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CCJ0005-WL-AMMA-06-aula_6-Nazismo. Fascismo

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TEMA: Nazismo. Fascismo. Democracia. 
 
OBJETIVOS: 
• Compreender categorias e conceitos fundamentais ao fenômeno 
jurídico-político. 
• Analisar as estruturas e as articulações do discurso político pela lógica 
dos sistemas, regimes e doutrinas. 
• Estimular a utilização de raciocínio jurídico-político, de argumentação, de 
persuasão e de reflexão crítica, elementos essenciais à construção do 
perfil do profissional do Direito. 
 
6. As categorias do campo político: sistemas, regimes e doutrinas políticas. 
Estimular a compreensão das categorias políticas, sistema, regime e doutrina, 
fundamentais ao fenômeno jurídico-político. 
 
6.1. Nazismo. 
"Assim como o fascismo italiano, surgiu o nazismo na Alemanha com o duplo 
objetivo de combater o liberalismo democrático decadente e de reagir contra a 
infiltração comunista. 
Duas outras finalidades integravam o programa de ação do Partido Nacional 
Socialista: desvencilhar a Alemanha das cláusulas asfixiantes do Tratado de 
Versalhes e impor a supremacia da raça ariana. 
Desenvolveu-se o nazismo à sombra das instituições democráticas, sob a 
égide da Constituição de Weimar, ascendendo ao poder através das eleições 
de maio de 1933. A república alemã de Weimar era excessivamente liberal, o 
que propiciou o rápido desenvolvimento de um partido declaradamente 
subversivo, totalitarista e revestido de caráter militar. Aliás, a corrente nazista 
exaltava as tradições e reunia os expoentes do antigo militarismo prussiano." 
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 153. 
 
6.2. Fascismo. 
A história política e cultural da Europa na transição do século XIX para o século 
XX caracteriza-se pela aceleração da modernidade e é marcada pelo 
desenvolvimento e expansão de um capitalismo imperialista dos Estados, e 
como tal da indústria e da técnica, através de uma massificação da sociedade 
e do fantasma do operariado que acaba por culminar, sustentadas pelas 
ideologias do imperialismo e do nacionalismo, em duas guerras mundiais. 
No contexto específico da Itália, vislumbra-se neste período a tentativa de uma 
afirmação italiana no jogo das nações, impulsionada pelo crescimento industrial 
do norte italiano. 
A sociedade italiana, marcada por fortes diferenças culturais e sociais, une-se 
socialmente no esforço da 1ª Guerra Mundial, mas, logo após, entra em crise 
pelas dificuldades econômicas decorrentes do conflito. Surgem, então, em 
1919, o maior controle do Estado nacional sobre os paese (províncias), o 
operariado organizado para a luta política e a revolta dos católicos a favor do 
Papado. 
Revoltas e greves operárias estremecem a frágil monarquia italiana, que 
assiste a ascensão do movimento político liderado por Benito Mussolini 
baseado numa coalisão de forças sociais que agregam as premissas das 
transformações oriundas do progresso técnico, o descontentamento dos 
combatentes da 1ª guerra, as idéias revolucionárias socialistas e a 
necessidade de expansão imperialista da burguesia industrial, ficando a 
monarquia a deriva da marcha sobre Roma no dia 28 de outubro de 1922, 
quando o partido fascista se aloja no poder. 
Desta forma, estabelece-se o Fascismo na Itália como um movimento político 
totalitário e totalizante, caracterizado por ser uma saída do capital nacional ao 
crescimento das reivindicações comunistas, pela prática econômica 
coorporativa, por uma afirmação de uma identidade nacional italiana e pela 
expansão colonial. 
Este movimento apresenta duas tendências ideológicas: uma revolucionária, 
que possui traços da cultura e das estéticas do século XIX (de D`Annunzio ao 
futurismo) e fundamenta-se sobre os mitos do progresso e do desenvolvimento 
pela indústria e pela técnica. E outra conservadora, que objetiva ser uma saída 
liberal autoritária para o restabelecimento da ordem social fraturada e 
contensão das classes populares. 
 
