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GRATUITA Esta publicação não pode ser comercializada TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA A INCLUSÃO E A AUTONOMIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA Ana Lúcia Silva Farias Anaxágoras Maia Girão Izabeli Sales Matos Ruth da Silva Lima 9 Todos os direitos desta edição reservados à: Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 fdr.org.br | fundacao@fdr.org.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD P967 Inclusão Social Através do Esporte / vários autores ; organizado por Ricardo Catunda ; ilustrado por Guabiras. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2021. 192 p. : il. ; 26cm x 30cm. – (Inclusão Social Através do Esporte ; 12v.) Inclui bibliografia e apêndice/anexo. ISBN: 978-85-7529-972-2 (Coleção) ISBN: 978-85-7529-971-5 (Fascículo 9) 1. Esporte. 2. Inclusão Social. 3. Políticas Públicas. 4. Educação Física. 5. Educação Inclusiva. 6. Esporte Inclusivo. 7. Estratégias Pedagógicas. 8. Acessibilidade. 9. Esporte Adaptado. I. Catunda, Ricardo. II. Guabiras. III. Título. IV. Série. CDD 796.0456 2021-3267CDU 796:364 Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 Índice para catálogo sistemático: Esporte : Inclusão Social 796.0456 Esporte : Inclusão Social 796:364 Copyright © 2021 Fundação Demócrito Rocha FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidência Luciana Dummar Direção Administrativo-Financeira André Avelino de Azevedo Gerência Geral Marcos Tardin Gerência Editorial e de Projetos Raymundo Netto Gerência Canal FDR Chico Marinho Gerência Marketing & Design Andrea Araujo Análise de Projetos Aurelino Freitas e Fabrícia Góis Edição de Mídias Isabel Vale UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Gerência Pedagógica Viviane Pereira Coordenação de Cursos Marisa Ferreira Design Educacional Joel Lima Front End Isabela Marques INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE Concepção e Coordenação Geral Valéria Xavier Coordenação de Conteúdo Ricardo Catunda Coordenação Editorial e Revisão Daniela Nogueira Projeto Gráfico e Edição de Design Andrea Araujo Design Miqueias Mesquita Estagiária Design Kamilla Damasceno Ilustração Guabiras Analista de Projetos Juliana Montenegro Análise de Marketing Digital Fábio Júnior Braga Estratégia e Relacionamento Adryana Joca Apoio Secretaria do Esporte e Juventude do Ceará | Lei de Incentivo ao Esporte do Ceará | Conselhos Federal e Regionais de Educação Física | Universidade Estadual do Ceará Patrocínio Enel Realização Uane | FDR Este fascículo é parte integrante do projeto Inclusão Social Através do Esporte, viabilizado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, Lei nº 15.700 de 20 de novembro de 2014, CAP nº 25. Apresentação 1. Tecnologia assistiva – aspectos conceituais 2. Categorias de tecnologia assistiva Referências 132 133 135 143 Sumário Apresentação Para falar sobre a inclusão de alunos com deficiência por meio do esporte, é fundamental considerar a utilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que possam eliminar as barreiras para sua efetiva aprendizagem e participação social. Considerando o profissional de Educação Física, a forma como ele compreende o processo de inclu- são e a importância da participação de todos na sociedade permeará suas estratégias e abordagens no processo educacional de seus alunos. Pensando assim, este estudo visa ampliar os conhecimentos acerca da tecnologia assistiva, suas concepções, objetivos e categorias, promovendo uma reflexão sobre a aplicação dessa tecnologia por parte do professor de Educação Física numa perspectiva inclusiva. 