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Regime de Bens no Casamento

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Regime de Bens no 
Casamento 
Princípios que regem o 
regime de bens 
• Princípio da autonomia privada (art. 
1639 do CC): decorre da liberdade 
relacionado a dignidade humana 
para regulamentar o regime de 
bens, é livre a escolha do regime, 
salvo nas hipóteses do regime de 
separação obrigatória ou legal (art. 
1641 do CC). É possível que o casal 
escolha outros regimes de bens, 
mesmo que não sejam 
mencionados na legislação em vigor 
ou combinar os regimes existentes 
(regime misto). 
• Princípio da Indivisibilidade do 
regime de bens: ainda que seja 
possível o regime entre os cônjuges, 
com fundamento no princípio 
constitucional – art. 226 do CC e do 
art. 1.551 do CC), o princípio da 
indivisibilidade dita que o regime 
deve ser adotado pelos cônjuges, 
não podendo ser fracionado. 
• Princípio da validade do regime de 
bens (art. 1.640, caput, CC): o 
Código Civil faz previsão de quatro 
regime de bens, mas no silencio dos 
cônjuges vai prevalecer o regime da 
comunhão parcial de bens, 
chamado de regime legal ou 
supletório. O regime de bens pode 
ser alterado (art. 1.639, §2 do CC) 
desde que haja autorização judicial 
e pedido motivado por ambos os 
cônjuges, procedimento legal 
previsto no art. 734 do CPC. 
Regime da separação 
obrigatória de bens (art. 
1.641 do CC) 
Tem como objetivo (inciso I) a proteção 
dos herdeiros evitando a confusão 
patrimonial, art. 1.523 do CC, como por 
exemplo, viúva que não fez inventário, 
divorciado que não realizou partilha de 
bens. 
Tem como fundamento proteger o 
idoso do golpe do baú, protegendo os 
interesses patrimoniais em relação aos 
herdeiros (inciso II – maiores de 70 
anos). 
Os incapazes são vulneráveis por 
disposição legal, neste caso os menores 
de 16 anos. Com a entrada da Lei 
13.811/2019 em vigor, o casamento de 
menores só é permitido em idade núbil 
e quando os pais não autorizarem o 
casamento, somente poderão se casar 
por suprimento judicial e, por isso, 
estão obrigados ao regime de 
separação obrigatória ou legal de bens 
(inciso III). 
Conversão da União Estável 
em casamento do maior de 
70 anos (Enunciado 261 
CJF/STJ) 
O regime da separação obrigatória ou 
legal de bens, previsto no art. 1.641, II 
do CC, não se aplica nas hipóteses de 
conversão da união estável em 
casamento. 
 
 
Súmula 337 do STF 
Existem duas correntes sobre o tema: 
1. Primeira Corrente: a súmula 
encontra-se cancelada após a 
entrada em vigor do CCB de 2002, 
onde não reproduziu a regra do 
artigo 256 do CC de 1916, que dava 
o fundamento. Entendimentos de 
José Fernando Simão, Silvio 
Rodrigues, Francisco Cahali e Inácio 
Carvalho. 
2. Segunda Corrente (majoritária): na 
doutrina e na jurisprudência a 
súmula não está cancelada diante 
da vedação do enriquecimento sem 
causa, na forma dos arts. 884 a 886 
do CC havendo, portanto, a 
comunicação dos bens pelo esforço 
comum. Entendimentos de Nelson 
Nery e Rosa Nery, Zeno Veloso, 
Maria Berenice Dias, Maria Helena 
Diniz e Cristiano Chaves. 
 
Regime da Comunhão 
Parcial de Bens 
 
Chamado de regime legal ou 
supletório desde a entrada em vigor 
da Lei do Divórcio – Lei 6.515/1977, 
onde no silêncio dos nubentes, o 
regime adotado será este, ou 
também quando o casamento for 
nulo ou o pacto antenupcial 
ineficaz, na forma do art. 1.640 do 
CC. 
• Partilha de bens (art. 1.658 do 
CC); 
• Bens incomunicáveis (art. 1.659 
do CC); 
• Bens comunicáveis (art. 1.660 
do CC). 
Regime da Comunhão 
Universal de Bens (arts. 
1.667 a 1.671 do CC) 
Esse regime foi obrigatório até a 
entrada da Lei 6.515/1997 em vigor. 
Em regra, comunicam-se os bens 
anteriores e posteriores após a 
realização do casamento, incluindo 
dívidas de ambos. São comunicáveis 
também, os bens recebidos por 
herança ou doação durante o 
casamento individualmente (art. 1.667 
do CC). 
Nos bens incomunicáveis (art. 1.668 do 
CC), a incomunicabilidade impede a 
comunicação de bens em qualquer 
regime, mas deve ser justificada 
quando inserida em testamento – art. 
1.848 do CC. O fideicomisso é uma 
forma testamentária onde o primeiro 
herdeiro pode ser substituído por outro 
– fiduciário – fideicomissário (pessoa 
existente no momento da abertura da 
sucessão) – arts. 1.951 a 1.960 do CC. 
Regime da Participação 
Final dos Aquestos – arts. 
1.672 a 1.686 do CC 
Nesse regime cada cônjuge terá 
patrimônio próprio, constituído pelos 
bens que cada um possuía 
anteriormente ao casamento, assim 
como por aqueles que forem 
adquiridos individualmente, a qualquer 
título. 
Separação Convencional 
dos Bens 
Por escolha dos nubentes e celebrado 
no pacto antenupcial, em que não 
ocorre a comunicabilidade dos bens.

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