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1 CONCEITOS E FUNÇÕES DOS MUSEUS NA ATUALIDADE 1 Sumário CONCEITOS E FUNÇÕES DOS MUSEUS NA ATUALIDADE .. Erro! Indicador não definido. NOSSA HISTÓRIA .............................................. Erro! Indicador não definido. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 CONCEITO DE MUSEU..................................................................................... 4 HISTÓRIA DOS MUSEUS ................................................................................. 6 MUSEU E PATRIMÔNIO CULTURAL.............................................................. 16 MUSEU: RETRATO DE UMA SOCIEDADE .................................................... 18 O MUSEU: FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES .......................................... 20 MUSEOLOGIA SOCIAL: O PAPEL DOS MUSEUS NA SOCIEDADE ATUAL 25 CONCLUSÃO ................................................................................................... 29 REFERENCIA .................................................................................................. 30 file:///C:/Users/b_bic/OneDrive/Área%20de%20Trabalho/facuminas/MODELO%20NOVO%20-%20APOSTILA.docx%23_Toc57731058 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO A palavra “MUSEU” , de origem grega, significa “templo das musas”., e já era usado em Alexandria para designar o local destinado ao estudo das artes e das ciências. Hoje, o International Concil of Museums a instituição que conserva coleções de objetos de arte ou ciências, para fins de preservação ou apresentação pública. Os museus modernos foram criados no século XVII a partir de doações de coleções particulares como a de Grimani a Veneza. Mas, o primeiro museu como conhecemos hoje surgiu a partir da doação da coleção de John Tradescant, feita por Elias Ashmole, à Universidade de Oxford, conhecido como Ashmolean Museum. O segundo museu público foi criado em 1759, por obra do parlamento inglês, na aquisição da coleção de Hans Sloane (1660-1753), que deu origem ao Museu Britânico. O primeiro museu público só foi criado, na França, pelo Governo Revolucionário, em 1793: o Museu do Louvre, com coleções acessíveis a todos, com finalidade recreativa e cultural. O Séc. XIX surgem muitos dos mais importantes museus em todo o mundo, a partir de coleções particulares que se tornam públicas: Museu do Prado (Espanha), Museu Mauritshuis (Holanda). Somente em 1870, nos Estados Unidos, é fundado o Museu Metropolitano de Arte, em Nova York. No Brasil, o primeiro museu data de 1862, o Museu do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (Pernambuco). Os outros museus brasileiros foram todos fundados durante o século XX, sendo o mais importante, pela qualidade do acervo, o MASP - Museu de Arte de São Paulo, fundado em 1947. mikae Destacar 4 CONCEITO DE MUSEU Do latim musēum, um museu é um lugar onde se guardam e exibem coleções de objetos de interesse artístico, cultural, científico, histórico, etc. Costumam ser geridos por instituições sem fins lucrativos que procuram difundir os conhecimentos humanos. Existem, de qualquer forma, museus privados com fins lucrativos. Em todo o caso, os museus consagram-se à investigação, à conservação e à exposição de coleções que tenham um valor cultural. Antigamente, este tipo de coleções era guardado em templos e só eram exibidas em ocasiões especiais. Também existiam coleções privadas nas mãos da aristocracia, que as expunha nos seus jardins ou residências para serem apreciadas pelos seus visitantes. Os museus eram, na Grécia Antiga, tempos das musas (essas musas eram divindades que protegiam as artes como a poesia, a comédia, a música, a dança, entre outras). E nesses templos eram deixadas oferendas para essas divindades, oferendas essas que, em sua maioria, eram bens preciosos ou mesmo objetos exóticos. E tais bens acabavam por serem expostos ao público, mediante o pagamento de uma pequena quantia. mikae Destacar 5 É visitando um museu que as pessoas podem conhecer melhor sobre a cultura e história de uma determinado país, estado ou cidade. Uma vez que nesses locais estão objetos de diferentes épocas. Assim, é possível entender