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02- Mineralogia

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TÉCNICO EM 
MINERAÇÃO
MÓDULO I
Minerologia
MINEROLOGIA
Ficha Técnica
Elabroração - Escola Estadual de Educação Profissional
Capa / Diagramação - Gabriel Araújo Galvão
Diretor Pedagógico - Edilvo de Sousa Santos
Índice
Introdução ........................................................................................................05
Propriedades Físicas dos Minerais ...........................................................08
Classes Mineralógicas ...................................................................................18
Os Silicatos ........................................................................................................18
Referências Bibliográficas ............................................................................53
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1.1 A HISTÓRIA DA MINERALOGIA
 Embora os minerais sejam utilizados pelo homem 
desde a Antiguidade, somente em tempos mais recentes 
é que a Mineralogia foi reconhecida como uma ciência.
 Na Idade da Pedra o homem já utilizava os mine-
rais, principalmente, em registros de pinturas rupestres 
de cavernas, onde era utilizada a hematita (pigmentos 
avermelhados) e a pirolusita (pigmentos pretos). Subs-
tâncias como o ouro nativo, malaquita, lápis-lazúli e es-
meralda, já eram conhecidas, comercializadas e utilizadas 
pelas civilizações do vale do rio Nilo, na África, há cerca 
de 5.000 antes do Presente. 
 A arte da mineração, nos registros arqueológicos, 
já era amplamente conhecida pelas civilizações chinesa, 
babilônia, egípcia e grega. Além do ouro nativo, cobre 
nativo e prata nativa, as civilizações da Antigüidade já 
conheciam jazimentos ricos em combinações de subs-
tâncias ricas em cobre, estanho e ferro e, assim, apren-
deram a extrair, fundir e processar esses minerais para 
forjar suas armas e instrumentos úteis em seu dia-a-dia. 
Também coletavam pedras coloridas que, por sua beleza, 
os deixavam maravilhados. Surgiu, então, na antiga Gré-
cia, com Platão (427 a.C. –347 a.C.) e Aristóteles (384 a.C. 
–322 a.C), os primeiros estudos relacionados às substân-
cias cristalinas. Seguiram-nos o grego Theophrastus (372 
a.C. –287 a.C.) que descreveu as primeiras 16 espécies 
mineralógicas. Após, o romano Plínio Gaio – “o Velho” (23 
-79), que escreveu quatro tratados em que trazia todo o 
conhecimento a respeito dos minerais na época. Na Ida-
de Média o Ocidente entrou em franco declínio científico, 
devido à Inquisição, vindo, então, o Oriente, que assimi-
lou a cultura grega e hindu ascendendo cientificamente. 
Destacou-se o médico árabe Avicenna (980 -1037) que 
publicou o “Tratado das Pedras”, fazendo a primeira clas-
sificação taxonômica dos minerais conhecidos à época.
 Assim, em decorrência dessa treva cultural esta-
belecida durante a Idade Média, o estudo dos minerais 
ficou restrito, por um longo período, apenas a especula-
ções sobre propriedades mágicas que as pedras teriam. 
A Química se restringia apenas a estudos limitados e pri-
mordiais da alquimia. Contudo, já se dava nomes primiti-
vos às minas e às pedras.
 A partir do final da Idade Média, no século XVI, 
surgiu na literatura europeia o trabalho do médico da Bo-
hêmia, Georgius Agrícola (1494 -1555), denominado De 
1. Introdução Re Metallica, considerado um marco para a emergência 
da mineralogia como ciência. O eminente cientista versou 
sobre as práticas mineiras aplicadas na Alemanha e Itália 
e propôs uma classificação das substâncias cristalinas em 
relação aos jazimentos em que elas se formavam. Logo a 
seguir, estudando relações de cristais de quartzo e hema-
tita, o médico dinamarquês Niels Stensen (Nicolas Steno) 
(1638 -1686) enunciou em 1669, a Lei da Constância dos 
Ângulos Diedros. Ele notou que a despeito da origem, ta-
manho ou hábito, os ângulos entre as faces correspon-
dentes são sempre constantes. Estava sendo embasado o 
que viria a ser uma nova ciência: a Mineralogia. Na Rússia 
surgiu um dos maiores expoentes da Mineralogia, o quí-
mico Mikhail Vassilievich Lomonósov (1711 - 1765), que 
formulou a Teoria da Estrutura Cristalina das Substâncias. 
Em 1784, René J. Haüy (1743 -1822) mostrou que os cris-
tais são construídos por ínfimos blocos, que ele chamou 
de “moléculas integrais”, que correspondem a conceito 
de celas unitárias da cristalografia moderna. Mais tarde
desenvolveu a teoria dos índices racionais das faces cris-
talinas. Na Alemanha surgiu a Escola de Freiberg, encabe-
çada por Abraham Gottlob Werner (1750 –1817), que in-
fluenciou o desenvolvimento da mineralogia em todos os 
países da Europa Ocidental. No início do século XIX, em 
Londres, William Hyde Wollaston (1766 -1828) inventou o
goniômetro de reflexão que permitiu medidas precisas da 
posição das faces dos cristais, tornando a cristalografia 
em uma ciência exata. Em meados do século XIX, a mi-
neralogia constitui-se definitivamente como a ciência dos 
minerais. Separaram-se as rochas, até então considera-
das minerais, e passou-se a considerar os minerais isola-
damente como indivíduos cristalinos, com estudos preci-
sos sobre as formas cristalográficas e das características 
físicas e químicas através das primeiras análises químicas 
completas dos minerais. O mineralogista russo Nicolai 
Yvanovich Koksharov (1818 -1893) fez a primeira sistema-
tização dos minerais utilizando-se de critérios descritivos 
e parâmetros matemáticos dos cristais. Somente a partir
do estabelecimento do Sistema Periódico dos Elementos, 
pelo químico russo Dimitri Mendeleyév (1834 -1907), é 
que se conseguiu classificar quimicamente as substâncias
cristalinas. Começou-se, então, a se esboçar a minera-
logia moderna. Em 1828, o físico escocês, William Nicol 
(1770 -1851) inventou uma lente à luz polarizada que 
permitiu o estudo ótico sistemático em substâncias cris-
talinas, o que tornou o microscópio à luz polarizada, em 
uma ferramenta fundamental na mineralogia. No final do 
século XIX, o mineralogista russo Evegne S. Fedorov (1853 
-1919) e o físico alemão Arthur Moritz Schönflies (1853 
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-1928), quase simultaneamente, desenvolveram teorias 
sobre ordem e simetria interna dos cristais que constitu-
íram a fundação dos trabalhos de cristalografia por raios-
-x. Em 1912, a difração de raios-x tornou-se um método 
poderoso no estudo dos minerais, através de estudos do 
cristalógrafo alemão Max Von Laue (1879 -1960), e em 
1914, pela primeira vez uma estrutura cristalina é deter-
minada por difração, pelos físicos ingleses William Hen-
ry Bragg (1862-1942) e William Lawrence Bragg (1890-
1971). 
 A partir de 1960 o estudo da química mineral, em 
microescala, foi possível com o advento da microssonda 
eletrônica, dotada de feixes de elétrons, que pode forne-
cer análises in situ e em grãos tão pequenos quanto um 
micrometro (0,001 mm). Desde 1970, outros instrumen-
tos com feixes de elétrons podem magnificar a arquitetu-
ra interna dos minerais, milhões de vezes, com imagens 
da estrutura atômica, tais como os Microscópios Eletrôni-
cos de Transmissão (TEM) e o Microscópio Eletrônico de 
Transmissão de alta resolução (HRTEM). 
 Atualmente estão validadas pela IMA mais de 
4000 espécies de minerais. Destes, cerca de 150 são con-
siderados comuns (quartzo, feldspatos, muscovita, talco, 
biotita, calcita, etc.), outros 50 são ocasionais (ouro, mo-
libdenita, prata, etc.) e os restantes considerados raros
ou extremamente raros. Alguns minerais, como o quart-
zo, feldspatos, zircão e apatita apresentam uma vasta dis-
tribuição geográfica e petrológica, enquanto outros ocor-
rem de forma muito restrita, sendo que a maioria dos 
espécimes descritos foi encontrada em poucas amostras, 
provenientes de locais específicos do planeta, conhecidas 
somente por alguns pequenos cristais.
1.2 DEFINIÇÕES
 A mineralogia é a ciência que estuda os mine-
rais, o que são eles, como são formados e onde ocorrem. 
Uma vez que os minerais estão por toda parte (são as 
substâncias formadorasdas rochas, solos e sedimentos) 
e fornece uma grande parte das matérias primas usadas 
em aplicações tecnológicas e industriais, o potencial de 
aplicação deste conhecimento é vasto. Na verdade, com 
exceção das substâncias orgânicas, os demais materiais 
que usamos ou com os quais convivemos no dia a dia são 
todos minerais ou de origem mineral.
 MINERAL: “Um mineral é um sólido homogéneo, 
natural com uma composição química definida (mas geral-
mente não fixa) e um arranjo atómico altamente ordena-
do. É, normalmente, formado por processos inorgânicos”.
Figura 1: Feldspato
 Vejamos algumas implicações deste conceito em 
maior detalhe, abaixo:
 • Sólido: as substâncias gasosas ou líquidas são 
excluídas do conceito de mineral. Assim, o gelo nas calo-
tas polares é um mineral, mas a água não. Algumas subs-
tâncias que fogem a esta definição ainda assim são objeto 
de estudo do mineralogista. É o caso do mercúrio líquido, 
que pode ser encontrado na natureza, em determinadas 
situações. Nestes casos, a substância é chamada de mine-
ralóide.
 • Homogêneo: algo que não pode ser fisicamen-
te dividido em componentes químicos mais simples. Este 
conceito é obviamente dependente da escala de observa-
ção, uma vez que algo que é aparentemente homogêneo 
a olho nu pode ser constituído de mais de uma substân-
cia, quando observado em escala microscópica.
 • Natural: exclui as substâncias geradas em labo-
ratório ou por uma ação consciente do homem. Quando 
estas substâncias são idênticas em composição e pro-
priedades a um mineral conhecido, o nome deste mine-
ral pode ser usado, acrescido do adjetivo sintético. (por 
exemplo, esmeralda sintética). Acima, consideramos o 
gelo das calotas polares como um mineral. Entretanto, 
para seguir o conceito de mineral à risca, o gelo que fabri-
camos na geladeira não constitui um mineral.
 • Composição química definida: significa que um 
mineral é uma substância que pode ser expressa por uma 
fórmula química. Por exemplo, a composição do ouro na-
tivo é Au, a do quartzo é SiO2, a da calcita é CaCO3, e assim 
por diante. Entretanto em muitos minerais é possível a 
substituição de um ou mais elementos da fórmula origi-
nal por outros. Assim, a dolomita CaMg(CO3)2 admite a 
substituição de Mg por quantidades variáveis de Fe e Mn, 
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e a esfalerita ZnS admite a substituição de Zn por quan-
tidades variáveis de Fe. Em muitos casos, a composição 
química dos minerais pode variar dentro de certos limi-
tes, sem que seja necessário alterar o nome do mineral. 
