e sensação gustativa, assim como sensações viscerais e gerais da cavidade oral Tipo: EVE, EVG (parassimpático), AVE, AVG, ASG Núcleos: • Núcleo ambíguo (EVE, AVG); • Núcleo salivatório inferior (EVG); • Núcleo do trato solitário (AVE, AVG); Núcleo espinhal do nervo trigêmeo (ASG); Campo de inervação: Motor: estilofaríngeo e constrictores da faringe (EVE); glândula parótida (EVG) Sensorial: terço posterior da língua (AVE), ouvido médio, faringe, epiglote (AVG); terço posterior da língua, palato mole (ASG) Nervo Vago Nervo multimodal; Origem: tronco encefálico; Deixa o crânio: forame jugular; Ele é o nervo craniano mais longo e o único a deixar a região da cabeça e do pescoço; Ele vai até as cavidades torácica e abdominal, levando inervação parassimpática para os órgãos viscerais; Tipo: EVG (parassimpático), EVE, AVE, AVG, ASG Núcleos: • Núcleo posterior do nervo vago (núcleo motor dorsal) (EVG) • Núcleo ambíguo (EVE) • Núcleos do trato solitário (AVE, AVG) • Núcleo espinhal do nervo trigêmeo (ASG) Campo de inervação • Motor: vísceras torácicas e abdominais (EVG); músculos laríngeos e faríngeos (EVE) • Sensorial: epiglote (AVE); vísceras torácicas e abdominais, corpo carotídeo (AVG); meato acústico externo, pele retroauricular, parte posterior das meninges (ASG); O nervo vago tem 2 gânglios: gânglio superior do nervo vago (fornece fibras para a função sensorial geral) e gânglio inferior do nervo vago (gânglio nodoso; dá origem a fibras sensoriais especiais e viscerais); Controla um grande número de funções: secreção glandular, peristalse, fonação, gustação, sensação visceral e geral da cabeça, tórax e abdome (abdómen). Nervo Acessório Nervo eferente; Origem: tronco encefálico (bulbo) e medula cervical superior (entra no crânio por meio do forame magno); Saída do crânio: forame jugular; Permite a fonação e movimentos da cabeça e dos ombros; Fibras sensoriais do plexo cervical se juntam ao nervo acessório para transmitir as sensações dos músculos por ele inervados; Tipo: ESG/EVE* Núcleos: • Núcleo ambíguo • Núcleos do nervo acessório (C1-C5) Campo de inervação motor: músculos laríngeos, esternocleiodmastoideo, trapézio. Nervo Hipoglosso Nervo eferente somático geral; Origem : sulco pré-olivar do bulbo (tronco encefálico); Saída do crânio: canal do hipoglosso; Função: movimentos da língua; Tipo: ESG; Núcleo: do nervo hipoglosso; Campo de inervação motor: músculos intrínsecos da língua, músculos extrínsecos da língua (exceto o palatoglosso).
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