6.3. Democracia. 
"Para aduzirmos o conceito atual de democracia, vamos nos reportar ao ponto 
sobre formas de governo. Distinguia Aristóteles três formas de governo: 
monarquia (governo de uma só pessoa), aristocracia (governo da minoria) e 
democracia (governo da maioria). Concluiu o genial filósofo estagirita pela 
condenação formal de todas elas, por entender que a forma ideal seria a 
constitucional ou política, com a intervenção de todo o povo no governo. Tal 
atitude decorreu do fato de que a democracia antiga já era considerada como o 
governo da maioria, não da totalidade do povo. Efetivamente governavam os 
cidadãos, e nem todas as pessoas possuíam direitos cívicos. 
É verdade reconhecida desde os velhos tempos que na democracia não 
governa a totalidade do povo, mas, sim, 'o maior número'. E nem sempre é a 
maioria quem governa." MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: 
Saraiva, 2009, p. 290. 
 
6.4. Regimes de governo 
“A classificação dos Regimes Políticos geralmente é dicotômica, opõem-se os 
regimes democráticos aos autoritários. Para tratarmos adequadamente dessa 
dicotomia, convém esclarecer, inicialmente, do que estamos falando, ou seja, 
de qual tipo de democracia estamos tratando. Tradicionalmente identificamos e 
opomos dois tipos de democracias históricas: a democracia direta à 
democracia indireta ou representativa. O que as distingue é a presença ou a 
ausência de intermediários entre governantes e governados (povo). Até o 
século XIX, a democracia era concebida exclusivamente como “direta”, isto é, 
como uma forma de governo na qual o povo (o conjunto dos cidadãos) se 
autogovernavam. A democracia indireta foi uma “invenção” do século XIX e 
podemos dizer que ela é um tipo de governo representativo: o tipo democrático 
do governo representativo. Por isso, é chamada também de democracia 
representativa. O adjetivo “representativa” significa que nesse tipo de 
democracia há um intermediário entre o povo e o Estado: o representante. (...). 
Os regimes autoritários são os não-democráticos. Os analistas consideram um 
regime “autoritário” quando verificam a violação de um atributo tido como 
essencial à democracia. Por atributo entende-se, por exemplo, a escolha dos 
representantes por meio de eleições; a realização periódica de eleições livres e 
honestas; a existência e o respeito aos direitos políticos e individuais (ou civis); 
o sufrágio universal; a garantia de que os eleitos assumirão e exercerão suas 
funções livremente; entre outras. 
Os termos “democracia” e “autoritarismo”, contudo, são denominações 
genéricas. O rótulo “democracia” abrange diferentes tipos de democracias 
representativas. O rótulo “democracia” abrange diferentes tipos de democracias 
representativas. Arend Lijphart, por exemplo, distinguiu as “majoritárias”, nas 
quais o poder político está concentrado nas mãos de uma pequena maioria e, 
muitas vezes, de uma maioria simples ou relativa (pluralidade), das 
“consensuais”, denominadas assim porque nelas o poder político encontra-se 
compartilhado, disperso e limitado. O rótulo “democracia” exclui, contudo, as 
“democracias populares”, ou seja, os regimes dos países socialistas do Leste 
Europeu, com exceção da URSS. O termo “autoritário”, por sua vez, é utilizado 
para classificar todo e qualquer regime não-democrático, estando sob este 
rótulo, além das democracias populares, uma diversidade de regimes: os 
militares, os de partido único, os teocráticos, os totalitários etc.” JORGE, 
Vladimyr Lombardo. Regimes Políticos. In: FERREIRA, Lier Pires. 
GUANABARA, Ricardo. JORGE, Vladimyr Lombardo .(org.). Curso de teoria 
geral do Estado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, pp. 211-212. 
 