132 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE 1 Tecnologia assistiva – aspectos conceituais Para início de conversa, é impor-tante observar a relevância do esporte para a aquisição e a melhoria de habilidades e de competências que favorecem o desenvol- vimento humano. Além disso, a prática esportiva pode contribuir para um estilo de vida saudável, promovendo o bem-estar físico e emocional, exercitando também a capacidade de interação social e o empo- deramento do indivíduo enquanto cidadão. Essa premissa evidencia a interface entre a prática esportiva e a inclusão social, reve- lando a estreita relação entre o esporte e a participação efetiva da pessoa com defi- ciência na sociedade. A inclusão socioeducacional de pessoas com deficiência por meio do esporte tem sido um grande desafio na atualidade. Criar condições adequadas para a pessoa com deficiência realizar atividade física demanda dos professores algumas adaptações de recursos e estratégias. Considerando esse contexto, como pensar nessas adaptações? Qual é a compreensão do uso da tecnologia assistiva (TA) com vistas à autonomia da pessoa com deficiência? Como a TA pode intermediar a inclusão por meio do esporte? Seguramente, você pode pensar nessa mediação quando o uso da tecnologia assis- tiva permite que os alunos com deficiên- cia tenham seus direitos garantidos, assim como os considerados sem deficiência. Dito de outra forma, a inclusão pelo esporte pode ser viabilizada quando a TA é utilizada com o intuito de minimizar as dificuldades oca- sionadas pela deficiência, oportunizando ao indivíduo a prática da atividade física. Para melhor compreensão dessa afirma- ção, importa refletir sobre a concepção de tecnologia assistiva. INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 133 É comum o entendimento de “tecnologia” associado apenas a equipamentos eletrônicos de alta complexidade, influenciando, assim, na concepção de tec- nologia assistiva. A palavra tecnologia tem origem grega: “téchne”, técnica, uma forma de conhecimento ou ofício, e “logia”, estudo de algo. “Em poucas palavras, podemos dizer que a tecnologia é um conjunto de técnicas, instrumentos e métodos que visam aperfei- çoar/ facilitar ações, resolver problemas ou executar uma tarefa específica” (OLIVEIRA; FARIAS, 2018, p.191). Refere-se a práticas do conhecimento científico ou empírico destinados à solução de tarefas específicas. Nesse sentido, a tecnologia assistiva refere-se ao conjunto de recursos e práticas que visam eliminar barreiras que limitam ou impedem as habilidades funcionais das pessoas com deficiência. O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), ins- tituído e aprovado em 2007, pela Secreta- ria de Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil, menciona que a Tecno- logia Assistiva é a área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação, de pessoas com deficiência, inca- pacidades ou mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2009, p. 26). Observe que a TA vai além dos produtos e recursos, envolvendo práticas e estraté- gias que buscam viabilizar a autonomia e a inclusão social das pessoas com deficiência. São meios de minimizar as dificuldades funcionais apresentadas pelas pessoas com deficiência, como forma de “[...] ampliar as condições de participação nos desafios de aprendizagem para todos os alunos com deficiência, inseridos no contexto educa- cional comum, sejam eles com deficiência visual, auditiva, mental, múltipla ou física” (BERSCH; MACHADO, 2010, p. 41). Favorecer a participação da pessoa com deficiência, da forma mais autônoma pos- sível, seja no contexto educacional, seja em outras áreas de sua vida, é possibilitar a sua participação como cidadão. Contudo, para que essa participação seja efetivada, é impor- tante ressaltar a pluralidade de recursos e serviços existentes, conforme verá a seguir. 134 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Categorias de tecnologia assistiva Considerando que acessibilidade é a “possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários,equipamentos urbanos, edificações, transportes, infor- mação e comunicação [...] por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida” (BRASIL, p. 1, 2015), a tecnologia assistiva tem como objetivo eliminar barreiras e possibilitar uma vida com mais autono- mia e independência para seus usuários, visando à compensação das limitações funcionais e ao desenvolvimento das habi- lidades deficitárias. É importante destacar que os dispo- sitivos de tecnologia assistiva