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PHTLS - trauma

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1 
RESUMO – HABILIDADES BÁSICAS II PHTLS 
por IALY FERREIRA 
Suporte Pré-Hospitalar de Vida no 
Trauma (PHTLS) 
Dr. McSwain – pai do PHTLS 
Dar aos pacientes de trauma a sua maior 
chance de sobrevivência 
 Fornece compreensão da anatomia e 
fisiologia, a fisiopatologia do trauma, a 
avaliação e cuidado ao paciente em 
trauma, utilizando a abordagem ABCDE e 
as habilidades necessárias para promover 
esse cuidado. 
 Os socorristas devem ter e utilizar 
habilidades de pensamento crítico para 
tomar e executar decisões
 específicas para cada paciente 
 A chance de sobrevivência de paciente 
em trauma que recebe atendimento 
excelente ao trauma, tanto pré-hospitalar 
quanto hospitalar, é provavelmente maior 
do que a de qualquer outro paciente 
gravemente doente. 
O trauma é a principal causa de morte em 
pessoas entre 1 e 44 anos (mais 70% das mortes 
entre 15 e 24 anos, e mais de 40% das mortes 
entre 1 a 14 anos). 8ª principal causa de morte 
em pessoas idosas. 
O custo é altíssimo: 
 
 Mais de 5,8 milhões de pessoas morrem 
anualmente de trauma (9 pessoas 
morrem a cada minuto) 
 Acidentes de trânsito constituem a 
principal causa de morte em casos de 
trauma 
FASES DO ATENDIMENTO AO TRAUMA 
O trauma não é um acidente! 
O socorrista de atendimento pré-hospitalar tem 
responsabilidades em todas as fases! 
FASE PRÉ-EVENTO: circunstâncias que levaram à 
lesão. 
 Esforços focados na prevenção de lesões 
 Preparação dos socorristas para os 
eventos que não são impedidos pelos 
esforços da prevenção 
*As condições médicas presentes antes do 
evento de trauma podem causar sérias 
complicações na avaliação pré-hospitalar e 
no manejo do paciente. 
FASE DO EVENTO: momento exato do trauma 
 “Não cause mais danos” – você é 
responsável por si, por seu parceiro e 
pelos pacientes sob seus cuidados 
FASE PÓS-EVENTO: consequências do evento 
traumático. Começa assim que a energia do 
choque é absorvida. 
DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL DAS MORTES 
POR TRAUMA: 
o Primeira fase: dentro dos primeiros 
minutos até 1h do acidente; 
provavelmente ocorreriam mesmo 
com socorro imediato. COMBATE: 
estratégias de prevenção da lesão 
e segurança. 
o Segunda fase: dentro de poucas 
horas após o acidente. COMBATE: 
geralmente podem ser prevenidas 
com bom socorro pré-hospitalar e 
atendimento no hospital. 
o Terceira fase: muitos dias ou 
semanas após o acidente; em 
geral, por falência múltipla de 
órgãos. COMBATE: socorro 
precoce e intensivo no contexto 
hospitalar pode evitar algumas 
mortes. 
HORA DE OURO: pacientes que recebiam 
atendimento/tratamento definitivo logo 
após uma lesão apresentaram sobrevida 
muito maior do que os que o socorro 
 
 
 
2 
RESUMO – HABILIDADES BÁSICAS II PHTLS 
por IALY FERREIRA 
demorou. Tempo entre a ocorrência da 
lesão e o tratamento definitivo é crítico. 
Tratamento imediato de 
hemorragia e preservação da 
capacidade do corpo de produzir 
energia para continuar o processo 
de ressuscitação usando sangue e 
plasma e para que não se eleve a 
pressão arterial, utilizando grandes 
volumes de cristaloide. Controle da 
hemorragia e restabelecimento da 
perfusão adequada pela 
reposição de fluidos o mais 
parecido possível com o sangue 
total. 
Uma das responsabilidades mais 
importantes de um socorrista é 
passar o mínimo de tempo possível 
no cenário do acidente e agilizar o 
atendimento no local e o 
transporte do paciente para o 
serviço adequado. O socorrista 
deve utilizar o pensamento crítico e 
considerar o tempo de transporte e 
os recursos disponíveis no serviço 
(ex.: capacidade cirúrgica 
instalada). 
Devemos lembrar do nosso compromisso com o 
paciente realizando o seguinte: 
 Avaliação rápida e precisa 
 Identificação de choque e hipoxemia 
 Início das intervenções corretas na hora 
correta 
 Transporte em tempo adequado para o 
lugar adequado 
 