Em outros casos as variações são tão grandes que
caracterizam uma espécie mineral distinta.
 • Arranjo atômico ordenado: implica na existên-
cia de uma estrutura interna, onde os átomos ou íons 
estão dispostos em um padrão geométrico regular. Este 
padrão obedece às regras de simetria que você estudou 
na disciplina de cristalografia, e os sólidos assim consti-
tuídos pertencem a um dos sistemas cristalinos: triclínico, 
monoclínico, ortorrômbico, tetragonal, hexagonal (trigo-
nal) e isométrico. Sólidos que possuem tal arranjo interno
ordenado são chamados de cristalinos. Os que não o pos-
suem são chamados de amorfos, e fogem á classificação 
estrita de mineral, compondo o grupo dos mineralóides.
 • Inorgânico: aqui o termo geralmente é incluído 
por Klein e Hurlbut no conceito, para permitir o enqua-
dramento de substâncias que atendem a todos os requi-
sitos acima, mas são geradas naturalmente por (ou com 
a ajuda de) organismos. Estes minerais são chamados 
de biogênicos e, à exceção da sua origem, são idênticos 
aos minerais equivalentes formados por processos inor-
gânicos. O exemplo mais comum de mineral biogênico é 
o carbonato de cálcio (CaCO3) presente nas conchas de 
moluscos na forma dos minerais calcita, dolomita ou va-
terita. Alguns outros exemplos incluem alguns sulfetos, 
sulfatos, fosfatos, fluoretos, óxidos, enxofre nativo e for-
mas amorfas de SiO2.
 MINERALÓIDE: São materiais semelhantes aos 
minerais, mas sem estrutura cristalina. Exemplos: opala 
(SiO2 amorfa) (fig.2), minerais de U e Th, como o zircão 
(ZrSiO4), onde a cristalinidade original é destruída pala ra-
diação de elementos radioativos presentes na estrutura 
original e o vidro vulcânico.
Figura 2: Opalas
 CRISTAL: sólido geométrico regular limitado por 
superfícies planas e suaves que são a expressão externa 
do arranjo interno regular dos íons ou átomos constituin-
tes.
Figura 3: Cristal de Quartzo
 GEMAS: os materiais gemológicos naturais são 
aqueles inteiramente formados pela natureza, sem inter-
ferência do homem. São de origem inorgânica: os mine-
rais e as rochas; e orgânica: os de origem animal ou vege-
tal. 
Figura 4: Alguns exemplos de gemas lapidadas.
 MINÉRIOS: Minério (do latim minera, mina) é um 
mineral que é economicamente autossustentável para a 
sua prospecção e exploração industrial (mineração).
Figura 5: Ilmenita: minério de titânio
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 ROCHAS: é um agregado sólido que ocorre na-
turalmente e é constituído por um ou mais minerais ou 
mineralóides.
Figura 6: Granito
 CRISTALOGRAFIA: A cristalografia é a ciência ex-
perimental que tem como objeto de estudo a disposição 
dos átomos em sólidos. É também a ciência experimental 
que estuda o cristal, ou cristais.
2.1 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS
 As propriedades físicas dos minerais são o 
resultado direto de sua composição química e de 
suas características estruturais. Existe um conjunto 
de propriedades físicas que podem ser examinadas 
ou testadas rapidamente, com auxílio de instrumen-
tos simples como um imã, uma lupa de mão, um ca-
nivete e uma placa de porcelana. Com, frequência 
estas propriedades são suficientes para a identifica-
ção de um mineral desconhecido e, pela facilidade 
de seu estudo, são de emprego corriqueiro por mi-
neralogistas, tanto no campo como em laboratório.
 As propriedades físicas são as seguintes: 
hábito, clivagem, partição, fratura, dureza, tenaci-
dade, densidade relativa, magnetismo, cor, traço e 
brilho.
2.1.1 HÁBITO
 Por hábito de um mineral se entende a (s) 
forma (s) com a qual ele aparece frequentemen-
te na natureza, por exemplo: como prismas alon-
gados; como cristais tabulares (achatados); como 
agregados cristalinos com arranjos geométricos 
característicos; ou mesmo como grãos sem uma 
forma definida. Muitas espécies minerais ocorrem 
preferencialmente com um determinado hábito. 
Por exemplo, cristais de magnetita (Fe3O4) são fre-
quentemente octaédricos, pirita (FeS2), comumente 
ocorre como cristais em forma de cubos, e as micas 
ocorrem como lamelas. Embora nem sempre um de-
terminado mineral tenha que apresentar seu hábito 
característico, o fato de que isto ocorra com frequ-
ência é de grande auxílio na sua identificação.
 Os termos mais comumente usados na des-
crição do hábito dos minerais são:
 • Prismático: Os cristais do mineral são fre-
quentemente constituídos por prismas (ou com-
binações de mais de um prisma). Usualmente são 
empregados adjetivos para qualificar os cristais 
prismáticos, como colunares (prismas alongados, 
com uma direção geralmente coincidente com o 
eixo “c” mais desenvolvido que os demais), acicula-
res (muito alongados e finos, com forma que lembra 
uma agulha), fibrosos, capilares ou filiformes (ain-
da mais finos, lembrando fios de cabelo) tabulares 
(achatados, com duas direções mais bem desen-
volvidas do que a terceira), laminares (alongados e 
achatados, como a lâmina de uma faca). 
 • Cúbico, octaédrico, dodecaédrico, rombo-
édrico, etc: Minerais caracterizados pela ocorrência 
frequente de cristais com as formas citadas.
 • Micáceo: Cristais tabulares ou lamelares 
formados por placas finas (como as micas) 
 • Euédrico, subédrico, anédrico: Os minerais 
ocorrem comumente como cristais bem formados 
(euédricos), ou com apenas algumas faces bem de-
senvolvidas (subédricos), ou ainda como grãos sem 
faces cristalinas presentes (anédricos, emboradeva 
ser ressaltado que a ausência de formas cristalinas 
visíveis externamente não signifique que o mineral 
não possua uma estrutura cristalina ordenada).
2. Propriedades Físicas dos Minerais
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Figura 7: Hábitos mais comuns observados em minerais.
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 Muitos dos termos citados, especialmente os 
relativos a prismas, podem ser igualmente aplicados a 
agregados de cristais (por exemplo, agregados colunares, 
agregados aciculares, etc.).
 Os seguintes termos são específicos da descrição 
de agregados cristalinos:
 Dendrítico: Arborescente, em ramos divergen-
tes, como os de uma planta.
 Divergente ou radiado: Agregado de cristais (ge-
ralmente prismas colunares, aciculares ou tabulares) di-
vergentes a partir de um ponto central. Tipos específicos 
de agregados radiais podem ser:
 a) Globular: Agregados de cristais radiais, for-
mando pequenas superfícies esféricas ou semiesféricas;
 b) Botrioidal: Formas globulares assemelhando-
-se (em tamanho dos glóbulos) a um cacho de uvas;
 c) Mamelonar: Grandes superfícies arredonda-
das, semelhantes a mamas, formadas por indivíduos ra-
diais ou divergentes;
 d) Reniforme: Agregados radiados terminando 
em formas arredondadas com forma de rins;
 e) Colomorfo: Termo genérico aplicado a formas 
arredondadas compostas de agregados radiados, sem 
levar em conta o tamanho;
 • Granular: Agregado simplesmente composto 
por grãos (sem nenhuma conotação específica de forma 
ou tamanho);
 • Concêntrico: Camadas mais ou menos esféri-
cas, superpostas umas às outras;
 • Pisolítico: Massas arredondadas, mais ou me-
nos do tamanho de ervilhas;
 • Oolítico: Massa arredondada, mais ou menos 
do tamanho de ovas de peixe;
 • Bandado: Mineral formado por camadas de 
diferentes cores ou texturas;
 • Maciço: Material compacto, sem formas ou 
feições especiais.
 Outros termos específicos, relacionados ao 
modo de ocorrência do agregado:
 • Drusa: Superfície coberta de pequenos cris-
tais;
 • Geodo: Cavidade (em uma rocha) cuja superfí-
cie é coberta de pequenos cristais;
 • Concreção: Massas formadas por deposição de 
material em torno de um núcleo. Algumas concreções 
são esféricas, mas outras podem ter forma variável;
 • Estalactite: Agregados em cilindros ou cones 
pendentes (como por exemplo, em cavernas).
2.1.2. CLIVAGEM, PARTIÇÃO E FRATURA.
 Um mineral pode apresentar (ou não) tendência 
a s e romper segundo planos preferenciais, quando sub-
metido a um esforço externo. Este comportamento está 
diretamente relacionado ao tipo de ligação química en-
volvida e à eventual presença de defeitos ou descontinui-
dades na estrutura cristalina. Em presença de um esforço 
externo um cristal poderá apresentar tendência a se rom-
per ao longo de direções em que:
 • A força de ligação é menor
 • Existem menos ligações por unidade de volume
 • Existem defeitos estruturais
 • Existe um maior espaçamento interplanar, em-
bora as ligações químicas sejam do mesmo tipo. Cliva-
gem, partição e fraturas são propriedades físicas diferen-
tes. A distinção entre elas é extremamente importante do 
ponto de vista da identificação de minerais
 CLIVAGEM: Tendência de o mineral partir-se pa-
ralelamente a planos atômicos identificados por índices 
de Miller, tais como faces do cristal. Os planos de cliva-
gem são, portanto, repetitivos desde a escala mesoscópi-
ca (do cristal) a escala microscópica e até a escala da pró-
pria estrutura cristalina. A clivagem é sempre consistente 
com a simetria do cristal.
 Para estudar a clivagem de um mineral não 
é suficiente apenas reconhecê-la, mas é necessário 
caracterizá-la em termos de sua orientação e sua qua-
lidade. Em termos de orientação (geometria) a cliva-
gem pode ser descrita por adjetivos que a relacionam 
com formas cristalinas. Assim, pode-se caracterizar 
a clivagem como cúbica como na galena (PbS), octa-
édrica como no diamante(C), dodecaédrica como na 
esfalerita ( ZnS), romboédrica como na calcita(CaCO3), 
prismática como nos piroxênios e anfibólios, pinacoi-
dal como a clivagem basal das micas, etc (Fig.8).
 Outra maneira de expressar esse conceito é 
utilizando os índices de Miller para a forma cristalina 
em questão, como {111} para a clivagem octaédrica.
 Vimos que a clivagem está intrinsecamente 
relacionada à estrutura cristalina. Portanto, se um mi-
neral possui uma determinada direção de clivagem, 
existe o potencial para ocorrerem inúmeros planos de 
clivagem ao longo daquela direção. Entretanto, nem 
sempre a clivagem é perfeitamente desenvolvida nos 
cristais. Assim, devem-se utilizar adjetivos para carac-
terizar a qualidade da clivagem. Isto é feito de acordo 
com uma escala comparativa e empírica. Assim, pode-
-se dizer que uma clivagem é excelente (como a cliva-
gem basal das micas e do grafite), boa, pobre ou ruim. 