como elemento evoluíram até chegarem ao que temos hoje (como é o caso do papel) ou mesmo conhecer como vivam os nossos antepassados. Pelo mundo, em cada país existem museu e, também, eles podem variar e ainda receber nomes específicos, segundo a coleção que ali é exposta e preservada. Existem diferentes tipos de museus, tais como: museus históricos, museus de arte, os museus tecnológicos, museus de ciência, museus ecológicos (também conhecidos como “ecomuseus”), entre tantos outros. A existência dos museus se deu do hábito do ser humano em guardar objetos que lhe são de valor. E esse hábito existe desde os tempos remotos, com os seres humanos atribuindo valor material, emocional ou mesmo cultural aos objetos e, com isso, querendo preservar esses objetos. 6 O museu, tal como o conhecemos na atualidade, surgiu no Renascimento. Estas entidades dispõem de uma equipa de profissionais, formada por curadores, restauradores, analistas e seguranças, entre outros. Para além de contar com um espaço físico e fixo para as suas instalações, alguns museus realizam exposições itinerantes: deste modo, levam as suas coleções a diferentes partes do mundo e aumentam o seu público. A segurança tem um papel bastante importante nos museus, tendo em conta o valor das obras que conservam no seu interior. Os museus dispõem de circuitos fechados de televisão, alarmes de diferentes tipos e vitrinas para proteger os objetos. Alguns dos maiores museus do mundo ficam na Europa, como é o caso do Museu de Louvre em Paris, França, e o British Museum em Londres, Inglaterra. Hoje em dia, conhece-se como museu virtual qualquer museu que realiza exposições através de meios digitais. Deste modo, uma página web, um CD- ROM ou um DVD podem armazenar obras digitalizadas para que possam ser desfrutadas pela sociedade. HISTÓRIA DOS MUSEUS Museus Pré-Históricos Algumas escavações arqueológicas descobriram o que pode ser definido como tipos de museus pré-históricos que remontam ao século II a.C., na Mesopotâmia, incluindo o que se acredita ser câmaras mortuárias. Os povos pré- históricos, ao que tudo indica, tinham a necessidade de reunir cópias de inscrições antigas e objetos com o objetivo de transmitir conhecimento para o seu povo no que seria uma espécie de escola daquela época. 7 Reunião de Coleções no Egitohttps://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Cole%C3%A7%C3%B5es-no-Egito-1.jpg https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Cole%C3%A7%C3%B5es-no-Egito-2.png https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Cole%C3%A7%C3%B5es-no-Egito-3.jpg https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Cole%C3%A7%C3%B5es-no-Egito-4.jpg https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Cole%C3%A7%C3%B5es-no-Egito-5.jpg https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Cole%C3%A7%C3%B5es-no-Egito-6.jpg 8 O hábito de estabelecer coleções a partir da reunião de objetos com algum significado cultural era bastante recorrente no Egito Antigo. Fazia parte do rito de passagem dos faraós terem seus tesouros depositados em suas câmaras mortuárias, inclusive boa parte desses objetos compõem coleções disponíveis em museus do mundo todo. O povo egípcio também se dedicava a reunir objetos com finalidade de estudo para discutir conhecimentos relativos a mitologia, religião entre outros temas. O Mouseion Grego Uma das bases de origem do conceito de museu moderno é o mouseion grego, espaço que era uma combinação de templo e instituição de estudo, dedicado as nove filhas de Zeus com Mnemosine (divindade da memória). As obras que estavam dispostas dentro desses espaços tinham muito mais uma função de agradar as divindades do que de serem apreciadas pelo homem. Ao lado do mouseion estavam espaços conhecidos como thesaurus que eram destinados a abrigar os ex-votos trazidos para as divindades. Foi o acúmulo de ex-votos que contribuiu para a origem dos núcleos museológicos a partir dos quais eram realizadas a triagem, classificação e posterior segurança dos objetos. Os Museus em Roma https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Museus-em-Roma.jpg 9 Museus em Roma Fenômeno bastante semelhante ao ocorrido na Grécia se deu