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TROMBOSE E EMBOLIA Robbins: Capítulo : 4 Bogliolo . Capítulo: 9 ➔HEMOSTASIA: Processo precisamente orquestrado, envolvendo as plaquetas, os fatores da coagulação e o endotélio, que ocorre no local da lesão vascular para a formação de um tampão fibrino plaquetário, que serve para prevenir ou limitar a extensão do sangramento ➔(1) vasoconstrição arteriolar; (2) formação do tampão plaquetário; (3) estruturação da rede de fibrina, a partir da polimerização do fibrinogênio, mediante o processo de coagulação do sangue (coágulo sanguíneo); (4) estabilização do coágulo, por meio da formação de ligações cruzadas entre as moléculas de fibrina. Cessado o sangramento, é acionado o mecanismo de dissolução do coágulo pelo sistema fibrinolítico, de modo a restabelecer o fluxo sanguíneo e a permitir os mecanismos de reparo tecidual. ➔Endotélio vascular→Estímulos neurogênicos. Endotelina ➔Primária (Plaquetas) → Fator de von Willebrand ADP, TXA2 ➔Secundária (Fatores de coagulação)→Fator tecidual,Proteases da cascata de coagulação,Ca+2 ▶Fator vascular: vasoconstrição arteriolar reflexa e imediata após agressão. Ela é mediada por mecanismos reflexos neurogênicos e incrementada pela secreção de endotelinas liberadas pelo endotélio agredido. ▶ Hemostasia primária: a formação do tampão plaquetário. A descontinuidade do endotélio expõe o fator de von Willebrand (vWF fator da matriz subendotelial ou é oriundo do plasma e fixado na matriz extracelular,) e o colágeno subendotelial, que promovem a (1)aderência (GPLB) e ativação das plaquetas (que tem uma (2)modificação estrutural-prologam pseudópodes), liberando (3)grânulos de ADP, TXA2,trombina que 4 agregam/atraem/recrutam mais plaquetas, que são (5)agregadas(ativa fibrinogênio pelo gp2a e gp3a) e formam um tampão hemostático primário . ▶Hemostasia secundária: deposição de fibrina. O fator tecidual é também exposto no local da lesão. O fator tecidual (III) é uma glicoproteína pró-coagulante ligada à membrana que é normalmente expressa pelas células subendoteliais das paredes vasculares, como as células musculares lisas e os fibroblastos. O fator tecidual se liga e ativa o fator VII, colocando em movimento uma cascata de reações que culmina na formação da trombina. A trombina(FATOR 2) cliva o fibrinogênio em circulação em fibrina insolúvel, criando uma malha de fibrina (polimerização da fibrina, ficando mais forte, fazendo o tampão ficar mais estável), e também é um potente ativador de plaquetas, promovendo a agregação adicional de plaquetas no local da lesão. ▶ Estabilização e reabsorção do tampão. A fibrina polimerizada e as plaquetas agregadas sofrem contração para formar um tampão permanente, sólido.Nessa etapa, os mecanismos contrarreguladores (p. ex., ativador do plasminogênio tecidual, t-PA/fibrinólise, trombomodulina-que bloqueia a cascata de coagulação-) são colocados em movimento limitando a coagulação no local da lesão e levando, finalmente, à reabsorção do tampão e ao reparo do tecido. -cascata fibrinolítica: plasminogênio-plasmina-degradação de fibrina -FIBRINÓLISE – pela atividade de PLASMINA – quebra fibrina e interfere na polimerização Produtos de degradação de fibrina –dímero D marcador clínico estado trombótico t-PA (endotélio) – mais importante ativador de plasminogênio – importância clínica indica trombose recente ➔CASCATA DA COAGULAÇÃO: A cascata de coagulação é uma série de reações enzimáticas amplificadoras que culminam com a deposição de um coágulo de fibrina insolúvel ➔vía intrínseca (fatores XII, XI, IX, VIII, X, V, II e fibrinogênio -Colágeno ou traumatismo de vaso ativa a via intrínseca, o fator 12 (Hagerman) fica ativado, ativando o 