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Cuidando do Paciente/Cliente.

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Escola Estadual de
Educação Profissional - EEEP
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Enfermagem
Cuidando do Cliente / Paciente
 em Urgência e Emergência
Governador
Vice Governador
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Cid Ferreira Gomes
Francisco José Pinheiro
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Coordenadora de Desenvolvimento da Escola
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Maria da Conceição Ávila de Misquita Vinãs
Thereza Maria de Castro Paes Barreto
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
TEXTO 1 
 
Urgência: significa pressa, rapidez, brevidade ou necessidade 
imediata. O atendimento de urgência são ações destinadas à 
recuperação dos pacientes em condições agudas, mas não há 
perigo iminente de falência de qualquer de suas funções vitais. As 
condições urgentes são graves, mas geralmente não perigosas se o 
suporte médico e o tratamento tiverem uma pequena demora. O 
tratamento deve ter início num período entre 20 minutos e 2 horas.
Emergência: significa ocorrência perigosa, situação crítica ou 
necessidade imediata. Gomes (1994) conceitua atendimento de 
emergência como conjunto de ações empregadas para a 
recuperação de pacientes, cujos agravos à saúde necessitam de assistência imediata, por 
apresentarem risco de vida, uma vez que põem em risco determinadas funções vitais que, com o 
passar do tempo, diminuem sua chance de eventual recuperação. Jung (2002) destaca a importância 
da intervenção no serviço de emergência. Relata ainda, que apesar do paciente ficar pouco tempo 
internado nessa unidade, é essencial que sua fisiologia seja investigada e
esta unidade não seja vista como um serviço que serve de passagem para pacientes que procuram 
atendimento. 
Pronto atendimento: Estabelecimento de saúde que presta assistência a doentes, com ou sem risco 
de vida, cujos agravos à saúde necessitam de atendimento imediato, dentro do horário de 
funcionamento.
Pronto socorro: é a unidade destinada a prestar assistência a doentes, com ou sem risco de vida, 
cujos agravos à saúde necessitam de atendimento imediato, mas que funciona durante as 24h do dia 
e dispõe de leitos de observação.
Paciente Crítico : Paciente grave, com comprometimento de 1 ou mais dos principais sistemas
fisiológicos, com perda de sua auto-regulação, necessitando substituição artificial de funções e
assistência contínua;
Paciente potencialmente Crítico: Paciente grave, que apresenta estabilidade clínica, com potencial 
risco de agravamento do quadro e necessidade de cuidados contínua;
Finalidade de uma unidade de emergência
Os serviços de emergência devem prestar atendimento para pacientes com afecções agudas 
específicas, propiciando recursos eficazes, para que as suas necessidades sejam satisfeitas. São 
utilizados para avaliação médica do doente e para ações terapêuticas, com o trabalho de equipes 
treinadas (GOMES, 1994). A organização dos serviços de emergência são complexos e estão 
ligados ao fato de que a assistência ao paciente em risco de vida deve ser prestada em curto espaço 
de tempo. Para ser eficaz, a assistência deve ocorrer no menor tempo possível, ser organizada, que 
possa garantir a prestação de cuidados contínuos e coerentes com as suas necessidades.
ESTRUTURA FÍSICA
A estrutura da unidade de emergência deve ocupar o andar térreo. O planejamento físico da unidade 
tem alguns propósitos básicos que são: a criação de espaços para abrigar equipamentos e permitir 
livre circulação da equipe de trabalho; a eficácia nos atendimentos, através de recursos; a redução de 
ações improvisadas; a assistência será mais completa se aliada a recursos materiais e ambiente 
físico adequado; atendimento com segurança, eficácia no uso do pessoal e equipamento, que a 
unidade pode desenvolver.
A sala de atendimento de emergência deve oferecer recursos materiais e humanos para atender 
pacientes com risco de vida. A sala deve ser ampla, ter equipamentos necessários para um 
atendimento de emergência como, por exemplo, aparelho de pressão, bomba de infusão, desfibrilador 
ou cardioversor, monitor cardíaco, carro de parada, aparelho de ventilação mecânica, ambú, 
laringoscópio, mandril, tábua para reanimação cardíaca saída de oxigênio e vácuo, escada, hamper e 
outros.
