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TCC A importância do lúdico no processo de aprendizagem

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FACULDADE UNIMAIS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LUDOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL
JULIANA PEREIRA VAZ DE SOUZA LOPES
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
ITAGUAÍ-RJ
2021
JULIANA PEREIRA VAZ DE SOUZA LOPES
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
trabalho de Conclusão de Curso de Pós-graduação Latu Senso de Ludopedagogia e educação Infantil da Faculdade Unimais, como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Ludopedagogia e docência na Educação Infantil
ORIENTADOR
Prof 
Davi Castro
ITAGUAÍ - RJ
2021
JULIANA PEREIRA VAZ DE SOUZA LOPES
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
trabalho de Conclusão de Curso de Pós-graduação Latu Senso de Ludopedagogia e educação Infantil da Faculdade Unimais, como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Ludopedagogia e docência na Educação Infantil
Aprovada em de 2021
BANCA EXAMINADORA
Profº Orientador Davi Castro
Faculdade Unimais
Prof
Faculdade Unimais
Prof
Faculdade Unimais
ITAGUAÍ - RJ
2021
a importância do lúdico no processo de aprendizagem
Juliana Pereira Vaz de Souza Lopes[footnoteRef:1] [1: Pós-graduanda em Ludopedagogia e Educação infantil pelo Grupo Educar EaD julianapereiravaz@hotmail.com ] 
RESUMO: Torna-se necessário pensar na criança e criar mecanismos inovadores capazes de vir ao encontro das reais necessidades delas, transformando a aprendizagem em algo gostoso de fazer, através da ludicidade. É brincando que elas elaboram novos significados no decorrer da realidade vivida no dia-a-dia e assim conhecem o mundo e se socializam. Isso se evidência pela necessidade dos ensinos ministrados a serem problematizados contextualizados e relacionados à vivência dos alunos, valorizando seus conhecimentos prévios e cotidianos. A utilização da ludopedagogia como um instrumento importante para a vida nos dias atuais, pois todos podem contribuir no processo de aprendizagem. Diante de uma sociedade dinâmica e informal na qual se vive, se faz necessário refletir sobre a prática docente e a necessidade de estabelecer situações de ensino aprendizagem que explore as diferentes linguagens de ensino que estão disponíveis, contudo, sabe-se que não é fazer uso de um bom recurso que vai garantir boa aprendizagem, pois o recurso não substitui ou supera o professor, mas auxilia. O caminho metodológico que orientou as contribuições das reflexões foi realizado com base nos textos de alguns educadores e pesquisas bibliográficas. Este artigo tem como direcionamento fundamental esclarecer a importância do processo de aprendizagem utilizando atividades lúdicas, demonstrando a contribuição que enriquece o processo de ensino aprendizagem do aluno e do professor, atual realidade dos futuros professores que estão concluindo a especialização em ludopedagogia. 
PALAVRAS-CHAVE: Lúdico. Aprendizagem. Contribuição. Brincar.
THE IMPORTANCE OF PLAYFULNESS IN THE LEARNING PROCESS
ABSTRACT: It is necessary to think about the child and create innovative mechanisms capable of meeting their real needs, transforming learning into something pleasant to do, through playfulness. It is by playing that they elaborate new meanings in the course of the reality experienced on a daily basis and thus get to know the world and socialize. This is evidenced by the need for the teachings to be problematized in context and related to the students' experience, valuing their previous and daily knowledge. The use of ludopedagogy as an important tool for life today, as everyone can contribute to the learning process. In the face of a dynamic and informal society in which we live, it is necessary to reflect on teaching practice and the need to establish teaching and learning situations that explore the different teaching languages ​​that are available, however, it is known that it is not to make use of of a good resource that will guarantee good learning, because the resource does not replace or surpass the teacher, but it helps. The methodological path that guided the contributions of the reflections was carried out based on the texts of some educators and bibliographic research. This article has the fundamental aim of clarifying the importance of the learning process using playful activities, demonstrating the contribution that enriches the teaching and learning process of the student and the teacher, the current reality of future teachers who are concluding the specialization in ludopedagogy.
KEYWORDS: Playful. Learning. Contribution.To play.
1. INTRODUÇÃO
Este artigo discorre a importância do lúdico no processo de aprendizagem objetivando a compreensão de como a ludicidade pode ajudar no processo de aprendizagem do aluno no processo de aprendizagem utilizando atividades lúdica. Os professores consideram importante a prática do lúdico em sala de aula, porém, muitos deixam de utilizá-lo por encontrarem dificuldade em conciliar atividades lúdicas e os conteúdos previstos, e também dificuldades relacionadas ao número elevado de alunos, os quais muitas vezes não respeitam as regras. 
