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Materiais, Planejamento e Processos Gráficos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Ivan Ordonha Cechinel Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Principais Sistemas de Impressão • Offset; • Rotogravura; • Flexografia; • Serigrafia ou Silk-Screen; • Tampografia. • Conhecer os principais processos de impressão da indústria, as suas características e aplicações. OBJETIVO DE APRENDIZADO Principais Sistemas de Impressão Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Principais Sistemas de Impressão Offset É um processo evolutivo da litografia. O uso de chapas metálicas em substituição às pedras na litografia garantiu ao offset tiragens mais elevadas. Ao se tornar um processo rotativo contínuo, permitiu altas velocidades de impressão. Ademais, é um sistema de impressão planográfico baseado na repulsão tinta-água. Offset está na categoria dos processos de impressão com matrizes, pois depende da chapa metálica com a imagem a ser impressa – que envolve o cilindro de impressão. A tinta do offset tem base gordurosa, de modo que durante a impressão o cilin- dro é umidificado; assim, áreas de grafismo da chapa – ocupadas pela imagem a ser impressa – aderem à tinta, enquanto a área sem grafismo repele a tinta, de modo que a imagem é impressa. Portanto, a área de imagem – grafismo – é lipófila, enquanto a área sem imagem – contragrafismo – é hidrófila. Hidrofilia: afinidade que certos materiais têm com a água. Lipofilia: afinidade que certos materiais têm com corpos gordurosos.E xp lo r A seguir temos um esquema técnico representando o funcionamento do offset, onde vemos os cilindros do sistema: Figura 1 Fonte: Wikimedia Commons 8 9 Os três cilindros maiores – representados em verde – são os principais, sendo o primeiro – acima dos demais – chamado de cilindro da chapa – envolvido pela chapa que contém os grafismos a serem impressos –; o cilindro intermediário é de- nominado cilindro de blanqueta, o qual recebe o grafismo e o transfere ao papel junto ao cilindro impressor – mais abaixo no conjunto. A utilização de uma blan- queta para a transferência da tinta possibilita o uso de variados tipos e superfícies de papel – e por isso é considerado um sistema de impressão indireta. Veja partes da máquina offset planográfica: Figura 2 Fonte: Getty Images Figura 3 Fonte: Getty Images A seguir há o desenho esquemático de uma máquina de impressão offset em relação à distribuição dos cilindros – vista lateral: 9 UNIDADE Principais Sistemas de Impressão Figura 4 Fonte: Wikimedia Commons E um exemplo de máquina offset: Figura 5 Fonte: Wikimedia Commons Trabalhando em média e alta tiragens, é utilizada para imprimir material promo- cional, editorial, embalagens, papel, Policloreto de Vinila (PVC), poliestireno. O seu sistema de cores opera em quadrocromia – ciano, magenta, amarelo e preto –, em escala CMYK, de modo que a mistura dessas quatro cores define todas as demais. Baixa tiragem: poucos milhares de cópias. Média tiragem: até a primeira dezena de milhares. Alta tiragem: centenas de milhares – milhões. Ex pl or Rotogravura É considerada uma impressão encavográfica, pois o cilindro é gravado em baixo relevo. O processo de impressão em rotogravura é derivado da “água-forte”, onde é aplicada uma camada de verniz sobre a placa de metal; daí, utilizando uma ponta- -seca – punção de metal (instrumento pontiagudo) –, desenha-se sobre a placa, sendo retirado, nesse processo, somente o verniz, deixando o metal exposto. 10 11 Usa-se, então, ácido para corroer o metal, formando os sulcos onde a tinta será depositada para posteriormente ser transferida ao papel. Karl Klietsch (1841-1926), nascido na Boémia, República Checa, foi o primeiro que produziu os impressos pelo sistema de rotogravura, em 1875. Gravação do Cilindro Trata-se de processo de impressão direta, no qual o cilindro de cobre é gravado por meio de pontos de diferentes tamanhos e profundidades, uniformemente posi- cionados e produzidos por meio de retícula. O termo rotogravura deriva da forma cilíndrica e do princípio rotativo das im- pressoras utilizadas. A seguinte Figura apresenta o cilindro de cobre sendo gravado em baixo relevo – impressão encavográfica: Figura 6 Fonte: Wikimedia Commons São características da rotogravura: • Qualidade uniforme em toda a tiragem; • A duplicação de chapas ou cilindros é dispendiosa; • Impressão de alta qualidade e alta tiragem em cores e Preto e Branco (PB); • Tonalidade preta mais forte e gama mais ampla de tonalidades em relação a todos os outros processos de impressão; • Correções são caras porque é necessário fazer nova chapa/cilindro de impressão; • Pode simular com maior exatidão o efeito de tom contínuo; • Utilizada para imprimir revistas e jornais – Brasil e Estados Unidos. Ex pl or 11 UNIDADE Principais Sistemas de Impressão Quanto ao sistema de impressão, é direto e em alta velocidade. Há possibilidade de impressão frente e verso. É possível ainda acoplar uma máquina de corte e vinco ao sistema de saída. Imprime todas as cores em uma única entrada de máquina. Aplicação Embalagens de alta tiragem, revistas de alta tiragem, imprime sobre qualquer tipo de substrato, desde que seja flexível – papel, alumínio, Polietileno (PE), Polipro- pileno (PP), Tereftalato de Polietileno (PET), celofane, filmes plásticos perolizados, metalizados, brancos, transparentes, opacos, translúcidos, dourados, entre outros. A matriz tem grande durabilidade e resiste a grandes tiragens – até dez milhões de cópias, contra um milhão no offset –, por isso é ideal para a impressão de embalagens e por permitir a impressão sobre substratos impermeáveis, tais como plásticos ou alumínio, exigindo uma tinta de secagem imediata, após a impressão de cada cor, e que contenha solventes altamente voláteis. É recomendada para a impressão de embalagens flexíveis, tais como celofane, plásticos – polipropileno, nylon polietileno, poliéster, entre outros – e semirrígidas, tais como caixas para detergentes em pó. Vejamos um desenho esquemático do cilindro matriz com a superfície de cobre gravada – cilindro abaixo – e do cilindro de impressão – acima: Figura7 Fonte: Wikimedia Commons 12 13 Flexografia Está no grupo do processo de impressão elevográfica. Eis um exemplo de mo- derna máquina de flexografia: Figura 8 Fonte: Wikimedia Commons Quanto às características da flexografia, trata-se de um processo de impressão direta, rotativo e que emprega pranchas ou fôrmas de borracha ou polímero – cli- chês – em alto relevo e tintas líquidas de secagem rápida que aderem à grande maioria dos suportes. O processo de impressão conhecido como anilina começou na Alemanha e é anterior a 1920. Em 1951, foi adotado o nome de flexografia nos Estados Unidos por uma questão de marketing. É mais econômico que a rotogravura ou o offset em grandes tiragens e apresen- ta diversidade na oferta de suportes para impressão. Quanto ao sistema de impressão direta – espécie de carimbo –, possibilita im- pressão frente e verso, contemplando todas as cores. Permite também acoplar cor- te e vinco, laminação, estampagem quente ao sistema de saída em alta velocidade (400 m por minuto). As máquinas flexográficas geralmente são menores que as de offset e rotogra- vura. A matriz resiste a mais de 1.200.000 cópias. A alimentação se dá em folhas, bobinas, com esteiras para a fixação de suportes especiais. Admite como suporte – materiais que podem ser impressos – o alumínio, todos os plásticos – PP, PE, PET, PVC –, clulósicos, cartões, cartolinas e papéis. Imprime ainda embalagens rígidas, tais como lata e cartão, e semirrígidas, tais como caixas de medicamentos e perfumes, além de embalagens flexíveis para 13 UNIDADE Principais Sistemas de Impressão materiais diversos, tais como papel de presente, saco, etiqueta adesiva, rótulo, mo- saico e ladrilho. Eis rótulos impressos em flexografia: Figura 9 Fonte: Wikimedia Commons Máquinas de flexografia no momento da impressão: https://bit.ly/2XXnYhB Ex pl or Um close da matriz emborrachada de impressão que envolve o cilindro: Figura 10 Fonte: Wikimedia Commons Serigrafia ou Silk-Screen Igualmente chamada de impressão permeográfica, foi inventada no Japão, mi- grando para a Europa por volta de 1890 para a impressão de tecidos. A industria- lização se deu também nos Estados Unidos a partir da Segunda Guerra Mundial, especialmente na marcação de material de guerra. O termo origina-se do grego, onde serykin significa seda e grafia corresponde a escrever; logo, trata-se de um sistema de impressão direta que usa como matriz uma tela de fio sintético. 