ENFERMAGEM - Cuidando do Cliente/Paciente em Urgência e Emergência 1
Conceitos Básicos de Urgências e Emergências
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Área geográfica dentro do hospital
• Acesso controlado sem trânsito
• Acesso direto próximo elevador, UTI, Sala recuperação, Centro Cirúrgico, Unidades 
Intermediárias e Serviço de laboratório e radiologia.
• Observação individual e conjunto dos pacientes 
• Espaço suficiente para mobilização de paciente e locomoção de pessoal
• Tranquilidade e ambiente agradável
• Atendimento a pacientes ambos sexos, sem discriminação de grupos etários
• Boa iluminação(natural e artificial)
• Canalização de vácuo, oxigênio e ar comprimido
• Tomadas elétricas em número ideal por leito
• Revestimento liso não absorvente e lavável
• Ar condicionado e aquecimento
• Sanitários: Pacientes e funcionários
• Sala de reuniões e estudos
• Rouparia e Expurgo
• Armazenamento de equipamentos
• Separação dos leitos por divisórias
A área de Emergência deve ser pensada também por nível de complexidade, desta forma otimizando 
recursos tecnológicos e força de trabalho das equipes, atendendo ao usuário segundo sua 
necessidade específica.
Tabela 1 – Áreas da emergência, segundo o Humaniza SUS
ÁREA DE EMERGÊNCIA
ÁREA VERMELHA
Área devidamente equipada e destinada ao 
recebimento, avaliação e estabilização das 
urgências e emergências clínicas e 
traumáticas.
ÁREA AMARELA
Área destinada à assistência de pacientes 
críticos e semicríticos já com terapêutica de 
estabilização iniciada
ÁREA VERDE
Área destinada a pacientes não críticos, em 
observação ou internados aguardando vagas 
nas unidades de internação ou remoções para 
outros hospitais de retaguarda
Pronto Atendimento
Área física que favoreça a visão dos que esperam por atendimentos de baixa complexidade.
Área Azul – área destinada ao atendimento de consultas de baixa e média complexidade.
Área de acolhimento com fluxo obrigatório na chegada. Consultório de enfermagem, classificação de 
risco e procedimentos iniciais com os seguintes materiais para o atendimento às eventuais urgências:
• Monitor e eletrocardiógrafo 
• Oxímetro de pulso
• Glucosímetro
• Ambu Adulto e Infantil
• Material de Intubação Adulto e Infantil
• Material de punção venosa
• Drogas e soluções de emergência
• Prancha longa e colar cervical
• Consultórios médicos
• Serviço Social
• Sala de administração de medicamentos e 
inaloterapia
Consultórios para avaliação de especialidades.
ENFERMAGEM - Cuidando do Cliente/Paciente em Urgência e Emergência 2
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
TEXTO 2
 
Trauma é uma lesão caracterizada por uma alteração 
estrutural ou fisiológica resultante da ação de um agente 
externo que resulta na exposição a uma energia (mecânica, 
térmica, elétrica), esta energia pode ter origens bio-físico-
químicas.
As mortes ocasionadas por traumas ocupam entre a 
segunda ou terceira posição geral na morbidade dos países, 
(perdendo apenas para as doenças cardiovasculares e 
neoplasias). Porém entre os indivíduos das faixas etárias 
inferiores a 40 anos é a principal causa de morte.
Cada vítima de trauma aparenta ter suas próprias apresentações de lesões, mas na verdade 
muitos pacientespossuem métodos similares de traumatismos. O conhecimento destes mecanismos 
de lesões permitirá a equipe de socorro um rápido diagnóstico ou pelo menos a suspeita das lesões 
através de métodos usuais.
No atendimento inicial do traumatizado devemos apreciar criteriosamente os mecanismos que 
produziram os ferimentos. Entendendo os mecanismos de trauma e mantendo um alto grau de 
suspeita, o socorrista ganha em aptidão para diagnosticar os ferimentos ocultos e um precioso tempo 
na instituição do tratamento. Todo ferimento potencialmente presente deve ser investigado, tendo em 
vista o mecanismo de trauma em questão. Embora existam vários mecanismos de trauma os mais 
comuns relacionam-se como movimento, respondendo pela maioria das mortes por trauma.
