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D3 NOVA LICITAÇÃO - UN 2

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NOVA LICITAÇÃO 
PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 UNIDADE 2 
 
 
 
ÍNDICE 
TÓPICOS PÁGINA 
 
1. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS NA NOVA LICITAÇÃO 3 
1.1 Capítulo I – Da formalização dos contratos 3 
1.2 Capítulo II – Das garantias 7 
1.3 Capítulo III – Da alocação de riscos 8 
1.4 Capítulo IV – Das prerrogativas da administração 8 
1.5 Capítulo V – Da duração dos contratos 9 
1.6 Capítulo VI – Da execução dos contratos 10 
1.7 Capítulo VII – Da alteração dos contratos e dos preços 13 
1.8 Capítulo VIII – Das hipóteses de extinção dos contratos 16 
2. COMPLIANCE E ÉTICA ADMINISTRATIVA 20 
2.1 Ética administrativa: exigência imprescindível 20 
3. NOÇÕES ESSENCIAIS DE TRANSPARÊNCIA PÚBLICA 35 
3.1 Transparência pública no brasil 35 
3.2 Publicidade oficial obrigatória 36 
3.3 Publicidade oficial facultativa 36 
3.4 Publicidade institucional 37 
3.5 Transparência pós-cf/88 38 
3.6 Transparência e accountability 39 
3.7 Fundamentação e responsabilizações 41 
 REFERÊNCIAS 44 
 
 
 
 
3 
 
1. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS NA NOVA LICITAÇÃO 
 
 
 Contratos administrativos na Nova Lei Licitatória - Prof. Clayson Andrade 
https://youtu.be/bPcrAJFRxFY 
 
1.1 CAPÍTULO I - DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS 
Art. 89. Os contratos de que trata esta Lei regular-se-ão pelas suas cláusulas e 
pelos preceitos de direito público, e a eles serão aplicados, supletivamente, os 
princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. 
 
O que deve constar no contrato? (ver mais abaixo ‘cláusulas necessárias’, art. 92) 
§ 1º Todo contrato deverá mencionar os nomes das partes e os de seus 
representantes, a finalidade, o ato que autorizou sua lavratura, o número do 
processo da licitação ou da contratação direta e a sujeição dos contratantes às 
normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
 
§ 2º Os contratos deverão estabelecer com clareza e precisão as condições para 
sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, as obrigações e 
as responsabilidades das partes, em conformidade com os termos do edital de 
licitação e os da proposta vencedora ou com os termos do ato que autorizou a 
contratação direta e os da respectiva proposta. 
 
Convocação para assinatura 
Art. 90. A Administração convocará regularmente o licitante vencedor para 
assinar o termo de contrato ou para aceitar ou retirar o instrumento 
equivalente, dentro do prazo e nas condições estabelecidas no edital de 
licitação, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções 
previstas nesta Lei. 
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, por igual 
período, mediante solicitação da parte durante seu transcurso, devidamente 
justificada, e desde que o motivo apresentado seja aceito pela Administração. 
 
https://youtu.be/bPcrAJFRxFY
 
 
 
4 
 
Quando o convocado não atender à convocação para assinar o contrato: 
§ 2º Será facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo 
de contrato ou não aceitar ou não retirar o instrumento equivalente no prazo e 
nas condições estabelecidas, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de 
classificação, para a celebração do contrato nas condições propostas pelo 
licitante vencedor. 
§ 3º Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no edital sem 
convocação para a contratação, ficarão os licitantes liberados dos 
compromissos assumidos. 
 
Novidade! 
§ 4º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação nos termos do 
§ 2º deste artigo, a Administração, observados o valor estimado e sua eventual 
atualização nos termos do edital, poderá: 
I - convocar os licitantes remanescentes para negociação, na ordem de 
classificação, com vistas à obtenção de preço melhor, mesmo que acima do 
preço do adjudicatário; 
II - adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas pelos licitantes 
remanescentes, atendida a ordem classificatória, quando frustrada a 
negociação de melhor condição. 
§ 5º A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato ou em aceitar 
ou retirar o instrumento equivalente no prazo estabelecido pela Administração 
caracterizará o descumprimento total da obrigação assumida e o sujeitará às 
penalidades legalmente estabelecidas e à imediata perda da garantia de 
proposta em favor do órgão ou entidade licitante. 
§ 6º A regra do § 5º não se aplicará aos licitantes remanescentes convocados na 
forma do inciso I do § 4º deste artigo. 
§ 7º Será facultada à Administração a convocação dos demais licitantes 
classificados para a contratação de remanescente de obra, de serviço ou de 
fornecimento em consequência de rescisão contratual, observados os mesmos 
critérios estabelecidos nos §§ 2º e 4º deste artigo. 
 
 
 
 
5 
 
Art. 91. Os contratos e seus aditamentos terão forma escrita e serão juntados 
ao processo que tiver dado origem à contratação, divulgados e mantidos à 
disposição do público em sítio eletrônico oficial. 
§ 1º Será admitida a manutenção em sigilo de contratos e de termos aditivos 
quando imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, nos termos da 
legislação que regula o acesso à informação. 
§ 2º Contratos relativos a direitos reais sobre imóveis serão formalizados por 
escritura pública lavrada em notas de tabelião, cujo teor deverá ser divulgado e 
mantido à disposição do público em sítio eletrônico oficial. 
§ 3º Será admitida a forma eletrônica na celebração de contratos e de termos 
aditivos, atendidas as exigências previstas em regulamento. 
§ 4º Antes de formalizar ou prorrogar o prazo de vigência do contrato, a 
Administração deverá verificar a regularidade fiscal do contratado, consultar o 
Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e o Cadastro 
Nacional de Empresas Punidas (Cnep), emitir as certidões negativas de 
inidoneidade, de impedimento e de débitos trabalhistas e juntá-las ao respectivo 
processo. 
 
Cláusulas necessárias nos contratos 
Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que estabeleçam: 
I - o objeto e seus elementos característicos; 
II - a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante vencedor ou ao 
ato que tiver autorizado a contratação direta e à respectiva proposta; 
III - a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive quanto aos casos 
omissos; 
IV - o regime de execução ou a forma de fornecimento; 
V - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a 
periodicidade do reajustamento de preços e os critérios de atualização 
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo 
pagamento; 
VI - os critérios e a periodicidade da medição, quando for o caso, e o prazo para 
liquidação e para pagamento; 
VII - os prazos de início das etapas de execução, conclusão, entrega, observação 
e recebimento definitivo, quando for o caso; 
 
 
 
6 
 
VIII - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação 
funcional programática e da categoria econômica; 
IX - a matriz de risco, quando for o caso; 
X - o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, quando for o 
caso; 
XI - o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do equilíbrio 
econômico-financeiro, quando for o caso; 
XII - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando 
exigidas, inclusive as que forem oferecidas pelo contratado no caso de 
antecipação de valores a título de pagamento; 
XIII - o prazo de garantia mínima do objeto, observados os prazos mínimos 
estabelecidos nesta Lei e nas normas técnicas aplicáveis, e as condições de 
manutenção e assistência técnica, quando for o caso; 
XIV - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os 
valores das multas e suas bases de cálculo; 
XV - as condições de importação e a data e a taxa de câmbio para conversão, 
quando for o caso; 
XVI - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do 
contrato, em compatibilidadecom as obrigações por ele assumidas, todas as 
condições exigidas para a habilitação na licitação, ou para a qualificação, na 
contratação direta; 
XVII - a obrigação de o contratado cumprir as exigências de reserva de cargos 
prevista em lei, bem como em outras normas específicas, para pessoa com 
deficiência, para reabilitado da Previdência Social e para aprendiz; 
XVIII - o modelo de gestão do contrato, observados os requisitos definidos em 
regulamento; 
XIX - os casos de extinção. 
§ 1º Os contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou 
jurídicas, inclusive as domiciliadas no exterior, deverão conter cláusula que 
declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer 
questão contratual, ressalvadas as seguintes hipóteses: 
 
 
 
 
 
7 
 
I - licitação internacional para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento 
seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo financeiro 
internacional de que o Brasil faça parte ou por agência estrangeira de 
cooperação; 
II - contratação com empresa estrangeira para a compra de equipamentos 
fabricados e entregues no exterior precedida de autorização do Chefe do Poder 
Executivo; 
III - aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas com 
sede no exterior. 
§ 2º De acordo com as peculiaridades de seu objeto e de seu regime de execução, 
o contrato conterá cláusula que preveja período antecedente à expedição da 
ordem de serviço para verificação de pendências, liberação de áreas ou adoção 
de outras providências cabíveis para a regularidade do início de sua execução. 
§ 3º Independentemente do prazo de duração, o contrato deverá conter cláusula 
que estabeleça o índice de reajustamento de preço, com data-base vinculada à 
data do orçamento estimado, e poderá ser estabelecido mais de um índice 
específico ou setorial, em conformidade com a realidade de mercado dos 
respectivos insumos. 
§ 4º Nos contratos de serviços contínuos, observado o interregno mínimo de 1 
(um) ano, o critério de reajustamento de preços será por: 
I - reajustamento em sentido estrito, quando não houver regime de dedicação 
exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante previsão 
de índices específicos ou setoriais; 
II - repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva de mão de obra 
ou predominância de mão de obra, mediante demonstração analítica da 
variação dos custos. 
§ 5º Nos contratos de obras e serviços de engenharia, sempre que compatível 
com o regime de execução, a medição será mensal. 
§ 6º Nos contratos para serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva 
de mão de obra ou com predominância de mão de obra, o prazo para resposta 
ao pedido de repactuação de preços será preferencialmente de 1 (um) mês, 
contado da data do fornecimento da documentação prevista no § 6º do art. 135 
desta Lei. 
(...) 
 