podem ser considerados de alta ou de baixa tecnologia. Para essa distinção, observa-se a exigência em sua elaboração. São considerados de alta tecnologia dispositivos eletrônicos de comu- nicação, cadeiras de rodas e computadores. Cabo de talher engrossado com espuma e bloco de papel para a comunicação são entendidos como de baixa tecnologia. Faz-se necessário também destacar que os equipamentos de TA podem ser tratados como gerais quando tiverem um grande espectro de utilização; ou específicos, quando forem usados para auxiliar a per- formance em uma área específica. Outro aspecto relevante sobre o uso de recursos de TA é a intensidade. Caso o usuário utilize para potencializar a função, esses serão considerados de mínima inten- sidade. No entanto, se forem usados para substituir a função, serão vistos como de máxima intensidade. 2 INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 135 Vale ressaltar que, para fins didáticos, os recursos de TA são orga- nizados por categorias, levando-se em conta os objetivos funcionais a que se destinam: comunicar-se, ouvir, ver, andar, alimentar-se, praticar esportes etc. De acordo com Kleina (2012), “a importância dessa classificação está no fato de organizar a utilização, a prescri- ção, o estudo, a legislação e a pesquisa sobre tecnologia assistiva”. É uma sistematização de conhecimentos que auxilia, sobremaneira, na utilização desses recursos e estratégias na prática profissional. Dito isso, observe a seguir as categorias de TA propostas e atualizadas por Tonolli Bersch e Rita Bersch (BERSCH, 2017) e por nós comentadas. 2.1 AUXÍLIOS PARA A VIDA DIÁRIA E A VIDA PRÁTICA Há materiais e produtos que permitem à pessoa com deficiên- cia maior autonomia na realização de tarefas do cotidiano como alimentar-se, vestir-se, tomar banho, escrever, cortar, ler etc. São exemplos desses recursos o suporte para utensílios domés- ticos, o abotoador, a tesoura adaptada, o plano inclinado, as barras de apoio, os recursos para transferência e lápis engrossado. 2.2 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AUMENTATIVA (CAA) São recursos, eletrônicos ou não, que proporcionam ou facilitam a comunicação de pessoas sem fala ou escrita funcional ou em descompasso entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade para falar e/ ou escrever. São exemplos dessa categoria as pranchas de comunicação (com os sistemas de pictogramas, como o PCS e o BLISS), os voca- lizadores (pranchas com produção de voz) e softwares específicos. 136 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE 2.3 RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR São componentes eletrônicos, aplicativos, programas e sistemas operacionais que tor- nam o computador acessível às pessoas com deficiência. São exemplos dessa categoria os disposi- tivos de entrada, como teclados modificados, teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, software de reconhecimento de voz, apontadores, órteses e ponteiras para digitação e os dispositivos de saída, como softwares leitores de tela, software para ajustes de cores e tamanhos das informações (efeito lupa), softwares lei- tores de texto impresso (OCR), impressoras Braille e linha Braille e impressão em relevo. 2.4 SISTEMAS DE CONTROLE DO AMBIENTE Existem também sistemas eletrônicos que visam à promoção de maior independên- cia e segurança de pessoas com limitações motoras. Seus usuários podem, de forma remota, controlar aparelhos eletroeletrôni- cos, sistemas de segurança e de climatização localizados em residências, escritórios etc. O controle remoto pode ser acionado direta ou indiretamente por dispositivos (localizados em qualquer parte do corpo), que podem ser de pressão, de tração, de sopro, de piscar de olhos ou por comando de voz. 2.5 PROJETOS ARQUITETÔNICOS PARA A ACESSIBILIDADE Há projetos desenvolvidos com o objetivo de eliminar ou reduzir barreiras físicas, proporcionando à pessoa com deficiência, física ou sensorial, acesso e mobilidade com segurança e autonomia. São exemplos dessa categoria adaptações estruturais e reformas em residências e/ ou ambientes de trabalho, instalação de rampas e elevadores e adequações em banheiros. INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 137 2.6 ÓRTESES E PRÓTESES São dispositivos artificiais usados para suprir a falta de um membro ou outra parte do corpo, restaurar uma função comprometida (próteses) ou garantir um melhor posiciona- mento e estabilização (órteses). Essas são colocadas junto a um seguimento do corpo. As próteses e as órteses são, geralmente, fabricadas sob medida e auxiliam na mobi- lidade, nas funções manuais, na correção postural e na prática de esportes. 