TRAUMA 
Evento nocivo que acontece quando há 
liberação de formas específicas de energia 
física ou quando há barreiras ao fluxo normal de 
energia. Sempre haverá trauma quando o limiar 
de transferência de energia suportada pelo 
corpo for excedido. 
 Energia mecânica: energia de um objeto 
em movimento. Ex.: batida de carro 
 Energia química: resulta da liberação de 
um composto químico com o tecido 
humano exposto a ele. Ex.: queimaduras 
por exposição a uma ácido ou base 
 Energia térmica: associada ao aumento 
da temperatura e calor. Ex.: queimadura 
com fogo de cozinha 
 Energia por radiação: ondas 
eletromagnéticas. Ex.: queimaduras 
solares 
 Energia elétrica: movimentação de 
elétrons entre dois pontos. Ex.: veículo que 
bateu em um poste de luz 
O TRAUMA COMO UMA DOENÇA 
Tríade epidemiológica (as características de 
cada um muda conforme o tempo e as 
circunstâncias): 
 Hospedeiro: homem 
 Agente causador: energia 
 Ambiente: hospedeiro e agente devem 
se encontrar em um ambiente que 
permita que os dois interajam 
MATRIZ DE HADDON 
Fornece um meio para representar 
graficamente os eventos ou ações que 
aumentam ou diminuem as possibilidades de um 
trauma. Também pode ser usada para 
identificar estratégias de prevenção. 
 Pré-evento: fatores que podem contribuir 
para a probabilidade de um acidente, 
mas a energia ainda está sobre controle. 
PREVENÇÃO PRIMÁRIA – evitar que o 
trauma ocorra (programas de educação 
e uso de EPIs) 
 Evento: fatores que influenciam na 
gravidade da lesão; a energia 
descontrolada é liberada e o trauma 
ocorre se a transferência de energia 
exceder a tolerância do corpo. 
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA – medidas 
 
 
 
3 
RESUMO – HABILIDADES BÁSICAS II PHTLS 
por IALY FERREIRA 
tomadas para prevenir a progressão de 
uma lesão aguda, uma vez que ela já 
tenha ocorrido 
 Pós-evento: afetam o resultado depois de 
uma lesão ter ocorrido. PREVENÇÃO 
TERCIÁRIA – reduzir ocorrência de morte e 
invalidez a longo prazo (programas ativos 
e agressivos de reabilitação) 
 
CLASSIFICAÇÃO DO TRAUMA 
Trauma intencional: associado a um ato de 
violência interpessoal ou autoinfligido. Ex.: 
homicídio, abuso infantil, guerra. Podem ser 
prevenidos por meio de uma abordagem ampla 
e multidisciplinar. 
Traumas não intencionais: não são acidentais! 
Fatores muito específicos devem se reunir para 
que ocorram. Ex.: colisões de veículos 
automotores. 
Formas de medir a gravidade do trauma: por 
meio do impacto do trauma na saúde pública; 
pela análise do número de anos potenciais de 
vida perdidos; e pelas estimativas de custo do 
trauma. 
A segurança do socorrista e de sua equipe deve 
vir em primeiro lugar! 
PREVENÇÃO DO TRAUMA 
Estratégias passivas: exigem pouca ou nenhuma 
ação por parte do indivíduo (ex.: sistemas de 
aspersão contra incêndio e air bags) – são mais 
eficazes porque não necessitam que as pessoas 
colaborem, mas são mais caras e mais difíceis de 
implementar 
Estratégias ativas: exigem a cooperação da 
pessoa (ex.: cintos de segurança, capacete) 
EDUCAÇÃO: estratégias educativas a fim de 
transmitir informações. Estratégia mais fácil de se 
implementar, depende da adesão do público-
alvo. Quando combinada com outras formas e 
estratégias de implementação, a educação 
pode ser uma ferramenta valiosa. 
EXECUÇÃO: explora o poder persuasivo da lei 
para obrigar a adesão de estratégias simples, 
mas eficazes de prevenção. É uma medida 
preventiva ativa porque as pessoas precisam 
obedecer às leis. Ex.: leis de uso obrigatório de 
cinto, não dirigir alcoolizado, instalação de 
placas de sinalização ao longo das estradas e 
cercas ao redor de piscinas. 
ENGENHARIA: visam estabelecer uma 
prevenção de traumas por meio de produtos ou 
alterações ambientais para que o hospedeiro 
não tenha que agir de forma diferente para ser 
protegido. É uma estratégia de prevenção 
passiva. Estratégia mais cara de ser 
implementada. Ex.: sistemas automáticos de 
aspersão contra incêndioem edifícios, cascos 
flutuantes em barcos e alarmes reservas em 
ambulâncias. 
ABORDAGEM EM SAÚDE PÚBLICA 
Esforço comunitário e multidisciplinar. Trabalha 
para determinar como mudar o hospedeiro, o 
agente e o ambiente, para evitar traumas. 
 Vigilância 
 Identificação de fatores de risco 
 Avaliação da intervenção 
 Implementação e avaliação da 
intervenção 
CINEMÁTICA DO TRAUMA 
 