Finalmente, alguns minerais se caracterizam pela au-
sência de clivagem. O quartzo, um dos minerais mais 
comuns não apresenta clivagem.
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Figura 8: Tipos de clivagem.
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 PARTIÇÃO: Assim como a clivagem, a partição 
também está associada a planos cristalográficos, mas não 
é tão bem desenvolvida. A partição pode ter outras cau-
sas, como a presença de planos de geminação no cristal 
ou ocorrer como resposta à aplicação de pressão. Assim, 
ao contrário do que ocorre com a clivagem, alguns indiví-
duos de uma espécie mineral podem apresentar partição 
enquanto outros não a possuem. Por exemplo, em uma 
população de cristais de um determinado mineral, pode 
ocorrer que apenas os cristais geminados ou submetidos 
à pressão apresentem planos de partição visíveis.
 Outro critério útil para distinguir clivagem de par-
tição é o caráter menos penetrativo da última. Por exem-
plo, um cristal pode se partir ao longo de planos de ge-
minação relativamente espaçados entre si, e ao mesmo 
tempo fraturar-se de maneira irregular na região entre 
dois planos de partição. Exemplos comuns de partição in-
cluem a partição octaédrica da magnetita, a partição ba-
sal dos piroxênios e a partição romboédrica do coríndon.
 FRATURA: Refere-se à maneira pela qual o mine-
ral se rompe, exceto aquelas controladas pelas proprie-
dades de clivagem e partição. Ocorre quando a força das 
ligações químicas é mais ou menos a mesma em todas as 
direções e, portanto, o rompimento não ocorre ao longo
de nenhuma direção cristalográfica em particular. Assim, 
ao estudar as fraturas de um mineral, o estilo de fratura-
mento é a observação importante a ser feita. Alguns mi-
nerais apresentam estilos de fratura característicos, o que 
pode auxiliar na sua identificação.
 Os termos mais comuns usados para descrever 
fraturas em um mineral são:
 • Conchoidal: Superfícies lisas e curvas, seme-
lhantes à parte interna de uma concha, comum vidro e 
no mineral quartzo;
 • Fibrosa: Quando o mineral se rompe formando 
estilhaços ou fibras;
 •Serrilhada: Superfície denteada, irregular, com 
bordas cortantes;
 • Irregular: Superfícies rugosas e irregulares.
2.1.3. DUREZA
 Esta é uma das mais importantes propriedades 
para a identificação de muitos minerais. Define-se como 
dureza de um mineral a resistência que uma superfície 
lisa do mineral apresenta a ser arranhada (sulcada) por 
outro material (outro mineral, a ponta de uma faca, etc.).
 Em última instância, a dureza de um mineral está 
relacionada à reação da estrutura cristalina à aplicação 
de esforço sem ruptura. Em cristais formados essencial-
mente por ligações metálicas, os quais podem fluir plas-
ticamente, o atrito de um material de dureza mais alta 
contra a superfície do cristal tende a produzir um sulco. 
Minerais formados por ligações iônicas ou covalentes 
tendem a apresentar um comportamento mais rúptil. 
Ao ser submetido ao mesmo teste, a produção do sulco 
poderá ser acompanhada da produçãode pó do mineral 
mais mole.
 Em compostos iônicos o tamanho e a carga dos 
íons envolvidos afetam a dureza do mineral. Assim, para 
um grupo de substâncias diferentes com o mesmo tipo 
de estrutura cristalina, quanto maior a distância Inter iô-
nica e quanto menores as cargas dos íons, mais fraca será 
a ligação e, consequentemente, menor será a dureza do 
mineral. 
 É importante ressaltar que a força global de uma 
estrutura cristalina é dada por uma combinação dos dife-
rentes tipos de ligação química presentes, mas a dureza 
desta mesma estrutura é uma expressão da sua ligação 
mais fraca. 
 A dureza é uma característica de cada mineral, 
e pode ser avaliada quantitativamente através do uso 
de equipamentos adequados. Entretanto, sua principal 
utilidade na identificação mineralógica consiste em esti-
mar qualitativamente a dureza do mineral que se deseja 
identificar, comparando-o com outros minerais e/ou ma-
teriais de dureza conhecida. O teste de dureza baseia-se 
no fato de que um mineral de dureza mais alta é capaz de 
provocar um sulco em um mineral de dureza mais baixa, 
mas o segundo não é capaz de sulcar o primeiro.
 O mineralogista austríaco F. Mohs idealizou uma 
escala de dureza com base em dez minerais relativamente 
comuns, aos quais atribuiu graus de dureza relativa de um a 
dez. Esta escala ficou conhecida como Escala de Dureza de 
Mohs (Fig.9) e é de uso corrente entre mineralogistas e ou-
tras pessoas interessadas na identificação de minerais.
Figura 9:Escala de Dureza de Mohs
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 Portanto, se um mineral que se deseja identifi-
car é capaz de sulcar a fluorita, mas não sulca a apatita, 
pode-se dizer que este mineral tem uma dureza entre 4 
e 5. Um grupo de materiais de fácil acesso pode ser usa-
do para testar dureza, em complemento aos minerais da 
escala. Assim, a unha humana possui dureza pouco acima 
de 2 (sulca talco e gipsita, mas não sulca calcita); o cobre 
tem dureza pouco abaixo de 3; o aço comum tem dureza 
pouco acima de cinco; o vidro comum tem dureza 5 ½ , 
o aço temperado tem dureza 6 ½ etc. Ao avaliar a dureza 
de qualquer mineral é imprescindível realizar o teste nos 
dois sentidos (ou seja tentar sulcar o mineral A com o mi-
neral B e vice-versa), porque um mineral excessivamente 
friável (pulverulento) ou quebradiço pode ser fisicamente 
desagregado por outro, mesmo que este possua dureza 
mais baixa.
 Em termos de dureza absoluta, a progressão de 
talco (dureza 1) até diamante (dureza 10) não é linear, 
mas segue uma curva exponencial, de tal maneira que a 
diferença de dureza entre o diamante (10) e o coríndon 
(9) é muito maior do que a diferença de dureza entre a 
gipsita (2) e o talco (1). Como a dureza é uma propriedade 
direcional, alguns minerais possuem dureza diferente se-
gundo direções cristalográficas distintas. Quando ocorre, 
este fato frequentemente auxilia na identificação do mi-
neral. Por exemplo, os cristais de cianita possuem dureza 
igual a 5 na direção do comprimento e dureza igual a 7 na 
direção perpendicular ao comprimento.
2.1.4 . TENACIDADE
 A tenacidade é uma medida da coesão de um 
mineral, ou seja, a sua resistência a ser quebrado, esma-
gado, dobrado ou rasgado. A tenacidade não guarda ne-
cessariamente relação com a dureza. O exemplo clássico 
desta diferença é o diamante, que possui dureza muito 
elevada, mas tenacidade relativamente baixa, quando 
submetido a um impacto. Os seguintes termos qualitati-
vos são usados para expressar tenacidade de um mineral:
 • Quebradiço: O mineral se rompe ou é pulveri-
zado com facilidade;
 • Maleável: O mineral pode ser transformado em 
lâminas, por aplicação de impacto;
 • Séctil: O mineral pode ser cortado por uma lâ-
mina de aço;
 • Dúctil: O mineral pode ser estirado para formar 
fios;
 • Flexível: O mineral pode ser curvado, mas não 
retorna a sua forma original, depois de cessado o esforço;
 • Elástico: O mineral pode ser curvado, mas volta 
à sua forma original, depois de cessado o esforço.
 Propriedades como ductilidade, sectilidade e 
maleabilidade são típicas de materiais constituídos por 
ligações metálicas. Neste tipo de ligação o material é con-
siderado como cátions imersos em uma nuvem de elé-
trons de alta mobilidade. Quando é aplicado um esforço 
externo, os cátions podem mover-se relativamente uns 
aos outros sem necessariamente originar forças eletros-
táticas repulsivas (e, consequentemente, sem perder co-
esão).
 O comportamento flexível é típico de minerais 
com estruturas em folha, como talco e clorita, onde as 
folhas são unidas entre si por forças de Van der Waals ou 
pontes de hidrogênio (quando submetida a um esforço 
externo, a estrutura desliza ao longo dessas ligações mais 
fracas). Outro grupo de minerais com estrutura em folha, 
as micas, apresenta propriedades elásticas, porque nes-
tes minerais as camadas da estrutura são mantidas uni-
das entre si por ligações iônicas envolvendo álcalis como 
K+ (consideravelmente mais fortes do que as forças de 
Van der Waals)
2.1.5. DENSIDADE RELATIVA
 Definida como a relação entre o peso do mineral 
e o peso de um volume igual de agua pura, é um número 
adimensional, e não tem o mesmo significado que peso 
específico (medido em unidades de peso por unidade de 
volume). A densidade relativa é característica para cada 
mineral, e depende basicamente de dois fatores: os ele-
mentos químicos que constituem o mineral e a maneira 
como estes elementos estão arranjados dentro da estru-
tura cristalina.
 Os efeitos destes fatores podem ser facilmente 
avaliados comparando-se:
 Minerais com estrutura semelhante, mas com-
posição distinta, como os carbonatos ortorrômbicos de 
Ca, Sr, Ba e Pb, onde a densidade relativa aumenta com o 
aumento do peso atômico do cátion, de 2,95 na aragonita 
(CaCO3) até 6,55 na cerussita (PbCO3). Por outro lado, a 
diferença de densidade relativa entre o carbono puro na 
forma de grafite (2,2) e de diamante (3,5) ilustra o efeito 
da estrutura cristalina sobre esta propriedade. Existem 
vários métodos de determinação quantitativa de densi-
dade em minerais, com o uso de equipamentos adequa-
dos (balança de Jolly, balança de Berman, picnômetro), lí-
quidos pesados (bromofórmio, iodeto de metileno, etc.), 
ou cálculos com base na cela unitária do mineral.
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 Para um reconhecimento expedito, entretanto, 
pode-se estimar a densidade relativa por comparação en-
tre amostras de diferentes minerais. Associada ao estudo 
de outras propriedades físicas, esta análise comparativa 
de densidade é muitas vezes uma ferramenta fundamen-
tal na identificação de minerais.
2.1.6 . MAGNETISMO
 Materiais que apresentam a propriedade de ser 
atraídos por uma um imã são chamados de ferromagnéti-
cos. O número de minerais que apresentam esta proprie-
dade é muito pequeno. Dentre os minerais comuns na 
natureza, apenas a magnetita (Fe3O4) e a pirrotita (FeS) 
apresentam esta propriedade. Portanto, quando presen-
te em um mineral, o magnetismo é de extrema utilidade 
na identificação.
 Adicionalmente, o fato de que diferentes mine-
rais possuem diferentes susceptibilidades magnéticas 
permite a separação física de grãos de minerais distintos
mediante o uso de equipamentos. Ao serem aquecidos 
acima de uma temperatura específica, os materiais ferro-
magnéticos perdem suas fortes propriedades magnéticas, 
que são Escola Estadual de Educação Profissional substi-
tuídas por um magnetismo comparativamente mais fraco 
(paramagnetismo). A temperatura à qual esta mudança 
ocorre é conhecida como temperatura de Curie. Para a 
magnetita, este fenômeno ocorre a 85oC.