 
 
8 
 
Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) é 
condição indispensável para a eficácia do contrato e de seus aditamentos e 
deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados da data de sua assinatura: 
I - 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação; 
II - 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta. 
§ 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir de sua 
assinatura e deverão ser publicados nos prazos previstos nos incisos I e II do 
caput deste artigo, sob pena de nulidade. 
(...) 
§ 3º No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico oficial, em 
até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a assinatura do contrato, os quantitativos 
e os preços unitários e totais que contratar e, em até 45 (quarenta e cinco) dias 
úteis após a conclusão do contrato, os quantitativos executados e os preços 
praticados. 
 
Art. 95. O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas seguintes hipóteses, 
em que a Administração poderá substituí-lo por outro instrumento hábil, como 
carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem 
de execução de serviço: 
I - dispensa de licitação em razão de valor; 
II - compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos e dos quais 
não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a assistência técnica, 
independentemente de seu valor. 
§ 1º Às hipóteses de substituição do instrumento de contrato, aplica-se, no que 
couber, o disposto no art. 92 desta Lei. 
§ 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o 
de pequenas compras ou o de prestação de serviços de pronto pagamento, 
assim entendidos aqueles de valor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1.2 CAPÍTULO II - DAS GARANTIAS 
Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, poderá ser exigida, 
mediante previsão no edital, prestação de garantia nas contratações de obras, 
serviços e fornecimentos. 
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de 
garantia: 
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos sob a forma 
escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de 
custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, e avaliados por seus valores 
econômicos, conforme definido pelo Ministério da Economia; 
II - seguro-garantia; 
III - fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devidamente 
autorizada a operar no País pelo Banco Central do Brasil. 
(...) 
§ 3º O edital fixará prazo mínimo de 1 (um) mês, contado da data de 
homologação da licitação e anterior à assinatura do contrato, para a prestação 
da garantia pelo contratado quando optar pela modalidade prevista no inciso II 
do § 1º deste artigo. 
 
Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cumprimento das 
obrigações assumidas pelo contratado perante à Administração, inclusive as 
multas, os prejuízos e as indenizações decorrentes de inadimplemento, 
observadas as seguintes regras nas contratações regidas por esta Lei: 
(...) 
 
Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, a garantia poderá 
ser de até 5% (cinco por cento) do valor inicial do contrato, autorizada a 
majoração desse percentual para até 10% (dez por cento), desde que justificada 
mediante análise da complexidade técnica e dos riscos envolvidos. 
(...) 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Art. 100. A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a 
fiel execução do contrato ou após a sua extinção por culpa exclusiva da 
Administração e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente. 
(...) 
 
Art. 102. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o edital poderá 
exigir a prestação da garantia na modalidade seguro-garantia e prever a 
obrigação de a seguradora, em caso de inadimplemento pelo contratado, 
assumir a execução e concluir o objeto do contrato, (...) 
 
1.3 CAPÍTULO III - DA ALOCAÇÃO DE RISCOS 
Art. 103. O contrato poderá identificar os riscos contratuais previstos e 
presumíveis e prever matriz de alocação de riscos, alocando-os entre 
contratante e contratado, mediante indicação daqueles a serem assumidos pelo 
setor público ou pelo setor privado ou daqueles a serem compartilhados. 
(...) 
 
1.4 CAPÍTULO IV - DAS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO 
Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei confere à 
Administração, em relação a eles, as prerrogativas de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de 
interesse público, respeitados os direitos do contratado; 
II - extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta Lei; 
III - fiscalizar sua execução; 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; 
V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços 
vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses de: 
a) risco à prestação de serviços essenciais; 
b) necessidade de acautelar apuração administrativade faltas contratuais pelo 
contratado, inclusive após extinção do contrato. 
(...) 
 
 
 
 
 
11 
 
1.5 CAPÍTULO V - DA DURAÇÃO DOS CONTRATOS 
 
Na lei 8.666/93, em regra, a duração do contrato estava 
atrelada à vigência do crédito orçamentário; com a NLL não há mais 
essa limitação. 
 
Art. 105. A duração dos contratos regidos por esta Lei será a prevista em edital, 
e deverão ser observadas, no momento da contratação e a cada exercício 
financeiro, a disponibilidade de créditos orçamentários, bem como a previsão no 
plano plurianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício financeiro. 
 
Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 5 (cinco) 
anos nas hipóteses de serviços e fornecimentos contínuos, observadas as 
seguintes diretrizes: 
I - a autoridade competente do órgão ou entidade contratante deverá atestar a 
maior vantagem econômica vislumbrada em razão da contratação plurianual; 
II - a Administração deverá atestar, no início da contratação e de cada exercício, 
a existência de créditos orçamentários vinculados à contratação e a vantagem 
em sua manutenção; 
III - a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus, quando não 
dispuser de créditos orçamentários para sua continuidade ou quando entender 
que o contrato não mais lhe oferece vantagem. 
§ 1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste artigo ocorrerá apenas 
na próxima data de aniversário do contrato e não poderá ocorrer em prazo 
inferior a 2 (dois) meses, contado da referida data. 
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de equipamentos e à utilização 
de programas de informática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser 
prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência máxima decenal, desde que 
haja previsão em edital e que a autoridade competente ateste que as condições 
e os preços permanecem vantajosos para a Administração, permitida a 
negociação com o contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer 
das partes. 
(...) 
 
Art. 109. A Administração poderá estabelecer a vigência por prazo 
indeterminado nos contratos em que seja usuária de serviço público oferecido 
em regime de monopólio, desde que comprovada, a cada exercício financeiro, a 
existência de créditos orçamentários vinculados à contratação. 
(Lei nº 8.666/93, Art. 57, § 3º É vedado o contrato com prazo de vigência 
indeterminado). 
(...) 
 
1.6 CAPÍTULO VI - DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS 
Art. 115. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com 
as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, e cada parte responderá pelas 
consequências de sua inexecução total ou parcial. 
§ 1º É proibido à Administração retardar imotivadamente a execução de obra 
ou serviço, ou de suas parcelas, inclusive na hipótese de posse do respectivo 
chefe do Poder Executivo ou de novo titular no órgão ou entidade contratante. 
(...) 
§ 5º Em caso de impedimento, ordem de paralisação ou suspensão do contrato, 
o cronograma de execução será prorrogado automaticamente pelo tempo 
correspondente, anotadas tais circunstâncias mediante simples apostila. 
§ 6º Nas contratações de obras, verificada a ocorrência do disposto no § 5º deste 
artigo por mais de 1 (um) mês, a Administração deverá divulgar, em sítio 
eletrônico oficial e em placa a ser afixada em local da obra de fácil visualização 
pelos cidadãos, aviso público de obra paralisada, com o motivo e o responsável 
pela inexecução temporária do objeto do contrato e a data prevista para o 
reinício da sua execução. 
 
 
 
13 
 
§ 7º Os textos com as informações de que trata o § 6º deste artigo deverão ser 
elaborados pela Administração. 
 
Art. 116. Ao longo de toda a execução do contrato, o contratado deverá cumprir 
a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência, para reabilitado 
da Previdência Social ou para aprendiz, bem como as reservas de cargos 
previstas em outras normas específicas. 
 
Parágrafo único. Sempre que solicitado pela Administração, o contratado 
deverá comprovar o cumprimento da reserva de cargos a que se refere o caput 
deste artigo, com a indicação dos empregados que preencherem as referidas 
vagas. 
 