“Saber onde procurar lesões é tão importante quanto saber o que fazer após encontrá-las”
Conclui-se que quanto maior a velocidade, maior a troca de energia resultando assim em 
maiores danos aos organismos envolvidos.
Para que um objeto em movimento perca velocidade é necessário que sua energia de 
movimento seja transmitida a outro objeto. Esta transferência de energia ocorre quando, por exemplo, 
um objeto em movimento colide contra o corpo humano ou quando o corpo humano em movimento é 
lançado contra um objeto parado, os tecidos do corpo humano são deslocados violentamente para 
longe do local do impacto pela transmissão de energia, criando uma cavidade, este fenômeno chama-
se cavitação.
A avaliação da extensão da lesão tecidual é mais difícil quando não existe penetração 
cutânea do que quando há uma lesão aberta. Por exemplo, um soco desferido no abdome pode 
deformar profundamente a parede abdominal sem deixar marcas visíveis externamente, mas com 
lesão de órgãos abdominais internos. Por isso é obrigatório pesquisar a história do evento traumático. 
Uma cavidade com deformação visível após um impacto é definida como permanente. Já 
uma cavidade (ou deformidade) não visualizada quando o socorrista ou médico examina a vítima é 
definida como temporária, na qual o tecido retorna para a sua posição normal. A diferença entre as 
duas está relacionada à elasticidade dos tecidos.
Analisando o mecanismo de trauma é possível ao socorrista estimar o tamanho da cavidade 
no momento do impacto, assim como as demais lesões decorrentes do mesmo.
1. Fases da Cinemática do Trauma
Na avaliação da cinemática do evento que possa causar traumatismos em um indivíduo 
podemos dividir sua evolução em 3 fases: Pré-colisão, Colisão e Pós-colisão.
Fases da Cinemática do Trauma
Pré-colisão
A história do incidente traumatizante começa com a pré-colisão com dados como 
ingestão de álcool ou drogas, doenças preexistentes, condições climáticas e ainda 
tamanho, peso, idade e sexo da vítima e/ou agressor.
Colisão A segunda e talvez a mais importante fase na anamnese do trauma é a “fase da 
colisão propriamente dita”, fase esta que começa quando um objeto colide com 
ENFERMAGEM - Cuidando do Cliente/Paciente em Urgência e Emergência 3
Cinemática do Trauma é, portanto o processo de análise e avaliação da cena do 
acidente, com o objetivo de se estabelecer um diagnóstico o mais precoce possível das lesões 
resultantes da energia, força e movimentos envolvidos. Através da cinemática do trauma o 
socorrista pode informar ao médico intervencionista e/ou regulador, dados de suma importância 
para o tratamento mais adequado a ser realizado na fase hospitalar, e também guiar seu próprio 
atendimento pré-hospitalar. 
CINEMÁTICA DO TRAUMA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
outro e ocorre uma transmissão de energia entre eles. Os objetos podem estar em 
movimento ou um deles estacionado, e qualquer um dos objetos ou ambos, podem 
ser um corpo humano. Esta fase começa pelo início das trocas e transformações 
energéticas entre os corpos e termina quando a ação energética se extingue ou 
deixa de atuar sobre o organismo da vítima.
São considerações importantes para o atendimento:
• A direção na qual a variação de energia ocorreu.
• Quantidade de energia transmitida.
• Forma com que estas forças afetaram o paciente. (Exemplo: altura da 
queda, calibre da arma, tamanho da lâmina).
Pós-
colisão
As informações conseguidas nas fases anteriores são usadas para melhor 
abordagem da vítima na fase pós-colisão, fase esta que inicia tão logo a energia se 
extingue ou deixe de atuar sobre o organismo da vítima.
2. Trauma Contuso x Trauma Penetrante
Está diretamente relacionado ao tamanho da superfície de contato do objeto contra o corpo no 
momento do impacto.
Se toda a energia do objeto está concentrada numa pequena área de contato com a superfície 
do corpo, se espera que a pele se rompa e o objeto penetre no corpo (trauma penetrante). Por outro 
lado, um objeto grande, a energia vai se espalhar por uma grande área da superfície corporal e a pele 
pode não ser rompido (trauma contuso).