11 e outras enzimas, além do fator 10 (muito comum) que no final culmina na formação de fibrina. →via extrínseca (fatores VII, X, V, II e fibrinogênio) -inicia-se após lesão vascular e de tecidos extravasculares, o que expõe os fatores teciduais (III ou tromboplastina, que é uma glicoproteína existente na superfície de células agregadas). -fosfolipídios e cálcio atuam junto com TODOS fatores →via comum: inicia com fator X ativado realizando a clivagem de protrombina em trombina -protrombina: proteína formada no fígado que pode ser desdobrada em compostos menores -As deficiências dos fatores V, VII, VIII, IX, e X estão associadas com distúrbios hemorrágicos moderados a severos, e a deficiência de protrombina é incompatível com a vida. Em contraposição, a deficiência do fator XI está associada apenas a hemorragias leves, e indivíduos com deficiência do fator XII não têm sangramentos e podem, de fato, estar suscetíveis à trombose ➔Cada etapa de reação envolve uma enzima (um fator da coagulação ativado), um substrato (uma forma pró-enzima inativa de um fator da coagulação), e um cofator (um acelerador de reação) ➔A trombina é um dos fatores de coagulação mais importante, por converte fibrinogênio em fibrina, por ativar plaquetas, por efeitos pró-inflamatórios e efeitos anticoagulantes ➔PARTICIPAÇÃO DO ENDOTÉLIO NO CONTROLE DA COAGULAÇÃO -endotélio: Efeitos inibidores sobre as plaquetas (Prostaciclinas/ óxido nítrico/ADP); Efeitos anticoagulantes (Trombomodulina/receptores proteína C); Efeitos fibrinolíticos (Sintetizam t-PA) ➔TROMBOSE →Trombose :(1) lesões endoteliais, (2) estase ou fluxo sanguíneo turbulento e (3) hipercoagulabilidade do sangue (conhecidas como tríade de Virchow) →Trombo, que é a massa sólida de sangue gerada pela coagulação sanguínea, pode formar-se em qualquer território do sistema cardiovascular (venoso, arterial). →Coágulo: massa não estruturada de sangue fora dos vasos ou coração ou formada por coagulação após a morte ➔As lesões endoteliais que levam à ativação plaquetária são a base quase inevitável da formação de trombo no coração e na circulação arterial, onde a grande velocidade do fluxo sanguíneo impede a formação de coágulos (trombos). Observa-se que trombos cardíacos e arteriais são tipicamente ricos em plaquetas e acredita-se que a aderência de plaquetas e sua ativação sejam pré-requisitos necessários para a formação de trombo sob alta tensão de cisalhamento, como a existente nas artérias. →lesões endoteliais graves podem iniciar a trombose ao expor o vWF e o fator tecidual. Contudo, a inflamação e outros estímulos nocivos também promovem a trombose ao alterar o padrão habitual de expressão genética do endotélio para um padrão que seja “pró-trombótico”. Essa mudança é geralmente denominada ativação ou disfunção endotelial -agressão por agentes físicos, agentes infecciosos, fluxo sanguíneo anormal, mediadores inflamatórios, anormalidades metabólicas, como a hipercolesterolemia ou a homocistinemia, e toxinas derivadas da fumaça do cigarro →Alterações pró-coagulantes. Células endoteliais ativadas por citocinas reduzem a expressão de trombomodulina →Efeitos antifibrinolíticos. As células endoteliais ativadas secretam inibidores do ativador do plasminogênio (PAIs), que limitam a fibrinólise e diminuem a expressão de t-PA, alterações que também favorecem o desenvolvimento de trombos. ➔Alterações no Fluxo Sanguíneo Normal: A turbulência contribui para a trombose cardíaca e arterial. . A estase é o principal contribuinte no desenvolvimento da trombose venosa. O fluxo sanguíneo normal é laminar, de forma que as plaquetas (e outros elementos celulares sanguíneos) fluem centralmente na luz dos vasos, separados do endotélio