Exemplo: Lei de Cotas para PCD 8213/91 - LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991, conhecida 
como lei de contratação de PCD (Deficientes) nas Empresas. 
Art. 93 - a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de 
dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas 
portadoras de deficiência, na seguinte proporção legal: 
- até 200 funcionários.................. .2% 
- de 201 a 500 funcionários........... 3% 
- de 501 a 1000 funcionários......... 4% 
- de 1001 em diante funcionários... 5%) 
 
Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 
(um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administração 
especialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta 
Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros para 
assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição. 
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as ocorrências 
relacionadas à execução do contrato, determinando o que for necessário para a 
regularização das faltas ou dos defeitos observados. 
§ 2º O fiscal do contrato informará a seus superiores, em tempo hábil para a 
adoção das medidas convenientes, a situação que demandar decisão ou 
providência que ultrapasse sua competência. 
 
 
 
14 
 
§ 3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assessoramento jurídico 
e de controle interno da Administração, que deverão dirimir dúvidas e subsidiá-
lo com informações relevantes para prevenir riscos na execução contratual. 
(...) 
 
Art. 118. O contratado deverá manter preposto aceito pela Administração no 
local da obra ou do serviço para representá-lo na execução do contrato. 
 
Art. 119. O contratado será obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou 
substituir, a suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que 
se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes de sua execução ou de 
materiais nela empregados. 
 
Art. 120. O contratado será responsável pelos danos causados diretamente à 
Administração ou a terceiros em razão da execução do contrato, e não excluirá 
nem reduzirá essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo 
contratante. 
 
Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encargos trabalhistas, 
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. 
§ 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas, fiscais 
e comerciais não transferirá à Administração a responsabilidade pelo seu 
pagamento e não poderá onerar o objeto do contrato nem restringir a 
regularização e o uso das obras e das edificações, inclusive perante o registro de 
imóveis, ressalvada a hipótese prevista no § 2º deste artigo. 
§ 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de 
dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração responderá 
solidariamente pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos 
encargos trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do cumprimento das 
obrigações do contratado. 
§ 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva 
de mão de obra, para assegurar o cumprimento de obrigações trabalhistas pelo 
contratado, a Administração, mediante disposição em edital ou em contrato, 
poderá, entre outras medidas: 
 
 
 
15 
 
I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com 
cobertura para verbas rescisórias inadimplidas; 
II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações 
trabalhistas vencidas relativas ao contrato; 
III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada;IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das verbas 
trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento devido ao contratado; 
V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salário, a 
ausências legais e a verbas rescisórias dos empregados do contratado que 
participarem da execução dos serviços contratados serão pagos pelo 
contratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador. 
(...) 
 
Art. 123. A Administração terá o dever de explicitamente emitir decisão sobre 
todas as solicitações e reclamações relacionadas à execução dos contratos 
regidos por esta Lei, ressalvados os requerimentos manifestamente 
impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse para a boa 
execução do contrato. 
 
Parágrafo único. Salvo disposição legal ou cláusula contratual que estabeleça 
prazo específico, concluída a instrução do requerimento, a Administração terá o 
prazo de 1 (um) mês para decidir, admitida a prorrogação motivada por igual 
período. 
 
1.7 CAPÍTULO VII - DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E DOS PREÇOS 
Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas 
justificativas, nos seguintes casos: 
I - unilateralmente pela Administração: 
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor 
adequação técnica a seus objetivos; 
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por 
esta Lei; 
 
 
 
 
16 
 
II - por acordo entre as partes: 
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; 
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou do 
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da 
inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento por imposição de 
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado e vedada a 
antecipação do pagamento em relação ao cronograma financeiro fixado sem a 
correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra 
ou serviço; 
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em 
caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência de fatos 
imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, que inviabilizem a 
execução do contrato tal como pactuado, respeitada, em qualquer caso, a 
repartição objetiva de risco estabelecida no contrato. 
§ 1º Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações de contratos de 
obras e serviços de engenharia ensejarão apuração de responsabilidade do 
responsável técnico e adoção das providências necessárias para o ressarcimento 
dos danos causados à Administração. 
§ 2º Será aplicado o disposto na alínea “d” do inciso II do caput deste artigo às 
contratações de obras e serviços de engenharia, quando a execução for obstada 
pelo atraso na conclusão de procedimentos de desapropriação, desocupação, 
servidão administrativa ou licenciamento ambiental, por circunstâncias alheias 
ao contratado. 
 
Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere o inciso I do caput do art. 124 
desta Lei, o contratado será obrigado a aceitar, nas mesmas condições 
contratuais, acréscimos ou supressões de até 25% (vinte e cinco por cento) do 
valor inicial atualizado do contrato que se fizerem nas obras, nos serviços ou nas 
compras, e, no caso de reforma de edifício ou de equipamento, o limite para os 
acréscimos será de 50% (cinquenta por cento). 
 
 
 
 
 
17 
 
Art. 126. As alterações unilaterais a que se refere o inciso I do caput do art. 124 
desta Lei não poderão transfigurar o objeto da contratação. 
(...) 
 
Art. 130. Caso haja alteração unilateral do contrato que aumente ou diminua os 
encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, no mesmo termo 
aditivo, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. 
 
Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o reconhecimento 
do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese em que será concedida 
indenização por meio de termo indenizatório. 
 
Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro deverá ser formulado durante a vigência do contrato e antes de 
eventual prorrogação nos termos do art. 107 desta Lei. 
(...) 
 
Repactuação 
Art. 135. Os preços dos contratos para serviços contínuos com regime de 
dedicação exclusiva de mão de obra ou com predominância de mão de obra 
serão repactuados para manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, 
mediante demonstração analítica da variação dos custos contratuais, com data 
vinculada: 
I - à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do mercado; 
II - ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual a proposta 
esteja vinculada, para os custos de mão de obra. 
(...) 
§ 3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1 (um) ano, contado 
da data da apresentação da proposta ou da data da última repactuação. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
§ 4º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quantas forem 
necessárias, observado o princípio da anualidade do reajuste de preços da 
contratação, podendo ser realizada em momentos distintos para discutir a 
variação de custos que tenham sua anualidade resultante em datas 
diferenciadas, como os decorrentes de mão de obra e os decorrentes dos 
insumos necessários à execução dos serviços. 
§ 5º Quando a contratação envolver mais de uma categoria profissional, a 
repactuação a que se refere o inciso II do caput deste artigo poderá ser dividida 
em tantos quantos forem os acordos, convenções ou dissídios coletivos de 
trabalho das categorias envolvidas na contratação. 
§ 6º A repactuação será precedida de solicitação do contratado, acompanhada 
de demonstração analítica da variação dos custos, por meio de apresentação da 
planilha de custos e formação de preços, ou do novo acordo, convenção ou 
sentença normativa que fundamenta a repactuação. 
 
Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato podem ser 
realizados por simples apostila, dispensada a celebração de termo aditivo, como 
nas seguintes situações: 
I - variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à repactuação de 
preços previstos no próprio contrato; 
II - atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das 
condições de pagamento previstas no contrato; 
III - alterações na razão ou na denominação social do contratado; 
IV - empenho de dotações orçamentárias. 
 
1.8 CAPÍTULO VIII - DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS 
Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a qual deverá ser 
formalmente motivada nos autos do processo, assegurados o contraditório e a 
ampla defesa, as seguintes situações: 
I - não cumprimento ou cumprimento irregular de normas editalícias ou de 
cláusulas contratuais, de especificações, de projetos ou de prazos; 
II - desatendimento das determinações regulares emitidas pela autoridade 
designada para acompanhar e fiscalizar sua execução ou por autoridade 
superior; 
 
 
 
19 
 
III - alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutura da empresa 
que restrinja sua capacidade de concluir o contrato; 
IV - decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da sociedade ou 
falecimento do contratado; 
V - caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, impeditivos da 
execução do contrato; 
VI - atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibilidade de obtê-la, ou 
alteração substancial do anteprojeto que dela resultar, ainda que obtida no 
prazo previsto; 
VII - atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a desocupação ou 
a servidão administrativa, ou impossibilidade de liberação dessas áreas; 
VIII - razões de interesse público, justificadas pela autoridade máxima do órgãoou da entidade contratante; 
IX - não cumprimento das obrigações relativas à reserva de cargos prevista em 
lei, bem como em outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para 
reabilitado da Previdência Social ou para aprendiz. 
§ 1º Regulamento poderá especificar procedimentos e critérios para verificação 
da ocorrência dos motivos previstos no caput deste artigo. 
§ 2º O contratado terá direito à extinção do contrato nas seguintes hipóteses: 
I - supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras que 
acarrete modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no 
art. 125 desta Lei; 
II - suspensão de execução do contrato, por ordem escrita da Administração, por 
prazo superior a 3 (três) meses; 
III - repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, 
independentemente do pagamento obrigatório de indenização pelas sucessivas 
e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras 
previstas; 
IV - atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal, dos 
pagamentos ou de parcelas de pagamentos devidos pela Administração por 
despesas de obras, serviços ou fornecimentos; 
 
 
 
 
 
20 
 
V - não liberação pela Administração, nos prazos contratuais, de área, local ou 
objeto, para execução de obra, serviço ou fornecimento, e de fontes de materiais 
naturais especificadas no projeto, inclusive devido a atraso ou descumprimento 
das obrigações atribuídas pelo contrato à Administração relacionadas a 
desapropriação, a desocupação de áreas públicas ou a licenciamento ambiental. 
(...) 
 