Caso Concreto 1 
Tema: Democracia dos Antigos e dos Modernos 
Esparta, ou Lacedemônia, localizava-se na península do Peloponeso, na 
planície da Lacônia. Foi fundada no século IX a.C., as margens do rio Eurotas, 
após a união de três tribos dóricas. Esparta tem sido considerada muito 
justamente o protótipo da cidade aristocrática. 
Politicamente, Esparta organizava-se sob uma diarquia, ouseja, uma 
monarquia composta por dois reis, que tinham funções religiosas e guerreiras. 
As funções executivas eram exercidas pelo Elforato, composto por cinco 
membros eleitos anualmente. Havia também a Gerúsia, composta por 28 
membros da aristocracia, com a idade superior a 60 anos, que tinham funções 
legislativas e controlavam as atividades dos diarcas. Na base das estruturas 
políticas, encontravam-se a Ápela ou assembléia popular, formada por todos os 
cidadãos maiores de 30 anos, que tinham a função de votar leis e escolher os 
gerontes. 
Já Atenas, situava-se na Ática, apresenta uma paisagem movimentada, onde 
colinas e montanhas parcelam pequenas planícies. A ocupação inicial da Ática 
se fez com os arqueus, seguidos posteriormente por jônios e eólios. 
Em termos políticos, Atenas conservou a monarquia por muito tempo, até que 
foi substituída pelo arcontado. O arcontado era composto por nove arcontes 
cujos mandados eram anuais. Foi criado também um conselho - o aerópago - 
composto por eupátridas, com a função de regular a ação dos arcontes. 
Estabeleceu-se assim o pleno domínio oligárquico. 
Veremos como no século V, período de seu maior desenvolvimento, funcionava 
essa admirável democracia ateniense que representa a maior realização 
política da Antigüidade, e quais as suas instituições fundamentais. 
O regime político de Atenas, pela primeira vez, o conceito puro de democracia 
se estabelece, assenta sobre a igualdade dos cidadãos em face da lei. Aos 
poucos, os últimos vestígios de privilégio vão desaparecendo, e ficam de fora 
as mulheres, os estrangeiros e os escravos, isto é, muitas pessoas ficavam de 
fora dessa democracia. 
Além de se encarnar nos usos e costumes que o exercício das liberdades e o 
sentimento de igualdade tornam mais compassivos e humanos, ela se encontra 
garantida na lei que lhe proíbe que lhes seja dada à morte pelo seu senhor, 
punindo, severamente, as sevícias e os maus tratos. 
Sem ser perfeito, o funcionamento da democracia em Atenas está assegurado 
pela adequada formação dos seus órgãos políticos. De fato, tanto quanto é 
possível, a vontade popular, isto é, a soberania do povo, encontrou nas 
instituições democráticas de Atenas a forma se exprimir e exercer. 
Diante do texto, podemos verificar que Atenas tinha uma “democracia 
excludente”. Tal argumento se sustenta no fato das mulheres, estrangeiros e 
menores de 18 anos não terem direito à participação política. Esses grupos 
sociais, mesmo compondo a grande maioria da população, não votavam ou 
participavam das instituições representativas. 
Indaga-se: Qual a diferença entre a democracia dos antigos, e a dos 
modernos? 
 
Sugestão de gabarito do caso 1: 
A célebre conferência de Benjamin Constant, “Da liberdade dos antigos 
comparada à dos modernos” (1819), guia até hoje nosso entendimento da 
diferença entre a liberdade clássica – a liberdade pública e política, do cidadão 
– e a moderna liberdade, individual e privada, do homem. Enquanto os antigos 
concebiam a liberdade como virtude política, orientada para a participação 
igualitária no poder, os modernos viriam a compreendê-la como faculdade 
“burguesa”, identificada com o livre gozo de uma esfera privada de 
comportamento. Acaso é possível traçar uma distinção semelhante com 
respeito à idéia de democracia? 
Democracia, para os gregos, era o governo de muitos. Assim a definiram tanto 
Heródoto quanto Aristóteles – tanto a história quanto a filosofia. O critério 
central a reter é este: o princípio de igualdade política, o elemento 
propriamente político da cidadania de base igualitária (igualitária, bem 
entendida, ao nível dos homens livres, que, no entanto, representavam a 
maioria da população na Atenas clássica). Fora desse exercício da liberdade 
política (da liberdade antiga descrita por Constant) não havia, para o espírito 
helênico, regime democrático. Democracia queria dizer necessariamente 
governo pelo povo, não simplesmente para o povo, ou em seu nome. Os vários 
tiranos que as cidades gregas conheceram lideraram regimes com freqüência 
populares e até populistas – mas nem por isso nenhum espírito grego jamais 
os considerou governantes democráticos. Seria preciso esperar por certos 
“democratas” do século XX, como o inglês E. H. Carr ou o canadense C. B. 
Macpherson, para que o conceito de democracia viesse a ser empregado como 
sinônimo de “governo para o povo”. Aos olhos do filho da polis, isso não 
passaria de uma aberração. ”* 
* Da democracia entre os antigos e os modernos - in José Guilherme Merquior 
( Publicado originalmente no jornal O Estado de São Paulo, em 25 de janeiro 
de 1981.) 
 