por uma camada em movimentação mais lenta de plasma. Por conseguinte, a estase e a turbulência: • Promovem a ativação endotelial, aumentando a atividade pró-coagulante e a adesão de leucócitos, em parte através de mudanças induzidas pelo fluxo na expressão de moléculas de adesão e de fatores pró-inflamatórios. • Rompem o fluxo laminar e permitem que as plaquetas entrem em contato com o endotélio. • Reduzem a eliminação (“lavagem”) e a diluição dos fatores da coagulação ativados pelo afluxo de sangue fresco e por inibidores dos fatores da coagulação. -placas ateroscleróticas, dilatações aórticas e das artérias (aneurismas), infarto agudo do miocárdio estão associadosa estase e fluxo anormal que promovem a formação de trombos murais cardíacos. Além da hiperviscosidade, hemácias deformadas como na anemia falciforme e estenose de origem reumática resultam em trombose. ➔Hipercoagulabilidade →aumento da coagulabilidade sanguínea que resulta em aumento de plaquetas, mais fatores pró coagulantes e redução de inibidores da coagulação →(também chamada de trombofilia) pode ser definida, genericamente, como qualquer distúrbio do sangue que predispõe à trombose. A hipercoagulabilidade tem um papel particularmente importante na trombose venosa e pode ser dividida em distúrbios primários (genéticos) e secundários (adquiridos). -Fator V de Leiden: resistente à inativação pela proteína C Adquirida: - Síndrome da trombocitopenia induzida pela heparina - Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídio ➔MORFOLOGIA: macro e microscopicamente, laminações aparentes denominadas de linhas de Zahn, que são depósitos esbranquiçados, mais claros, de fibrina e plaquetas alternando-se com camadas avermelhadas, mais escuras, ricas em hemácias. Essas laminações significam que um trombo foi formado na presença de fluxo sanguíneo e, portanto, permite distinguir o trombo, que ocorre em vida, do coágulo, flexível e não laminado, que ocorre após a morte -Os trombos que ocorrem nas câmaras cardíacas ou no lúmen da aorta são designados trombos murais -Trombos arteriais são frequentemente oclusivos; as localizações mais comuns, em ordem decrescente de frequência, são as artérias coronárias, cerebrais e femorais. Eles normalmente consistem em malha friável de plaquetas, fibrina, hemácias e leucócitos degenerados. -A trombose venosa (flebotrombose) é quase invariavelmente oclusiva, com o trombo formando um molde alongado da luz vascular. Como esses trombos formam-se na circulação venosa lenta, eles tendem a conter mais hemácias (e relativamente poucas plaquetas), e, portanto, são conhecidos como trombos vermelhos ou de estase. Trombos venosos são firmes, estão focalmente fixados nas paredes venosas, e contêm linhas de Zahn -Os trombos nas valvas cardíacas são chamados de vegetações. As bactérias ou fungos transportados pelo sangue podem aderir às valvas COÁGULO(mais solto) EM CIMA E TROMBO(aderido a parede) EM BAIXO: -• Desenvolve-se em qualquer lugar no sistema cardiovascular • Aderidos a parede em que se formam • Tamanhos e formas variáveis, pois depende: • local de origem • circunstâncias de seu desenvolvimento ➔Trombo branco: Plaquetas + fibrina, dispostas em camadas alternadas - ocorrem nas artérias e cavidades cardíacas - lesão endotelial ➔Trombo misto: Mais frequentes e se caracterizam pela associação de camadas fibrosas (brancos) e de coagulação (vermelhos) - estrias de Zahn ➔Trombo vermelho: Hemácias e se localizam preferencialmente nas veias, estase ➔EVOLUÇÃO DE UMA TROMBOSE: Se um paciente sobrevive à trombose inicial, nos dias e semanas subsequentes os trombos sofrerão combinações dos quatros eventos seguintes: →Propagação: Os trombos acumulam plaquetas e