2.1.7 . COR
 Esta é provavelmente a primeira propriedade fí-
sica a chamar a atenção quando alguém examina um mi-
neral (Fig. 10). O que o nosso cérebro interpreta como 
cor é, na verdade, o resultado da absorção seletiva de de-
terminados comprimentos de onda da luz que atravessa 
o mineral. Os comprimentos de onda que não são absor-vidos tornam-se dominantes no espectro que emerge do 
mineral, e a combinação destes comprimentos de onda é 
o que é percebido como cor.
 A maior parte dos mecanismos que produzem 
cor são produtos da interação de ondas luminosas com 
elétrons. A origem da cor em minerais está ligada a uma 
variedade de razões, tais como a presença de íons metá-
licos (em especial metais de transição como Ti, V, Cr, Mn, 
Fe, Co, Ni e Cu), fenômenos de transferência de carga, 
efeitos de radiação ionizante, entre outros. Para muitos 
minerais a cor é uma característica diagnóstica funda-
mental, enquanto para outros ela é tão variável que não 
pode ser usada como um critério de identificação. Devido 
à possibilidade de alteração de muitos minerais por con-
tato com o ar, água, etc., a cor deve ser sempre observada 
preferencialmente em uma fratura recente do mineral.
 • Metais de transição: podem estar presentes 
em minerais em quantidades importantes (como os cons-
tituintes principais) ou em quantidades muito pequenas 
(como impurezas). Em ambos os casos, estes elementos 
podem provocar o aparecimento de cor em estruturas 
cristalinas que admitem substituições de grandes quan-
tidades de um cátion por outro, as variações químicas 
podem implicar em um amplo espectro de variação de 
cor. Este é o caso da esfalerita (ZnS), que admite a subs-
tituição do Zn por quantidades variáveis de Fe e cuja cor 
varia em tons de branco, amarelo, castanho e preto, de-
pendendo da quantidade de Fe presente. 
 Em outros casos, onde um determinado metal 
ocorre em pequenas quantidades na
estrutura, variedades coloridas podem ocorrer em um 
mineral cuja composição química global é essencialmen-
te constante. No caso do mineral berilo, por exemplo, a 
presença de pequenas quantidades de Fe2+ produz cor 
azul enquanto a presença de Cr3+ como impureza produz
coloração verde. As variedades azul e verde do mineral 
berilo possuem importância econômica como gemas 
preciosas (água-marinha e esmeralda, respectivamente). 
Com exceção da cor, as demais propriedades físicas da 
água-marinha e da esmeralda são idênticas às do berilo 
comum. O mesmo ocorre com o mineral corindon: a pre-
sença de Cr3+ como impureza no corindon gera a varie-
dade vermelha conhecida como rubi.
 • Transferência de carga: Este processo só ocorre 
em compostos que tenham pelo menos dois elementos 
com estados de oxidação diferentes e variáveis. O proces-
so pode produzir cores intensas em minerais e gemas, e 
envolve a transferência de elétrons entre elementos di-
ferentes. Alguns exemplos de elementos que participam 
no processo de transferência de carga são: Fe2+ e Fe3+; 
Ti3+ e Ti4+; Mn2+, Mn3+ e Mn4+, ou combinações entre 
eles (por exemplo, minerais contendo ferro e manganês). 
A transferência de um elétron de um átomo a outro en-
volve a absorção de energia, a qual pode ocorrer segundo 
um comprimento de onda definido. Por exemplo, a trans-
ferência de um elétron entre Fe2+ e Ti4+ envolve a absor-
ção de energia luminosa no comprimento do vermelho, 
portanto produz a cor azul da Safira. O mesmo processo 
pode ocorre entre ânions (por exemplo, a cor azul do mi-
neral lazurita decorre da transferência de carga entre um 
triângulo de átomos de enxofre) ou entre cátion e ânion.
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 • Centros de cor: São imperfeições na estrutura 
cristalina que causam absorção de energia luminosa e, 
consequentemente, o aparecimento de cor. Na maioria 
dos casos este fenômeno está associado à exposição à 
radiação ionizante. A fonte da radiação pode ser natural 
(elementos radioativos, como U, Th, K presentes em mi-
nerais) ou artificial e, em raros casos, radiação ultraviole-
ta pode produzir centros de cor. Quando um mineral é ex-
posto à radiação, elétrons podem ser removidos de suas 
posições normais e, depois de perder energia, ficar apri-
sionados em uma posição vaga na estrutura cristalina. 
Estes elétrons aprisionados absorvem seletivamente de-
terminados comprimentos de onda, produzindo cor. Um 
exemplo deste fenômeno é a variedade violeta (ametista) 
de quartzo (SiO2). A presença de pequenas quantidades 
de Fe3+ como impureza no quartzo produz cores amare-
las (variedade citrino). Quando submetido à radiação, o 
Fe3+ pode perder um elétron (efetivamente tornando-se
Fe4+), o qual é aprisionado em um centro de cor na estru-
tura do quartzo, produzindo a cor violeta típica da ame-
tista. Como os centros de cor são um tipo de defeito cau-
sado por radiação, este defeito pode ser eliminado pela 
adição de energia. Por exemplo, ao submeter à ametista 
a um tratamento térmico, o processo é revertido, e a cor 
passa de violeta a amarelo. 
 Na verdade, alguns tipos de ametista tendem a 
perder a cor com a simples exposição prolongada a luz 
(radiação ultravioleta). Tratamento térmico é um recurso 
frequentemente usado na indústria de pedras preciosas, 
para modificar, melhorar ou controlar a coloração de uma 
determinada gema.
Figura 10: Exemplo de cores dos minerais
2.1.8. TRAÇO
 É definido como a cor do pó fino de um mineral. 
A observação do traço de um mineral é geralmente feita 
atritando-se o mineral contra uma superfície de porce-
lana não polida com dureza é aproximadamente 7 (Fig. 
11). Embora a cor de um mineral seja frequentemente 
variável, o seu traço tende a ser relativamente constante, 
portanto é uma propriedade extremamente útil na iden-
tificação do mineral. Os óxidos de ferro magnetita (Fe3O4) 
e hematita (Fe2O3), por exemplo, podem ser distinguidos 
por seu traço preto e avermelhados, respectivamente. Al-
guns minerais possuem dureza tão baixa que são capazes
de deixar traço em materiais como papel, como é o caso 
do grafite e da molibdenita (MoS2).
Figura 11: Traço da hematita
2.1.9. BRILHO
 Refere-se à aparência do mineral à luz refletida. 
Em uma classificação ampla, o brilho dos minerais pode 
ser dividido em metálico e não metálico, com uma cate-
goria transicional (sub-metálico) entre eles. Os termos 
geralmente utilizados para descrever o brilho dos mine-
rais são:
 • Metálico: Brilho semelhante ao dos metais. Ca-
racterístico de minerais dominados por ligações metálicas 
ou parcialmente metálicas. Minerais de brilho metálico 
geralmente (mas nem sempre) apresentam traço escuro. 
Este tipo de brilho é comum em minerais do grupo dos 
metais nativos, sulfetos e óxidos.
 • Não metálico: Sem aparência de metal. Típico 
de minerais dominados por ligações iônicas ou covalen-
tes. Geralmente possuem traço claro. Uma série de ter-
mos é usada para descrever os tipos de brilho não metá-
lico:
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 • Vítreo: Brilho como o do vidro. O exemplo típi-
co é o mineral quartzo.
 • Resinoso: Brilho semelhante ao de resina
 • Nacarado: Brilho semelhante ao brilho da pé-
rola. Normalmente é mais bem observado nos planos de 
clivagem
 • Gorduroso ou graxo: Brilho que lembra uma su-
perfície coberta de óleo. O mineral nefelina é um exem-
plo típico
 • Sedoso: Brilho que lembra a seda. Comum em 
agregados fibrosos, como o asbesto e a gipsita fibrosa.
 • Adamantino: Brilho que lembra o brilho do dia-
mante. Além do diamante, ocorre tipicamente em mine-
rais transparentes de chumbo, como a cerussita (PbCO3) 
e a anglesita (PbSO4).
2.1.9. OUTRAS PROPRIEDADES DEPENDENTES DA LUZ
 • Jogo de cores: A cor muda em sucessão rápida, 
quando o mineral é girado (diamante, opala);
 • Mudança de cores: Idem, mas a variação é len-
ta (labradorita); 
 • Iridescência: Espectro de cores no interior (fra-
turas, clivagens) ou na superfície (revestimento superfi-
cial) do mineral (bornita, calcopirita);
 • Opalescência: Reflexão leitosa ou nacarada no 
interior do mineral (opala); 
 • Embaçamento: A cor da superfície é diferente 
da cor do interior do mineral (calcocita, bornita, calcopiri-
ta);
 • Asterismo: Formação de raios de luz como uma 
estrela, quando o mineral é observado ao longo do eixo 
vertical. Ocorre principalmente em minerais hexagonais;
 • Luminescência:Emissão de luz, exceto as pro-
vocadas por incandescência. Normalmente é tênue, me-
lhor observável no escuro;
 • Triboluminescencia: Emissão de luz provocada 
por atrito. Ocorre em minerais não metálicos e anidros 
(fluorita, esfalerita);
 • Termoluminescência: Emissão de luz provoca-
da por aquecimento (fluorita);
 • Fluorescência e fosforescência: Emissão de luz 
provocada por exposição a determinados tipos de radia-
ção, como luz ultravioleta, raios-x, raios catódicos. (fluori-
ta, scheelita);
 • Transparência: Capacidade do mineral de ser 
atravessado pela luz;
 • Transparente: É possível ver contornos de obje-
tos através do mineral;
 • Translúcido: Há passagem de luz, mas não é 
possível distinguir contornos de objetos;
 • Opaco: Não permite a passagem de luz, mesmo 
em seções delgadas;
 • Refração: Mudança na direção da luz, quando 
passa de um meio para outro de densidade diferente (por 
exemplo, do ar para o mineral). Depende do índice de re-
fração (n) do mineral. Para minerais com n = 2, a velocida-
de da luz no mineral é a metade da velocidade no ar. Esta 
propriedade é de vital importância para os minerais uti-
lizados como gemas, pois influencia o tipo de brilho dos 
minerais transparente. Assim, um mineral com n = 1.5 
tenderá a apresentar brilho vítreo, enquanto um mineral 
com n = 2.4 tenderá a apresentar brilho adamantino.
 • Dupla refração: Quando um raio de luz penetra 
em um mineral ele se desdobra em dois raios, cada um 
viajando com velocidade e direção diferentes. A dupla re-
fração ocorre na maioria dos minerais não isométricos, 
mas geralmente é muito fraca para poder ser observada.
Uma exceção notável é a calcita de qualidade ótica (espa-
to de Islândia), que possui dupla refração forte.
