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15 ESTATUTO DO IDOSO

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12
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
ESTATUTO DO IDOSO (LEI 10.741/2003)
Por Roberto Lobo
 
SUMÁRIO
1	DISPOSIÇÕES GERAIS	3
1.1	FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL	3
1.2	DEFINIÇÃO DE IDOSO	3
1.3	NÃO REVOGAÇÃO DO ART. 115 DO CP, QUE TRATA DA PRESCRIÇÃO	4
1.4	APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO DA LEI 9.099	4
1.5	BEM JURÍDICO TUTELADO	6
1.6	AÇÃO PENAL E NÃO APLICAÇÃO DAS IMUNIDADES ABSOLUTAS E RELATIVAS	6
2	CRIMES EM ESPÉCIE	6
3	DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO	11
4	BIBLIOGRAFIA	11
ATUALIZADO EM 26/04/2017[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
ESTATUTO DO IDOSO (LEI 10.741/2003)
Caros alunos Ciclos, vocês vão perceber, ao realizar questões, que o foco nessa lei gira ao redor de três assuntos: aplicação do procedimento da lei 9.099, não aplicação das imunidades absolutas e relativas e princípio da especialidade nos crimes em espécie. Bom estudo!!
	DISPOSIÇÕES GERAIS
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL 
A CF dispões nos arts. 229 e 230 da CRFB/88 que: ''Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. 
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
§ 1º - Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. 
§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos." 
DEFINIÇÃO DE IDOSO
Ocorre que a constituição não definiu quem seria a pessoa idosa. Apesar de garantir a gratuidade de passagem aos maiores de 65 anos de idade, não dispôs que essas pessoas ostentariam a condição de idoso. Tal conceituação ficou a cargo do legislador infraconstitucional, que estabeleceu no art. 2º da lei 8.842/94 (Lei de Política Nacional do Idoso) e no art. 1º da 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) a idade de 60 anos como critério para a definição da pessoa idosa. 
Art. 1 º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
Logo, idoso é: Maior OU IGUAL a 60 anos.
#ATENÇÃO - O art. 61, li, alínea h do CP, trata da circunstância agravante de crime praticado contra pessoa maior de 60 anos. Como todos os delitos previstos no Estatuto do Idoso têm como sujeito passivo pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos (elemento do tipo), não poderá incidir a circunstância mencionada, sob pena bis in idem. 
NÃO REVOGAÇÃO DO ART. 115 DO CP, QUE TRATA DA PRESCRIÇÃO
O CP estabelece, no seu art. 115, que o prazo prescricional reduz-se de metade se o agente for maior de 70 anos na data da sentença. Iniciou-se uma discussão em razão de o Estatuto do Idoso ser mais benéfico ao agente, uma vez que, ao se sustentar que o Estatuto alterou o Código, o prazo prescricional seria reduzido de metade caso o agente fosse maior de 60 anos na data da sentença, abrangendo-se um número maior de pessoas que teriam a redução do prazo prescricional operada.
Tratar-se-ia, portanto, de lei posterior e mais benéfica. OCORRE QUE O STF ENTENDEU QUE NÃO HOUVE A MENCIONADA REVOGAÇÃO, EM RAZÃO DE O CRITÉRIO UTILIZADO PELO CÓDIGO PENAL TER SIDO A IDADE DO AGENTE, E NÃO A SUA CONDIÇÃO DE IDOSO, ALÉM DE TER ESTABELECIDO IDADE ESPECÍFICA. Sendo assim, para a redução do prazo de prescrição, continua sendo utilizada a idade de 70 anos.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA - O Estatuto do Idoso, ao considerar como idosa a pessoa a partir de 60 (sessenta) anos de idade, não alterou o artigo 115 do Código Penal, que prevê a redução do prazo prescricional apenas quando o acusado é maior de 70 (setenta) anos de idade ao tempo da sentença condenatória. Precedentes do STJ e do STF. HC 284456. Rei. Min. Jorge Mussi, julgado em 22/04/2014. 
APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO DA LEI 9.099
Sobre a parte criminal do estatuto do idoso, de longe esse é o tema mais cobrado em provas. Portanto, muita atenção.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. 
Logo que ocorreu o advento do Estatuto do Idoso, esse artigo foi alvo de controvérsia doutrinária, quanto ao seu alcance. Discutia-se se seria aplicado somente o procedimento sumaríssimo previsto na lei 9.099/95 ou se seriam também aplicadas as medidas despenalizadoras nela previstas.
A doutrina e a jurisprudência pacificaram o entendimento no sentido de que, nos delitos previstos no Estatuto em que a pena máxima não ultrapasse 4 anos aplica-se somente o procedimento sumaríssimo, dando-se maior celeridade processual aos processos de crimes praticados contra o idoso. 
O tema foi objeto de questionamento no STF, por meio da ADI 3096/ DF, que atribuiu ao artigo ora comentado o sentido segundo o qual os delitos previstos no Estatuto, cujas penas privativas de liberdade sejam SUPERIORES A 2 (DOIS) ANOS E NÃO ULTRAPASSEM 4 (QUATRO) ANOS, aplica-se somente o procedimento sumariíssimo previsto na lei 9.099/95, não se aplicando, portanto, qualquer medida despenalizadora.
#DEOLHONAJURIS – INF. 591 DO STF: Em conclusão, o Tribunal julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Procurador-Geral da República para dar interpretação conforme ao art. 94 da Lei 10.741/2003 [“Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.”], no sentido de que aos crimes previstos nessa lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos, aplica-se a Lei 9.099/95 apenas nos aspectos estritamente processuais, não se admitindo, em favor do autor do crime, a incidência de qualquer medida despenalizadora — v. Informativo 556. Concluiu-se que, dessa forma, o idoso seria beneficiado com a celeridade processual, mas o autor do crime não seria beneficiado com eventual composição civil de danos, transação penal ou suspensão condicional do processo. Vencidos o Min. Eros Grau, que julgava improcedente o pleito, e o Min. Marco Aurélio, que o julgava totalmente procedente.
Logo, em resumo, fica da seguinte forma:
· Pena igual ou inferior a 2 anos: aplica-se o procedimento sumaríssimo, assim como as medidas depenalizadoras
· Pena superior a 2 anos e que não ultrapasse 4: aplica-se apenas o procedimento sumaríssimo, não se aplicando as medidas despenalizadoras.
#ATENÇÃO - No entanto, chamo sua atenção, aluno Ciclos, para um detalhe importante. Ainda há a suspensão condicional do processo, que não exige que o crime seja de menor potencial ofensivo, mas sim que sua pena mínima seja menor do que 1 ano. Então, pode ocorrer de o agente que praticou um crime com pena mínima de 6 meses e pena máxima de 3 anos, por exemplo, contra um idoso, ser beneficiado pela suspensão condicional do processo.
#PROVARECENTE – DELEGADO DE PERNAMBUCO/2016 - Godofredo tem a obrigação legal de cuidar de determinado idoso, mas o abandonou em um hospital — conduta prevista no art. 98, do Estatuto do Idoso, com pena de detenção de seis meses a três anos e multa. Paulo negou trabalhoa um idoso, com a justificativa de que o pretendente ao emprego encontrava-se em idade avançada — conduta enquadrada no art. 100, II, do Estatuto do Idoso, com pena de reclusão de seis meses a um ano e multa. Nessas situações, as medidas despenalizadoras, previstas na Lei n.º 9.099/1995 (lei dos juizados especiais), a) poderão beneficiar ambos os acusados, desde que haja anuência das vítimas. b) poderão beneficiar Paulo, com a transação penal, ao passo que Godofredo, com a suspensão condicional do processo c) não poderão beneficiar Godofredo nem Paulo. d) 
poderão beneficiar apenas Godofredo. e) 
poderão beneficiar apenas Paulo.
Gabarito: Letra B.