2.7 ADEQUAÇÃO POSTURAL Existem recursos e adaptações que objeti- vam garantir às pessoas com dificuldades motoras ou com movimentos involuntários posturas alinhadas, estáveis, confortáveis e distribuição adequada da pressão na superfície da pele. “A adequação postural buscará também o controle e a prevenção de deformidades musculoesqueléticas, a melhora do tônus postural, a prevenção de úlceras de pressão, a facilitação das funções respiratórias e digesti- vas e a facilitação de cuidados” (Kleina; 2012). São exemplos dessa categoria almofa- das, acentos e encostos anatômicos bem como posicionadores e contentores. 138 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE 2.8 AUXÍLIOS DE MOBILIDADE São equipamentos ou estratégias que favo- recem ou facilitem a locomoção de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. São exemplos as bengalas, as muletas, os andadores, os carrinhos, as cadeiras de rodas manuais ou elétricas e as scooters. 2.9 AUXÍLIOS PARA A AMPLIAÇÃO DA FUNÇÃO VISUAL E RECURSOS QUE TRADUZEM CONTEÚDOS VISUAIS EM ÁUDIO OU INFORMAÇÃO TÁTIL Existem recursos que favorecem a percepção e a compreensão de informações para as pessoas cegas ou com baixa visão. Ou seja, possibilitam, com maior independência, a realização de tarefas como consultar o relógio, usar calculadora e identificar cha- madas telefônicas. São exemplos dessa categoria auxílios ópticos, lentes, lupas manuais e lupas ele- trônicas, softwares ampliadores de tela, materiais gráficos com texturas e relevos, mapas e gráficos táteis. 2.10 AUXÍLIOS PARA AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA Há recursos que favorecem a percepção e a compreensão de informações para as pessoas surdas ou com baixa audição. São exemplos dessa categoria equipa- mentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado teletipo (TTY) e sistemas com alerta táctil-visual. Além disso, celular com mensagens escritas e cha- madas por vibração, software que favorece a comunicação ao telefone celular transfor- mando em voz o texto digitado no celular e em texto a mensagem falada, livros, textos e dicionários digitais em língua de sinais e sis- tema de legendas (close-caption/ subtitles). INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 139 2.12 ESPORTE E LAZER Há recursos e adaptações que permitem às pessoas com deficiência a prática de espor- tes como atividade de lazer ou competitiva. São exemplos dessa categoria bolas com guizo, calhas, capacetes com ponteira, pon- teira de boca, ponteira de mão, prótese esportiva, cintos e faixas. Logo, pode-se observar que os recursos de TA visam promover qualidade de vida e inclusão social por meio da ampliação da comunicação, da mobilidade, do con- trole do ambiente, da prática de esportes e da habilidade de aprendizado e trabalho. Assim,contribui para maior acessibilidade, maior independência e autonomia da pes- soa com deficiência. Dessa forma, a tecnologia assistiva é uma grande área do conhecimento de caráter interdisciplinar, na qual produtos, estratégias e serviços buscam favorecer a funcionalidade da pessoa com deficiência nas diversas áreas de sua vida. Vale ressaltar que essa ferramenta também é utilizada por pessoas com mobilidade reduzida ou outra limitação, mesmo que de forma temporária. Sua aplicação é muito abrangente, con- forme ensina Bersch e Machado (2010, p. 41): A TA é composta de recursos e serviços, contemplando os equipamentos especiais, a adequação do material escolar, a adequa- ção da estrutura física das