 
 
4 
RESUMO – HABILIDADES BÁSICAS II PHTLS 
por IALY FERREIRA 
O manejo de qualquer paciente começa (após 
a reanimação inicial) com o histórico de trauma 
do paciente – história do impacto e da troca de 
energia que resultou desse impacto. A 
compreensão dos princípios da cinemática 
melhora o nível de hipóteses para determinados 
traumas quanto ao padrão de lesões. A energia 
é transformada em lesão quando é absorvida 
pelo corpo. 
Durante o evento, três impactos ocorrem: 
1. O impacto de dois objetos (ex.: veículo e 
árvore) 
2. O impacto dos passageiros dentro do 
veículo (ex.: passageiro com o volante, o 
para-brisa ou o cinto) 
3. O impacto dos órgãos vitais dentro dos 
passageiros (colidindo com as paredes 
de um compartimento do corpo ou 
sendo arrancados de suas estruturas de 
apoio) 
*Em uma queda, apenas o segundo e o 
terceiro impactos estão envolvidos. 
O termo colisão não se refere apenas a uma 
colisão automobilística! 
O número de partículas de tecido afetado é 
determinado pela densidade do tecido e pelo 
tamanho da área de contato do impacto. 
Quanto mais denso o tecido, maior o número de 
partículas que vão ser afetadas por um objeto 
em movimento e maior a taxa de quantidade 
total de energia trocada. Se toda a energia de 
impacto se concentrar em uma área pequena, 
e esta força exceder a resistência da pele, o 
objeto irá atravessar a pele (trauma penetrante); 
se a força for distribuída ao longo de uma área 
maior e a pele não for penetrada há um trauma 
fechado. 
Quando as partículas dos tecidos do corpo 
humano são deslocadas para fora de sua 
posição normal, criando um buraco ou uma 
cavidade, tem-se um processo chamado de 
cavitação. 
 Cavidade temporária: distensão dos 
tecidos no momento do impacto, no 
qual, devido às propriedades elásticas do 
tecido do corpo, parte ou todo o 
conteúdo retornam à posição anterior 
 Cavidade permanente: ocorre após 
colapso da cavidade temporária, é a 
parte visível da destruição tecidual. 
 
A cavitação ocorre tanto no trauma fechado, 
quanto no penetrante. Geralmente, no trauma 
fechado há apenas uma cavidade temporária, 
enquanto no trauma penetrante há uma 
cavidade permanente e uma cavidade 
temporária. 
 