3. Mecanismos de Lesão
3.1. Acidente Automobilístico – Colisão Frontal
3.1.1. Cabeça e Pescoço: 
Quando a cabeça colide contra o para-brisa geralmente ocorrem ferimentos corto - contusos 
em crânio e face, com possíveis lesões nos olhos, o crânio pode ser ainda comprimido e fraturado 
ocorrendo a penetração de fragmentos ósseos no cérebro. A coluna cervical sofre uma violenta 
compressão podendo ser angulada além de seus limites anatômicos, podendo sofrer luxações e/ou 
rupturas de vértebras com consequentes lesões aos tecidos moles do pescoço e medula espinhal.
3.1.2. Tórax e Abdômen: 
Durante uma colisão, o movimento do corpo é suspenso, mas os órgãos da cavidade torácica e 
abdominal tendem a continuar o movimento para frente, estando sujeitos a se romperem no ponto 
onde estão ligados à parede torácica e abdominal (ex: aorta ascendente, rins, baço, intestino delgado 
e grosso). 
Outra situação em consequência da desaceleração é a laceração do fígado, geralmente pela 
compressão do abdômen contra o volante. Com o aumento de pressão no abdômen, pode haver 
ruptura do diafragma. 
3.1.3. Joelho:
Quando o ocupante do veículo continua o movimento para frente e para baixo depois que o 
carro para, o impacto do joelho contra o painel do veículo resulta em sua fratura ou luxação, com 
lesão de vasos que, se não detectada, pode levar até a amputação da perna.
A energia do impacto do joelho contra o painel, se transmitida, causa fratura de fêmur e/ou 
fratura e luxação de quadril. Esse tipo de fratura costuma provocar forte hemorragia, pondo em risco 
a vida da vítima.
3.2. Acidente Automobilístico – Colisão Traseira
Se o veículo parado ou que se desloca lentamente sofre colisão na parte traseira, a energia do 
impacto provoca aceleração rápida e o lança à frente, assim como tudo o que está em contato com 
ela. Se não houver apoio para a cabeça, pode acontecer a hiperextensão do pescoço e o risco de 
lesão na medula espinhal.
Geralmente, após a aceleração rápida, o veículo é obrigado a parar subitamente e seus 
ocupantes lançados para frente, como no mecanismo de colisão frontal.
Como o veículo sofre dois tipos de impacto (frontal e traseiro), o socorrista ficará atento a essa 
possibilidade e, na cena do acidente, buscará as lesões relacionadas aos dois tipos de situação.
ENFERMAGEM - Cuidando do Cliente/Paciente em Urgência e Emergência 4
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
3.3. Acidente Automobilístico – Colisão Lateral
O veículo sofre colisão na sua lateral, causando deslocamento no sentido do impacto. Toda a 
lataria do veículo é lançada sobre o lado do ocupante, que sofrerá lesões por duas maneiras: Pelo 
movimento do carro – lesão bem-discreta se o passageiro estiver com o cinto de segurança. Pela 
projeção da porta para o interior, comprimindo o passageiro.
Recebendo o impacto no tórax, haveria fratura de costelas pelo lado da colisão, além de 
contusão pulmonar,tórax instável, ruptura de fígado ou baço. A compressão do ombro contra a 
clavícula causaria fratura desse osso.
A força lateral aplicada pela porta do veículo sobre a cabeça do fêmur, forçando-o 
medialmente, resultaria em sua fratura e em fratura da pelve.
A coluna cervical está sujeita a flexão lateral e rotação pelo impacto lateral, e a combinação 
desses dois movimentos é responsável por lesões graves de coluna cervical.
O socorrista também deve estar atento à possibilidade de colisão dos ocupantes do veículo 
entre si, principalmente entre cabeças e ombros.
3.4. Acidente Automobilístico – Capotamento
Num capotamento, o carro sofre uma série de impactos em diferentes ângulos, assim como os 
ocupantes do veículo e seus órgãos internos. Assim, todos os tipos de ferimentos mencionados 
anteriormente podem ser esperados, além da probabilidade de trauma de coluna vertebral. Se as 
vítimas forem ejetadas do veículo (por estarem sem cinto de segurança), a situação geralmente é 
grave.