2.1.10. PROPRIEDADES ELÉTRICAS
 A condução de eletricidade em minerais é forte-
mente controlada pelo tipo de ligação existente. Assim, mi-
nerais formados exclusivamente por ligações metálicas (p.ex. 
os metais nativos) são condutores, minerais formados por 
ligações parcialmente metálicas (p.ex. alguns sulfetos) são 
semicondutores, e minerais formados por ligações iônicas e/
ou covalentes são maus condutores de eletricidade.
 • Piezoeletricidade: Produção de eletricidade 
por aplicação de pressão ao longo de um eixo
polar (eixo com formas cristalinas distintas em cada uma 
das pontas). Este efeito só pode
ocorrer em cristais que não possuem centro de simetria.
 • Piroeletricidade: Produção de eletricidade por 
variação de temperatura. Ocorre apenas em minerais que 
não possuem centro de simetria e têm pelo menos um 
eixo polar (piroeletricidade verdadeira). A piroeletricida-
de secundária ocorre em minerais que sofre expansão 
desigual ao longo de direções distintas, ao serem aqueci-
dos. A deformação do retículo resulta em pressão locali-
zada, gerando piezoeletricidade.
2.1.11. RADIOATIVIDADE
 Ocorre em minerais formados por elementos ra-
dioativos, tais como U e Th, e pode ser um importante 
critério de identificação nestes casos.
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3.1. CLASSE DOS ELEMENTOS NATIVOS
Figura 12: Elementos Nativos
 Minerais dessa classe são compostos idealmen-
te por arranjos de átomos de um único elemento quími-
co (ou por soluções sólidas envolvendo elementos afins 
como, por exemplo, a do ouro com a prata). Algumas das 
propriedades físicas desses minerais são semelhantes 
àquelas dos próprios elementos químicos, isto é metais, 
semi-metais e não metais. Outras propriedades são tipi-
camente conferidas pelo tipo de ligação química envolvi-
da na formação dos minerais desta classe.
 Os metais nativos importantes podem ser sub-
divididos em: a) grupo do ouro; b) grupo da platina; c) 
grupo do ferro. O grupo do ouro inclui Au, Ag e Cu nativos 
como minerais importantes e Pb e Hg como raras curio-
sidades mineralógicas. No grupo da platina os principais 
elementos nativos são a platina (Pt), o paládio (Pd) e li-
gas naturais como Platina-Irídio (Pt, Ir) e Ósmio-Irídio (Os, 
Ir). Os minerais significativos no grupo do ferro são o Fe 
e as ligas naturais de Níquel-Ferro (Ni,Fe) mais comuns 
em meteoritos como a Kamacita e a Taenita. Ta, Sn e Zn 
podem ocorrer como elementos nativos, mas são muito 
raros. As características gerais dos metais nativos incluem 
dureza baixa, alta maleabilidade, ductilidade e, em alguns 
casos, sectilidade. São bons condutores de calor e eletri-
cidade, possuem baixo ponto de fusão e brilho metáli-
co. Estas características gerais são conferidas em grande 
parte pela ligação metálica, enquanto as características 
particulares de cada metal (como cor, densidade, etc) são 
resultado das propriedades atômicas do elemento res-
pectivo. 
 Os semi-metais nativos compreendem o arsênio 
(As), antimônio (Sb) e bismuto (Bi), normalmente agru-
pados sob a designação de grupo do arsênio. Sua estru-
tura não pode ser representada por esferas, porque cada 
átomo está mais próximo de alguns vizinhos do que de 
outros, resultando em um tipo de ligação intermediário 
entre metálica e covalente, que fornece a estes minerais 
sua baixa tenacidade, além de simetria mais baixa e con-
dutividade térmica e elétrica menor que as dos metais. A 
estrutura é acamadada, paralelamente a {0001}, confe-
rindo uma boa clivagem nesta direção.
 Os não metais nativos compreendem o grupo do 
Carbono (diamante e grafite), e o enxofre. As estruturas 
cristalinas e os tipos de ligação química no diamante e no 
grafite são muito contrastantes, embora ambos possuam 
a mesma composição química. Enquanto o diamante é 
formado por uma rede tridimensional de tetraedros de 
átomos de carbono fortemente unidos entre si por liga-
ções covalentes, o grafite é formado por planos parale-
los a {0001}, onde os átomos de carbono também estão 
ligados covalentemente, mas entre um plano e o outro 
as ligações são muito fracas (forças de van der Waals). As 
diferenças no tipo de ligação presente explicam o enor-
me contraste observado em algumas propriedades físicas 
do diamante e do grafite, como por exemplo, a dureza. O 
enxofre nativo pode ocorrer sob a forma ortorrômbica ou 
monoclínica, embora a última seja muito rara. No enxofre
ortorrômbico, os átomos estão organizados em anéis com 
oito átomos de enxofre ligados covalentemente entre si. 
A ligação de um anel com outro é feita através de forças 
de van der Waals. Ao contrário do grafite, entretanto, no 
enxofre nativo os anéis não estão posicionados ao longo 
de um único plano, o que explica a ausência de uma cli-
vagem proeminente (como a do grafite) neste mineral.
 As principais características macroscópicas dos 
elementos nativos mais importantes são fornecidas no 
resumo abaixo.
3.1.1. OURO – Au
Figura 13: Ouro nativo
Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m
3. Classes Mineralógicas
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 Hábito: Cristais octaédricos, raramente faces do-
decaédricas, cúbicas e trapezoedrais.
 Frequentemente em agregados de cristais arbo-
rescentes (dendríticos), filiformes, reticulados ou espon-
josos. Também maciço, formando grãos (pepitas) irregu-
lares, rugosos, arredondados ou achatados.
 Propriedades físicas:
 Fratura: irregular
 Maleável, dúctil e séctil 
 Dureza: baixa (2,5 a 3,0)
 Peso específico: 19,3 (Au puro). Diminui com a 
presença de prata, cobre, etc em solução sólida.
 Brilho: metálico
 Cor e traço: Amarelo-ouro. Tons variam em 
função da pureza (mais esbranquiçado com a presen-
ça de prata, mais alaranjado ou avermelhado em ligas 
com Cu), Opaco 
 Composição e estrutura: Uma solução sólida 
completa existe entre Au e Ag, e o ouro nativo fre-
quentemente contém 10 a 15% Ag. Para proporções 
de prata maiores que 20% a liga recebe o nome de 
“electro”. Pequenas quantidades de Cu e Fe podem 
estar presentes, além de Bi, Pb, Sn, Zn e os metais do 
grupo da platina. Estrutura cúbica compacta.
 Paragênese e usos: A proporção média de 
ouro na crosta terrestre é de 4 ppb (partes por bi-
lhão). Entretanto, o ouro pode atingir concentraçõesbem mais altas, se for relativamente concentrado por 
processos geológicos, em condições e ambientes ge-
ológicos específicos. Concentrações de ouro ocorrem 
comumente associadas a pirita e outros sulfetos em 
veios de quartzo de origem hidrotermal. Au é também 
um subproduto comum da mineração de sulfetos de 
metais básicos, onde ocorre associado a pirita, calco-
pirita, pirrotita, esfalerita. Em depósitos sedimentares 
do tipo placer (aluvião) associa-se a outros minerais 
pesados resistentes ao intemperismo. A concentração 
relativa de ouro pode ocorre também em solos residu-
ais.
 O ouro foi historicamente utilizado como las-
tro de moeda por muitos países, mas este uso tem 
diminuído consideravelmente em tempos modernos. 
Os principais usos do ouro são como investimento fi-
nanceiro, como matéria prima na indústria joalheira, 
aplicações em odontologia, galvanoplastia, revesti-
mento de componentes eletrônicos, e na indústria de 
equipamentos científicos.
3.1.2. PRATA – Ag
Figura 14: Prata nativa
 Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m
 Hábito: cristais mal formados em grupos arbo-
rescentes ou reticulados. Encontrados principalmente 
como massas irregulares, escamas, placas e agregados 
filiformes.
 Propriedades físicas:
 Fratura: irregular
 Dureza: baixa (2,5 a 3,0)
 Peso específico: 10,5 (Ag pura). Muda com a pre-
sença de ouro ou cobre em solução sólida.
 Brilho: metálico
 Maleável, dúctil e séctil
 Cor e traço: Branco prata. A superfície é frequen-
temente escurecida para marrom ou preto acinzentado, 
por efeito de embaçamento. Opaco
 Composição e estrutura: prata nativa frequente-
mente contém Au, Hg, Cu, mais raramente traços de Pt, 
Sb e Bi. Estrutura cúbica compacta
 Paragênese e usos: Prata nativa ocorre em pe-
quenas quantidades na zona de oxidação de depósitos 
minerais ou como produto primário de deposição de so-
luções hidrotermais. Em sistemas hidrotermais, prata na-
tiva pode estar associada a uma variedade de minerais: a)
sulfetos, zeolitas, calcita, barita, fluorita e quartzo (Kongs-
berg, Noruega); b) arsenietos e sulfetos de cobalto, níquel 
e prata, e bismuto nativo (Freiberg, Alemanha; Cobalt, 
Canadá); c) uraninita e minerais de cobalto e níquel (Gre-
at Bear Lake, Canadá); d) cobre nativo (Michigan). Entre-
tanto, a maior parte da produção mundial de prata vem 
de outros minerais, tais como acantita (Ag2S), proustita 
(Ag2S) e pirargirita (Ag3SbS3). A prata tem usos variados,
incluindo fotografia, galvanoplastia, componentes eletrô-
nicos, refrigeração, joalheria e utensílios de prata.
 Historicamente a prata foi muito importante na 
cunhagem de moedas, mas foi gradativamente substitu-
ída por outros metais, como o cobre e o níquel, e poste-
riormente por outras ligas metálicas.
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3.1.3. COBRE – Cu
Figura 15: Cobre nativo
 Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m
 Hábito: Faces tetrahexaedro são comuns. Tam-
bém cubo, dodecaedro e octaedro. Cristais normalmente 
mal formados, formando grupos arborescentes. Normal-
mente ocorrem como massas irregulares, escamas, pla-
cas e formas torcidas, semelhantes a fios.
 Propriedades físicas:
 Fratura: irregular
 Dureza: 2,5 a 3,0
Peso específico: 8,0 a 9,0
 Brilho: metálico
 Maleável, dúctil e séctil
 Cor: vermelho do cobre em superfície fresca. 
Normalmente escuro com brilho fosco devido à oxidação. 
Opaco 
 Composição e estrutura: Cobre nativo frequen-
temente contém pequenas quantidades de Ag, Hg, As, Sb 
e Bi. Estrutura cúbica compacta.
 Paragênese e usos: Cobre nativo é um constituin-
te comum de zonas oxidadas de depósitos sulfetados de 
cobre, onde está associado a minerais como cuprita, ma-
laquita e azurita. 
 Também como produto de sistemas hidrotermais 
(Cu nativo primário), especialmente associados a rochas 
ígneas básicas, associado à prehnita, datolita, epidoto, 
calcita e zeolitas. A maior parte da produção de cobre 
vem de sulfetos, e não de cobre nativo. Os principais usos
do cobre são para fins elétricos, especialmente sob a for-
ma de fios, e na produção de ligas metálicas como o latão 
(cobre e zinco), o bronze (cobre e estanho, com algum 
zinco) e a prata alemã (cobre, zinco e níquel).