em Roma, a diferença é que os tesouros não eram depositados somente em templos, mas também em jardins, teatros, banhos públicos entre outros espaços. Também era comum que as famílias adquirissem estátuas e quadros para ornamentar a decoração das suas casas. Mouseion de Alexandria: O Primeiro Museu da História A primeira vez em que o termo mouseion foi usado para designar um espaço dedicado ao conhecimento enciclopédico se deu no século II a.C. em Alexandria. Nesse local havia objetos e obras de artes que foram recolhidos em tumbas, templos e santuários com a finalidade de gerar debate e aprofundar o conhecimento daqueles que passavam por lá. Nesse local eram discutidos temas relativos as áreas de conhecimento que existiam na época como astronomia, religião, zoologia, filosofia, mitologia entre outras. O edifício era consagrado às musas e por ele passavam os mais importantes sábios, filósofos e artistas da época. Nesse museu estava localizada a Biblioteca de Alexandria que acabou sendo destruída. Dessa forma se pode entender esse museu como o protótipo de museu da Antiguidade. O espaço era destinado a arquivo, biblioteca e museu. 10 Igrejas: Os Museus da Idade Média A Igreja teve grande relevância durante a Idade Média e seus espaços repletos de verdadeiras coleções eclesiásticas podem ser considerados como os museus da época. As obras de arte, manuscritos e relíquias sagradas depositadas nesses locais eram utilizados com caráter pedagógico. Era recorrente que nesse período a Igreja financiasse artistas para que produzissem obras de arte com temática religiosa. Renascimento: Coleções Principescas Foi durante o Renascimento que surgiu o conceito de coleções privadas que nessa época eram chamadas de coleções principescas por serem de propriedade das famílias reais. Colecionar obras de arte se tornou a base para a intensificação da rivalidade entre as famílias reais de toda a Europa. O conceito de museu passa a ser alterado nessa fase da história em especial pela descoberta de culturas clássicas como a grega e a romana. O colecionismo passa a ter outro viés. A família Médici, nobre italiana, era uma das mais importantes financiadoras da arte tendo contratado o arquiteto e artista Vasari para delinear um novo conceito de museu, algo bem mais próximo do que existe hoje em dia. https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Renascimento-Cole%C3%A7%C3%B5es-Principescas.jpg mikae Destacar mikae Destacar 11 Renascimento- Coleções Principescas Vasari projetou a Galeria de Uffizi (galeria de ofícios), um dos mais importantes edifícios de museu do mundo. Essa galeria conta com um número significativo de salas dedicadas para diferentes escolas e estilos apresentados em ordem cronológica. Nessa galeria estão reunidas obras do século XII ao século XVIII, é tida como a melhor coleção de obras renascentistas do mundo. Conta com obras de Leonardo da Vinci, Giovanni Battista Pittoni, Caravaggio, Michelangelo, Cimabue, Rafael, Peter Paul Rubens entre outros. Gabinetes de Curiosidades Os Gabinetes de Curiosidades também surgiram no período do Renascimento como sendo um espaço dedicado à observação de científica e artística. Basicamente eram gabinetes em que se reuniam espécies diferentes para que interagissem entre si oferecendo a possibilidade de maior entendimento a seu respeito. Eram expostas nesses gabinetes espécies oriundas de explorações ou ainda novas ferramentas sobre as quais ainda não se sabia muita coisa. Esses gabinetes da mesma forma que as coleções principescas não estavam abertos a observação do público ficando restritos somente aos seus donos. Coleções Públicas A partir da metade do século XVIII surgiram as primeiras coleções públicas disponibilizadas para a visitação do público. Esse movimento se deu em especial pelo fato de que várias coleções privadas passaram para as mãos dos Estados. Em Paris, o governo, abriu para visitação pública uma exposição com cerca de 100 telas no Palácio de Luxemburgo. 