A cavidade temporária criada a partir de um 
projétil se espalha para longe tanto na direção 
lateral quanto frontal. 
Cisalhamento: resultado de um órgão ou 
estrutura que muda de velocidade mais 
rapidamente do que outro órgão ou estrutura, 
havendo cisalhamento e separação das partes. 
Ex.: ruptura de aorta torácica. 
Compressão: um órgão ou estrutura sendo 
diretamente comprimido entre outros órgãos ou 
estruturas. Ex.: intestino sendo comprimido entre 
a coluna vertebral e o interior da parede 
abdominal anterior em um paciente usando 
apenas um tipo de cinto de segurança. 
COLISÕES COM VEÍCULOS 
1. Impacto frontal: o motorista vai para 
frente e seu tórax colide com a coluna de 
direção. Quando o esterno interrompe o 
movimento de avanço em relação ao 
painel, a parede torácica posterior 
continua até que a energia seja 
absorvida pela flexão e possível fratura 
 
 
 
5 
RESUMO – HABILIDADES BÁSICAS II PHTLS 
por IALY FERREIRA 
das costelas. Esse processo também irá 
esmagar o coração e os pulmões. 
Embora o veículo repentinamente deixe 
de avançar, o passageiro continua a se 
mover: por cima ou por baixo. 
 Trajetória por cima 
 Cabeça colide com para-brisa 
ou com o teto – fratura de 
crânio 
 A coluna cervical é a parte 
menos protegida da coluna 
vertebral – fratura de coluna 
cervical 
 O peito ou o abdômen colidem 
com a coluna de direção: 
lesões torácicas, cardíacas, 
pulmonares e na aorta; 
compressão e esmagamento 
de órgãos parenquimatosos, 
lesões por hiperpressão e 
ruptura de órgãos ocos, 
cisalhamento de rins, baço e 
fígado 
 
 Trajetória por baixo 
 Joelho estendido - fratura da 
articulação do tornozelo; 
joelho dobrado - joelhos se 
chocam contra o painel do 
carro: luxação da articulação 
do joelho com lesão da artéria 
poplítea (identificação e 
tratamento precoces 
diminuem as complicações de 
uma isquemia distal - perfusão 
deve ser restabelecida em até 
6h) OU rompimento de fêmur e 
luxação da articulação 
acetabular. 
 Após o movimento dos joelhos 
e das pernas, a parte de cima 
do corpo irá se dobrar sobre a 
coluna de direção ou o painel 
de carro, podendo apresentar 
muitas das lesões da trajetória 
por cima, se estiver sem cinto 
 
 
2. Impacto traseiro: quando um veículo 
(veículo-alvo) mais lento ou parado é 
atingido por trás por outro veículo 
(veículo-projétil) com 
velocidade maior. 
 Se o encosto da cabeça 
estiver mal posicionado, a 
cabeça começa o 
movimento para frente 
depois do torso, levando à 
hiperextensão do pescoço, 
cisalhamento e 
alongamento dos 
ligamentos e outras estruturas de 
sustentação do pescoço 
 Se o veículo-alvo se mover para frente 
sem colidir com nada até parar o 
movimento, não haverá muitos 
traumas significativos, se o encosto da 
cabeça estiver posicionado 
corretamente, pois a maior parte do 
movimento do corpo é sustentada 
pelo assento 
 Se o veículo atingir outro veículo ou 
objeto, ou se o motorista pisar no freio 
e parar o carro de repente, os 
passageiros seguem adiante imitando 
o padrão característico de um 
impacto frontal 
3. Impacto lateral: os passageiros podem ser 
feridos ao serem acelerados lateralmente 
ou no momento em que a cabine de 
passageiros é deformada para dentro. 
 Clavícula – pode ser fraturada se 
houver força contra o ombro 
 Peito – a compressão do tórax pode 
causar fratura nas costelas, contusão 
pulmonar, traumas por hiperpressão, 
cisalhamento da aorta 
 Abdômen e pelve – lesões de baço e 
fígado; fratura da pelve, cabeça do 
fêmur é empurrada através do 
acetábulo 
 
 
 
6 
RESUMO – HABILIDADES BÁSICAS II PHTLS 
por IALY FERREIRA 
 Pescoço – flexão e rotação lateral, o 
lado contralateral da coluna vertebral 
será aberto e o lado homolateral será 
comprimido, podendo haver fratura 
de vértebras, luxação ou lesão da 
medula espinhal 
 Cabeça – pode bater no esquadro da 
porta 
 
 
4. Impacto angular: causam lesões que são 
um misto de lesões vistas em impactos 
frontais e laterais. O passageiro continua 
a se mover para frente e, em seguida, é 
atingido pela lateral do veículo conforme 
o veículo gira em torno do ponto do 
impacto. O passageiro mais próximo do 
ponto de impacto provavelmente sofrerá 
os ferimentos mais graves. 
 