3.1.4. PLATINA – Pt
Figura 16:Platina nativa
 Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m
 Hábito: cristais cúbicos são raros, normalmen-
te mal formados. Geralmente encontrados como grãos 
pequenos e na forma de escamas.
 Propriedades físicas:
 Dureza: 4,0 a 4,5 (alta para um metal aumenta 
com o teor em Fe)
 Peso específico: 21,45 quando pura.
 Brilho: metálico
 Maleável e dúctil
 Cor: cinza azulado com forte brilho. Opaco 
Magnética quando rica em Fe.
 Composição e estrutura: Platina nativa forma 
liga com ferro (até 28% Fe) e menores quantidades de 
Ir, Os, Rh, Pd e também Cu, Au e Ni. Estrutura cúbica 
compacta. 
 Paragênese e usos: A platina ocorre quase 
exclusivamente na forma nativa (exceto pelo mineral 
sperrilita – PtAs2), associada com: a) rochas ultrabá-
sicas (com olivina, cromita, piroxênio e magnetita, 
Bushveld, Africa do Sul); b) subproduto de minério 
de níquel-cobre (Sudbury, Canadá), c) em aluviões ou 
como subproduto da mineração de ouro e, mais rara-
mente, do cobre. Algumas das principais aplicações da 
platina derivam de sua maior dureza e ponto de fusão 
mais alto do que outros metais nobres. Platina é usada 
na indústria automobilística (catalisadores), química e 
de petróleo, odontologia, instrumentos cirúrgicos e de 
laboratório, joalheria e equipamentos elétricos.
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3.1.5. FERRO – Fe
Figura 17: Ferro nativo
 Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m 
Hábito: Cristais são raros. Em materiais terrestres: Fe 
nativo (α-Fe) ocorre como raros grãos ou massas as-
sociados com rochas basálticas (uma exceção notável 
é Disko Island, na Groenlândia, onde as massas de Fe 
nativo podem atingir várias toneladas). Ligas naturais 
de níquel-ferro ocorrem raramente, como pequenas 
placas e grãos, produto da alteração de olivina em ser-
pentinitos. Em meteoritos, Fe (kamacita) ocorre como 
placas e massas lamelares, em intercrescimentos re-
gulares com Ni-Fe (taenita).
 Propriedades físicas (α-Fe):
 Clivagem: {001} pobre
 Fratura: irregular
 Dureza: 4,5
 Peso específico: 7,3 a 7,9
 Brilho: metálico
 Maleável
 Cor: cinza aço a preto. Opaco Fortemente 
magnético
 Composição e estrutura: α Fe sempre contém 
algum Ni e frequentemente pequenas quantidades de 
Co, Cu, Mn, S, C. kamacita: pode conter até 5,5 % em 
peso de Ni Taenita: teor de Ni variável, de 27% a 65% 
em peso α Fe e kamacita: cúbico de corpo centrado Ta-
enita: cúbico de face centrada. Estrutura cúbica com-
pacta Paragênese e usos: Fe nativo é extremamente 
raro em materiais terrestres. Em alguns meteoritos, 
kamacita e taenita estão associadas à troilita (FeS). As 
principais fontes de ferro para a indústria são os mine-
rais da classe dos óxidos (hematita, magnetita).
3.1.6. ARSÊNIO – As
Figura 18: Arsênio nativo
 Dados cristalográficos: hexagonal (trigonal) 3 
2/m
 Hábito: cristais pseudocúbicos são raros. Usual-
mente maciço granular, reniforme, estalactite.
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {0001} perfeita
 Dureza: 3,5
 Peso específico: 5,7
 Brilho: quase metálico, em superfície fresca.
 Quebradiço
 Cor: branco em superfície fresca e oxida para cin-
za escuro. Traço: cinza. Opaco Fortemente metálico
 Composição e estrutura: Arsênio nativo frequen-
temente mostra uma limitada substituição de Sb; traços 
de Fe, Ag, Au, Bi.
 Paragênese e usos: Arsênio nativo é um mine-
ral raro, associado com minérios de prata, cobalto e ní-
quel. Podem estar também associado à barita, cinábrio, 
realgar, stibnita, ouropigmento e galena. A produção co-
mercial de arsênio, para uso na industria química (her-
bicidas, inseticidas) e em ligas, vem de outros minerais 
como arsenopirita (FeAsS), enargita (Cu3AsS4) e tenantita 
(Cu12As4S13)
3.1.7. ENXOFRE – S
Figura 19: Enxofre nativo
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 Dados cristalográficos: ortorrômbico, 2/m 2/m 
2/m 
 Hábito: cristais comuns, tipicamente piramidais 
(combinações de dipiramides, prisma e pinacóide basal). 
Massas irregulares imperfeitamente cristalizadas (reni-
formes, estalactites, incrustações, terroso).
 Propriedades físicas:
 Fratura: conchoidal a imperfeita
 Dureza: 1,5 a 2,5
 Peso específico: 2,05 a 2,09
 Brilho: resinoso
 Quebradiço
 Cor: amarelo enxofre 
 Pobre condutor de calor.
 Composição e estrutura: enxofre nativo pode 
conter pequenas quantidades de Se em substituição ao S.
 Paragênese e usos: S nativo é encontrado em 
regiões de vulcanismo recente e também em sequências 
sedimentares que contém sulfatos junto com matéria or-
gânica (associado à anidrita, gipsita e carbonatos). O en-
xofre e os compostos de enxofre são utilizados em uma 
variada gama de processos industriais como a produção 
de fertilizantes, inseticidas, borracha, sabão, tecidos, pa-
pel, couro, tintas, corantes, explosivos, medicamentos, 
plásticos, etc. 
3.1.8. Diamante – C
Figura 20:Diamante nativo octaedro, proveniente do Zimbawe. 10 mm
 Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m
 Hábito: cristais geralmente octaédricos, mas po-
dem ser cúbicos e dodecaédricos. Faces curvas são co-
muns.
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {111} perfeita
 Dureza: 10
 Peso específico: 3,51
 Brilho: adamantino. Cristais não cortados tem 
uma aparência graxosa. Alto índice de refração (n=2,42), 
brilho forte.
 Cor: amarelo pálido, incolor, tons pálidos de ver-
melho, laranja, verde, azul e marrom. Tons mais escuros 
são raros. Carbonado é preto ou preto acinzentado (não 
tem clivagem, é opaco e menos brilhante que os cristais).
Composição e estrutura: puro Carbono
 Paragênese e usos: diamante ocorre em rochas 
ígneas alcalinas (kimberlitos, lamproitos), e em depósitos 
sedimentares do tipo aluvião. Além do uso como gema, 
diamante possui várias aplicações industriais, como abra-
sivo e na fabricação de instrumentos de corte e polimen-
to. O diamante pode ser sintetizado em escala comercial, 
e a maior parte do total do diamante consumido no mun-
do tem origem artificial. Os processos de fabricação de 
diamante ainda não conseguem, entretanto, competir 
comercialmente com as gemas naturais de boa qualida-
de.
3.1.9. GRAFITA – C
Figura 21:Grafita nativa
 Dados cristalográficos: hexagonal, 6/m 2/m 2/m
 Hábito: cristais tabulares hexagonais com proe-
minente plano basal. Geralmente em massas foliadas ou 
escamosas, pode ser radial ou granular.
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {0001} perfeita
 Dureza: 1,0 a 2,0
 Peso específico: 2,23
 Brilho: metálico
 Cor e traço: preto
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Sensação graxosa. Flexível, mas não elástico (foliável)
 Composição e estrutura: Carbono, com impure-
zas de óxido de ferro, argilas ou outros minerais.
 Paragênese e usos: A grafita natural ocorre prin-
cipalmente em rochas metamórficas e, mais raramente, 
em pegmatitos, diques e veios associados com rochas íg-
neas. Além do grafite usado no lápis (mistura de grafita 
e argila), o mineral é usado na fabricação de refratários 
(moldes de fundição), lubrificantes, tintas, eletrodos, 
equipamentos elétricos, etc.
3.2. CLASSE DOS SULFETOS
 Com o estudo da classe dos sulfetos damos início 
a um trabalho mais sistemático de identificação macros-
cópica. Em decorrência disso você vai precisar ter sempre 
à mão (e usar) os seguintes equipamentos:
 - Lupa
 - Imã
 - Placa de porcelana
 - Canivete
 A classe dos sulfetos é muito importante porque 
inclui grande número de minerais minério. A fórmula ge-
ral dos sulfetos pode ser expressa como XmZn, na qual 
o X representa o elemento metálico e o Z o elemento 
não metálico. Seguindo a orientação de Klein & Hurlbut 
(1985) os minerais listados abaixo estão organizados em 
ordem decrescente da razão X:Z.
3.2.1. CALCOCITA – Cu2S
Figura 22: Calcopirita nativa
 Dados cristalográficos: Monoclínico, pseudo-
-ortorrômbico, 2/m ou m (abaixo de 105 oC); hexagonal 
(acima de 105 oC ).
 Hábito: cristais são incomuns, geralmente pe-
quenos e tabulares com formas hexagonais. Mais comu-
mente maciço e de granulação fina.
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {110} pobre
 Dureza: 2,5-3,0
 Peso específico: 5.5 – 5.8
 Brilho: metálico
 Cor: cinza chumbo brilhante oxida facilmente de-
senvolvendo coloração preta sem brilho.
 Traço: preto acinzentado
 Composição: Cu 79,8% e S 20,2%. Pode conter 
pequenas quantidades de Ag e Fe.
3.2.2. BORNITA – Cu5FeS4
Figura 23: Bornita nativa
 Dados cristalográficos: tetragonal, 2m (abaixo de 
228 oC), isométrico 4/m 2/m (acima de 228 oC).
 Hábito: A mais comum forma do mineral é tetra-
gonal. Cristais octaédricos, dodecaédricos e pseudocúbi-
cos são raros. Geralmente maciço
 Propriedades físicas:
 Dureza: 3
 Peso específico: 5,06 – 5,08
 Brilho: metálico
 Cor: bronze amarronzado em superfície fresca, 
mas oxida rapidamente para tons azuis e roxos e final-
mente para preto.
 Traço: preto acinzentado.
 Composição e estrutura: Cu 63,3%, Fe 11,2% e S 
25,5% para Cu5FeS4 estequiométrico, mas extensa solu-
ção sólida no sistema Cu-Fe-S ocorre. A estrutura de alta 
temperatura é relativamente complexa, com átomos de 
enxofre ocupando os vértices e centros de faces de um 
arranjo cúbico do tipo F, os átomos de Cu e Fe estão então 
tetraédricamente coordenados ou S. A estrutura de baixa 
T é derivada da estrutura de alta T apenas apresentando 
uma série de defeitos.
 Alteração: altera facilmente para covelita e calco-
cita.