12 Palácio de Luxemburgo Ao longo dos séculos XVIII e XIX os Gabinetes de Curiosidades foram deixando de existir e em seu lugar surgiram instituições oficiais e as coleções privadas. Os objetos de arte e história considerados como mais relevantes foram sendo distribuídos para museus que começaram a ser fundados como uma forma de aproximá-los do público. Assim que começaram a surgir os grandes museus nacionais. Museu Moderno O museu moderno é um pouco distinto dos conceitos anteriores de museu porque passa a assumir novas funções como a de classificar, restaurar e zelar pela manutenção dos objetos que expõem. Além disso, essas instituições passam também a realizar pesquisas. Um bom exemplo do conceito de museu moderno é o Museu Britânico, em Londres (1753) que se originou a partir de https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Pal%C3%A1cio-de-Luxemburgo.jpg 13 uma doação realizada para a nação. O espaço passou a se manter a partir da cobrança de ingressos. Museu Britânico Nesse momento histórico se intensificou o pensamento enciclopedista e sociedades científicas surgiram. Os principais museus foram fundados em grandes centros urbanos e neles eram realizados trabalhos profundos de análise e classificação. Mais do que um espaço para exibição de obras de arte, os museus, passaram a ser um espaço para produção de conhecimento. Museu do Novo Mundo: O Modelo Criado Pelos Estados Unidos Os Estados Unidos criaram um novo modelo de museu que se baseia no mecenato, um incentivo para que as ciências possam ser apresentadas de tal forma que se tornem de fácil compreensão do grande público. O principal exemplo desse modelo museológico é o Smithsonian Institution (1846) que foi criado em Washington como uma forma de legado do James Smithson. https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Museu-Brit%C3%A2nico.jpg14 Atualmente esse é o maior complexo de museu do mundo contando com 19 museus e 9 centros de pesquisa. Smithsonian Institution Esse tipo de museu permitiu criar novas formas de expor os objetos de arte como os animais empalhados que são inseridos num cenário que imita seus habitats naturais. O conceito de criação de acervo foi criado nessa fase. O Museu de História Natural de Nova Iorque é um dos que mais utiliza esse recurso. Museus no Brasil A primeira experiência museológica de que se tem relato no Brasil é o das coleções de Maurício de Nassau, do Palácio de Vrijburg, levadas para Pernambuco no século XVII. No século XVIII foram criados os jardins botânicos além da Casa dos Pássaros no Rio de Janeiro em que Francisco Xavier Cardoso Silveira taxidermizava animais da nossa fauna criando verdadeiras coleções que eram enviadas para a Europa. Esse espaço se tornou depois o Museu Real ou https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Smithsonian-Institution.jpg 15 Museu Nacional (1818) sendo o primeiro museu com viés científico do país criado por D. João VI. https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Museus-no-Brasil-1.jpeg https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Museus-no-Brasil-2.jpg https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Museus-no-Brasil-3.jpg https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Museus-no-Brasil-4.jpg https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Museus-no-Brasil-5.jpg https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2020/02/Museus-no-Brasil-6.jpg 16 A chegada da família real trouxe para o Brasil o modelo europeu de museus e também coleções que iriam dar origem ao Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro (1937). Destacam-se como importantes museus criados nesse período o Paraense Emílio Goeldi, no Pará (1866) e Museu Paulista de São Paulo (1894). Os primeiros museus brasileiros tinham como foco a exploração de ciências humanas e naturais. O Museu Histórico Nacional O Museu Histórico Nacional foi criado em 1922 e foi o primeiro destinado ao nacionalismo. O objetivo desse espaço era por meio da arte e da história ajudar a traçar a identidade nacional. O foco das coleções era demonstrar de forma documental como a nação brasileira surgiu e se desenvolveu. Foi essencial para incentivar a criação de outros museus com esse caráter em todo o país. MUSEU E PATRIMÔNIO CULTURAL mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar 17 Museu e patrimônio cultural são temas