Caso Concreto 2 
Tema: Totalitarismo – Fascismo 
Leia os textos a seguir: 
a) “O Estado, segundo o Mein Kampf, não é evidentemente o Estado liberal, 
vazio de conteúdo moral,desprovido de todo imperativo,de todo 
absoluto,entregue aos apetites de múltiplos partidos,que por sua vez encobrem 
interesses particulares.É um Estado que possui uma missão um Estado ético, 
que depende de um Absoluto. É um Estado antiliberal, antiparlamentar, 
antipartidos, um Estado fundado sobre o princípio e a mística do Chefe, do 
Condutor (Fuhrer) e cujo motor é um Partido único,intermediário entre as 
massas e o Chefe. É um Estado radicalmente antimarxista (embora afirmando-
se antiburguês), antiigualitário, hierárquico e corporativo, obstinado, enfim, em 
nacionalizar, em tornar não grosseiramente nacionais,mas agressivamente 
¨nacionalistas¨ as massas que o marxismo judeu queria 
desnacionalizar,internacionalizar.¨ (As grandes obras políticas de Maquiavel 
aos nossos dias, Jean-Jacques Chevallier) 
 
Caso Concreto 2 
 Tema: Totalitarismo – Fascismo 
Leia os textos a seguir: 
a) “O Estado, segundo o Mein Kampf, não é evidentemente o Estado liberal, 
vazio de conteúdo moral,desprovido de todo imperativo,de todo 
absoluto,entregue aos apetites de múltiplos partidos,que por sua vez encobrem 
interesses particulares.É um Estado que possui uma missão um Estado ético, 
que depende de um Absoluto. É um Estado antiliberal, antiparlamentar, 
antipartidos, um Estado fundado sobre o princípio e a mística do Chefe, do 
Condutor (Fuhrer) e cujo motor é um Partido único,intermediário entre as 
massas e o Chefe. É um Estado radicalmente antimarxista (embora afirmando-
se antiburguês), antiigualitário, hierárquico e corporatiivo, obstinado, enfim, em 
nacionalizar, em tornar não grosseiramente nacionais,mas agressivamente 
¨nacionalistas¨ as massas que o marxismo judeu queria 
desnacionalizar,internacionalizar.¨ (As grandes obras políticas de Maquiavel 
aos nossos dias, Jean-Jacques Chevallier) 
Este texto foi escrito por um adepto do fascismo italiano em 1931 e expressa a 
concepção fascista do Estado, que incorpora em si todas as instituições e 
sufoca os indivíduos e as entidades sociais autônomas. Como afirmava o líder 
do Partido Fascista Italiano, Benito Mussolini: “para o fascista, tudo está no 
Estado, e nada de humano nem de espiritual... existe fora do Estado”. 
A leitura dos textos acima sugere alguns fundamentos essenciais do fascismo 
em suas manifestações na Alemanha e na Itália. Identifique-os. 
 
Sugestão de gabarito do caso 2: 
O aluno deverá identificar a concepção de Estado e sua prevalência sobre o 
indivíduo, o culto a personalidade autoritária do chefe político, partido único, 
nacionalismo, militarismo, corporativismo, reduzidas garantias jurídicas do 
indivíduo.

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