14 15 Enquanto a moldura é feita de metal ou madeira, a tela é constituída de seda natural ou sintética, malha de aço inox ou bronze. Figura 11 Fonte: Wikimedia Commons A tinta deve atravessar a tela para chegar ao substrato – funcionando rudimen- tarmente como uma peneira –, ficando na tela as áreas de grafismo, porosas, en- quanto as regiões brancas ficam bloqueadas, não deixando a tinta passar. A matriz é de baixa durabilidade e pode ser plana ou cilíndrica, além de porosa para vários materiais; se cilíndrica, permite imagens contínuas. Quanto ao suporte, abrange todos os materiais e as superfícies – lisas, planas e curvas. A tinta possui composição líquida, secagem por evaporação dos solventes, em estufa, ou ainda por cura de radiação Ultravioleta (UV). É considerado um sistema de impressão direto de baixa – matriz plana – ou alta velocidade – matriz cilíndrica. Eis um desenho esquemático que explica o processo serigráfico de impressão: Figura 12 – (A) tinta; (B) rodo; (C) imagem; (D) fotoemulsão; (E) tela; (F) imagem impressa Fonte: Wikimedia Commons 15 UNIDADE Principais Sistemas de Impressão Mercados-alvos: • Publicidade: exterior, brindes, pôsteres; • Indústria: marcação de componentes; • Decoração: papéis de parede, peças de uso doméstico, mosaicos, azulejos; • Têxtil: tecidos, artes em camisetas; • Artes: reprodução artística. Equipamentos de impressão: • Plano: substratos planos de qualquer natureza; • Plano com rodo magnético: substratos planos de qualquer natureza; • Cilíndrico: objetos cilíndricos – copos, latas, tubos; • Mesa cilíndrica: substratos em bobinas – papéis, filmes; • Rotativo: substratos em bobinas, ou rígidos em alimentação por esteira rolante. Características da matriz: • Plana: » Moldura: metal ou madeira; » Tela: seda natural ou sintética, malha de aço inox ou bronze. • Cilíndrica: tubo oco revestido a níquel e microperfurado. Tampografia A tampografia viabiliza imprimir e decorar facilmente qualquer objeto, tanto em superfícies côncavas quanto convexas, independentemente de qualquer diferença de tolerância do objeto, em alto ou baixo relevo. No clichê está gravada a imagem a ser impressa – em baixo relevo. Por meio de um distribuidor e raspador da máquina, a tinta fica depositada no baixo relevo do clichê – imagem gravada. O tampão – borracha macia de silicone – desce e se comprime sobre o clichê, transferindo para a sua superfície a imagem a ser impressa. Em seguida, o tampão vai até a peça, desce sobre essa, transferindo-lhe a ima- gem – tinta da sua superfície. A borracha com o silicone – material do tampão – tem a propriedade de soltar toda a tinta da sua superfície no momento da impressão. De modo que o tampão fica limpo para o próximo ciclo. Veja um exemplo de Tampografia: https://bit.ly/2GW6DQR Ex pl or 16 17 Produtos impressos com tampografia: • Brinquedos; • Aparelhos de televisão e som; • Acessórios para automóveis; • Computadores, teclados e componentes; • Componentes elétricos e eletrônicos; • Utensílios domésticos; • Eletrodomésticos; • Máquinas e acessórios fotográficos; • Artigos esportivos; • Cosméticos; • Embalagens em geral; • Brindes; • Componentes para móveis e madeiras; • Pentes, pincéis, vassouras, escovas; • Sapatos; • Tecidos; • Ferramentas em geral; • Lâmpadas e luminárias; • Relógios e mostradores; • Indústria ótica; • Armamentos e munições; • Tampas de refrigerante; • Indústria farmacêutica. 17 UNIDADE Principais Sistemas de Impressão Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura O que é uma Impressão Offset? https://bit.ly/2IOF2D3 A Arte de Imprimir Revistas https://bit.ly/2GRKl2v Gutenberg: Primeiras Impressões https://bit.ly/2GW6Tzj 18 19 Referências BANN, D. Novo manual de produção gráfica. [S.l.]: Bookman, 2010. CLAIR, K.; BUSIC-SNYDER, C. Manual de tipografia: a história, a técnica e a arte. [S.l.]: Bookman, 2009. FERLAUTO, C. O livro da gráfica. São Paulo: Rosari, 2001. HOFFMANN, R. Materiais e processos de impressão I: professor. [S.l.: s.n., 20--?]. LUPTON, E. Pensar com tipos: guia para designers, escritores, editores e estu- dantes. São Paulo: Cosac Naify, 2006. RODRIGUES, A. B. Anúncios publicitários – o diálogo entre os processos de com- posições gráficas e a tecnologia. 2008. Dissertação (Mestrado)-Campinas, SP, 2008. 19
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