Outra observação que deve ser feita, que também costuma ser cobrada em prova é que o Estatuto do Idoso não alterou o conceito de infração penal de menor potencial ofensivo. Continua sendo aquele previsto no art. 61 da lei 9.099/95. Apenas dispôs que nos delitos previstos no Estatuto, com pena máxima de até 4 anos, aplica-se tão somente o procedimento sumaríssimo previsto na lei 9.099/95.
BEM JURÍDICO TUTELADO
São a dignidade, a saúde, a integridade física e psíquica, a liberdade e o respeito ao idoso. 
AÇÃO PENAL E NÃO APLICAÇÃO DAS IMUNIDADES ABSOLUTAS E RELATIVAS
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
A ação penal é pública incondicionada.
NÃO SE APLICAM as imunidades absolutas e relativas previstas nos arts. 181 e 182 do CP. O legislador do Estatuto, a um só tempo, fez essa previsão de forma expressa e alterou o Código Penal, nas disposições finais dos crimes contra o patrimônio, acrescentando o inciso III no art. 183 do Código Penal, que também exclui expressamente a incidência das imunidades absoluta e relativa aos crimes praticados contra idoso, utilizando-se dois dispositivos legais para dizer a mesma coisa. 
CRIMES EM ESPÉCIE
Parte da doutrina entende que os crimes do estatuto do idoso violam o princípio da legalidade, segundo o qual a lei penal deve ser clara, certa, precisa e taxativa, proibindo-se conceitos vagos e imprecisos. Esses doutrinadores dizem que o estatuto prevê crimes com conceitos vagos, violando a segurança jurídica.
Vocês vão perceber, ao realizarem questões, que, quando cobram os crimes em espécie, é sempre tratando do princípio da especialidade. Eles colocam a conduta e dizem que foi contra idoso. Por exemplo o crime de apropriação indébita, veremos que há um crime especial no estatuto. O aluno que não estudou, diferentemente do aluno Ciclos, marca que é crime de apropriação indébita e erra.
Vejamos os artigos com seus pertinentes comentários:
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
· Elemento subjetivo especial – discriminar por motivo de idade
· Princípio da especialidade - especial em relação ao racismo
· SE PROFERE PALAVRAS INJURIOSAS, SERÁ INJURIA PRECONCEITO E NÃO ESTE CRIME. Aqui vale a mesma distinção feita na lei do racismo:
	ESTATUTO DO IDOSO
	INJÚRIA PRECONCEITUOSA
	Bem jurídico: dignidade do idoso
	Bem jurídico: honra subjetiva
	Crime de ação pena pública incondicionada
	Crime de ação penal pública condicionada a representação
	O dolo do agente é fazer a segregação da pessoa justamente em razão de sua idade.
	O dolo do agente é ofender pessoa determinada, emitindo conceitos depreciativos, qualidades negativas.
· Causa de aumento (1/3) – Se o agente for responsável pela vítima
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
· Princípio da especialidade – Especial em relação ao crime de omissão de socorro.
· Causa de aumento
· Lesão grave
· Morte
Art. 98. Abandonar o idoso EM HOSPITAIS, CASAS DE SAÚDE, ENTIDADES DE LONGA PERMANÊNCIA, OU CONGÊNERES, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
· Princípio da especialidade - especial em relação ao crime de abandono material. 
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2o Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
· Princípio da especialidade – Especial em relação aos crimes de perigo de vida e maus tratos
· Qualificadoras:
· Lesão grave
· Morte
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
· Princípio da Especialidade – especial em relação ao art. 3º da lei 7.716/89, que possui a seguinte redação: "Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos."
· Elemento subjetivo especial - O tipo penal possui um especial fim de agir, consistente no impedimento de ocupação de cargo público em razão da condição de idoso. Ausente o especial fim de agir, a conduta será atípica. 
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
· Princípio da especialidade - é especial em relação ao art. 4º da lei 7.716/89, que possui a seguinte redação: "Negar ou obstar emprego em empresa privada."
· Elemento subjetivo especial - O tipo penal possui um especial fim de agir, consistente no impedimento de ocupação de cargo público em razão da condição de idoso. Ausente o especial fim de agir, a conduta será atípica. 
