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Victória Thalita do Nascimento Pereira, acadêmica de Direito. Ética a Nicômaco – Aristóteles Livro V É impossível pensar a Justiça em Aristóteles sem ser no âmbito da cidade. Primeira Parte: Observações Iniciais - Conceitos-Chaves Aristóteles apresenta a Virtude como sendo de dois tipos: a intelectual (que seria produzida e também ampliada pela instrução) e a moral (que não é advinda da natureza, mas sim é um produto do hábito). As Virtudes são adquiridas por meio da prática daquilo que já foi aprendido e têm como exemplos a Justiça, a Moderação e a Coragem. Ademais, do mesmo modo que elas podem ser adquiridas, podem também ser destruídas. A virtude também tem relação com o meio-termo. Por isso, elas podem ser destruídas tanto pela deficiência como pelo excesso, como a coragem que pode ser destruída tanto pela covardia (deficiência), como pela temeridade ou destemor (excesso). Além disso, Aristóteles ressalta que diante dos prazeres, não se pode ser nem um indivíduo rude, nem libertino, sendo necessário sempre o meio-termo. Percebe-se, então, que há uma relação das virtudes com ações e paixões, prazeres e dores. A dor, por exemplo, é necessária, porém não pode ser sofrida em demasia, em excesso. Aristóteles defende também que não é possível ser Ético e Justo conhecendo apenas a prática das coisas e que para agir de maneira justa é necessário a vigilância constante, uma vez que “a bondade é simples, mas múltipla é a maldade” Segunda Parte: Justiça Aristóteles dá uma definição inicial de Justiça, como sendo uma virtude perfeita e uma disposição moral que nos torna aptos a realizar ou desejar a Justiça. É necessário saber o que ela é, mas não é preciso pensar o que é seu oposto. Aristóteles vai pensar o que é o homem justo (aquele que observa as leis e que também é equitativo) e o injusto (aquele que desobedece às leis e não é equitativo). Ser equitativo é tomar para si apenas o que se deve. Tomar em maior ou menor quantidade, será considerado injusto. No que diz respeito às leis propriamente ditas, são promulgadas para o interesse comum e são produzidas pelo mais excelentes (os mais velhos, os mais sábios) e são Victória Thalita do Nascimento Pereira, acadêmica de Direito. produzidas para a felicidade da comunidade política. Se forem desobedecidas, estará sendo cometida a injustiça. As leis devem ser corretamente produzidas e promulgadas. A Justiça é a virtude perfeita e é prática, é ação. A Justiça é desvelada e apresentada nos atos de autoridade, pois é no ato de autoridade que se saberá se ou o homem é virtuoso ou não, levando em consideração, necessariamente, sua relação com os outros. Além disso, aquelas leis que não foram corretamente produzidas podem ser desobedecidas, sem correr o risco de ser injusto. Só se pode pensar Justiça em Aristóteles na relação com o outro, de tal maneira que algo como a justiça privada não é uma justiça propriamente dita, mas sim, no máximo, uma disposição (para parecer ser justo). Terceira Parte: Injustiça A Injustiça, por sua vez, será pensada no sentido particular, que se manifesta de duas formas: a partir dos demais vícios ou pelo excesso/deficiência de algo, como a covardia, mesquinhez, temerário. A Injustiça, é, em si, também um vício.
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