Para contribuir e estimular os educadores a utilizarem um recurso metodológico e facilitador do processo de aprendizagem utilizando atividades lúdicas, sendo sugerido um projeto de ensino-aprendizagem da ludicidade na prática, proporcionando aos alunos uma aprendizagem mais prazerosa, dinâmica e significativa. 
Aprender brincando, fará o aluno aprender mais rápido e com mais facilidade, mas é muito importante que o educador tenha objetivos para que pretende atingir com este brincar. O brincar, pelo ato de brincar desenvolve os aspectos físico, moral e cognitivo, entre outros, mas há a necessidade da orientação do adulto para que esse desenvolvimento ocorra.
O ato de brincar estimula o uso da memória que ao entrar em ação se amplia e organiza o material a ser lembrado, tudo isto está relacionado com aparecimento gradativos dos processos da linguagem que ao reorganizarem a vivência emocional e eleva a criança a um novo nível de processos psíquicos.
A ação de brincar (o lúdico) é um fator importante para o desenvolvimento humano, sendo que ele a partir da situação imaginária introduz gradativamente entre outras coisas a criança a um mundo social, cheio de regras.
A finalidade desta pesquisa é procurar dar ao leitor e educador uma visão mais ampla do uso da ludicidade como contribuição para o ensino mais consciente proveitoso, indicando como forma de sugestão a ser trabalhada nas salas de aula e atualmente com o estudo a distância, devido a pandemia mundial.
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1 O lúdico no decorrer dos tempos
O lúdico é uma estratégia, uma ação muito vivenciada pelas crianças diz respeito ao brincar, ao divertimento, o que este, está enraizado na criança ao nascer, quando brinca com os móbiles do berço. 
Ao referir-se ao termo brincar, ideologicamente imagina-se o brinquedo, hoje é presenciada uma diversidade enorme de brinquedos, mas, a utilização dos brinquedos ocorreu em um processo gradual e simultâneo, ao desenvolvimento cultural dos povos. Antigamente os brinquedos eram relacionados à crença e religiosidade, na Grécia, Roma e Egito os brinquedos eram oferecidos a deuses na perspectiva de alcançar a realização dos pedidos. O brincar revela relações diferenciadas ao longo da história da humanidade, possibilitando ser reinventada a cada época. 
Aprende-se a brincar de forma constituída nas relações sociais e na cultura relacionado à infância, entre os séculos XVII e XVIII, havia uma separação na relação do brinquedo de crianças e adultos, antes brincavam indiferentemente de idade ou gênero, a partir do conceito de infância foi transformando as relações de brincar e jogar. 
O brincar não tem mais lugar no mundo do adulto sendo constituído um mundo à parte, outro universo. Para BENJAMIN (1984 p.16) “os brinquedos documentam como o adulto se coloca em relação ao mundo da criança”, o adulto acredita quea criança tem direito de brincar, limitando-se ao adulto o direito de trabalhar, pode-se até brincar, mas, quando não está trabalhando. 
[...] o brinquedo, mesmo quando não imita os instrumentos dos adultos é confronto na verdade não tanto da criança com os adultos, do que estes com as crianças. Pois de quem a criança recebe primeiro seu brinquedo senão deles? [...]Há, portanto, um grande equívoco na suposição de que as próprias crianças movidas pelas suas necessidades determinam todos os brinquedos. (BENJAMIN, 1984, p.17) 
A brincadeira costuma ser uma atividade desvalorizada, sendo uma característica da infância por denominar não responsável, atividade de não trabalho, sem importância, a criança para o adulto só pode brincar quando acaba o trabalho de casa. A criança sonha ser adultos sendo os deuses que adoram, admiram e que copiam os atos e atitudes, por sua vez, resulta na brincadeira a sombra do adulto impulsionando e dirigindo. Nas brincadeiras as crianças reproduzem os atos dos adultos que presenciam. O brinquedo é constituído em fato social produzido historicamente, culturalmente, sendo ensinado, aprendido e delegado pelos adultos. 
Uma emancipação do brinquedo começa a se impor; quanto mais a industrialização avança, mais decididamente o brinquedo subtrai-se ao da família, tornando-se cada vez mais estranho não só às crianças, mas também ao país. (BENJAMIN, 1984 p.18) 
Hoje, os jogos eletrônicos, jogos da internet, Playstation, X-box, mini game, robôs interativos, iDog, são jogos desconhecidos da infância dos adultos atuais, associados ao avanço tecnológicos da comunicação e da informação, podem ser considerados necessários, mas contudo a redescoberta dos jogos e brincadeira antigas são necessárias paras as crianças correrem, se esconderem, brincar com sucatas, criando e não somente um cibernético, passando horas frente ao computador, não sabendo brincar e se relacionar com os outros frente a frente. 