afins. Segundo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (2005) "O museu é uma instituição com personalidade jurídica própria ou vinculada a outra instituição com personalidade jurídica, aberta ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento e que apresenta as seguintes características: I - O trabalho permanente com o patrimônio cultural, em suas diversas manifestações; II - A presença de acervos e exposições colocados a serviço da sociedade com o objetivo de propiciar a ampliação do campo de possibilidades de construção identitária, a percepção crítica da realidade, a produção de conhecimentos e oportunidades de lazer; III - A utilização do patrimônio cultural como recurso educacional, turístico e de inclusão social; IV - A vocação para a comunicação, a exposição, a documentação, a investigação, a interpretação e a preservação de bens culturais em suas diversas manifestações; V - A democratização do acesso, uso e produção de bens culturais para a promoção da dignidade da pessoa humana; VI - A constituição de espaços democráticos e diversificados de relação e mediação cultural, sejam eles físicos ou virtuais. Sendo assim, são considerados museus, independentemente de sua denominação, as instituições ou processos museológicos que apresentem as características acima indicadas e cumpram as funções museológicas." Já patrimônio cultural é definido como conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio, devam ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo. mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar 18 Com base nas definições podemos concluir que é uma das funções do museu assegurar a preservação do patrimônio cultural. MUSEU: RETRATO DE UMA SOCIEDADE O Museu, espaço de conexão entre ciência, cultura e sociedade, tendo como papel informar e educar por meio de exposições permanentes, atividades recreativas, multimídias, teatro, vídeo e laboratórios. Espaço de despertar a curiosidade, estimulando a reflexão e o debate, promovendo a cidadania, colaborando para a sustentabilidade das transformações culturais estando ao longo do tempo auxiliando para a formação cultural em nosso país, intensificando saberes inerentes as construções do desenvolvimento humano ao longo do traçado histórico. Local de progresso do patrimônio cultural, de comunicação da sabedoria, preservação da memória, da trajetória histórica, de inovação, comprometendo- se a divulgar e preservar a diversidade. Tornando-se ponto de encontro, instrumento de socialização da consciência religioso, técnica, educacional, mikae Destacar mikae Destacar 19 étnica, estrutural, etc. Disponibilizando capacidades de “ver o outro lado da moeda”, participando das transfigurações culturais. Por meio de seus documentos raros, máquinas, jornais, pinturas, esculturas, desenhos, móveis, instrumentos, sua arquitetura, por seu acervo, o museu tem sido reflexo do desenvolvimento processado por nossa sociedade. Sua capacidade tecnológica de expor, desenvolver e traduzir o que se apresenta de mais rico, de forma a complementar nossa gnose. Este espaço nos faz perceber o quanto somos fadados ao conhecimento e seus desdobramentos. Quando visitamos um museu depreendemos o quão pequenos somos, e entendemos a valência dos rendimentos de nossas transformações culturais. Identificando nossa história por meio de objetos e imagens, fazendo com que criemos bens para reflexão sobre o passado, a atualidade e o futuro. Museus são importantes para a formação cultural do país, pois reconhecem as transformações da inteligência quando os expõe em seus eventos e salas, desvelando o que está aparentemente encoberto pela ignorância dos arrogantes. 