Art. 138. A extinção do contrato poderá ser: 
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, exceto no caso de 
descumprimento decorrente de sua própria conduta; 
II - consensual, por acordo entre as partes, por conciliação, por mediação ou por 
comitê de resolução de disputas, desde que haja interesse da Administração; 
 
III - determinada por decisão arbitral, em decorrência de cláusula 
compromissória ou compromisso arbitral, ou por decisão judicial. 
§ 1º A extinção determinada por ato unilateral da Administração e a extinção 
consensual deverão ser precedidas de autorização escrita e fundamentada da 
autoridade competente e reduzidas a termo no respectivo processo. 
§ 2º Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Administração, o 
contratado será ressarcido pelos prejuízos regularmente comprovados que 
houver sofrido e terá direito a: 
I - devolução da garantia; 
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data de extinção; 
III - pagamento do custo da desmobilização. 
 
Art. 139. A extinção determinada por ato unilateral da Administração poderá 
acarretar, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei, as seguintes 
consequências: 
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se 
encontrar, por ato próprio da Administração; 
II - ocupação e utilização do local, das instalações, dos equipamentos, do 
material e do pessoal empregados na execução do contrato e necessários à sua 
continuidade; 
 
 
 
 
21 
 
III - execução da garantia contratual para: 
a) ressarcimento da Administração Pública por prejuízos decorrentes da não 
execução; 
b) pagamento de verbas trabalhistas, fundiárias e previdenciárias, quando 
cabível; 
c) pagamento das multas devidas à Administração Pública; 
d) exigência da assunção da execução e da conclusão do objeto do contrato pela 
seguradora, quando cabível; 
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos 
causados à Administração Pública e das multas aplicadas. 
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II do caput deste artigo 
ficará a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao 
serviço por execução direta ou indireta. 
§ 2º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o ato deverá ser precedido 
de autorização expressa do ministro de Estado, do secretário estadual ou do 
secretário municipal competente, conforme o caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
2. COMPLIANCE E ÉTICA ADMINISTRATIVA 
 
 
 
2.1 ÉTICA ADMINISTRATIVA: EXIGÊNCIA IMPRESCINDÍVEL 
A ganância, a busca incessante do ter mais do que ser, o lucro desenfreado, sempre foram 
características que acompanharam os seres humanos, e por consequência empresários, empresas, 
administração pública, colaboradores, servidores públicos. Essas características tomaram dimensões ao 
longo do tempo, quase incontroláveis seja por parte do mundo corporativo ou das instituições 
governamentais. 
A cultura da corrupção estava disseminada e impregnada em todos os níveis hierárquicos, na 
maioria dos países inclusive no Brasil, chegando ao ponto de se criar grupos especialistas em atuar de forma 
ilegal na intermediação e suporte às operações, verdadeiras máfias, sociedades formadas pelos mais 
variados tipos de profissionais, com o fim único de extorquir, corromper, fazer tráfego de influência, gerar 
informações privilegiadas, resultando em fraudes, desvios, corrupção em níveis até então nunca vistos, na 
área privada ou pública. 
Essa situação fica insustentável, o sistema econômico financeiro mundial e brasileiro começa a 
ficar desequilibrado, afetando as negociações entre empresas, empresas e governo, independente da esfera 
governamental. No Brasil um único grupo econômico, chegou a bancar eleição de muitos políticos, desde 
senadores, deputados federais e estaduais, que lhe dava a segurança de indicações para cargos estratégicos, 
com poder de decisão, que levavam ao grupo econômico, por meio de informações privilegiadas, ganhos 
incomensuráveis em cima do Estado Brasileiro. 
Assim, mais do que urgente era necessário a criação de Leis rígidas por parte dos países no 
tocante ao combate à corrupção. 
 
 
 
 
 
23 
 
A Lei deveria buscar a punição das empresas, dos colaboradores, servidores públicos e todos 
àqueles envolvidos de alguma forma nas operações comerciais ou prestação de serviços, como forma de 
regrar os procedimentos nas instituições públicas ou privadas, por meio de códigos de conduta, códigos de 
ética, regulamentos, normativas, buscando minimizar os gastos com o combate à corrupção, resgatar a 
credibilidade do sistema econômico financeiro, nas operações entre empresas, empresas e governo. 
Dentro desse contexto, é importante que discutamos a questão da ética sob o ponto de vista das 
relações administrativas, não deixando de enfatizar, que essas relações só acontecem pelo fato da existência 
de colaboradores, servidores públicos, e demais envolvidos nessas relações. Portanto, a ética deve ser 
analisada sob o ponto de vista do indivíduo, bem como, da corporação e da administração pública 
 
 
 
Existem, dois conceitos importantes que são a Moral e a Ética, e que devem compor, nortear 
nossa discussão, conhecimento e entendimento, pelo fato que os mesmos se complementam e contribuem 
à discussão. 
Conforme Débora Silva discorreu sobre Moral, foi disponibilizado no site “Estudo Prático” e 
transcrevemos abaixo: a palavra “moral” é originária do termo latino “Morales”, que significa “relativo aos 
costumes”, isto é, aquilo que se consolidou como sendo verdadeiro do ponto de vista da ação. 
 
 
 
24 
 
A moral pode ser definida como o conjunto de regras aplicados no cotidiano e que são utilizadas 
constantemente pelo cidadão. Tais regras orientam cada indivíduo que vive na sociedade, norteando os seus 
julgamentos sobre o que é certo ou errado, moral ou imoral, e as suas ações. 
Desta maneira, a moral é fruto do padrão cultural vigente e engloba as regras tidas como 
necessárias para o bom convívio entre os membros que fazem parte de determinada sociedade. 
A moral é formada pelos valores previamente estabelecidos pela própria sociedade e os 
comportamentos socialmente aceitos e passíveis de serem questionados pela ética. Pode-seafirmar que, ao 
falarmos de moral, os julgamentos de certo ou errado dependerão do lugar onde se está. 
Por fim, pode-se considerar que a ética engloba determinados tipos de comportamentos, sejam 
eles considerados corretos ou incorretos; já a moral estabelece as regras que permitem determinar se o 
comportamento é correto ou não. 
Se considerarmos o sentido prático, a finalidade da ética e da moral é bastante semelhante, pois 
ambas são responsáveis por construir as bases que guiarão a conduta do homem, determinando o seu 
caráter e a sua forma de se comportar em determinada sociedade”. 
Ainda citando Débora Silva, disponibilizado no site “Estudo Prático” e transcrevemos abaixo: a” 
palavra “ética” é proveniente do grego “ethos”, que significa, literalmente, “morada”, “habitat”, “refúgio”, 
ou seja, o lugar onde as pessoas habitam. No entanto, para os filósofos, este termo se refere a “modo de 
ser”, “caráter”, “índole”, “natureza”. 
O filósofo Aristóteles acreditava que a ética é caracterizada pela finalidade e pelo objetivo a ser 
atingido, que seria viver bem, ter uma boa vida, juntamente e para os outros. 
Neste sentido, pode-se considerar a ética como um tipo de postura e que se refere a um modo 
de ser, à natureza da ação humana. Trata-se de uma maneira de lidar com as situações da vida e do modo 
como estabelecemos relações com outra pessoa. 
Quais são as nossas responsabilidades pessoais em uma relação com o outro? Como lidamos 
com as outras pessoas em sociedade? Uma conduta ética pode ser um tipo de comportamento mediado por 
princípios e valores morais. 
A palavra “ética” também pode ser definida como um conjunto de conhecimentos extraídos da 
investigação do comportamento humano na tentativa de explicar as regras morais de forma racional e 
fundamentada. Neste sentido, trata-se de uma reflexão sobre a moral. Desta maneira, pode-se afirmar que 
a ética é a parte da filosofia que estuda a moral, pois reflete e questiona sobre as regras morais”. 
 