O termo lúdico está sendo utilizado com o significado de jogo, brincadeira ou brincar é um processo natural que perpassa por diferentes fases, em diferentes etapas da vida, mas o lúdico além de jogo, brincadeira ou brincar passou a ser traço essencial da psicofisiologia do comportamento humano extrapolando as demarcações do brincar espontâneo. O processo de conhecimento das crianças inicia sempre desde pequenas, com uma exploração dos objetivos, quando pratica ações sobre os objetivos. (PIAGET,1979 p.25) 
A ludicidade é assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional, principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permitirem um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento.
Independentemente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem em um mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz de conta se confundem, apesar de a história de antigas civilizações mostrar o contrário, fazendo o brincar se transformar em pecado.
Nas sociedades de mudanças aceleradas em que vivemos, somos sempre levados a adquirir competências novas, pois é o indivíduo a unidade básica de mudança. A utilização de brincadeiras e jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentarem os desafios que lhe surgirem. Esta pesquisa irá mostrar o quanto o "lúdico" pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das crianças, tornar evidente que os professores e futuros professores devem e precisam tomar consciência disso, saber se os professores atuantes têm conhecimento de alguns conceitos, como o "lúdico" e a "brinquedoteca" e muitas outras questões sobre a relação do brincar com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança.
2.2 A importância do Lúdico no processo da aprendizagem
Não deixando de considerar a realidade da criança e a bagagem que traz do seu cotidiano antes até de ingressar na escola, pois se aprende a brincar desde cedo, pelas relações que os sujeitos estabelecem com os outros e com a cultura, assim a escola deve ter a conscientização que a realização da atividade lúdica infantil fornece informações elementares a respeito da criança como suas emoções, a forma como interage com seus colegas, seu desempenho físico-motor, seu processo de desenvolvimento, seu nível linguístico, sua formação moral, dentre outros. 
No jogo, a criança toma consciência de si mesma, aprende a desejar e a subordinar a seu desejo seus impulsos afetivos passageiros, aprende a atuar subordinando suas ações a um determinado modelo, a uma norma de comportamento. Assim no jogo a submissão à necessidade não é imposto de fora, pois responde à própria iniciativa da criança como algo desejado. O jogo dessa maneira, por sua estrutura psicológica, é o protótipo da futura atividade séria. Da necessidade que o jogo faz desejada à necessidade que se torna plena consciência: este é o caminho que vai do jogo às formas superiores da atividade humana. (ELKONIN apud VOLPATO, 2002, p.49-50) 
Com o jogo, a criança aprende, verbaliza, comunica-se com mais facilidade e realiza argumentações, internaliza novos comportamentos e, consequentemente, se desenvolve em todos os aspectos. 
O único bom ensino é aquele que está à frente do desenvolvimento cognitivo e o dirige. Analogamente, a única boa aprendizagem é aquela que está avançada em relação ao desenvolvimento. A interação social que leva à aprendizagem deve ocorrer dentro daquilo que ele chama de zona de desenvolvimento proximal, a distância entre o nível de desenvolvimento cognitivo real do indivíduo, tal como poderia ser medido por sua capacidade de resolver problema sozinho e seu nível de desenvolvimento potencial, tal como seria medido por sua capacidade de resolver problemas sob orientação ou em colaboração com companheiros mais capazes. 
As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais. Ao ingressar na escola, a criança sofre um considerável impacto físico-mental, pois, até então, sua vida era exclusivamente dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar. 
Lúdico é uma estratégia de ensino que não se encerra somente no jogo, até parlendas, cantigas, caça-palavras, cruzadinhas, brincadeiras são estratégias lúdicas. Atividade agradável não pode ser confundido com um jogo de sentido de “competições”, como obrigação, treinamento, fanatismo, de forma difícil provocando a ansiedade que resulta com toda sua agressividade e competitividade em jogo-vício ou jogo-obrigação, pois a essência está no jogo-brinquedo com natureza criativa. 
As brincadeiras ocorridas na escola têm que estar de acordo com o objetivo da instituição, seja para a alfabetização, seja para o repasse de boas maneiras, ou com quaisquer fins educativos.