3.5. Cinto de Segurança
A maior parte das vítimas com as lesões descritas anteriormente não estava utilizando o cinto 
de segurança. Vinte e sete por cento (27%) das mortes que ocorrem nos acidentes de trânsito se 
devem ao fato de as vítimas serem ejetadas do veículo.
Estas têm seis vezes mais chances de morrer. Entre as vítimas que não vão a óbito, grande 
parte sofre trauma de coluna e fica com sequelas graves. As estatísticas comprovam que o cinto de 
segurança realmente salva vidas, considerando-se mais adequado aquele que cruza tórax e 
abdômen e atravessa a pelve (cinto de 3 pontos).
Nos acidentes automobilísticos cujas vítimas utilizam o cinto de segurança, as lesões 
geralmente são poucas e de menor gravidade.
Quando o cinto utilizado apoia somente a pelve, a energia do impacto é absorvida pelos tecidos 
moles da cavidade abdominal, predispondo a lesões de órgãos abdominais internos. Ainda assim, 
seguramente, as lesões são menos graves do que as de quem não usa qualquer cinto de segurança.
3.6. "Airbag"
Bastante útil na colisão frontal, o air bag absorve a energia lentamente, aumentando a 
distância de parada do corpo na desaceleração rápida, o que amortece o impacto do corpo contra o 
interior do veículo. Não registra grande benefício na colisão lateral, na colisão traseira, no 
capotamento e tampouco numa segunda colisão, visto que ele desinsufla rapidamente após o 
impacto. O air bag deve associar-se ao uso do cinto de segurança.
3.7. Acidente Automobilístico – Acidente de Motocicleta
Os acidentes de motocicleta são responsáveis por grande número de mortes todos os anos. O 
mecanismo de trauma é o mesmo da colisão de veículo e segue as leis da Física. O uso do capacete 
previne lesões de face e crânio.
Numa colisão frontal contra um objeto, a moto inclina-se para frente e o motociclista é jogado 
contra o guidom, esperando-se trauma de cabeça, tórax e abdômen. Caso pés e pernas permaneçam 
fixos no pedal e a coxa colida contra o guidom, pode ocorrer fratura bilateral de fêmur. Na colisão 
lateral do motociclista, geralmente há compressão de membros inferiores provocando fraturas de tíbia 
e fíbula.
3.8. Acidente Automobilístico – Atropelamento
Na abordagem de vítima de atropelamento, é importante conhecer sua idade, pois existem 
mecanismos distintos de trauma entre adultos e crianças. Quando o adulto percebe estar prestes a 
ser atropelado, ele se vira de costas para o veículo, na tentativa de se proteger; logo, as lesões se 
localizam nas regiões posterior e lateral do corpo. Por outro lado, as crianças encaram o veículo 
atropelador de frente.
Existem três fases no atropelamento:
• Impacto inicial nas pernas, às vezes atingindo coxa e quadril;
ENFERMAGEM - Cuidando do Cliente/Paciente em Urgência e Emergência 5
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
• Tronco lançado contra o capô do veículo;
• Vítima caída no asfalto – geralmente o primeiro impacto na cabeça, com possibilidade 
de trauma de coluna cervical.
Concluímos que se espera grande número de lesões em vítima de atropelamento, conforme 
análise de cada fase: fraturas de tíbia e fíbula, de pelve e terço superior de fêmur, trauma de tórax, 
abdômen e coluna vertebral, traumatismo craniano.
Na avaliação da cena do acidente, o socorrista deve determinar se, após o atropelamento a 
vítima não foi atropelada uma segunda vez por veículo que trafegava próximo.
Na criança, pelo fato de ser menor em altura, o fêmur ou pelve pode sofrer o primeiro impacto e 
fraturar já na primeira fase. Seguem trauma de tórax, cabeça e face. Lesões intratorácicas em 
crianças inicialmente seriam assintomáticas, devendo o socorrista estar atento a essa possibilidade.
3.9. Quedas
A queda se caracteriza por uma desaceleração vertical rápida. No atendimento às vítimas de 
queda, o socorrista deve conhecer:
• altura da queda;
• tipo de superfície com que a vítima colidiu. Exemplos: gramado, concreto etc.;
• parte do corpo que sofreu o primeiro impacto.
