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A Farmacologia, dentro de um enfoque aplicado, fundamenta o ato de prescrever, permitindo que se efetue terapêutica medicamentosa mais científica e racional. Essa se caracteriza pela seleção do fármaco adequado para prevenir, reverter ou atenuar um dado processo patológico. Mas isso pode não ser suficiente para o sucesso do tratamento, pois é necessário garantir que o medicamento escolhido atinja, em concentrações adequadas, o órgão ou sistema suscetível ao efeito benéfico. É necessário escolher doses, vias de administração e intervalos entre doses que garantam a chegada e a manutenção das concentrações terapêuticas junto ao sítio-alvo. Esquemas inapropriados podem produzir concentrações insuficientes ou subterapêuticas – que falseiam a interpretação sobre a eficácia do fármaco escolhido - ou excessivas, que acarretam toxicidade medicamentosa. A faixa terapêutica se situa entre as concentrações geradoras de efeitos parcialmente eficazes (limite mínimo) e potencialmente tóxicos (limite máximo). A esse intervalo se denomina "janela terapêutica". O estabelecimento de esquemas posológicos padrões e de seus ajustes em presença de situações fisiológicas (idade, sexo, peso, gestação), hábitos do paciente (fumo, ingestão de álcool) e algumas doenças (insuficiências renal e hepática) é orientado por informações provenientes da Farmacocinética A ideia de "cinética" (movimento) é adequada para ilustrar essa área da Farmacologia, pois indica a movimentação dos fármacos pelos diferentes sítios orgânicos. A absorção consiste na transferência do fánnaco desde seu local de aplicação até a corrente circulatória. Por meio dessa, o fármaco é distribuído aos vários tecidos e compartimentos orgânicos. A biotransformação modifica a estrutura do fánnaco, inativando-o na maioria das vezes e facilitando sua eliminação. A excreção implica a saída do fármaco do organismo. Por meio da Farmacocinética quantificam-se esses diversos processos, geradores das contínuas variações de concentração dos fármacos ao correr do tempo. ProcessosoFarmacocinéticos