 
 
25 
 
 
 
Ao apresentarmos a definição do conceito de Ética, percebemos a importância da aplicação 
desse conhecimento, os fatores positivos envolvidos sejam para Instituição Pública ou Privada, como 
também para a Sociedade como um todo. 
Já sabemos que o Programa de Compliance é alicerçado sobre alguns pilares, e não distinguindo 
nenhum desses alicerces, destacamos que um dos principais pilares passa pelo “Ser Ético”, contribuindo 
assim para que o programa, seja difundido, tenha a sua manutenção, perenidade e sucesso. 
O “Ser Ético”, transpassa o Programa de Compliance como um todo, mas tão importante quanto, 
é saber que todos os colaboradores, servidores públicos e àqueles que participam de alguma forma no 
contexto das relações comerciais, independentemente de nível hierárquico, devem viver o Ser Ético, em 
todos os momentos, ou seja, deve fazer parte do seu cotidiano, estar enraizado, estar entronizado, não 
apenas e unicamente ser um peso, uma obrigação em cumpri-lo por força de um código de ética, e por suas 
punições no caso de descumprimento. 
Com a cultura do Ser Ético disseminada entre os colaboradores, servidores públicos, nas 
organizações públicas e privadas, em todos os níveis hierárquicos, a aplicação do Programa de Compliance 
passa a ser natural para os mesmos, melhorando o nível de controle, impactando positivamente em fatores 
imateriais como a melhora do clima organizacional, imagem, bem como, contribuindo para a valorização, no 
resultado das Instituições. Outro ganho que a cultura do Ser Ético traz, é a participação, envolvimento, 
responsabilidade de todos no aperfeiçoamento do Programa de Compliance. 
Para convalidar o que escrevemos citamos Juan de Dios Pine da Guadarrama 
“(...) Se a ética tem a ver com a melhora das pessoas, também tem a ver com a 
melhora das instituições. Daí que devem ser institucionalmente muito valorados 
os mecanismos que ajudem aos administradores a comportar-se eticamente, 
tais como os códigos de comportamento, a aplicação das normas de controle e 
os conselhos cidadãos de vigilância. A liderança, para tanto, está 
indissoluvelmente unida ao comportamento ético. 
 
 
 
26 
 
Daí a importância que os tomadores de decisões na gestão governamental 
possuam um sentido de serviço. As pessoas são capazes dos maiores esforços e 
sacrifícios se encontram sentido no que fazem. Transmitir esse sentido é a 
missão da liderança, pois uma das condições de ser líder é sua capacidade de 
influência. A principal missão do líder é desenvolver líderes ao seu redor. Líderes 
dispostos a defender e difundir os valores morais que sustentam a ação 
empreendida na gestão pública e na ética.” 
 
Ao longo dos anos, no Brasil muitos foram os escândalos envolvendo empresas brasileiras, 
empresas multinacionais, empresas estatais, políticos, servidores públicos, colaboradores, que assaltaram o 
país, como tráfego de informações, informações privilegiadas, formação de quadrilhas, formação de cartel, 
dilapidação do patrimônio e dos cofres públicos, corrupção, lobby no Congresso Nacional em favor de 
algumas grandes corporações, envolvimento de políticos, envolvimento de servidores públicos. 
 Por conta da situação criada, por meio dos escândalos citados, onde parece que o país se 
encontrava à deriva, sem comandante, uma terra de ninguém, foram deflagradas várias operações, 
distribuídas em fases, onde o intuito foi único, o combate à corrupção, aos desvios, as fraudes, dentro das 
empresas estatais brasileiras, como também, das empresas privadas que mantinham relações com empresas 
governamentais. 
Com as operações acontecendo, a imprensa começa a dar destaque cada vez mais nos seus 
noticiários, a sociedade perplexa começa a conhecer um pouco do que estava escondido debaixo do tapete. 
Empresas dos mais diversos segmentos, corporativas ou públicas, independentemente em qual das esferas: 
federal, estadual, municipal, passam a fazer parte diariamente e negativamente do noticiário policial, e não 
do noticiário econômico. 
A exposição diária fez com que, praticamente fosse jogado no lixo toda uma história construída 
ao longo dos anos, a tradição, a qualidade dos produtos e serviços, reputação, nome da empresa, imagem 
de muitas delas, como também, em paralelo a prisão de Empresários de seus Presidentes, Ceo, 
Superintendentes, Controladores, que sentindo-se encurralados passam a fazer acordos, chamados de 
delação premiada, onde por meio de depoimentos frente a juízes, contam como era o planejamento e o 
caminho da corrupção, as fraudes, quem eram os envolvidos, o que possibilita o levantamento e a 
desarticulação das quadrilhas que agiam dentro da Administração Pública. 
 
 
 
 
 
27 
 
Nesse período, vêm à tona quais eram as empresas públicas ou a elas equivalentes, secretarias 
e ministérios de governo, ministros, servidores públicos, detentores de cargos políticos, que não agiam de 
forma ética, e que estavam envolvidos com as quadrilhas, gangues, máfias, participando de ações 
criminosas, no intuito de facilitar ou até mesmo participar dos esquemas, que como já foi registrado 
anteriormente, sucateavam o patrimônio público, e geravam desvios financeiros de grande monta. 
A nação brasileira começa a sentir que esses prejuízos seriam irreparáveis à economia, ao 
crescimento, às empresas e as suas finanças e manutenção no mercado, à sociedade com o desaquecimento 
e encolhimento da economia, a chegada do desemprego em grande escala, ao cumprimento dos direitos 
sociais, como os programas direcionados à educação, moradia, segurança, saúde, lazer. 
Perante os investidores internos e externos, o Brasil por conta do volume de corrupção, fez com 
que os investidores passassem a olhar com desconfiança quanto a investir ou não. Essa decisão resultou em 
consequências inúmeras, entre elas o aumento do custo Brasil, seja por aumento na taxa de juros, ou com 
o aumento no número de desempregadose, por conseguinte o pagamento do seguro desemprego. 
Segundo Hely Lopes Meirelles a Administração Pública pode ser entendida 
como: “...o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do 
Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços 
públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e 
sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos 
em benefício da coletividade. Numa visão global, a Administração é, pois, todo 
o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à 
satisfação das necessidades coletivas. ” 
Ainda segundo Hely Lopes Meirelles: “A Administração não pratica atos de 
governo; pratica, tão somente, atos de execução, com maior ou menor 
autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes. (...) 
O Governo comanda com responsabilidade constitucional e política, mas sem 
responsabilidade profissional pela execução; a Administração executa sem 
responsabilidade constitucional ou política, mas com responsabilidade técnica, 
e legal pela execução. A Administração é o instrumental de que dispõe o Estado 
para pôr em prática as opções políticas do Governo”. 
 
 
 
 
28 
 
 
 
Esse somatório de consequências, resultados ruins, exposições negativas, e perdas para ambas 
as partes, pública e privada, e especialmente para o País e, por conseguinte para a sociedade como um todo, 
vai desencadear o seu lado positivo no que se refere a Ética, com o Decreto Lei 1.171/94, que apresenta 
como referência a Comissão de Ética, que tem como abrangência todos os órgãos da Administração Pública 
Federal direta e indireta e órgão ou entidade que realiza atividades delegadas pelo poder público. 
A finalidade é orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no trato com as 
pessoas e o patrimônio líquido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Para o Estado desempenhar suas atividades, utiliza-se dos agentes públicos que segundo 
Henrique Savonitti Miranda “A expressão “agente público” é utilizado para designar todo aquele que se 
encontre no cumprimento de uma função estatal, quer por representá-lo politicamente, por manter vínculo 
de natureza profissional com a Administração, por ter sido designado para desempenhar alguma atribuição 
ou, ainda, por se tratar de delegatório de serviço público”. 
Os agentes públicos, segundo Hely Lopes Meirelles, classificam-se em: 
Agentes políticos: são os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em 
cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício 
de atribuições constitucionais. Esses agentes atuam com plena liberdade funcional, desempenhando suas 
atribuições com prerrogativas e responsabilidades próprias, estabelecidas na Constituição e em leis especiais 
(...). 
 
Agentes administrativos: são todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas entidades 
autárquicas e fundacionais por relações profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico 
determinado pela entidade estatal a que servem. São investidos a título de emprego e com retribuição 
pecuniária, em regra por nomeação, e excepcionalmente por contrato de trabalho ou credenciamento. (...) 
Os agentes administrativos não são membros de Poder de Estado, nem o representam, nem 
exercem atribuições políticas ou governamentais; são unicamente servidores públicos, com maior ou menor 
hierarquia, encargos e responsabilidades profissionais dentro do órgão ou da entidade a que servem (...) 
 
Agentes honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, 
transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade 
ou de sua notória capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, 
normalmente, sem remuneração (...) 
 
Agentes delegados: são particulares que recebem a incumbência da execução de determinada 
atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as 
normas do Estado e sob permanente fiscalização do delegante. (...) 
 
 
 
 
30 
 
Agentes credenciados: são os que recebem a incumbência da Administração para representá-la 
em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público 
credenciante”. 
 