Como referência, considera-se grave a queda de altura três vezes maior que a altura da vítima.
3.10. Lesões por explosão
Essas lesões, antes relacionadas somente aos períodos de guerra, estão tornando-se cada vez 
mais comuns no mundo civilizado, visto acontecerem em refinarias, lojas de fogos de artifício, 
estaleiros, indústrias, minas e também em domicílios, pela explosão de botijões de gás. A explosão 
tem três fases:
• Causada pela onda de pressão proveniente da explosão, atinge particularmente 
órgãos ocos ou contendo ar, como pulmões e aparelho gastrointestinal. Pode ocorrer 
sangramento pulmonar, pneumotórax, perfuração de órgãos do aparelho digestivo. A 
onda de pressão rompe a parede de pequenos vasos sanguíneos e também lesa o 
sistema nervoso central. A vítima morre sem que se observem lesões externas. O 
socorrista, sempre atento a essas possibilidades, pesquisa sinais de queimadura nas 
áreas descobertas do corpo.
• Em vítima atingida por estilhaços e outros materiais provenientes da explosão, é 
possível encontrar lacerações, fraturas, queimaduras e perfurações.
• Se a vítima é lançada contra um objeto, haverá lesões no ponto do impacto e a força 
da explosão se transfere a órgãos do corpo. Elas são aparentes e muito similares 
àquelas das vítimas ejetadas de veículos ou que sofrem queda de grandes alturas.
4. Traumas Penetrantes
4.1. Ferimentos Por Arma Branca
A gravidade dos ferimentos por arma branca depende das regiões anatômicas atingidas, da 
extensão da lâmina e do ângulo de penetração, lembrando que o ferimento no abdômen superior 
pode atingir o tórax, e ferimentos abaixo do quarto espaço intercostal, podem penetrar o abdômen.
É fundamental, no atendimento pré- hospitalar de ferimentos por arma branca, cuja lâmina 
ainda se encontre alojada no corpo, não remover o objeto e, sim, imobilizá-lo junto ao corpo e 
transportar rapidamente a vítima ao hospital. A lâmina pode estar promovendo compressão das 
extremidades vasculares, o que contém hemorragias, só devendo ser removida em ambiente 
hospitalar.
4.2. Ferimentos Por Arma de Fogo
No atendimento a vítimas de acidentes por arma de fogo, o socorrista tenta informar-se sobre 
o tipo da arma, seu calibre e a distância de onde foi disparada. 
Órgãos altamente densos, como ossos, músculos e fígado, sofrem mais danos do que os 
menos densos, lembrando que, ao percorrer o corpo, a trajetória da bala nem sempre será retilínea, 
sofrendo desvios e atingindo órgãos insuspeitados, considerando os orifícios de entrada e saída.
Ferida de entrada; Geralmente óbvia, pode não ser identificada se a vítima não for 
completamente despida e examinada.
Ferida de saída; Nem sempre existe (se o projétil não abandonar o corpo) e pode ser 
múltipla para um único projétil, devido à sua fragmentação ou à deossos. Geralmente a ferida de 
saída é mais em tórax com orifício de entrada anterior e orifício de saída posterior.
ENFERMAGEM - Cuidando do Cliente/Paciente em Urgência e Emergência 6
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
TEXTO 3
O objetivo do atendimento inicial à vítima de trauma é identificar 
rapidamente situações que coloquem a vida em risco e que 
demandem atenção imediata pela equipe de socorro. Deve ser rápido, 
organizado e eficiente de forma que permita decisões quanto ao 
atendimento e ao transporte adequados, assegurando à vítima 
maiores chances de sobrevida. O atendimento inicial à vítima de 
trauma se divide em quatro etapas sequenciais:
1) Controle de cena;
2) Abordagem primária; 
3) Abordagem secundária;
4) Sinais vitais e escalas de coma e trauma.
1. Controle de Cena
1.1 Segurança do Local
Antes de iniciar o atendimento propriamente dito, a equipe de socorro deve garantir sua própria 
condição de segurança, a das vítimas e a dos demais presentes. De nenhuma forma qualquer 
membro da equipe deve se expor a um risco com chance de se transformar em vítima, o que levaria a 
deslocar ou dividir recursos de salvamento disponíveis para aquela ocorrência.