20 O MUSEU: FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES A função básica do museu é a preservação, em nome desta, justifica-se todas as outras ações como a coleta, pesquisa, a salvaguarda de coleções e/ou referências culturais. Realizada por meio da documentação e da conservação, e por último a comunicação que envolve a exposição, educação informal e ações socioculturais. Como já sabemos o museu é uma instituição permanente aberta ao público, sem fins lucrativos, que deve prestar serviços à sociedade e contribuir para o seu desenvolvimento. Esta instituição adquire, investiga, conserva, difunde e expõe os testemunhos materiais dos seres humanos, para a educação e deleite da sociedade. https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/turismo-e-hotelaria/o-museu-funcoes-e-responsabilidades/23900 mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar 21 Além das instituições convencionalmente designadas como Museus, são consideradas incluídas nesta definição: • As instituições que conservam coleções e exibem exemplares vivos de vegetais e animais (jardins zoológicos, botânicos, aquários e vivários). • Os sítios e monumentos naturais, arqueológicos e etnográficos e históricos de caráter museológico, que adquirem, conservam e difundem aprova material dos povos e de seu entorno; • Os centros de ciência e planetários, as galerias de exposição não comerciais, os institutos de conservação e galerias de exposição, que dependam de bibliotecas e centros arquivísticos. • Os parques naturais, os centros culturais e demais entidades que facilitem a conservação e a continuação e gestão de bens patrimoniais, materiais ou imateriais. • Qualquer outra instituição: que reúna alguma ou todas as características do museu; ou que ofereça aos museus e a seus profissionais os meios para realizar algumas ou todas as características do museu; ou que ainda, ofereça meios para realizar pesquisas nos campos de Museologia, Educação ou Formação. 22 Segundo o Código de Ética a atuação e responsabilidades da instituição museu são norteadas por oito princípios adotados pela comunidade internacional dos profissionais de museus, são eles: 1. Os museus preservam, interpretam e promovem aspectos do patrimônio mundial. Princípio: os museus são responsáveis pelo patrimônio natural e cultural, material e imaterial. As direções e os encarregados das estratégias e da coordenação dos museus têm como responsabilidade principal a proteção e a valorização deste patrimônio, assim como, prover recursos humanos, físicos financeiros necessários para tanto. Princípio: Os museus têm a responsabilidade de adquirir, preservar e promover suas coleções, contribuindo para salvaguardar o patrimônio natural, cultural e científico. Seus acervos constituem um patrimônio público significativo, têm um estatuto legal especial e são protegidos por legislação internacional. O conceito de guarda abrange a propriedade legítima, a permanência, a documentação, o acesso e a alienação. 2. Os museus que mantêm coleções as conservam em benefício da sociedade e de seu desenvolvimento. Princípio: Os museus têm responsabilidades específicas com a sociedade em consequência da tutela, disponibilidade e interpretação das referências primárias reunidas e conservadas em seus acervos. 3. Os museus conservam referências primárias para a criação e o aprofundamento do conhecimento. Princípio: os museus têm o importante dever de promover seu papel educativo, de atrair e ampliar a visitação da sua comunidade, localidade ou grupo que representa. A interação com a comunidade e a promoção de seu patrimônio é parte integrante do papel educativo dos museus. 4. Os museus possibilitam a valorização, o entendimento e a promoção do patrimônio natural e cultural. Princípio: os museus têm o importante dever de promover seu papel educativo, de atrair e ampliar a visitação da sua mikae Destacar mikae Destacar mikae Destacar 23 comunidade, localidade ou grupo que representa. A interação com a comunidade e a promoção de seu patrimônio é parte integrante do papel educativo dos museus. 5. Os recursos dos museus possibilitam a prestação de outros serviços de interesse público. Princípio: os museus utilizam uma variedade de especializações, habilidades e recursos materiais que têm aplicações muito maiores que em seu próprio âmbito. Isto permite aos museus compartilhar seus recursos e prestar outros serviços públicos como atividades de extensão. Estes serviços devem ser realizados de forma a não comprometer a missão do museu. 