Uma das alternativas metodológicas que o professor pode utilizar para desenvolver a aprendizagem no âmbito da alfabetização é a ludicidade. O lúdico se aproxima da afetividade, da socialização e integração, retrata prazer deste que estimula a emoção, a alegria, o divertimento. Através da brincadeira, a criança desenvolve a atenção, a memória, a autonomia, a capacidade de resolver problemas, se socializa, desperta a curiosidade e a imaginação, de maneira prazerosa e como participante ativo do seu processo de aprendizagem. 
A aprendizagem e o desenvolvimento estão finamente relacionados, na medida em que as crianças se inter-relacionam com o meio objeto e social, internalizando o conhecimento acrescido de um processo de construção, da qual é participante ativo. O brincar permite, aprender a lidar com as emoções, algo muito preocupante nos dias atuais, quando se nota uma grande dificuldade de as pessoas controlarem suas emoções. 
Pelo brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, mundo mais desequilibrado e complexo para adultos, quanto mais paraesta “Geração W”, construindo assim sua individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade, favorecendo uma segurança de si próprio frente a tantas turbulências. 
Mas, é Piaget (1978 p. 134) que esclarece o brincar, quando explica que a brincadeira implica uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando características específicas, apresentando formas diferenciadas de brincar. A brincadeira de faz-de-conta ou jogo simbólico, uma das condutas da função semiótica que possibilita a representação, tem como estrutura o símbolo. 
As atividades lúdicas não se referem somente à modalidade da Educação Infantil, elas permeiam todas as fases da infância e estão presentes em todos os segmentos da vida. (ALMEIDA 1998, p.13): 
A educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. Ela é uma ação inerente na criança, no adolescente, no jovem e no adulto e aparece sempre como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração constante do pensamento individual em permutações com o pensamento coletivo. 
É importante mencionar a língua escrita, como a aquisição de um sistema simbólico de representação da realidade. Também contribui para esse processo o desenvolvimento dos gestos, dos desenhos e do brinquedo simbólico, pois essas são também atividades de caráter representativo, isto é, utilizam-se de signos para representar significados. 
Segundo Rousseau (1968), cada criança tem a sua maneira próprias de ver, sentir e pensar, aprendendo através da conquista ativa, com sua participação no processo, onde corresponde à sua alegria natural, “que pule, que corra, que grite quanto tem vontade” (ROUSSEAU, 1968, p. 69) 
A educação que proporciona atividades lúdicas incentiva a auto expressão e participação social às crianças, considerando a criança como criadora e desperta, mediante estímulos, as suas faculdades próprias para a criação produtiva. O lúdico como uma arte, um instrumento promove e facilita a educação da criança. 
Já Dewey (1952), afirma que o jogo proporciona o ambiente natural da criança, na medida que os apontamentos de coisas abstratas e remotas não correspondem ao interesse da criança, pois não condiz com sua realidade. 
Piaget (1978) mostra claramente em suas obras que os jogos não são apenas um entretenimento parta gastar energia das crianças, mas valiosos recursos que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual, sendo os jogos e as atividades lúdicas significativas à medida que a criança se desenvolve, com a livre manipulação de materiais variados, pois passa a reconstituir, reinventar as coisas, exigindo uma adaptação mais completa, para tal adaptação é preciso que a criança evolua internamente, transformando as atividades lúdicas na linguagem escrita. 
A ludicidade precisa ser vista como algo imprescindível na vida do ser humano, pois facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. De acordo com Almeida: 
A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a libertação das relações pessoais passivas, técnicas para as relações reflexivas, criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço, sem perder o caráter de prazer, de satisfação individual e modificador da sociedade. (ALMEIDA,1998, p.31-32) 
A escola deve refletir sobre a importância do lúdico, sobre seus benefícios, de que forma utilizar essas atividades lúdicas para aquisição da linguagem escrita e do conhecimento como um todo, sendo uma escola comprometida com o aluno, com o seu desenvolvimento e que compreenda as suas necessidades de correr, brincar, jogar, de expandir-se, proporcionando ser uma criança alegre e feliz. 
A escola deve aproveitar as manifestações de alegria da criança e canalizá-la emocionalmente através de atividades lúdicas educativas, pois, quando bem direcionadas, trazem grandes benefícios que proporcionam saúde física, mental, social e intelectual à criança, ao adolescente, até mesmo ao adulto. 
Utilizar o lúdico promove um estado de inteireza, de plenitude naquilo que se faz com prazer. Segundo Feijó (1992, p.61) “o lúdico é uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana”. Educar não é só ensinar a ler, é principalmente, atender às necessidades do desenvolvimento da criança, a fim de prover a plena realização de sua personalidade. Para tal, é preciso que a escola satisfaça os interesses profundo das crianças através do brinquedo da aprendizagem e do trabalho. 