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3.2.3. GALENA – PbS
Figura 24: Galena nativa
 Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m
 Hábito: geralmente em cubos, algumas vezes 
truncados por octaedros. Dodecaedros e trioctaedros são 
raros.
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {001} perfeita
 Dureza: 2,5
 Peso específico: 7,4 – 7,6
 Brilho: metálico
 Cor: cinza chumbo
 Traço: cinza chumbo
 Composição e estrutura: Pb 86,6% e S 13,4%. Ag 
está normalmente presente em solução sólida ou como 
inclusões de minerais de prata, tais como acantita e tetra-
edrita. Inclusões devem também ser responsáveis pelas 
pequenas quantidades de Zn, Cd, Sb, As e Bi presentes.
 Selênio pode substituir S. Galena tem a mesma 
estrutura do NaCl, com Pb no lugar de Na e S no lugar de 
Cl.
 Alteração: Galena oxida para anglesita (PbSO4) e 
cerussita (PbCO3)
3.3.4. ESFALERITA – ZnS
Figura 25: Esfalerita nativa
 Dados cristalográficos: isométrico, 3 m
 Hábito: Tetraedros, dodecaedros e cubos são 
formas comuns, mas os cristais são frequentemente alta-
mente complexos mal formados ou em agregados arre-
dondados, mostram geminação polissintética em {111}. 
Geralmente encontrados em massas quebráveis, de gra-
nulação fina a grosseira. Compactos, botrioidais, cripto-
cristalino.
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {011} perfeita, mas a maioria dos cris-
tais é muito fina para que a clivagem possa ser observa-
da.
 Dureza: 3,5 – 4,0
 Peso específico: 3,9 – 4,1
 Brilho: não metálico e resinoso a sub-metálico, 
também adamantino.
 Cor: incolor quando puro, e verde quando quase 
puro. Geralmente amarelo, preto, marrom, ficando mais 
escuro com o aumento do teor de Fe. Também vermelho. 
Transparente a translúcido.
 Traço: branco a amarelo e marrom
 Composição e estrutura: Zn 67% e S 33% quando 
puro. Quase sempre contém Fe, sendo que a quantidade 
desse metal depende da temperatura e da composição 
química do ambiente de formação. Se Fe está em exces-
so (normalmente indicado pela presença de pirrotita), a 
quantidade de FeS na esfalerita pode atingir 50% molal. 
Mn e Cd ocorrem em pequenas quantidades em solução 
sólida. A estrutura da esfalerita é similar à estrutura do 
diamante, com metade dos átomos de carbono substituí-
dos por Zn e a outra metade por S.
3.2.5. CALCOPIRITA – CuFeS2
Figura 26: Calcopirita nativa
 
 Dados cristalográficos: tetragonal, 2 m
 Hábito: geralmente apresenta um aspecto tetra-
edral com dominância do diesfenóide. Geralmente maci-
ça.
 Propriedadesfísicas:
 Dureza: 3,5 – 4,0
 Peso específico: 4,1 – 4,3
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 Brilho: metálico
 Cor: amarelo, frequentemente oxida apresentan-
do uma coloração bronze ou iridescente.
 Traço: preto esverdeado
 Composição e estrutura: Cu 34,6 %, Fe 30,4% 
e S 35,0%. Desvia-se muito pouco da composição ide-
al CuFeS2. Estrutura derivada da estrutura da esfalerita 
onde metade do Zn está substituído por Cu e a outra me-
tade por Fe, esse efeito leva ao duplicamento da célula 
unitária.
 Alteração: Calcopirita é a principal fonte de cobre 
para os minerais secundários malaquita, azurita, covelita, 
calcocita e cuprita. Concentração de cobre em zonas de 
enriquecimento supergênico são frequentemente o re-
sultado de tal alteração e remoção de cobre em solução 
com sua deposição subsequente.
3.2.6. PIRROTITA – Fe1-xS
Figura 27: Pirrotita nativa
 Dados cristalográficos: monoclínica, 2/m para 
variedade de baixa temperatura, estável abaixo de 250 
oC ; hexagonal 6/m 2/m 2/m para forma de alta tempera-
tura. 
 Hábito: Cristais hexagonais, geralmente tabula-
res ou piramidais indicam cristalização como polimorfo 
de alta temperatura.
 Propriedades físicas:
 Dureza: 4,0
 Peso específico: 4,58 – 4,65
 Brilho: metálico
 Cor: bronze amarronzado
 Traço: preto
 Magnética, mas de variável intensidade, quanto 
maior o teor de ferro, menor o magnetismo.
 Composição e estrutura: A maioria das pirrotitas 
tem deficiência em ferro em relação ao S, como indicado 
pela fórmula Fe1-xS, onde x fica normalmente entre 0,0 e 
0,2. Solução sólida completa entre FeS (com 50% de Fe) e 
pirrotita com 44,9% de Fe existe no campo de estabilidade 
de alta temperatura (entre 1190 oC, temperatura de fusão e 
400 oC) que é caracterizado por simetria hexagonal. A mais 
baixa temperatura o campo de estabilidade da pirrotita é 
mais restrito e a variedade hexagonal única dá lugar a vários 
tipos hexagonais e monoclínicos. A variedade monoclínica é 
estável de 0oC até 254 oC, quando inverte-se para hexagonal. 
A estrutura da pirrotita é bastante complexa, onde os átomos 
de S estão arranjados em empacotamento fechado aproxi-
madamente hexagonal.
3.2.7. PENTLANDITA – (Fe,Ni)9S8
Figura 28: Pentlandita nativa
 Dados cristalográficos: isométrico, 4/m 2/m
 Hábito: Maciço, geralmente em agregados gra-
nulares com partição octaédrica.
 Propriedades físicas:
 Partição: {111}
 Dureza: 3,5 – 4,0
 Peso específico: 4,6 – 6,0
 Brilho: metálico
 Cor: bronze amarelado
 Traço: marrom claro
 Composição e estrutura: (Fe,Ni)9S8, geralmente 
a razão Fe:Ni é próxima de 1:1. Geralmente contém pe-
quenas quantidades de Co. A estrutura da pentlandita é 
muito complicada, trata-se de uma estrutura cúbica de 
face centrada, onde os átomos metálicos estão em coor-
denação octaédrica e tetraédrica com S. Pura (Fe,Ni)9S8 
sem Co é estável até 610 oC no sistema Fe-Ni-S. Pentlan-
dita com até 40,8 % de Co é estável até 746 oC. Geralmen-
te ocorre como lamelas de exsolução na pirrotita.
3.2.8. COVELITA – CuS
Figura 29: Covelita nativa
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 Dados cristalográficos: hexagonal, 6/m 2/m 2/m.
 Hábito: raramente como cristais hexagonais ta-
bulares. Geralmente maciça recobrindo ou disseminada 
com outros minerais de Cu.
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {0001} perfeita
 Dureza: 1,5 – 2,0
 Peso específico: 4,6 – 4,76
 Brilho: metálico
 Cor: azul índigo ou mais escura
 Traço: preto a cinza chumbo
 Composição e estrutura: Cu 66,4%, S 33,6%. Uma 
pequena quantidade de Fe pode estar presente. A estru-
tura da covelita é muito complexa, um tipo de átomo de 
Cu está tetraedricamente coordenado com S, sendo que 
dos vértices do tetraedro formam camadas. Um segundo 
tipo de Cu está em coordenação trigonal com o S, dando 
origem a camadas planares. A excelente clivagem {0001} 
é paralela a essa estrutura acamadada. Covelita é estável 
até 507 oC.
3.2.9. CINÁBRIO – HgS
Figura 30: Cinábrio nativo
 Dados cristalográficos: hexagonal (trigonal), (po-
limorfo de baixa temperatura, estável até aproximada-
mente 344 oC); isométrico, (polimorfo de alta temperatu-
ra, conhecido como metacinábrio).
 Hábito: cristais geralmente romboédricos apre-
sentando geminação penetrativa. Faces trapezoedrais 
são raras. Geralmente de granulação fina, maciço, tam-
bém terroso, como incrustações e disseminações através 
da rocha. 
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {1010} perfeita
 Dureza: 2,5
 Peso específico: 8,10
 Brilho: adamantino quando puro, até terroso 
quando impuro.
 Cor: vermelho quando puro a vermelho amar-
ronzado quando impuro. Transparente a translúcido
Traço: vermelho
 Composição e estrutura: Hg 86,2%, S 13,8%, com 
pequenas variações no teor de Hg. Se e Te podem subs-
tituir S. Geralmente impuro misturado com argilas, óxido 
de ferro e bitume. A estrutura do cinábrio difere de todo 
e qualquer sulfeto, é baseada em espiral infinita de Hg-
-SHg que se estende ao longo do eixo “c” cristalográfico.
3.2.10. REALGAR – AsS
Figura 31: Realgar nativo
 
 Dados cristalográficos: monoclínico, 2/m
 Hábito: cristais prismáticos curtos geralmente es-
triados. Frequentemente de granulação grosseira a fina, 
muitas vezes terroso e como incrustações. 
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {010} boa
 Dureza: 1,5 – 2,0
 Peso específico: 3,48
 Brilho: resinoso
 Cor: vermelho a laranja; transparente a translúci-
do.
 Traço: vermelho a laranja
 Composição e estrutura: As 70,1, S 29,9. A estru-
tura do realgar é caracterizada por anéis de As4S4, simila-
res aos anéis de S8 no enxofre nativo. Todos os As estão 
ligados covalentemente a outro As e a 2 átomos de S.
3.2.11. OUROPIGMENTO – As2S3
Figura 32: Ouropigmento nativo
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 Dados cristalográficos: monoclínico, 2/m
 Hábito: cristais pequenos tabulares ou prismáti-
cos curtos.
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {010} perfeita
 Dureza: 1,5 – 2,0
 Peso específico: 3,49
 Brilho: resinoso, nacarado na face de clivagem.
 Cor: amarelo limão
 Traço: amarelo pálido
 Composição e estrutura: As 61,0%, S 39,0 %. 
Contém até 2,7 % de Sb. Pirâmides trigonais de As S3 di-
videm vértices formando anéis de seis membros. Esses 
anéis estão ligados formando uma estrutura em camadas 
enrugadas de As2S3. As ligações dentro das camadas são 
de natureza residual. A clivagem {010} perfeita é paralela 
a essas camadas.
3.2.12. ESTIBNITA – Sb2S3
Figura 33: Estinibita nativa
 Dados cristalográficos: ortorrômbico, 2/m 2/m 
2/m
 Hábito: prismático, zonas prismáticas vertical-
mente estriadas. Cristais frequentemente com termina-
ções marcantes e algumas vezes curvadas ou dobradas. 
Grupos de cristais radiais ou em forma de lâminas com 
clivagem proeminente são comuns. Maciço de granula-
ção grosseira a fina.
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {010} perfeita, com estrias paralelas a 
{100}
 Dureza: 2,0
 Peso específico: 4,52 – 4,62
 Brilho: metálico, brilho intenso na superfície de 
clivagem.