Com as definições e o entendimento sobre o que é de Administração Pública e Agentes Públicos, 
necessitamos saber então do que trata a Atividade Administrativa. A Atividade Administrativa tem como 
base a gestão de bens próprios, ou seja, públicos e de terceiros, quando o governo tem a guarda desses 
bens. 
O agente público deve buscar sempre, estar atento e ter o seu agir conforme o que preconiza o 
artigo 37 da Constituição Federal de 1988, quanto aos Princípios Constitucionais: ”Art. 37. A administração 
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência“. 
O ente Estado só tem os seus objetivos alcançados por meio das atividades desenvolvidas pela 
Administração Pública, e essa só existe por conta, que as atividades, a execução e decisões do governo, são 
responsabilidade dos Agentes Públicos. 
Para que a Administração Pública consiga atender seus objetivos, sem se deixar envolver em 
desvios de conduta, ela deve se submeter às Leis e Normas Constitucionais, que vão embasar a conduta Ética 
dos Agentes Públicos que são servidores, ou seja, servem ao Estado. 
Com a volta dos civis ao poder no Brasil, e a nova Constituição Federal de 1988, a Carta Magna, 
com um apelo muito forte a sua obediência, pois passou a ser chamada a Constituição Cidadã, a 
Administração Pública vem buscando uma maior seriedade no tratar da coisa pública, o enxugamento da 
máquina pública, a busca pela qualidade no serviço público, a desburocratização, investimento em 
tecnologia, o compromisso com o bem comum, políticas públicas voltadas a uma gestão mais ética, tendo a 
base o artigo 37 que trata dos Princípios Constitucionais. 
Para que a Administração Pública possa alcançar seus objetivos, com base em um Programa de 
Compliance, buscando um grau de excelência nas suas atividades, é de fundamental importância o 
investimento contínuo em capacitação dos Agentes Públicos, para que esses não sejam apenas eficientes, 
mas também eficazes na prestação de serviços, que desenvolvam o censo de auto responsabilidade, no 
entendimento que àquele serviço prestado não deva ser uma obrigação, e sim a contribuição para uma 
sociedade melhor. 
 
 
 
 
31 
 
Nesse contexto a Administração Pública deve ser incisiva quanto a exigência para que a 
excelência na prestação de serviços por parte do agente público, faça parte do seu cotidiano. 
Para que se crie a cultura do respeito, do bem servir à comunidade, do cuidado e zelo com o 
patrimônio público, a Administração Pública deve demonstrar em suas decisões uma postura responsável e 
ética, para que possa cobrar do funcionalismo público, por meio de seus controles, códigos de conduta, 
disciplinar, ético, e por meio de mecanismos de punição àquele servidor público que não esteja se 
comportando no desenvolvimento de suas atividades, com agir ético, pronto a servir, e não que queira 
apenas se servir. 
Cristina Seijo Suárez e Noel Añez Tellería, em artigo publicado pela URBE, descrevem os 
princípios da ética pública, que, conforme afirmam devem ser positivos e capazes de atrair ao serviço 
público, pessoas capazes de desempenhar uma gestão voltada ao coletivo. São os seguintes os princípios 
apresentados pelas autoras: 
“- Os processos seletivos para o ingresso na função pública devem estar ancorados no princípio 
do mérito e da capacidade, e não só o ingresso como carreira no âmbito da função pública;Como os concursos públicos, são o filtro para a entrada do futuro servidor público, é importante 
que na elaboração de seus editais, os mesmos cada vez mais busquem atrair bons profissionais. 
A formação continuada que se deve proporcionar aos funcionários públicos deve ser dirigida, 
entre outras coisas, para transmitir a ideia de que o trabalho a serviço do setor público deve realizar-se com 
perfeição, sobretudo porque se trata de trabalho realizado em benefícios de “outros”; 
Essa é uma mudança de postura por parte do futuro servidor público, onde mais do que almejar 
apenas a estabilidade, deve estar comprometido com o seu desenvolvimento contínuo. 
- A chamada gestão de pessoal e as relações humanas na Administração Pública devem estar 
presididas pelo bom propósito e uma educação esmerada. O clima e o ambiente laboral devem ser positivos 
e os funcionários devem se esforçar para viver no cotidiano esse espírito de serviço para a coletividade que 
justifica a própria existência da Administração Pública; 
O servidor público tem que estar imbuído da corresponsabilidade, ciente que a sua função tem 
como base servir à comunidade. 
- A atitude de serviço e interesse visando ao coletivo deve ser o elemento mais importante da 
cultura administrativa. A mentalidade e o talento se encontram na raiz de todas as considerações sobre a 
ética pública e explicam por si mesmos, a importância do trabalho administrativo; 
 
 
 
32 
 
A partir do momento que o servidor público se sente pertencente ao meio que presta seu serviço, 
desempenha suas funções com responsabilidade, é cobrado a melhorar cada vez mais, recebe suporte de 
capacitação, a administração pública não mede esforços para proporcionar um bom ambiente de trabalho 
e uma remuneração justa, a aplicação da Ética se torna normal. 
- Constitui um importante valor deontológico potencializar o orgulho são que provoca a 
identificação do funcionário com os fins do organismo público no qual trabalha. 
Trata-se da lealdade institucional, a qual constitui um elemento capital e uma obrigação central 
para uma gestão pública que aspira à manutenção de comportamentos éticos; 
É função do governo resgatar por meio de suas decisões, tomadas de atitude, a valorização do 
servidor público perante à sociedade. Isso leva à aplicação dos comportamentos Moral e Ético por parte dos 
servidores públicos quando da execução de suas atividades. 
- A formação em ética deve ser um ingrediente imprescindível nos planos de 
formação dos funcionários públicos. Ademais se devem buscar fórmulas 
educativas que tornem possível que esta disciplina se incorpore nos programas 
docentes prévios ao acesso à função pública. Embora, deva estar presente na 
formação contínua do funcionário. No ensino da ética pública deve-se ter 
presente que os conhecimentos teóricos de nada servem se não se interiorizam 
na práxis do servidor público; 
 
Algumas formações, atitudes deveriam fazer parte da formação do servidor público, mas 
infelizmente, sem generalizar, na prática nem sempre é assim, seja porque o exemplo dos escalões 
superiores, dos políticos, dos empresários, no que se refere às relações com o poder público, com o cuidado 
da coisa pública, não é positivo, quando nos referimos ao comportamento Ético. 
No concurso público deve constar no edital o conteúdo abordando Ética. Nas atividades do 
agente público do cotidiano, a todo o momento deve ser lembrado o assunto Ética, bem como, o poder 
público deve fazer inserções na mídia, redes sociais, contemplando a Ética, em todas as relações, sociais, 
comerciais. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
O comportamento ético deve levar o funcionário público à busca das fórmulas mais eficientes e 
econômicas para levar a cabo sua tarefa; quanto mais o agente público, for valorizado, respeitado, envolvido, 
responsável, mas ele entronizará o ser ético, gerando ganhos materiais e imateriais, para Ele, as Instituições 
Públicas e a Sociedade. 
 
A atuação pública deve estar guiada pelos princípios da igualdade e não discriminação. Ademais 
a atuação de acordo com o interesse público deve ser o “normal” sem que seja moral receber retribuições 
diferentes do oficial que se recebe no organismo em que se trabalha; 
Quando o agente público tem em mente o quão importante é a sua atividade dentro da 
Administração Pública, exercita a Ética como algo normal, fará e desempenhará o seu papel, sem diferenciar 
ninguém, seja pessoa jurídica ou pessoa física. 
 
O funcionário deve atuar sempre como servidor público e não deve transmitir informação 
privilegiada ou confidencial. O funcionário como qualquer outro profissional, deve guardar o sigilo de ofício; 
 O agente público deve sempre ser lembrado que goza de fé pública, ou seja, na sociedade detém 
um lugar de destaque, independentemente da atividade que exerça ou do cargo que ocupe. Assim, o sigilo 
sobre informações recebidas ou sabidas, sobre quem quer que seja jamais deve servir de barganha, para 
obter qualquer tipo de vantagem indevida. 
 