5. Capotamento: o veículo pode sofrer 
vários impactos em diversos ângulos 
diferentes, assim como os passageiros e 
seus órgãos internos. Muitas vezes, um 
passageiro com cinto de segurança sofre 
ferimentos com cisalhamento, pois os 
órgãos internos continuam se movendo. 
Quem está sem cinto sofre lesões ainda 
mais graves, podendo ser ejetados do 
veículo conforme ele capota e sendo 
esmagados por ele ou sendo atropelados 
por outros veículos, ou sofrendo impacto 
contra o solo. 
ACIDENTES ENVOLVENDO MOTOCICLETAS 
Um fator adicional que leva ao aumento das 
mortes, invalidez e traumas é a ausência de um 
quadro estrutural em torno da motocicleta. 
1. Colisão frontal: a moto vai pender para 
frente e o piloto vai colidir sobre o guidão 
– ferimentos na cabeça, tórax, abdômen 
ou pelve. Fraturas pélvicas em livro-
aberto ocorrem quando os pés do 
motociclista permanecem nos pedais e 
as coxas atingem o guidão, de forma que 
o movimento vai ser absorvidopela 
diáfise do fêmur causando fraturas 
bilaterais do fêmur. 
 
2. Impacto angular: a moto cairá sobre o 
piloto ou o piloto será esmagado entre a 
moto e o objeto atingido. Lesões nos MMII 
ou MMSS podem ocorrer, resultando em 
fraturas e lesão das partes moles; assim 
como lesões nos órgãos da cavidade 
abdominal. 
3. Impacto de ejeção: o motociclista 
continua voando até que a cabeça, 
tórax, abdômen ou pernas se choquem 
com outro objeto. Lesões vão ocorrer no 
ponto de impacto e serão irradiadas para 
 
 
 
7 
RESUMO – HABILIDADES BÁSICAS II PHTLS 
por IALY FERREIRA 
o resto do corpo quando a energia for 
absorvida. 
LESÕES A PEDESTRES 
1. O impacto inicial é nas pernas e, às vezes, 
no quadril 
2. O tronco rola sobre o capô do veículo (e 
pode atingir o para-brisa) 
3. A vítima cai para fora do veículo, no 
chão, geralmente de cabeça, com 
possibilidade de trauma de coluna 
cervical 
Os adultos são geralmente atingidos primeiro 
pelo para-choque do veículo na parte inferior 
das pernas, fraturando tíbia e fíbula. Ao rolar 
sobre o capô podem haver fraturas da parte 
superior do fêmur, pelve, costelas e coluna 
vertebral, esmagamento e cisalhamento intra-
abdominal ou intratorácico, lesões na face e 
cabeça. Quando a vítima é jogada para longe 
do veículo e atinge o asfalto, pode ferir o quadril, 
o ombro, a cabeça, pode haver fratura de 
coluna vertebral. 
As crianças são inicialmente atingidas mais no 
corpo, geralmente perna acima do joelho ou 
pelve, lesionando fêmur ou cintura pélvica. O 
segundo impacto atinge o tórax da criança e a 
cabeça e o rosto batem contra a parte de cima 
do capô do veículo. A criança normalmente 
não é jogada para longe, pode cair de lado e 
ter os MMII atropelados ou cair de costas e ficar 
completamente sob o veículo podendo ter todo 
tipo de lesão. 
Geralmente, adulto tende a tentar escapar, 
sendo atingido nas costas ou na lateral, 
enquanto crianças tendem a olhar para o carro 
em curiosidade, expondo a parte anterior do 
corpo e a face a lesões. 
QUEDAS 
Pontos importantes: 
 Altura que a vítima caiu 
 Superfície sobre a qual se chocou 
 Parte do corpo atingida primeiro 
Quedas de mais de 6m para adultos e 3m para 
crianças são consideradas graves. 
Síndrome de Don Juan: traumas em quedas que 
acometem primeiro os pés – fraturas bilaterais do 
calcâneo, compressão ou fraturas de 
cisalhamento dos tornozelos e fraturas tibiais 
distais ou fibulares. Podem ocorrer fraturas de 
ossos longos e de quadril. O corpo é comprimido 
pelo peso da cabeça e do tronco – fraturas de 
compressão da coluna vertebral nas áreas 
torácica e lombar, fratura em seu “S”. 
Vítima cai para frente com as mãos estendidas – 
fratura de Colles (compressão bilateral e fraturas 
por flexão dos pulsos). 
Vítima cai de cabeça – todo o peso e a força 
do tronco, pelve e pernas em movimento 
comprimem a cabeça e a coluna cervical, 
sendo a fratura de coluna cervical frequente. 
EXPLOSÕES 
Grande número de vítimas e múltiplos ferimentos 
penetrantes. Uma explosão impulsiona 
fragmentos em velocidades superiores a 
milhares de metros por segundo. 
 Se o indivíduo estiver perto o 
suficiente, há cisalhamento de órgãos 
internos, principalmente os que são 
cheios de gás – mais comum em 
explosões em ambiente fechado 
 Ruptura da membrana do tímpano 
 Pneumotórax, embolia, enfisema 
intersticial e subcutâneo, e 
pneumomediastino 
 Lesões fechadas 
 Lesões por esmagamento 
 Queimaduras, lesões inalatórias e 
asfixia 
 
