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Gastroenterites Virais Gonzalo Bello Departamento de Virologia IMPPG-UFRJ gonzalobello@micro.ufrj.br Variedade de estados patológicos do trato gastrointestinal causados por agentes infecciosos que invadem a mucosa intestinal e cuja principal manifestação clinica é a diarréia (aumento do numero de evacuações com fezes aquosas ou de pouca consistência), que pode vir acompanhada por náusea, vômito, febre e dor abdominal. GASTROENTERITE INFECCIOSA (AGUDA) DOR ABDOMINAL VÔMITO NÂUSEA DIARRÉIA A diarréia infecciosa é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo inteiro. A OMS estimou que a doença diarréica é responsável por cerca de 20% dos 11 milhões de mortes anuais de crianças abaixo de 5 anos de idade. Duração de 1 a 7 dias. Apresentam variações clínicas de formas brandas até as mais graves. As complicações ocorrem devido à desidratação e ao desequilíbrio hidroeletrolítico que ocorrem quase sempre em consequência de tratamento inadequado e falta de assistência medica, principalmente quando associados à quadros de desnutrição. GASTROENTERITE INFECCIOSA (AGUDA) Distribuição global de óbitos infantis Black et al.2010 Aho et al.2000; Mitchell, 2002; Kosek, 2003; Parashar et al., 2003 ; WHO 2005 Gastrenterite: 2ª maior causa de hospitalização pediátrica e óbito SUBNUTRIÇÃO 18 milhões de hospitalizações 2 bilhões de casos 25 milhões de consultas > 2.5 milhões de óbitos NÚMERO DE CASOS DE DIARRÉIA AGUDA EM CRIANÇAS < 5 ANOS EM TODO O MUNDO Criança < 4 anos de idade: média de 3,2 episódios de diarréia anuais A diarréia infecciosa continua sendo um dos principais problemas de saúde publica no Brasil. Em 1994 foi instituído o programa de “Monitoração das Doenças Diarréicas Agudas”, que é um sistema de vigilância sentinela para acompanhamento dos casos de diarréia aguda na esfera municipal. GASTROENTERITE AGUDA NO BRASIL Fatores ligados ao ambiente: - Água contaminada. - Condições sanitárias inadequadas. - Má higiene pessoal e doméstica. - Preparação e armazenamento inadequado dos alimentos. - Prática inadequada de desmame. Fatores ligados ao hospedeiro: - Desnutrição. - Deficiência imunológica. - Redução da acidez gástrica. - Diminuição da motilidade intestinal. Fatores de risco para Diarréia Aguda Vírus Agentes da diarréia aguda Bactérias Protozoários Rotas de Transmissão de Vírus Entéricos no Ambiente Fezes Aterros Resíduos SólidosEsgotoCarreamento de Terra Bivalves Lençóis Freáticos Irrigação Rios e LagosOceanos e Estuários Humanos Produtos AgrícolasAbastecimento Recreação Metcalf TG, Melnick JL, Estes MK. Annu Ver Microbiol 1995, 49:461-87 Padrões Microbiológicos de Qualidade da Água Padrão de Potabilidade Coliformes totais Ausência em 100ml (em 95% das amostras) Escherichia coli Ausência em 100ml Portaria nº 518 (2004) Coliformes Totais Escherichia coli Enterococos 11 Vírus como marcadores de poluição São excretados em altas concentrações Persistem após processos de desinfecção e tratamento São mais resistentes a degradação por variações de temperatura, pH, radiação e substâncias químicas presentes na água Podem estar presentes mesmo quando os níveis bacterianos se encontram dentro dos padrões de qualidade. Moluscos Bivalves Cultivo em zonas estuarinas, lagunares e costeiras, habitualmente receptoras de águas residuais. Freqüentemente consumidos crus. Implicados em surtos de infecções alimentares. Retenção/concentração partículas, microalgas e microorganismos. Vírus humanos não replicam nos moluscos. Os bivalves filtram 4-20 L de água/hora, concentrando 1000X o material em suspensão. Devido à estabilidade dos vírus nos moluscos, estes agem como carreadores virais. Países Desenvolvidos Países em Desenvolvimento GASTROENTERITE Gastrenterite viral: 40 - 60% dos casos, mesmo em países desenvolvidos ROTAVÍRUS Família Reoviridae Gênero Rotavirus Partícula Viral: - esférica (forma de roda = Rotavírus) - sem envelope - 70nm de diâmetro - capsídeo triplo de simetria icosaédrica - genoma: 11 segmentos de RNA dupla fita - estáveis em pH 3-9 - estáveis a 60°C por ≤ 10 min, a 4°C por meses e a -80ºC por 10 anos - resistentes a clorofórmio, detergentes e solventes lipídicos - inativados por fenol, cloro, agentes quelantes, e etanol 95% • 1973: Bishop et al. Visualizaram a partícula viral por microscopia eletrônica em fezes de crianças hospitalizadas . Rotavírus Proteinas estruturais Core: VP1 VP2 VP3 Capsídeo interno: VP6 (grupos A a G) Capsídeo externo: VP7 (G) VP4 (P) Proteinas não- estruturais NSP1-NSP5 *NSP4: enterotoxina viral Rotavírus: Estrutura e Genoma Crianças 1. Rotavírus (A) 30-45% 2. Calicivírus 10-30% 3. Astrovírus 4-10% 4. Adenovírus 1-12% Adultos 1. Calicivírus 2. Rotavírus (B-C) 3. Astrovírus 4. Adenovírus Grupos (VP6) Animais A-G Humanos A,B,C Rotavírus: Classificação sorológica Genótipos 4 9 P G (15) (25) VP4 VP7 Rotavírus: Classificação binária de RV-A Rotavírus: Classificação binária de RV-A VP7 VP4 21 Genótipos (G1-G21) 32 Genótipos (P[1]-P[32]) 672 Combinações possíveis !!!! Genótipos usuais: G1P[8], G2P[4], G3P[8], G4P[8] e G9P[8] Genótipos não-usuais: G5, G8, G10, G12, P[6], P[9] e P[10] Khamrin et al., 2007; Martella et al., 2007; Matthijnssens et al., 2008; Albe et a l., 2009 HUMANOS Santos & Hoshino, 2005 Distribuição continental e sub-continental das combinações P-G dos Rotavírus Humanos tipo A 21 Rotavírus: Mecanismos de evolução • Mutações (RNAp RNAd) • Rearranjos (Genoma segmentado) VP7 VP4 4 7 8 9 Rearranjos Virtualmente todas as crianças sofrerão pelo menos um episodio de gastrenterite por rotavírus durante o primeiro ano de vida. Cerca de 90% das mortes associadas às infecções por rotavírus ocorrem na África e na Ásia. Rotavírus: Epidemiologia Chandran et al.2010 No Brasil, a infecção por rotavírus é responsável por aproximadamente 3.500.000 episódios de diarréia, 650.000 consultas ambulatoriais, 90.000 hospitalizações e 850 mortes por ano em crianças com < 5 anos de idade. Nas regiões Sul e Sudeste as infecções por rotavírus tem características sazonais e ocorrem preferencialmente nos meses do outono e do inverno. Já nas regiões mais tropicais os surtos podem ocorrer em qualquer época do ano. Rotavírus: Epidemiologia Transmissão: fecal-oral (via respiratória ?). Período de incubação: 12-96h. Faixa etária: < 5 anos (jovens, adultos e idosos). Eliminação: 1 trilhão de partículas/g de fezes. Dose Infectante: 10 partículas. Manifestações clinicas: diarréia, febre, vômitos, dor abdominal e desidratação (5-7 dias). O vírus pode continuar a ser eliminado nas fezes por >50 dias. Rotavírus: Transmissão e Manifestações clinicas Infecção limitada à mucosa intestinal. Os rotavírus tem tropismo pelas células apicais (enterócitos) que recobrem as vilosidades do intestino delgado, que tem a função de estabelecer o fluxo de eletrólitos bidirecional através do epitélio. A infecção viral induz a destruição e a descamação dos interceptos, provocando assim uma perda temporária da capacidade absortiva do intestino. Rotavírus: Patogênese Mucosa normal Mucosa atrofiada Diarréia malabsortiva: a perda da capacidade absortiva do epitélio provoca a malabsorção de nutrientes (carboidratos, gorduras e proteínas), impedindo a absorção normal de água o que leva a uma desidratação. Diarréia secretória: a replicação viral também provoca diarréia como resultado do estimulo do sistema nervoso entérico, que leva a uma ativação da secreção de Cl- e induz a liberação de água. Ambos os efeitos parecem ser mediados principalmente pela proteína viral NSP4: enterotoxina. Rotavírus: Patogênese A primeira infecção por rotavírus resulta em rápida resposta imune, produzindo anticorpos séricos (IgG e IgA) e de mucosa. Esta infecção primária nãoconfere imunidade contra reinfecção, porém protege contra o