6. Os museus trabalham integrados com as comunidades de onde provêm seus acervos, assim como com aquelas às quais prestam serviços. Princípio: os acervos dos museus refletem o patrimônio natural e cultural das comunidades de onde provêm. Desta forma, eles podem ter valores que vão além dos objetos e podem envolver referências à identidade nacional, regional, local, étnica, religiosa ou política. Consequentemente, é importante que as atividades dos museus observem estas possibilidades. 7. Os museus funcionam de acordo com as leis. Princípio: os museus devem funcionar de acordo com a legislação internacional, regional ou local e com compromissos decorrentes de tratados. Além disso, a direção deve cumprir todas as responsabilidades legais ou quaisquer condições relativas aos diferentes aspectos do museu, seu funcionamento e acervo. 8. Os museus atuam profissionalmente. Princípio: os profissionais de museus devem observar as normas e a legislação vigente, manter a dignidade e honrar sua profissão. Proteger o público contra comportamentos profissionais ilegais ou antiéticos. Todas as oportunidades devem ser aproveitadas para educar e informar ao público a respeito da missão, objetivos e aspirações da profissão museal, a fim de desenvolver um melhor entendimento público sobre a contribuição dos museus para a sociedade. 24 Quanto às características do museu são apontadas como sendo: o trabalho permanente com o patrimônio cultural, em suas diversas manifestações; a existência de acervos e exposições colocados a serviço da sociedade, a produção de conhecimentos e oportunidades de lazer; uso do patrimônio cultural como recurso educacional, turístico e de inclusão social destinado para a comunicação; promove exposição, documentação, investigação, interpretação e a preservação de bens culturais em suas diversas manifestações. (DMCC- IPAHN/MINC, 2005). 25 MUSEOLOGIA SOCIAL: O PAPEL DOS MUSEUS NA SOCIEDADE ATUAL A Museologia Social é um campo de estudos de ação social que se dedica à relação entre os museus e o ser humano, entendendo o patrimônio como recurso para a transformação social, em direção à justiça, igualdade de oportunidades, inclusão social e econômica das comunidades em um caminho de desenvolvimento sustentável. Dentro dessa perspectiva, ela define seus elementos principais: O museu integral/ integrado à comunidade – O museu é um agente social e político. Não mais um coletor passivo de objetos a organizar em tipologias, ele interfere na totalidade do meio social ao identificar e pautar, com a comunidade, os temas de seu interesse atual, evidenciando problemas e potencialidades de solução, e atuando como instrumento dinâmico de mudança social. A comunidade, aqui, é definida por dois critérios básicos: interação social e senso de pertencimento. 26 O desenvolvimento comunitário/ local como objetivo da ação museológica – A noção de desenvolvimento emerge nos anos 1960 e se aprofunda à medida que se verifica a insuficiência do crescimento econômico para resolver, de modo qualitativamente superior, global e satisfatório, a organização da vida humana em sociedade. Inicialmente, nomeando uma postura de conciliação entre a lógica da produção econômica e os aspectos sociais e humanos com o respeito ao meio ambiente (anos 70), o conceito vai, gradativamente, englobando novas pautas, como a da sustentabilidade baseada na redução de disparidades sociais e o uso dos recursos e potencialidade particulares de cada região para se atingir a transformação social; e buscando vias concretas de realização, como a cooperação internacional e as parcerias com ONGs e a sociedade civil (década de 80). Nos anos 90, passou a levar em conta a influência de fatores culturais, materiais e tecnológicos da globalização, propondo integrar suas vantagens, mas mantendo a especificidade das comunidades locais e defendendo a redistribuição justa de seus benefícios. Para isso, assenta-se na consciência comunitária a respeito dos próprios valores e potencialidades e no reforço de sua identidade e realiza-se por meio da participação e da iniciativa coletivas. No século XXI, o conceito de 27 desenvolvimento humano agregou, ainda, metas e reivindicações relacionadas à qualidade de vida, liberdade e garantia dos direitos humanos e auto-estima. Nesses domínios, a incorporação da noção de desenvolvimento requereu alguns esforços para conciliá-la com a atitudede preservação. Sinteticamente, os