fibrinas adicionais -Após ativação do trombo; Novos ciclos de agregação plaquetária; Novos ciclos de cascata de coagulação; Maior deposição de plaquetas, fibrina e hemácias; O trombo progride em tamanho →Embolização. O trombo se desaloja e viaja para outros locais da rede vascular →Dissolução. A dissolução é o resultado da fibrinólise, que pode resultar em rápida diminuição e total desaparecimento de trombos recentes. Em contrapartida, nos trombos mais antigos, a extensa deposição e polimerização da fibrina os tornam mais resistentes à lise. Essa distinção explica porque a administração terapêutica de agentes fibrinolíticos, como o t-PA (p. ex., na trombose coronariana aguda) só é efetiva quando realizada nas primeiras horas após o evento trombótico. →Organização e recanalização. Os trombos antigos tornam-se organizados pela proliferação de células endoteliais, células musculares lisas e fibroblastos, sobre e para dentro do trombo. Ocasionalmente, há formação dos canais capilares que tentam restabelecer, embora não completamente, a continuidade da luz original do vaso. A recanalização, com o tempo, transforma o trombo em uma massa de tecido conjuntivo que se incorpora à parede vascular. Finalmente, com a remodelação e a contração dos elementos mesenquimais, apenas uma massa fibrosa pode permanecer, marcando o local original do trombo. ➔TROMBOSE VENOSA SUPERFICIAL: nas dilatações varicosas das veias safenas, pode causar congestão local, edema, dor, sensibilidade, mas raramente embolizam, predispõe a pele sobrejacente ao desenvolvimento de infecções e úlceras -TROMBOSE VENOSA PROFUNDA ➔ ➔ ➔Aspectos Clínicos Os trombos chamam atenção clinicamente quando obstruem artérias ou veias, ou dão origem a êmbolos. -Trombose Venosa (Flebotrombose): causam congestão e edema nos leitos vasculares distais a uma obstrução, eles são mais preocupantes por seu potencial para embolizar para os pulmões e causar óbitos. -Trombos arteriais: podem embolizar e causar infarto tecidual, sua tendência a obstruir os vasos (ex: vasos coronarianos e cerebrais) é consideravelmente mais importante ➔EMBOLIA: Obstrução vascular causada por uma massa sólida, líquida ou gasosa carregada pelo sangue a um local distante de seu ponto de origem (êmbolo) • Embolia Sólida - Tromboembolia pulmonar e sistêmica • Embolia Líquida • Embolia Gasosa ➔EMBOLIA PULMONAR: Origem trombose venosa profunda.Mais comum doença tromboembólica.Transportadas maioria para lado direito do coração.Múltiplos Êmbolos.Morte súbita - ICDireita ou colapso cardiopulmonar >60% obstrução.Embolismo sistêmico 80% trombos murais intracardíacos.Aneurismas aórticos. Placas ateroscleróticas ➔EMBOLIA GORDUROSA: Presença de glóbulos de gordura na circulação • Fraturas extensas de ossos longos • Traumas de tecido mole/lipoaspiração, queimaduras, injeção intratecidual de silicone líquido (infusão inadequada de substâncias oleosas na circulação) • Liberação de ácidos graxos lesão endotelial agregação plaquetária ➔EMBOLIA GASOSA: Iatrogênica (injeção de ar direto na circulação/veia, em grandes quantidades) Introdução de ar no sangue• Descompressão rápida da pressão atmosférica mergulhadores e aviadores.Pressão atmosférica elevada aumenta a solubilização do nitrogênio no sangue, quando o indivíduo retorna à superfície rapidamente, a pressão atmosférica cai, e o nitrogênio dissolvido retorna ao estado gasoso, formando bolhas ➔EMBOLIA DE LÍQUIDO AMNIÓTICO: Contrações uterinas que forçam a passagem do líquido para o interior das veias uterinas expostas durante o trabalho de parto (atividade pró-coagulante). Rico em tromboplastina (protrombina - trombina - fibrinogênio - fibrina)
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