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
· Princípio da especialidade - Especial em relação aos crimes de prevaricação e desobediência previstos nos arts. 319 e 330 do Código Penal.
· Elemento normativo do tipo – “sem justo motivo”. Se houver justo motivo, fato atípico.
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
· Princípio da especialidade. Especial em relação ao crime de desobediência, previsto no art. 330 do Código Penal
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
· Princípio da especialidade - Especial em relação aos crimes de prevaricação e desobediência previstos nos arts. 319 e 330 do Código Penal.
· Elemento normativo do tipo – “sem justo motivo”. Se houver justo motivo, fato atípico.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
· Princípio da especialidade - Especial em relação ao crime de apropriação indébita(CAI MUITO)
 DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA – INF. 547 DO STJ - Crime do art. 102 - Se o funcionário do banco recebe o cartão e a senha da idosa para auxiliá-la a sacar um dinheiro do caixa eletrônico e, ele, aproveitando a oportunidade, transfere quantias para a sua conta pessoal, tal conduta configura o crime previsto no art. 102 do Estatuto do Idoso.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
· Princípio da especialidade – Especial em relação ao delito de apropriação indébita, previsto no art. 168 do Código Penal. Especializa, também, o delito de exercício arbitrário das próprias razões, tipificado no art. 345 do Código Penal. 
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
· Princípio da especialidade - Especial em relação aos crimes contra a honra previstos no Código Penal, quais sejam: calúnia (art. 138), difamação (art. 139) e injúria (art. 140). Com efeito, o agente pode exibir ou veicular imagens das quais constem um idoso praticando falsamente um delito, uma cena de um fato ofensivo à sua reputação ou até mesmo uma informação da qual conste um conceito negativo, depreciativo em relação ao idoso. O tipo legal de crime ora comentado também configura especialidade em relação ao delito descrito no art. 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8.069/90), que tem a seguinte redação: "Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemática, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena -reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa."
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
· Princípio da especialidade – Especial em relação ao delito abuso de incapazes.
· Elemento subjetivo especial - O tipo penal possui um especial fim de agir, consistente nas expressões para fins de administração de bens ou deles dispor livremente. Ausente o especial fim de agir, a conduta será atípica. 
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
· Princípio da especialidade – Especial em relação ao delito constrangimento ilegal.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
#CAIUEMPROVA – No TJSP, em 2015, caiu a seguinte questão: O afilhado que cuida e tem a função de curador de sua madrinha, esta com 65 anos de idade, acometida de Alzheimer, vendeu imóvel da ofendida por R$ 80.000,00, recebendo, inicialmente, R$ 20.000,00. Quando foi lavrada a escritura pública, o curador recebeu o restante do pagamento, no importe de R$ 60.000,00, apropriando-se do numerário. Assim:
a) o afilhado é isento de pena por ter praticado o delito em prejuízo de ascendente. INCORRETA. Vimos que não se aplicam as imunidades
b) o comportamento do afilhado caracteriza o crime de estelionato, na modalidade de abuso de incapazes. INCORRETA. 
c) o comportamento do afilhado caracteriza o crime de apropriação indébita, agravado em face da qualidade de curador. INCORRETA. 
d) o comportamento do afilhado caracteriza o crime de apropriação, previsto no Estatuto do Idoso. CORRETA. Trata-se do art. 102, que estudamos.
#EMRESUMO - há crimes especiais em relação:
· Racismo
· Omissão de socorro
· Abandono material
· Perigo de vida
· Maus tratos
· Prevaricação
· Desobediência
· Exercício arbitrário (Reter cartão magnético para assegurar recebimento de dívida)
· Apropriação indébita
· ECA
· Abuso de incapazes (induzir a outorgar procuração para adm. de bens)
· Constrangimento ilegal (Coagir idoso a doar, contratar...)
DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO
LER A LEI 10731, ARTS. 93 AO 109.
BIBLIOGRAFIA
Esse material é uma fusão das seguintes fontes:
- Livro de Gabriel Habib
- Livro de jurisprudências do dizer o direito 
- Anotações pessoais de aulas

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