ajustes dizem respeito à inclusão das comunidades nos trabalhos de preservação e interpretação do patrimônio e à compreensão de que a preservação não é um fim em si mesma, mas um meio, e que seu foco não deve ser o objeto, mas a significação por meio da qual ele se torna herança, posta a serviço do presente. A participação como meio de atingir o desenvolvimento – Entendida como cooperação e co-produção dos processos museais pela comunidade, desde o debate e a tomada de decisões até a efetiva criação e atuação no trabalho museológico, a participação mobiliza conceitos e práticas como o protagonismo cultural e a auto-gestão. Supõe considerar que os sujeitos sociais são ativos, mas também implica uma atitude de horizontalidade e igualdade entre os especialistas do museu e a comunidade. A ação do museu permite à comunidade perceber e exercer sua capacidade de auto-organização para gerir seu tempo e seu futuro. A ação em um território – A prática museal é baseada em ações sobre o território de uma comunidade e a totalidade do seu patrimônio; não na formação de coleções. Isso permite interpretar as relações do ser humano com o seu ambiente e a influência da herança cultural e natural na identidade dos indivíduos e grupos. O patrimônio global (natural, cultural, material, imaterial) – Meio fundamental de desenvolvimento, deve ser gerenciado no interesse de todos. A memória coletiva, no museu, é ponto de partida para a transformação da realidade. A educação libertária – Como apropriação e re-apropriação permanente do patrimônio e como socialização da preservação, é a essência mesma do processo museológico. 28 A dimensão comunicativa – O museu, como fórum, é ponto de encontro e convivência democrática, plural e diversa. E, simultaneamente, campo de ação/ performance/ agenciamento. O museu, vivo, também é espaço de construção de experiência por meio do diálogo e exercício da comunicação. É lugar de reconhecimento e recriação das identidades e das culturas dos múltiplos grupos humanos. Essa prática museológica é denominada Museu Inclusivo, e se trata da meta prioritária do ICOM. 29 CONCLUSÃO Os museus são lugares onde se mantém coleções de objetos ou de produções históricas, onde um dos principais objetivos é preservar a memória de algum grupo ou de algum tempo histórico especifico, tal como um povo, um estilo musical, uma época da história, a cultura de um país, de um estado ou de uma região, entre outras finalidades. O mais importante que se deve ter em mente é que o museu é um local onde se registram fases importantes do passado, do presente ou até mesmo o futuro pode ser mesclado no meio de tudo isso. Sim o futuro, uma vez que um museu pode ter obras que sejam representações futuristas, representações do que alguma pessoa pode esperar do futuro, ou o que vida de um grupo social indica sobre o futuro, além de que pode ter também objetos tecnológicos que são representações das inovações. As galerias de museus possuem a maior parte da riqueza histórica e cultural que temos hoje no mundo moderno. Os museus ao redor do mundo possuem as evidencias reais da nossa história como humanidade e como civilização, eles guardam o próprio conhecimento humano através das gerações em forma de objeto. É uma questão muito social e cultural a maneira como valorizamos essas instituições, o museu em si, no Brasil especificamente ainda se dá muito pouco valor à arte e a cultura, de todos os tipos e de todas as formas, muitas vezes os nossos museus, tão ricos ficam vazios, jogados as traças, até porque no poder temos políticos que pouco se importam em destinar verbas para a conservação da história. 30 REFERENCIA BESSET, MAURICE. "OBRAS, ESPACIOS, MIRADAS. EL MUSEO EN LA HISTORIA DEL ARTE CONTEMPORÁNEO", IN A&V-MONOGRAFÍAS DE ARQUITECTURA Y VIVIENDA, MADRID, 1993 BOURDIEU, PIERRE E DARBEL, ALAIN. L’AMOUR DE L’ART: LES MUSÉES ET LEUR PUBLIC. PARIS, MINUIT, 1966 DELOCHE, BERNARD. MUSEOLOGICA. CONTRADICTIONS ET LOGIQUE DU MUSÉE. PREF. ANDRÉ DESVALLÉES. ÉDITIONS W, MÂCON,1989 ENCICLOPÆDIA BRITANNICA DO BRASIL SHERMAN, DANIEL J., ROGOFF, IRITH (ED.) ET ALII. MUSEUM CULTURE. HISTORIES. DISCOURSES. SPECTACLES. 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