 Cor: preto a cinza chumbo
 Traço: preto a cinza chumbo
 Composição e estrutura: Sb 71,4%, S28,6%. Po-
dem ocorrer pequenas quantidades de Au, Ag, Fe, Pb e 
Cu. A estrutura da estibnita é definida por cadeias em zi-
gzag de átomos de Sb e S que são paralelas ao eixo “c” 
cristalográfico. A distância entre Sb-S nas cadeias varia 
de 2,5 a 3,6 Å. Os prismas longos, estriados de estibnita 
são paralelos a esta estrutura em cadeia (//c). A clivagem 
{010} ocorre entre cadeias Sb-S.
3.2.13. PIRITA – FeS2
Figura 34: Pirita nativa
 Dados cristalográficos: isométrico, 2/m .
 Hábito: frequentemente em cristais, as formas 
mais comuns incluem o cubo, o piritoedro e o octaedro. 
Também maciço, granular, reniforme, globular, estalactí-
tico. 
 Propriedades físicas:
 Fratura: conchoidal
 Dureza: 6,0 – 6,5
 Peso específico: 5,02
 Brilho: metálico
 Cor: amarelo pálido, podendo ser mais escura 
devido à oxidação 
 Traço: preto amarronzado a esverdeado.
 Composição e estrutura: Fe 46,6 %, S 53,4%. 
Pode conter pequenas quantidades de Ne e Co. A com-pleta solução sólida ocorre entre bravoita (Fe,Ni)S2 e piri-
ta. Pode conter pequenas quantidades de Au e Cu como 
impurezas microscópicas. A estrutura da pirita pode ser 
considerada como uma estrutura modificada da estrutu-
ra do NaCl com Fe na posição do Na e S2 na posição do Cl.
Alteração: pirita altera facilmente para óxidos de ferro, 
geralmente limonita. Cristais pseudomorfos de pirita são 
comuns.
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3.2.14. MARCASITA – FeS2
Figura 35: Marcasita nativa
 Dados cristalográficos: ortorrômbico, 2/m 2/m 
2/m
 Hábito: cristais normalmente tabulares {010}. Al-
gumas vezes prismáticos {001}. Frequentemente gemina-
dos. Geralmente em formas radiais. Formas estalactíticas 
geralmente com um centro com estrutura radial e cober-
to com grupos de cristais irregulares. Também globular e 
reniforme.
 Propriedades físicas:
 Dureza: 6,0 – 6,5
 Peso específico: 4,89
 Brilho: metálico
 Cor: amarelo bronze pálido até quase branco na 
superfície de fratura. Oxida para amarelo a marrom.
 Traço: preto acinzentado.
 Composição: composição constante FeS2, poli-
morfo de pirita. O campo de estabilidade de pirita e mar-
cassita não está bem definido, mas considerando as ocor-
rências geológicas marcasita parece indicar mais baixa 
temperatura de formação do que pirita.
3.2.15. MOLIBDENITA – MoS2
Figura 36: Molibidenita nativa
 
 Dados cristalográficos: hexagonal, 6/m 2/m 2/m
 Hábito: cristais em placas hexagonais ou primas 
curtos. Comumente foliados, maciços ou em escamas.
Propriedades físicas:
 Clivagem: {0001} perfeita, laminada, flexível mas 
não elástica.
 Dureza: 1,0 – 1,5
 Peso específico: 4,62 – 4,73
 Brilho: metálico
 Cor: cinza chumbo
 Traço: preto a cinzento
 Composição e estrutura: Mo 59,9 %, S 40,1%, de 
composição constante. Na estrutura da molibdenita uma 
folha de átomos de Mo está ensanduichada entre duas 
folhas de átomos de S, as três folhas juntas definem uma 
estrutura em camadas. As forças de ligações nas folhas 
são muito mais fortes do que as forças de ligações entre 
as folhas, dando origem à excelente clivagem {0001}.
3.2.16. ARSENOPIRITA – FeAsS
Figura 37: Arsenopirita nativa
 Dados cristalográficos: monoclínico, 2/m, pseu-
do-ortorrômbico.
 Hábito: cristais comumente alongados ao longo 
do eixo cristalográfico “c” e menos comumente ao longo 
do “b”. Geminação ao longo de {100} e {001} produz cris-
tais pseudoortorrômbicos, geminação ao longo de {110} 
gera geminação de contato ou penetração.
 Propriedades físicas:
 Clivagem: {101} pobre
Dureza: 5,5 – 6,0
 Peso específico: 6,07
 Brilho: metálico
 Cor: branco prata
 Traço: preto
 Composição e estrutura: composição próxima a 
FeAsS, com pequena variação no conteúdo de As e S, va-
riando de FeAs0,9S1,1 e FeAs1,1S0,9. Co pode substituir 
parte do Fe e uma série estende-se até glaucodota, (Co, 
Fe)AsS. A estrutura da arsenopirita é derivada da estrutu-
ra da marcasita na qual metade do S está substituída por 
As.
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3.3. CLASSE DOS ÓXIDOS E HIDRÓXIDOS
 Óxidos formam um grupo de minerais caracteri-
zados por combinação de oxigênio com um ou mais me-
tais. As características gerais dos minerais desta classe in-
cluem dureza e densidade relativamente alta, e o fato de 
que várias espécies são relativamente refratárias. Óxidos 
são amplamente distribuídos. Ocorrem em rochas ígneas, 
metamórficas e sedimentares, em proporções acessórias 
ou formando minérios. São os principais minérios de Fe, 
Cr, Mn, Sn e U, mas também ocorrem associados a outros 
tipos de minérios (como sulfetos, por exemplo). As carac-
terísticas gerais dos minerais desta classe incluem dureza 
e densidade relativamente alta, e o fato de que várias es-
pécies são relativamente refratárias. As ligações químicas 
nos óxidos são em geral fortemente iônicas (ao contrário 
dos sulfetos, que tipicamente tem ligações mistas: iônica, 
covalente e metálica)
3.3.1. ÓXIDOS
 Os óxidos podem ser classificados de acordo com 
o tipo químico, em função da razão metal/oxigênio. Os 
seguintes grupos podem ser reconhecidos:
 • X2O - Cuprita . Cu2O
 • XO - Zincita . ZnO
 •X2O3 - Grupo da Hematita:
 Corindon . Al2O3
 Hematita . Fe2O3
 Ilmenita . FeTiO3
 • XO2- Grupo do Rutilo
 Rutilo - TiO2
 Pirolusita . MnO2
 Cassiterita . SnO2
 Uraninita . UO2
 •XY2O4 - Grupo do espinélio:
 A fórmula dos espinélios pode ser expressa em 
termos de cela unitária como X8Y16O32, onde os cátions 
podem estar em posições tetraédricas (X) ou octaédricas 
(Y). Dois tipos de estrutura são reconhecíveis.
 Nos espinélios de estrutura normal, oito átomos 
do tipo X ocupam as oito posições tetraédricas e os áto-
mos do tipo Y ocupam os 16 sítios octaédricos, sendo 
representados pela formula X8Y16O32. Nos espinélios de 
estrutura invertida, oito átomos do tipo Y ocupam os oito 
sítios tetraédricos, gerando uma fórmula do tipo Y(YX)O4. 
Os espinélios de estrutura invertida são caracterizados 
pela presença de cations trivalentes no sítio tetraédrico 
ou pela substituição acoplada de Fe2+ + Ti4+ no sítio octaé-
drico.
 •Espinélios de estrutura normal:
 Espinélio Mg Al3+2O4
 Hercinita Fe Al3+2O4
 Gahnita Zn Al3+2O4
 Galaxita Mn Al3+2O4
 Franklinita Zn Fe3+2O4
 Cromita Fe2+ Cr3+2O4
 Magnesiocromita Mg Cr3+2O4
 • Espinélios de estrutura invertida
 Magnetita Fe3+ (Fe2+,Fe3+)O4
 Magnesioferrita Fe3+ (Mg2+,Fe3+)O4
 Jacobsita Fe3+ (Mn2+,Fe3+)O4
 Ulvoespinélio Fe2+ (Fe2+ , Ti4+ )O4
 Crisoberilo BeAl2O4
 Columbita-Tantalita (Fe, Mn)(Nb, Ta)2O6
 •Outros
 Criptomelano KMn8O16
 Alguns dos principais minerais representantes 
desta classe são descritos abaixo.
3.3.2.CUPRITA -Cu2O
Figura 38: Cuprita nativa
 Dados cristalográficos: isométrico 4/m 2/m
 Hábito: comumente ocorre em cristais cúbicos, 
octaédricos ou dodecaédricos, frequentemente em com-
binação. Algumas vezes como cristais capilares alonga-
dos.
 Propriedades Físicas :
 Dureza: 3,5 . 4,0
 Densidade relativa: 6,1
 Brilho: metálico-adamantino em variedades per-
feitamente cristalizadas
 Cor: vários tons de vermelho; pode ser transpa-
rente
 Traço: vermelho amarronzado
 Composição e estrutura: Geralmente puro, mas 
FeO pode estar presente como impurezas.
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Técnico em Mineração - Minerologia
 Estrutura: átomos de oxigênio ocupam o centro 
e os vértices de um tetraedro. Cobre ocupa posição inter-
mediária (metade do caminho) entre 2 átomos de oxigê-
nio.
 Ocorrência e usos: Ocorre na zona oxidada de 
depósitos de cobre, associada com limonita, Cu nativo, 
malaquita, azurita, crisocola.
3.3.3. CORINDON . Al2O3
Figura 39: Coridon nativo
 Dados cristalográficos: hexagonal (trigonal), 2/m
 Hábito: cristais comumente tabulares segundo 
{0001} ou prismáticos {11 0}.Frequentemente como bi-
pirâmides hexagonais achatadas, arredondadas na forma 
de barris com estrias profundas horizontais. Pode apre-
sentar faces romboédricas. Geralmente maciço ou crista-
lizado grosseiramente. Geminação polissintética comum 
segundo {10 1} e {0001}.
 Propriedades Físicas
 Partição: {10 1}, gerando ângulos próximos de 
90o e {0001}. Partição prismática mais rara.
 Dureza: 9
 Densidade relativa: 4,02
 Brilho adamantino a vítreo.
 Cor: Variável, geralmente tons de marrom, rosa 
ou azul, ou incolor. Algumas variedades coloridas são usa-
das como gemas (Rubi vermelho, Safira azul ou varieda-
des gemológicas de outra cor que não vermelho).
 Composição e estrutura: Al 52,9 %, O 47,1 %. 
A estrutura consiste de um empacotamento hexagonal 
compacto de O e Al em coordenação octaédrica. Dois 
terços do octaedro são ocupados por Al e 1/3 está de-
socupado. Ocorrência e usos: Ocorre como um mineral 
acessório (isto é, em pequenas quantidades) em rochas 
ígneas deficientes em sílica (sienitos, nefelina-sienitos), 
pegmatitos, rochas metamórficas (mármores, xistos, 
gnaisses), depósitos sedimentares residuais ou transpor-
tados (resistente ao intemperismo e erosão). Produzido
artificialmente em escala industrial. Usos: gema e abra-
sivo.
3.3.4. HEMATITA. Fe2O3

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