desenvolvimento de formas clínicas mais graves na reinfecção. A primeira infecção gera resposta homotípica, predominantemente sorotipo-específico e as infecções subseqüentes, mesmo que causadas pelo mesmo sorotipo geram uma resposta mais ampla, heterotípica, com proteção cruzada para outros sorotipos. Rotavírus: Patogênese NOROVÍRUS Família Caliciviridae Gênero Norovirus Partícula Viral: - esférica - sem envelope - ~30nm de diâmetro - simetria icosaédrica -genoma: RNA fita simples , linear, polaridade positiva, 7.6kb -estáveis em pH acido - estáveis após o congelamento e o aquecimento a 60°C - estaveis em agua clorada • 1972: Kapikian e col. visualizaram a partícula viral por microscopia eletrônica em amostras fecais derivadas de um surto de GE aguda em estudantes e professores numa escola primária de Norwalk, EUA ocorrida em 1968 (Norovirus - Norwalk like virus). Norovírus • O genoma esta organizado em três ORFs distintas que codificam uma proteína não-estrutural (RNAp RNAd) e duas proteínas estruturais (VP1). • Com base na analise de sequência completas do gene do capsídeo (VP1), os norovírus foram classificados em 5 genogrupos (GI a GV) e cada genogrupo é subdividido em clusters genéticos. • Cepas dos genogrupos GI, GII e GIV são encontradas em humanos. GII também é encontrado em porcos, enquanto GIII e GV são encontrados em bovinos e murinos, respectivamente. Norovírus: Classificação Norovírus: Epidemiologia Crianças 1. Rotavírus (A) 30-45% 2. Calicivírus 10-30% 3. Astrovírus 4-10% 4. Adenovírus 1-12% Adultos 1. Calicivírus 2. Rotavírus (B-C) 3. Astrovírus 4. Adenovírus Norovírus: Epidemiologia Os norovírus são a principal causa de surtos de GE não bacteriana no mundo, em indivíduos de todas as idades. Depois dos rotavirus, são também os principais responsáveis por internação de crianças. Normalmente, estão associados a surtos originados pela ingestão de água ou alimentos contaminados. São os principais agentes virais de surtos de GE em locais confinados tais como navios, asilos e ambientes hospitalares, restaurantes, escolas e creches por exemplo. Transmissão: fecal-oral, aerossóis (pessoa a pessoa, alimentos e água contaminados). Período de incubação: 16-36h. Faixa etária: todas as faixas. Sazonalidade controversa. Manifestações clinicas: náusea, diarréia, vômitos e dor abdominal (1-2 dias). O vírus pode continuar a ser eliminado nas fezes por >10 dias. Norovírus: Transmissão e Manifestações clinicas Infecção limitada à mucosa intestinal. Na fase aguda da doença, a mucosa intestinal apresenta anormalidades como achatamento e alargamento das vilosidades do intestino delgado e desorganização das células epiteliais. Durante a fase aguda ocorre também uma diminuição da atividade enzimática intestinal. Em geral, a doença causada pelos norovírus é branda, contudo, ocasionalmente tem sido descrita como grave. Como os norovírus circulantes têm alta variabilidade genética, o período de imunidade de uma pessoa à infecção é baixo e os episódios de reinfecção são frequentes. Norovírus: Patogênese ASTROVÍRUS Família Astroviridae Gênero Mamastrovirus Partícula Viral: - forma de estrela (ME) =Astrovírus - esférica - sem envelope - ~30nm de diâmetro - simetria icosaédrica - genoma: RNA fita simples , linear, polaridade positiva, 6.8kb - o genoma esta organizado em três ORFs que codificam duas proteína não-estruturais (RNAp RNAd) e uma poliproteína estrutural que vai ser processada em pelo menos três polipeptídeos. • 1975: Appleton e Higgins. visualizaram a partícula viral por microscopia eletrônica em amostras fecais derivadas de um surto de GE aguda numa maternidade na Inglaterra. Astrovírus • Os astrovírus humanos estão classificados em 8 sorotipos (tipos antigênicos). • Com base na analise de sequência do gene que codifica a poliproteína estrutural que origina as proteínas do capsídeo, os astrovírus foram também classificados em 8 