O lúdico é considerado prazeroso, devido à sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo, em uma aspecto de envolvimento emocional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia, sendo assim de um interesse intrínseco, unindo forças para aquisição do conhecimento. 
Segundo Oliveira (2000): 
(...) ao jogar e brincar, a criança relaciona-se com a realidade, constroem conhecimentos, expressa suas necessidades e resolve conflitos. É por meio de ações físicas e mentais que o pensamento se desenvolve. Dessa forma, o brincar, juntamente com outras formas de representação, deve ser objeto de interesse de todos os envolvidos no, processo educacional (2000, p.89).
O lúdico não está apenas no ato de brincar, no ato da leitura com a apropriação da literatura de forma natural de descobrimento e compreensão do mundo, na atividade de expressão lúdica criativa tem um poder de atrair a atenção das crianças, constituindo um mecanismo de potência na aprendizagem. 
O jogo não é simplesmente um "passatempo" para distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar. Estimula o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e o progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se vive. Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa. O jogo é essencial para que a criança manifeste sua criatividade, utilizando suas potencialidades de maneira integral. É somente sendo criativo que a criança descobre seu próprio eu (TEZANI, 2004).
Segundo Vygotsky, “[...] a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz de conta, como ainda nas que exigem regras (BERTOLDO, RUSCHEL, 2012).
3. DISCUSSÃO CRÍTICA
Percebe-se que os educadores da atualidade precisam utilizar-se do lúdico na educação, pois ao separar o mundo adulto do infantil, e ao diferenciar o trabalho da brincadeira, a humanidade observou a importância da criança que brinca. O lúdico é um recurso metodológico por intermédio do qual o educador pode conhecer seu aluno e a realidade do grupo, suas necessidades, conflitos, dificuldades, estados de espírito e comportamentos em geral.
Todos devem aprender de forma que seja prazeroso, que não sejam reprimidos, ou estancados no processo ensino-aprendizagem, não precisamos encarar a ludopedagogia como uma arte de brincar, limitados entre brincadeiras e brinquedos, mas, em uma arte de ensinar, diferenciando das aulas expositivas, monótonas e improdutivas.
4. CONCLUSÃO
Ensinar de forma lúdica é um grande desafio, mesmo que o brincar sempre tenha feito parte do cotidiano infantil, nem sempre lhe foi dada a devida importância. Mesmo sabendo que a presença das atividades lúdicas vem desde os tempos primitivos, cria-se muitas dúvidas e dificuldades em conviver com ludicidade dentro das instituições de ensino.
A ludicidade, é tão importante para a saúde mental do ser humanoé um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.
As atividades lúdicas funcionam como exercícios necessários e úteis a vida. E as brincadeiras e jogos são elementos indispensáveis para que haja uma aprendizagem com divertimento, que proporcione prazer no ato de aprender. E facilite as práticas pedagógicas em sala de aula.
As atividades lúdicas têm por objetivo ajudar a criança a entrar em contato com o mundo imaginário e ao mesmo tempo real, e desenvolver suas habilidades de criar e relacionar esses conhecimentos, pois, só assim elas serão capazes de desenvolver uma linguagem e aprender a dominar todo tipo de informação.
5. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: Prazer de estudar técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Edições Loyola, 1998. 
BENJAMIN, W. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo: Sumos, 1984.
BERTOLDO, Janice Vida; RUSCHEL, Maria Andrea de Moura. Jogo, Brinquedo e Brincadeira - Uma Revisão Conceitual. Disponível em: http://www.ufsm.br/gepeis/jogo.htm. Acesso no dia 11 de abril de 2021. 
DEWEY, John, (1952). La busca de la certeza: un estudio de la relación entre el conocimiento y la acción. México: Fondo de Cultura Económica. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782004000100011 Consultado em 08/04/2021 às 23:33. 
FEIJÓ, O. G. Corpo e Movimento: Uma Psicologia para o Esporte, Rio de Janeiro: Shape, 1992 
OLIVEIRA, Vera Barros de. O Brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ : Vozes, 2000. 
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. 
ROUSSEAU, Jean J. Emílio Jogos da Educação. São Paulo: Defusão Européia do Livro, 1968. 
TEZANI, Thaís Cristina Rodrigues. O jogo e os processos de aprendizagem e desenvolvimento: aspectos cognitivos e afetivos. 2004. Disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=621. Acesso no dia 06 de abril de 2021.
VOLPATO, G. Jogo, brincadeira e brinquedo: usos e significados no contexto escolar e familiar. Florianópolis: Cidade Futura, 2002.

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