 
 
8 
RESUMO – HABILIDADES BÁSICAS II PHTLS 
por IALY FERREIRA 
 
Vítimas de incidentes significativos que não se 
queixam de lesões devem ser avaliados como 
se tivessem ferimentos graves! 
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DO DOENTE 
Todas as etapas são realizadas de forma rápida 
e eficiente com o objetivo de minimizar o tempo 
gasto na cena. 
As principais preocupações na avaliação e 
tratamento iniciais do traumatizado são: 
1. Via aérea 
2. Oxigenação 
3. Ventilação 
4. Controle da hemorragia 
5. Perfusão 
6. Função neurológica 
Essa sequência protege a capacidade do 
organismo de ser oxigenado e a habilidade das 
hemácias de distribuir oxigênio aos tecidos. 
O controle da hemorragia é temporário na 
cena, mas definitivo no centro cirúrgico e 
depende do transporte rápido feito pelos 
socorristas e da presença de uma equipe de 
trauma imediatamente disponível na chegada 
do doente ao hospital. Sempre que possível, o 
tempo na cena não deve exceder 10 minutos. 
(HORA DE OURO) 
ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES 
1. Avaliação da cena 
2. Reconhecer a existência de incidentes 
com múltiplas vítimas ou com vítimas em 
massa – a prioridade é salvar o maior 
número de doentes possível ao invés de 
destinar os recursos aos doentes mais 
graves 
3. Avaliação de cada doente 
a. Condições que possam resultar em 
morte 
b. Condições que possam resultar em 
perda de um membro 
c. Todas as outras condições que não 
resultem em risco a vida ou um 
membro 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
A prioridade do tratamento é a identificação e 
o tratamento rápidos das condições que 
colocam a vida em risco (exceção: vítimas em 
massa). 
IMPRESSÃO GERAL: visão geral simultânea da 
condição dos sistemas respiratório, circulatório e 
neurológico do doente. 
Se o paciente estiver respondendo de forma 
coerente e confortável as perguntas, então ele 
apresenta via aérea permeável, função 
ventilatória suficiente para permitir um diálogo, 
perfusão cerebral adequada e funcionamento 
neurológico razoável. 
Se o doente for incapaz de responder ou 
aparentar angústia deve-se iniciar a avaliação 
primária detalhada. 
A – TRATAMENTO DA VIA AÉREA E ESTABILIZAÇÃO 
DA COLUNA CERVICAL: 
 Examinar se a via aérea está permeável 
o Se estiver comprometida deverá 
ser aberta (elevação de mento ou 
tração da mandíbula) e realizar a 
remoção de fatores obstruentes 
o Se houver equipamento e tempo 
disponíveis, utilizar cânula oro ou 
nasofaríngea, dispositivos 
supraglóticos e intubação 
endotraqueal ou métodos 
transtraqueais 
 