genótipos (1 a 8) que estavam correlacionados com os 8 sorotipos conhecidos. • Prevalência dos genótipos: HAstV-1 > HAstV-2-5 > HAstV-6-8 (raros). Astrovírus: Classificação Crianças 1. Rotavírus (A) 30-45% 2. Calicivírus 10-30% 3. Astrovírus 4-10% 4. Adenovírus 1-12% Adultos 1. Calicivírus 2. Rotavírus (B-C) 3. Astrovírus 4. Adenovírus Astrovírus: Epidemiologia Astrovírus: Epidemiologia Os astrovírus estão amplamente distribuídos na natureza, infectando humanos e uma variedade de espécies de aves e mamíferos. As infecções por astrovírus tem mostrado um perfil espécie especifico, não tendo sido descrita ate o momento a transmissão interespécie. Em humanos os astrovírus são encontrados no mundo todo e estão associados a casos de GE aguda principalmente em crianças < 2 anos de idade. Prevalência em crianças hospitalizadas: 2-16% (países desenvolvidos e países em desenvolvimento). Transmissão: fecal-oral (pessoa a pessoa, alimentos e água contaminados). Período de incubação: 24-96h. Faixa etária: principalmente crianças < 2 anos (adultos e idosos). Sazonalidade: inverno nas regiões temperadas e na estação chuvosa nas regiões tropicais. Eliminação: 1 trilhão de partículas/g de fezes. Manifestações clinicas: diarréia branda, febre, dor abdominal, com ou sem vômito e náusea (2-4 dias). Astrovírus: Transmissão e Manifestações clinicas Infecção limitada à mucosa intestinal. A replicação viral ocorre nas células epiteliais do intestino delgado, seguida da desintegração das células epiteliais e atrofia leve da microvilosidade, levando a malabsorção ou alteração da permeabilidade seletiva do epitélio intestinal. Geralmente o quadro clinico é menos grave do que o causado pela infecção por rotavírus, não requerendo hospitalização, e se resolve espontaneamente. A infecção pode ser assintomática e cerca de 2% das pessoas infectadas excretam vírus nas fezes sem apresentar os sintomas de GE. Astrovírus: Patogênese ADENOVÍRUS Família Adenoviridae Gênero Mastadenorovirus • 1953-1954: Os adenovírus foram isolados em células primarias de adenóides humanas e caracterizados como agentes virais por dois grupos de pesquisadores (Rowe e col; Hilleman e Werner) que estudavam a etiologia de infecções respiratórias agudas. • 1962: foi demonstrado que o adenovírus humano do sorotipo 12 pode induzir o desenvolvimento de tumores em roedores, foi a primeira descrição de um patógeno viral humano capaz de induzir ontogênese. •1973-1983: vários adenovírus foram isolados de crianças com diarréia e/ou vômito na Holanda e Alemanha, vírus sorologicamente distintos aos adenovírus responsáveis pelas infecções respiratórias agudas. Adenovírus Partícula Viral: - esférica - sem envelope - ~90nm de diâmetro - simetria icosaédrica - genoma: DNA fita dupla , linear, não-segmentado, 36kb Genoma: - o genoma dos adenovírus humanos codifica 5 unidades de transcrição iniciais, 3 unidades iniciais tardias e 1 unidade tardia que no seu conjunto dão origem a pelo menos 11 proteínas estruturais e várias proteínas não-estruturais. Adenovírus • Os adenovírus humanos estão classificados em 6 espécies (A-F) e 51 sorotipos (tipos antigênicos). • Adenovírus entéricos: os sorotipos 40 e 41 (espécie F) são os mais comumente associados à GE, os sorotipos 50 (espécie B) e 51 (espécie D) foram descobertos em associação com GE em pacientes imunodeprimidos. Adenovírus: Classificação Crianças 1. Rotavírus (A) 30-45% 2. Calicivírus 10-30% 3. Astrovírus 4-10% 4. Adenovírus 1-12% Adultos 1. Calicivírus 2. Rotavírus (B-C) 3. Astrovírus 4. Adenovírus Adenovírus entéricos: Epidemiologia Adenovírus entéricos: Epidemiologia Os adenovírus estão amplamente distribuídos na natureza, infectando uma variedade de espécies de vertebrados. A patogênese das infecções por adenovírus tem mostrado um perfil espécie especifico. Os adenovírus entéricos são considerados agentes etiológicos importantes da doença