salas e da escola, as formas específicas de comunicação, o acesso alternativo ao conteúdo escrito ou gráfico; os recursos que favorecem a produ- ção de escrita e texto e os jogos customiza- dos; os recursos para autonomia durante a recreação, alimentação, autocuidado, uso independente do computador e acesso às tecnologias de informação e comunicação; os recursos que favorecem a sinalização, orientação, mobilidade ou outras situações em que, com criatividade, buscamos a solu- ção de dificuldades funcionais. Sendo assim, a tecnologia assistiva (TA) é uma importante ferramenta para a práxis do profissional de Educação Física. É um meio para superar as dificuldades observadas na prática da atividade física das pessoas com deficiência. O profes- sor tem na TA um suporte para possibili- tar, dentre as diferenças individuais dos seus alunos, a igualdade de condições ou direitos, conforme prevê o Art. 4º da Lei Brasileira de Inclusão: “Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discri- minação” (BRASIL, 2015, p. 1). 2.11 MOBILIDADE EM VEÍCULOS Há acessórios, modificações e adaptações que possibilitam a condução autônoma e segura de veículos, para transporte pessoal, por pessoas com deficiência física ou mobi- lidade reduzida. São exemplos dessa categoria alavan- cas adaptadas na direção, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para cadeira de rodas e rampa. 140 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Saiba mais CONFIRA ESSAS SUGESTÕES Filmes - “Meu pé esquerdo”. Direção: Jim Sheridan. Irlanda: Miramax Filmes, 1989, 103 min. - “O escafandro e a borboleta”. Direção: Julian Schnabel. EUA/ França: Miramax Films/Europa Filmes, 2007. 112min. Livros - Manzini, E. J. (Org.) Inclusão e acessibilidade. Marília: ABPEE, 2006. - Kleina, Cláudio. Tecnologia assistiva em educação especial e educação inclusiva. Curitiba: InterSaberes, 2012. - NUNES, L. R. d’O. de P.; PELOSI, M. B.; GOMES. M.R. Um retrato da comunicação alternativa no Brasil. Rio de Janeiro: Quatro Pontos, 2007. v. I e II. Sites - Portal Domínio Público: biblioteca digital desenvolvida em software livre. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 02 de agosto de 2021. - ASSISTIVA: Tecnologia e Educação. Disponível em: <http://www. assistiva.com.br>. Acesso em: 19 de agosto de 2021. INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 141 Esse direito caracteriza-se como o prin- cípio da equidade, no qual observa-se a demanda de condições diferenciadas para possibilitar a equiparação ou igualdade de oportunidades a todas as pessoas com ou sem deficiência. Mas como possibilitar esse direito? De que forma o profissional de Educação Física poderá selecionar e decidir sobre a tecno- logia assistiva a ser utilizada? Como foi visto, o universo das tecnolo- gias assistivas é muito grande, da mesma forma que observamos a diversidade das deficiências. Desse modo, o professor deve avaliar a pessoa com deficiência, prio- rizando suas habilidades e observando suas dificuldades. É importante verificar as características da deficiência, mantendo o foco no indivíduo e na sua funcionalidade mediante a sua prática. Assim, para que a escolha seja asser- tiva, faz-se necessária a observação sis- temática da funcionalidade do indivíduo por parte do profissional. Além disso, é fundamental que o usuário da tecnologia assistiva participe do processo de escolha do recurso. Professor e usuário, juntos, devem identificar o que melhor se adapta às necessidades da pessoa com deficiência, visando à sua autonomia, independência e inclusão social. Diante do exposto, destaca-se a neces- sidade do conhecimento das tecnologias assistivas por parte do profissional de Educação Física para promover a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência. 142 | FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA - UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Referências BERSCH, Rita; MACHADO, Rosângela. Atendimento educacional especializado do aluno com deficiência física. São Paulo: Moderna, 2010. _______, Rita; MACHADO, Rosângela; SCHIRMER, Carolina R; Browning, Nádia. Atendimento Educacional Especializado - Deficiência Física. Brasília/DF: MEC/SEESP, 2007. 