 
 
9 
RESUMO – HABILIDADES BÁSICAS II PHTLS 
por IALY FERREIRA 
 Garantir que a cabeça e o pescoço 
sejam mantidos em posição neutra 
(estabilizados) durante todo o processo 
de avaliação 
B – VENTILAÇÃO: fornecer eficazmente oxigênio 
para os pulmões do doente para ajudar a 
manter o processo metabólico aeróbico. 
 Verificar se o doente está ventilando 
 Se em apneia, iniciar imediatamente o 
procedimento de ventilação com 
dispositivo de máscara com válvula e 
balão e suplementação de oxigênio 
o Se a via aérea estiver desobstruída, 
prosseguir com meios de proteção 
a via aérea (cânulas, dispositivos 
supraglóticos, intubação, etc) 
 Se o doente estiver ventilando, estimar a 
frequência e profundidade ventilatória e 
medir a saturação de O2 (deve estar 
superior a 90%) 
C – CIRCULAÇÃO E HEMORRAGIA: hemorragia é 
a causa mais comum de morte evitável 
decorrente do trauma. A hemorragia externa 
deve ser identificada e controlada – aplicação 
de pressão direta no local controlará grande 
parte do sangramento. Se a hemorragia não for 
controlada, não importa quanto O2 ou fluido o 
doente receba, a perfusão não melhorará na 
presença de hemorragia ativa (Em casos de 
exsanguinação, deve-se, primeiro, controla-la 
mesmo antes de avaliar as vias aéreas). Se 
houver suspeita de hemorragia interna, o tórax, 
o abdômen, a pelve e os MMII devem ser 
expostos, inspecionados e palpados para 
identificar possíveis sinais de lesões – a 
hemorragia interna só pode ser controla no 
centro cirúrgico, portanto, é necessário rápido 
transporte do doente. 
O estado geral do sistema circulatório pode ser 
avaliado ao verificar pulso periférico, cor 
(perfusão adequada produz coloração rosada 
da pele; palidez ou cianose indica perfusão 
deficiente), temperatura (pele fria indica 
perfusão diminuída)e umidade (pele seca 
indica boa perfusão; pele úmida indica choque 
e perfusão diminuída) da pele do doente. 
D – DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA: exame da 
função cerebral é uma medida indireta da 
oxigenação cerebral. O objetivo é determinar o 
nível de consciência e verificar o potencial para 
hipóxia. O socorrista pode inferir que um doente 
confuso, combativo ou não cooperativo está 
em hipóxia, até que se prove o contrário. 
O rebaixamento do nível de consciência pode 
indicar: 
1. Oxigenação cerebral diminuída 
2. Lesão do SNC 
3. Intoxicação por drogas ou álcool 
4. Distúrbio metabólico (diabetes, 
convulsão, parada cardíaca) 
Utilizar a Escala de Coma de Glasgow para 
determinar o nível de consciência: abertura 
ocular, melhor resposta motora e melhor 
resposta verbal. Se o paciente estiver intubado, 
avalia apenas a resposta ocular e a motora, 
adicionando uma letra “i” para assinalar a 
incapacidade de avaliar a resposta verbal. 
Realizar, também, a avaliação das pupilas.
 
E – EXPOSIÇÃO/AMBIENTE: remover as roupas do 
doente traumatizado para identificar todas as 
lesões. Depois de examinar todo o corpo, o 
 
 
 
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RESUMO – HABILIDADES BÁSICAS II PHTLS 
por IALY FERREIRA 
socorrista deve cobrir o doente novamente para 
evitar hipotermia. 
 
MEDIDAS AUXILIARES À AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
 Oximetria de pulso (SpO2 > 95%) 
 Monitoramento do dióxido de carbono 
ao final da expiração (ETCO2) – pode ser 
útil na confirmação do posicionamento 
do tudo endotraqueal e na orientação 
da frequência ventilatória 
 Monitoramento eletrocardiográfico 
(ECG) 
 Monitoramento automático não invasivo 
da pressão arterial

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