1.2 Mecanismo de Trauma
Enquanto se aproxima da cena do acidente, o socorrista examina o mecanismo de trauma, 
observando e colhendo informações pertinentes. Em uma colisão entre dois veículos, por exemplo, 
avaliar o tipo de colisão (frontal, lateral, traseira), veículos envolvidos, danos nos veículos, número de 
vítimas, posição dos veículos e das vítimas, etc.
2. Abordagem Primária
Visa identificar e manejar situações de ameaça à vida, A abordagem inicial é realizada sem mobilizar 
a vítima de sua posição inicial, salvo em situações especiais que possam comprometer a segurança 
ou agravar o quadro da vítima, tais como:
• Situações climáticas extremas: Geada, chuva, frio, calor, etc.;
• Risco de explosão ou incêndio;
• Risco de choque elétrico;
• Risco de desabamento.
Obs.: Só se justifica mobilizar a vítima de sua posição inicial na abordagem primária quando a 
situação de risco não possa ser afastada. Por exemplo: Havendo risco de choque elétrico e sendo 
possível a interrupção da passagem de energia, não há necessidade de mobilizar a vítima.
Na abordagem primária, havendo mais de uma vítima, o atendimento deve ser priorizado conforme o 
risco, ou seja, primeiro as que apresentem risco de morte, em seguida as que apresentem risco de 
perda de membros e, por último todas as demais. Esta recomendação não se aplica no caso de 
acidente com múltiplas vítimas, onde os recursos para o atendimento são insuficientes em relação ao 
número de vítimas e, por tanto, o objetivo é identificar as vítimas com maiores chances de sobrevida.
A abordagem primária é realizada em duas fases:
1) Abordagem primária rápida;
2) Abordagem primária completa.
2.1. Abordagem Primária Rápida
É a avaliação sucinta da respiração, circulação e nível de consciência. Deve ser completada em no 
máximo 30 segundos. Tem por finalidade a rápida identificação de condições de risco de morte, o 
início precoce do suporte básico de vida (SBV) e o desencadeamento de recursos de apoio, tais 
como médico no local e aeronave para o transporte.
Na abordagem primária rápida devem ser seguidos os seguintes passos:
ENFERMAGEM - Cuidando do Cliente/Paciente em Urgência e Emergência 7
ATENDIMENTO INICIAL À VÍTIMA DE TRAUMA
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
1) Aproximar-se da vítima pelo lado para o qual a face da mesma está voltada, garantindo-lhe o 
controle cervical.
2) Observar se a vítima está consciente e respirando. Tocando o ombro da vítima do lado oposto ao 
da abordagem, apresente-se, acalme-a e pergunte o que aconteceu com ela: “Eu sou o... (nome do 
socorrista), (nome do serviço no qual trabalha), e estou aqui para te ajudar. O que aconteceu 
contigo?”. Uma resposta adequada permite esclarecer se a vítima está consciente, se as vias 
aéreas estão permeáveis e se respira. Caso não haja resposta, examinar a respiração. Se ausente 
a respiração, iniciar as manobras de controle de vias aéreas e a ventilação artificial.
3) Simultaneamente palpar pulso radial (em vítima inconsciente palpar direto o pulso carotídeo) e 
definir se está presente, muito rápido ou lento. Se ausente, palpar pulso de artéria carótida ou 
femoral (maior calibre) e, caso confirmado que a vítima está sem pulso, iniciar manobras de 
reanimação cardiopulmonar.
4) Verificar temperatura, umidade e coloração da pele e enchimento capilar. Palidez, pele fria e úmida 
e tempo de enchimento capilar acima de dois segundos são sinais de comprometimento da 
perfusão oxigenação dos tecidos (choque hipovolêmico por hemorragia interna ou externa, por 
exemplo), que exigem intervenção imediata.
5) Observar rapidamente da cabeça aos pés procurando por hemorragias ou grandes deformidades.
6) Repassar as informações para a Central de Emergência do serviço (ex: SAMU, Bombeiros).