O interesse coletivo no Estado social e democrático de Direito existe para ofertar aos cidadãos 
um conjunto de condições que torne possível seu aperfeiçoamento integral e lhes permita um exercício 
efetivo de todos os seus direitos fundamentais. Para tanto, os funcionários devem ser conscientes de sua 
função promocional dos poderes públicos e atuar em consequência disto. 
Um dos grandes desafios da Administração Pública é retornar à sociedade por meio da prestação 
de serviços de qualidade, àquilo que ela recebeu e que apenas deve gerir, e não se apropriar, que são os 
tributos, em especial os impostos. O agente público tem papel fundamental para o atingimento desse 
objetivo. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Com o passar do tempo a Administração Pública desenvolveu, aprimorou mecanismos de 
controles, de fiscalização, com o intuito de que o ser ético, não seja algo estranho, ou um diferencial, mas 
que a Sociedade se sentisse partícipe, e que passasse a ter acesso às informações, como aplicação dos 
recursos públicos recebidos, programas públicos voltados à sociedade. A eficiência e a eficácia dos 
mecanismos de controle passam pela participação cada vez maior dos cidadãos, por meio dos canais à 
disposição. 
As Ouvidorias são um ótimo exemplo de escuta ao cidadão, que basicamente fazem parte de 
todos os organogramas dos órgãos da Administração Pública Direta e Indireta, Sociedade de Economia Mista, 
Fundações. Também o Portal da Transparência, onde o cidadão tem à sua disposição todas as informações, 
acessando a página do órgão público via internet. 
Somos um país para efeito histórico no que se refere à Democracia, ainda muito novo, 
comparado com outros países, onde a Democracia já é exercida há centenas e milhares de anos. A Sociedade 
Brasileira ainda está amadurecendo no que se refere aos seus direitos e porque não, deveres. 
Os instrumentos de controle da Administração Pública sejam de acompanhamento ou 
fiscalização, aplicados pelos diversos órgãos públicos, contribuem para a disseminação do Ser Ético, entre os 
agentes públicos, bem como, muitas vezes para expurgar os maus agentes públicos da Administração 
Pública. 
Para que a Administração Pública tenha êxito na propagação do Ser Ético, junto aos agentes 
públicos, é importante que desenvolva uma consciência coletiva, por meio de investimentos de cursos, 
capacitações, treinamentos, estudos, como também juntos aos órgãos públicos, sejam ampliados e 
aprimorados os canais de comunicação à disposição da Sociedade, sempre tendo como base, o emprego dos 
Princípios Éticos. 
Como forma de não apenas se tratar de um mecanismo que apenas fiscalize, mas também, 
valorize, e até mesmo puna punição agentes públicos, importantíssimo por parte dos órgãos que compõe, 
integram a Administração Pública, a elaboração, implantação e aplicação e acompanhamento da prática dos 
artigos dos códigos de Ética. Aefetivação dos Códigos de Ética nos órgãos públicos possibilita junto aos 
agentes públicos, uma maior cobrança, envolvimento, aceitabilidade, responsabilidade e porque não 
mudança de conduta desses. 
 
 
 
 
 
35 
 
A aplicação dos Princípios Éticos, a criação da cultura ética, é uma via de mão dupla, ou seja, 
comportamental tanto do Governo Federal, Estadual, Municipal, quanto da Sociedade que deve ser instigada 
a participa como um agente político, como forma de conscientizar a população da importância do seu papel, 
conhecendo seus direitos e deveres constitucionais, e mais que isso, exercendo a democracia na plenitude 
e soberana. 
Para que tenhamos uma sociedade formada por cidadãos éticos, consciente dos seus direitos e 
deveres, democracia, cidadania, ética devem fazer parte da discussão em inúmeras disciplinas do ensino 
básico, fundamental, médio, superior e pós-graduação. 
Essa articulação em torno da Ética contribui também, para quando o cidadão venha a se tornar 
um agente público, ou exerça função pública, o ser ético esteja presente em todas as suas atividades, 
decisões. 
Leis como a Lei 8.429/92 que trata da Improbidade Administrativa, a Lei de Responsabilidade 
Fiscal- 101/00 contribuem de sobremaneira eficiente e eficaz, para que a Ética esteja presente nas atividades 
exercidas, e executadas de forma responsável pelos agentes públicos, contribuindo para que a gestão 
pública seja mais respeitada, diminuindo a prática de relações incestuosas entre o poder público e poder 
privado, o trâmite do poder paralelo com o tráfico e informações privilegiadas nas três esferas de poder. 
Poder paralelo esse que tanto mal faz ao país, nas áreas econômica, financeira, social, e que o 
principal objetivo da Administração Pública seja alcançado, o interesse social. 
Como forma de demonstrar que é possível a prática cotidiana da Ética na Administração Pública, 
pelos seus agentes públicos, apresentamos alguns pontos, que foram descritos no artigo escrito por Andrés 
Sanz Mulas, e publicado pela Escuela de Relaciones Laborales da Espanha: “Para desenhar uma ética das 
Administrações seria necessário realizar as seguintes tarefas, entre outras: 
- Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra a legitimidade social; 
- Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e quais valores é preciso incorporar 
para alcançá-lo; 
- Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu conjunto e os membros que a 
compõem para incorporar esses valores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões 
acertadamente em relação à meta eleita; 
- Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que se está imerso; 
- Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às pessoas. “ 
 
 
 
36 
 
Mudança, essa é a palavra, é a mola propulsora, o querer que aconteça, para que tenhamos uma 
Administração Pública Federal, Estadual e Municipal comprometidas com a Ética, uma gestão pública Ética, 
voltada aos princípios constitucionais, ao interesse público. 
Onde o jeitinho na gestão pública no que se refere ao tratamento da coisa pública, dê lugar a 
uma gestão pública austera, séria, com responsabilidade, menos burocrática, inovadora, livre de velhos 
ranços em especial de empresários, lobistas, políticos, agentes públicos que são verdadeiros parasitas, que 
só corrompem e desvirtuam os interesses da sociedade. 
Os agentes públicos devem ser cada vez mais valorizados, capacitados, preparados para atingir 
o propósito maior que é o bem coletivo, sem deixar de existir os mecanismos de controle e que esses sejam 
cada vez mais aperfeiçoados, como forma de acompanhamento, e punição se for o caso, para que o ser ético 
predomine em todas as suas atividades e tomadas de decisão. 
Essa mudança relacionada à aplicação da Ética em toda a Gestão Pública, só ocorrerá em todas 
as instâncias, órgãos, níveis hierárquicos, se a sociedade estiver consciente da importância do seu papel 
ético, bem como, do poder de polícia que pode exercer na exigência de uma Administração Pública séria, 
eficiente e eficaz, comprometida com a Ética visando o bem comum. 
Essa conscientização por parte da sociedade da exigência e necessidade de uma Administração 
Pública, agindo eticamente de forma integral, segundo os Princípios elencados na Carta Magna, só ocorrerá 
se houver uma mudança de postura, atitudes dos cidadãos, começando com as pequenas coisas. 
Há um longo caminho a ser percorrido, na busca da maturidade do Ser Ético, na Sociedade ou na 
Administração Pública, mas não podemos esquecer que já avançamos, seja no acompanhamento das 
atividades administrativas desempenhadas pelos agentes públicos, nos canais de transparência, nas 
operações deflagradas no combate a corrupção, na elaboração e aplicação de Leis com fins específicos para 
a punição penal daqueles que se apropriam indevidamente da coisa pública. 
Uma sociedade mais justa, livre, igualitária, soberana, participativa do processo decisório, com 
respeito ao pluralismo das ideias, onde o bem comum seja a tônica, conforme nossos preceitos 
constitucionais ocorrerão na medida em que ela mesma, e que Administração Pública, por meio dos seus 
agentes públicos hajam de forma Ética. 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
3. NOÇÕES ESSENCIAIS DE TRANSPARÊNCIA PÚBLICA 
 
3.1 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA NO BRASIL 
Desde o nascimento de nossa pátria, em 22 de abril de 1500, a população jamais teve acesso às 
formas de utilização dos bens públicos e de administração dos recursos financeiros arrecadados do próprio 
povo. 
 
 
 
Tanto a monarquia (até 14 de novembro de 1889), quanto no governo civil que comanda o país 
de lá pra cá, praticamente todos os gestores não tinham a obrigação ou o costume de prestar contas de seus 
atos. É certo que o faziam, mas de forma genérica, apenas para órgãos de controle. 
O povo (contribuinte direta ou indiretamente), não conseguia individualmente saber do que se 
passava no âmbito dos Poderes da nação. 
No entanto, com o advento da globalização e da evolução rápida e espetacular das tecnologias 
de comunicação, houve também um grande avanço nos direitos dos cidadãos. 
A própria Carta Magna reservou uma lista grande de direitos e garantias individuais e coletivas 
(em especial, nos art. 5º, 6º e 7º). 
https://www.infoescola.com/direito/magna-carta/
 
 
 
38 
 
3.2 PUBLICIDADE OFICIAL OBRIGATÓRIA 
Dentre eles, a obrigação ao Estado de promover a divulgação de seus atos e ações, tornando a 
publicidade um dos princípios básicos da Administração Pública (art. 37, caput). 
É que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgação dos atos e ações 
dos governantes, para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuações dos eleitos, bem como, com 
a coisa pública. 
Embasadas na Carta Maior da República, muitas leis editadas depois de 1988 criaram obrigação 
de publicar certos atos, quando se tratar de recursos públicos (financeiros, patrimoniais, funcionais, etc.). 
Os Atos Oficiais de publicação obrigatória, devem ser divulgados em um único meio de 
comunicação, escolhido por cada ente da federação, conforme previsão na legislação esparsa (licitações-
contabilidade-tributação-orçamentária...). 
No caso dos Municípios, deverá ser apenas 01 para o Executivo e para o Legislativo, contratado 
por Licitação, cuja homologação deverá ocorrer após Autorização Legislativa. 
 