diarréicainfantil em todo o mundo. Prevalência em crianças hospitalizadas: 1-12% (países desenvolvidos e países em desenvolvimento). Podem, ainda, afetar jovens e adultos, principalmente em períodos de surto, assim como indivíduos imunodeficientes. Transmissão: fecal-oral (pessoa a pessoa, água ou alimentos contaminados). Período de incubação: 8 dias. Faixa etária: principalmente crianças < 4 anos (adultos e idosos). Manifestações clinicas: diarréia, febre e vômito (2-4 dias). Adenovírus entéricos: Transmissão e Manifestações clinicas A GE causada por adenovírus dos sorotipos 40 e 41 produz lesões no trato gastrointestinal que levam a atrofia das vilosidades e hiperplasia compensatória das criptas, com subsequente malabsorção e perda de fluídos. Geralmente o quadro clinico é menos grave do que o causado pela infecção por rotavírus (menos associada a febre alta e desidratação). Mesmo durante epidemias de adenovírus entéricos muitas crianças infectadas não desenvolvem GE (infecções assintomáticas) e podem continuar excretando o vírus nas fezes por meses. Após a infecção, são produzidos anticorpos tipo-específicos que induzem proteção contra re-infecções pelo mesmo sorotipo. Adenovírus entéricos: Patogênese Identificar e eliminar as fontes comuns de contaminação. Acesso a fontes seguras de água. Evitar o consumo de alimentos crus. Processamento higiênico dos alimentos. Controle de indivíduos envolvidos na preparação de alimentos, já que os vírus podem ser excretados pelas fezes por vários dias após o fim da fase sintomática. Lavar as mãos com água e sabão. Correta desinfecção de utensílios e superfícies. Viroses Entéricas: Prevenção e Controle Rotavírus: Prevenção - Vacinas Objetivos da Vacina contra Rotavírus ● 1) Atenuar a gravidade da doença. ● 2) Reduzir a hospitalização e o impacto socio-econômico. ● 3) Reduzir a mortalidade nos países em desenvolvimento. ● Uma vacina não seria capaz de prevenir a infecção por rotavírus, uma vez que as infecções que ocorrem naturalmente não impedem as reinfecções. ● No entanto, as reinfecções são assintomáticas ou associadas a diarréias brandas. • RotaShieldTM: desenvolvida no NHI (EUA) e produzida pela industria farmacêutica Wyeth Ayerst (EUA), tendo sido liberada pela FDA para comercialização em 1998. • Vacinas Neo-Jenerianas: vacinas de vírus atenuados produzidas pela combinação in vitro de segmentos de origem humano e animal (bovina e símia). • Vacina tetravalente contendo os antígenos G1 a G4 (G1, G2 e G4 de origem humana e G3 de origem símia). • A vacina se revelou imunogênica e segura nos estudos clínicos com eficácia de 57% a 90% na proteção das formas graves de infecção por rotavírus. Rotavírus: Prevenção - Vacinas • RotaShieldTM • Após licenciamento e uso em larga escala nos EUA, com mais de um milhão de doses aplicadas, foi verificado um aumento no número de casos de intussuscepção (invaginarão intestinal) nos primeiros 14 dias após a primeira e a segunda dose da vacina. • Em 1999 a vacina foi então voluntariamente retirada do mercado pelo fabricante. • Aparentemente os casos de intussuscepção foram relacionados às características de elevada replicação da cepa símia no intestino delgado, porém permanece ainda incerto o exato mecanismo responsável pelo desencadeamento de intussuscepção nos lactentes que receberam a vacina RotashieldTM. Rotavírus: Prevenção - Vacinas INTUSSUSCEPÇÃO: invaginarão intestinal • RotaRixTM: produzida pela industria farmacêutica GlaxoSmithKline (Bélgica), tendo sido liberada para comercialização no mercado internacional em julho de 2004. • No Brasil a vacina foi aprovada pela Anvisa em julho de 2005 e introduzida no Calendário Básico de Imunização em marco de 2006, com a denominação Vacina Oral de Rota vírus Humano. • Vacina atenuada de vírus humano com especificidade G1P[8] (vacina monovalente). • Estudos multicêntricos mostraram que a vacina é pouco