129p. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf . Acesso em: 13/07/2021. _______. Rita. Introdução à tecnologia assistiva. 2017. Disponível em: http://www. assistiva.com.br/ Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf. Acesso em: 30 julho de 2021. BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Comitê de Ajudas Técnicas. Tecnologia Assistiva. Brasília: CORDE, 2009. 138 p. _______. Lei n. 13.146, de 6 de jul. de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm; acesso em: 5 agosto 2021. KLEINA, Cláudio. Tecnologia assistiva em educação especial e educação inclusiva. Curitiba: InterSaberes, 2012. OLIVEIRA, Naila Maria de; FARIAS, João Bosco de. Tecnologia Assistiva: Estratégias e práticas na Orientação e Mobilidade. In: FAÇANHA, A. R.; FREITAS, L. P. T. (org.). Curso de especialização em Orientação e Mobilidade. Fortaleza: IFCE, 2018. p. 190-192. INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 143 Autores Ana Lúcia Silva Farias É graduada em Letras/Português-Literatura, pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), especialista em Literatura Brasileira e especialista em Neuropsicopedagogia (em curso). É professora efetiva da Secretaria de Educação do Estado do Ceará – AEE e Formação de professores; e professora de língua portuguesa na rede particular de ensino. Anaxágoras Maia Girão É engenheiro eletricista, pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e especialista em Arquitetura de Computadores. É professor/pesquisador do IFCE Campus Fortaleza. Coordena o Laboratório de Pesquisa Aplicada e Desenvolvimento em Automação (Lapada), que tem foco no desenvolvimento de tecnologias assistivas voltadas a pessoas cegas. Entre os produtos desenvolvidos na área, estão: o mouse braille (Portáctil), a cella braille aumentada para alfabetização em braille (EdukBraille), a reglete digital, o flanelógrafo braille e a impressora braille. É diretor presidente do Instituto Iracema de Pesquisa e Inovação. PATROCÍNIO REALIZAÇÃOAPOIO Ilustrador Guabiras Carlos Henrique Santos da Costa é cartunista e jornalista por formação. Trabalhou no O POVO (Fortaleza/CE) de 1998 a 2019. Colaborou para a revista MAD (SP) de 2003 a 2016. Publicou em 2003 uma história em quadrinhos no jornal Extra, de Nova York (EUA). Ganhou em 2015, junto com a equipe de arte do O POVO, o prêmio Esso de Jornalismo na categoria Criação Gráfica. Em 2016, o Prêmio Ângelo Agostini de “Melhor Cartunista” e dois Troféus HQ MIX em parcerias. Participou de projetos como Tarja Preta (RJ), Escape (SP), Gibi Quântico (SP) e Marcatti 40 (SP). Izabeli Sales Matos É mestra em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará (Uece), profissional de Educação Física pela Universidade de Fortaleza (Unifor), especialista em Atendimento Educacional Especializado (AEE)pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em Formação de Professores na Área da Deficiência Visual pela Sociedade de Assistência aos Cegos, em Psicomotricidade pela Uece, e em Lazer pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É docente da Associação de Cegos do Estado do Ceará (ACEC), no AEE e Orientação e Mobilidade. É docente do curso de Especialização em Orientação e Mobilidade pela Faculdade Alpha (Recife – PE). Ruth da Silva Lima É profissional de Educação Física, pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), especialista em Educação Física para Grupos Especiais pela Faculdades do Nordeste e especialista em Educação Inclusiva e Práticas Pedagógicas em AEE, pela Faculdade do Maciço de Baturité. É membro do Grupo de Estudos em Educação Física e Desporto Adaptado (GEFDA/ UFC), professora efetiva do Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza e docente do Centro de Referência em Educação e Atendimento Especializado do Ceará (Creaece), no AEE e Orientação e Mobilidade. É treinadora de bocha paralímpica da Associação D’Eficiência Superando Limites (Adesul).
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