3.3 PUBLICIDADE OFICIAL FACULTATIVA 
A CF de 1988 também autorizou despesas com a divulgação de caráter educativo e informativo, 
ou de orientação social (art. 37, §1º). 
No entanto, de lá para cá muita polêmica foi gerada, discutindo sobre o que poderia se aceitar, 
referente às despesas com publicidade. 
É que a interpretação anterior impunha uma separação severa na publicidade oficial, entre a 
obrigatória e a facultativa. 
Entendia-se que a obrigatória era apenas aquela especificada na lei, como a publicação deatos 
como: leis, decretos, portarias, resoluções, editais... 
Quando se divulgava as ações do poder público, questionava-se se aquela despesa se 
enquadrava como educacional, de orientação social, ou de informação exigida (serviços de utilidade pública). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
3.4 PUBLICIDADE INSTITUCIONAL 
Porém, com a evolução do conceito, e com a crescente demanda do povo sobre a atuação do 
poder público e as ações governamentais, ampliou-se em muito as possibilidades de realizar despesas para 
esse fim. 
Portanto, além da publicação obrigatória e daquelas enquadradas como “serviços de utilidade 
pública”, passou-se a entender que o gestor deva divulgar amplamente as atividades de cada órgão público, 
para manter a população por dentro dos acontecimentos que envolvem recursos dos contribuintes. 
De certo modo, essa divulgação não obrigatória, pode ser considerada como publicidade 
institucional, pois, além de informar ao povo sobre as ações do órgão, promove este diante da opinião 
pública, fortalecendo-o institucionalmente. 
E para essa divulgação, o TCE/PR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) 
poderão contratar serviços de comunicação tanto diretamente, quanto por intermédio de agências (de 
comunicação ou de publicidade). 
No caso de contratação de agências, as regras a serem obedecidas deverão ser aquelas da lei 
federal nº 12.232/2010. 
 
Resumindo, as regras do TCE/PR, para a comunicação institucional é: 
1º Serviços de criação e administração da publicidade, exigem contratação de Agência de 
Comunicação (ou de Publicidade), por Licitação no tipo TÉCNICA e PREÇO, por exigência da Lei nº 
12.232/2010. 
A Comissão de Licitação, se não possuir conhecimentos técnicos da área, deverá nomear SUB-
COMISSÃO, para julgar a melhor técnica. 
 
2º Para contratar os serviços para objeto específico, como por exemplo, para produzir jornal 
(impresso ou eletrônico), programa de rádio ou TV, ou outros tipos de comunicação, poderá ser feita a 
licitação apenas pelo MELHOR PREÇO. 
Mas para isso, terá que indicar exatamente o tipo do serviço (por ex: tamanho do jornal, quantas 
páginas, periodicidade, etc.). 
 
 
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2010/lei-12232-29-abril-2010-606101-norma-pl.html
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2010/lei-12232-29-abril-2010-606101-norma-pl.html
 
 
 
40 
 
Vale lembrar, também, que a partir de 2006, o TCE/PR passou a autorizar as Câmaras Municipais 
a publicar não apenas seus atos oficiais, mas também, a contratar emissoras de Radiodifusão, de Televisão 
a cabo ou de sites de internet, ou outros serviços de publicidade e de propaganda (Acórdão 1139/2006 – 
Prejulgado 02), para divulgar: 
• A transmissões de sessões 
• Divulgação e transmissão de audiências públicas 
• Mensagens alusivas a eventos, serviços, campanhas, programas e homenagens a 
personalidades 
 
Porém, instruiu e indicou obediência: 
• Ao planejamento orçamentário e financeiro da entidade 
• Princípios constitucionais do caput do art. 37 da Magna Carta Federal 
• §1º, art. 37, da Constituição da República 
• As normas contidas na Lei de Licitações - Lei Federal nº 8666/93 
• As regras da Lei de Responsabilidade Fiscal 
• Indicações da Lei de Imprensa. 
 
3.5 TRANSPARÊNCIA PÓS-CF/88 
De toda forma, criando verdadeiro divisor na história do Brasil, a nossa CF/88 acendeu nos 
nacionais o desejo de conhecer de perto e participar da vida do país. 
Mais que isto: passou a discutir os seus direitos enquanto membros da nação. 
Representados no governo, tanto nas casas legislativas, quanto nos demais poderes (Executivo 
e Judiciário), passamos a conquistar espaço e elaborar instrumentos que exigem (forçam) os gestores a dar 
transparência em sua atuação. 
Dentre esses instrumentos, podemos citar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que desde o seu 
nascimento (em 2000) já previa certas obrigações aos governantes, para levar ao povo o conhecimento de 
seus atos e ações. 
Mas foi exatamente em 2010, pela Lei Complementar nº 131 de 27 de maio de 2009, que houve 
uma implementação maior da obrigatoriedade de transparência nos meios públicos, aplicando-se, inclusive, 
regras específicas sobre a divulgação tecnológica via internet. 
http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/LEGIS/CF88/CF88_Ind.html
 
 
 
41 
 
Com isso, desencadeou no Brasil, em todos os órgãos públicos, a obrigação de publicar mais 
amplamente as informações que poderiam ter o interesse público. 
Essa é a chamada Transparência Ativa, pois, independentemente de alguém solicitar, o órgão 
público tem a obrigação de divulgar. 
E diga-se mais: 
A divulgação (publicação) deverá ser eficiente e eficaz. 
 
Ou seja: 
O canal disponibilizado deverá ser de boa qualidade, permitindo o acesso de forma rápida e fácil, 
e evitando os subterfúgios (mesmo que da tecnologia) para esconder dados e informações. 
A Lei Complementar Federal nº 101/2000, mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal 
(LRF), exige que ocorram publicações trimestrais, sobre os principais itens da contabilidade pública. 
 
 3.6 TRANSPARÊNCIA E ACCOUNTABILITY 
 
 
 
Transparência, segundo os pesquisadores, é a mais importante categoria da accountability como 
instrumento para avaliar o desempenho organizacional. Um requisito chave para todas as outras dimensões. 
A transparência refere-se a como mostrar a atuação das organizações e dos agentes públicos. Na prática, a 
transparência requer que as organizações e os burocratas sejam objeto de constante supervisão e 
questionamento. 
Sujeição tem a ver com a exigência de que as organizações e seus agentes enfrentem as 
consequências derivadas das suas ações. Nesse sentido, organizações e indivíduos devem ser 
responsabilizados pelas suas ações e punidos pelos malefícios que vierem a causar (KOPPELL,2005). 
 
 
 
42 
 
No setor público, a fim de aumentar a transparência e de se combater a corrupção 
(primariamente), foi criado o sítio Portal da Transparência. Desta forma, elencamos aqui os principais 
princípios que caracterizam a Transparência Pública: 
Equidade 
Esse princípio se caracteriza pelo tratamento justo de todos os sócios e demais partes 
interessadas. Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são totalmente inaceitáveis. 
 
Prestação de Contas (Accountability) 
Os agentes de Governança Corporativa devem prestar contas de sua atuação, assumindo 
integralmente as consequências de seus atos e omissões. 
O controle está relacionado com as relações hierárquicas no interior das estruturas burocráticas, 
seja entre indivíduos, seja entre organizações, e baseia-se na caracterização do seu grau (baixo ou alto) e na 
sua fonte (interna ou externa). Essa concepção, segundo o autor, é a predominante tanto no setor público 
quanto no setor privado (BARROS, 2000). 
 
Responsabilidade Corporativa 
Os agentes de Governança Corporativa devem zelar pela sustentabilidade das organizações, 
visando à sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos 
negócios e operações. 
Os princípios de Governança Corporativa devem ser seguidos pelas instituições, para aumentar 
as chances de sobrevivência e a eficiência administrativa. 
Organizações que optam por estruturar esse sistema são bem vistas no mercado, já que 
demonstram mais transparência, contam com mecanismos internos de conflitos, acompanham as 
tendências e mantêm um controle mais efetivo de suas equipes e funcionários. 
A responsabilização diz respeito ao cumprimento das leis, das normas e das regras estabelecidas 
e às sansões decorrentes de seu descumprimento. A “responsividade” refere-se a como a organização 
responde às expectativas, demandas e necessidades da sociedade. 
De um modo geral, pode-se afirmar que as organizações e os agentes públicos são responsivos 
se conseguem satisfizer as expectativas da população a que servem (KOPPELL, 10

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