reatogênica, não se associou a risco de intussuscepção e demonstrou eficácia de cerca de e 85% em prevenir formas graves de infecção por rotavírus. Os estudos demonstraram que a proteção é eficiente também contra sorotipos diferentes do sorotipo vacinal. Rotavírus: Prevenção - Vacinas Santos & Hoshino, 2005 Distribuição das combinações P-G dos Rotavírus Humanos tipo A após o inicio da campanha de vacinação no Brasil Santos & Hoshino, 2005 Distribuição das combinações P-G dos Rotavírus Humanos tipo A após o inicio da campanha de vacinação no Brasil • RotaTeqTM: produzida pelo industria farmacêutica Merk (EUA), foi liberada para comercialização nos EUA em 2006. Esta vacina ainda não esta disponível no Brasil. • Vacina atenuada bovina-humana pentavalente com especificidade para G1, G2, G3, G4 e P8. As proteínas humanas VP7 e VP4 foram rearranjadas com as outras proteínas de origem bovina. • Os estudos clínicos demonstraram eficácia de 98% para proteger contra formas graves de infecção por rotavírus nos EUA. Os estudos revelaram não haver risco de intussuscepção nos lactentes que receberam esta vacina, que se mostrou segura e pouco reatogênica. Rotavírus: Prevenção - Vacinas • RotaRixTM e RotaTeqTM • Interações: pode ser aplicada simultaneamente a qualquer das seguintes vacinas (hepatite B, pólio inativada, pólio oral (OPV), e pneumococo conjugada heptavalente). Não há restrições sobre consumo de alimentos, incluindo leite materno, antes ou depois da vacina. • Contra-indicações: crianças com imunodeficiências primárias ou secundárias, hipersensibilidade conhecida a componentes da vacina ou à dose anterior, doença gastrointestinal crônica ou malformação congênita do trato digestivo. • A vacina deve ser adiada nas seguintes situações: doenças febris agudas, e crianças com vômitos e/ou diarréia. • Recomenda-se cuidados na higiene em relação à manipulação de crianças imunizadas, pela possibilidade de eliminação do vírus vacinal. Rotavírus: Prevenção - Vacinas Viroses Entéricas: Tratamento Não existe um tratamento antiviral especifico para a diarréia causada por viroses entéricas. O tratamento é sintomático: hidratação oral (Terapia de Reidratação Oral), ou nos casos mais severos hidratação endovenosa, para reposição de fluidos e eletrólitos, realimentação rápida com alimentos normais (incluindo sólidos), e continuação da amamentação durante todo o tempo. Medicamentos antiperistálticos ou anti-secretores e antimicrobianos são formalmente contra-indicados nestes casos. Viroses Entéricas: Diagnóstico laboratorial Detecção da partícula viral: Microscopia eletrônica Rotaviridae Adenoviridae Caliciviridae Astroviridae Viroses Entéricas: Diagnóstico laboratorial Detecção do antígeno viral: Ensaio imunoenzimático (ELISA) Viroses Entéricas: Diagnóstico laboratorial Detecção do genoma viral: PCR / RT-PCR + Sequenciamento Slide Number 1 Slide Number 2 Slide Number 3 Slide Number 4 Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9 Slide Number 10 Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Slide Number 14 Slide Number 15 Slide Number 16 Slide Number 17 Slide Number 18 Slide Number 19 Slide Number 20 Slide Number 21 Slide Number 22 Slide Number 23 Slide Number 24 Slide Number 25 Slide Number 26 Slide Number 27 Slide Number 28 Slide Number 29 Slide Number 30 Slide Number 31 Slide Number 32 Slide Number 33 Slide Number 34 Slide Number 35 Slide Number 36 Slide Number 37 Slide Number 38 Slide Number 39 Slide Number 40 Slide Number 41 Slide Number 42 Slide Number 43 Slide Number 44 Slide Number 45 Slide Number 46 Slide Number 47 Slide Number 48 Slide Number 49 Slide Number 50 Slide Number 51 Slide Number 52 Slide Number 53 Slide Number 54 Slide Number 55 Slide Number 56 Slide Number 57 Slide Number 58 Slide Number 59 Slide Number 60 Slide Number 61 Slide Number 62 Slide Number 63
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