2.2. Abordagem Primária Completa (ABCDE) 
Na abordagem primária completa segue-se uma sequência fixa de passos estabelecida 
cientificamente. Para facilitar a memorização, convencionou-se o “ABCDE do trauma” para designar 
essa sequência fixa de passos, utilizando-se as primeiras letras das palavras (do inglês) que definem 
cada um dos passos:
1) Passo “A” (Airway) – Vias aéreas com controle cervical;
2) Passo “B” (Breathing) – Respiração (existente e qualidade);
3) Passo “C” (Circulation) – Circulação com controle de hemorragias;
4) Passo “D” (Disability) – Estado neurológico;
5) Passo “E” (Exposure) – Exposição da vítima (para abordagem 
secundária).
Lembre-se de somente passar para próximo passo após ter completado o passo imediatamente 
anterior. Durante toda a abordagem da vítima o controle cervical deve ser mantido. Suspeitar de lesão 
de coluna cervical em toda vítima de trauma.
Passo “A” – Vias Aéreas com Controle Cervical
1. Após o controle cervical e a identificação, pergunte à vítima o que aconteceu. Uma 
pessoa só consegue falar se tiver ar nos pulmões e se ele passar pelas cordas vocais. 
Portanto, se a vítima responder normalmente, é porque as vias aéreas estão permeáveis 
(passo "A" resolvido) e respiração espontânea (passo "B" resolvido). Seguir para o passo "C".
2. Se a vítima não responder normalmente, examinar as vias aéreas. Desobstruir vias aéreas de 
sangue, vômito, corpos 
estranhos ou queda da língua, 
garantindo imobilização da 
coluna cervical. Para a 
manutenção da abertura das vias 
aéreas pode ser utilizada cânula 
orofaríngea ou nasofaríngea. 
Estando as vias aéreas 
desobstruídas, passar para o 
exame da respiração (passo "B").
Fig. 1 - Abertura das vias aéreas: 
A) com a cabeça fletida para frente, a mandíbula desloca a língua para trás, a qual oclui as vias 
aéreas em sua porção superior; B) a dorsoflexão da cabeça torna a via aérea pérvia corrigindo a 
posição da língua.
Passo “B” – Respiração
Checar se a respiração está presente e efetiva (ver, ouvir e sentir). Se a respiração 
estiver ausente, iniciar respiração artificial (passo "B" resolvido temporariamente). 
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Estando presente a respiração, analisar sua qualidade: lenta ou rápida, superficial ou profunda, de 
ritmo regular ou irregular, silenciosa ou ruidosa.
Se observar sinais de respiração difícil (rápida, profunda, ruidosa), reavaliar vias aéreas (passo "A") e 
solicitar a presença do médico no local. A necessidade de intervenção médica é muito provável. 
Se observar sinais que antecedam parada respiratória (respiração superficial, lenta ou irregular), ficar 
atentopara iniciar respiração artificial. Iniciar a administração de oxigênio a 12 litros por minuto, sob 
máscara de contorno facial bem-ajustado. Garantir que os passos "A" e "B" não sejam interrompidos 
antes de passar ao exame da circulação ("C").
Fig. 2 - VER, OUVIR e SENTIR - Avaliação da presença de 
respiração espontânea - ver eventuais movimentos respiratórios 
do tórax, ouvir ruídos respiratórios, sentir fluxo do ar exalado sobre 
a sua face. 
Passo “C” – Circulação com Controle de 
Hemorragias
O objetivo principal do passo "C" é estimar as 
condições do sistema circulatório e controlar grandes 
hemorragias. Para tanto devem ser avaliados: pulso; perfusão 
periférica; coloração, temperatura e umidade da pele. Neste passo 
também devem ser controladas as hemorragias que levem a risco de vida eminente.
1. Pulso
Em vítima consciente, verificar inicialmente o pulso radial; se este não for percebido, tentar palpar o 
pulso carotídeo ou o femoral; em vítima inconsciente, examinar o pulso carotídeo do lado em que 
você se encontre.
A avaliação do pulso dá uma estimativa da 
pressão arterial. Se o pulso radial não estiver 
palpável, possivelmente a vítima apresenta um 
estado de choque hipovolêmico descompensado, 
situação grave que demanda intervenção 
imediata. 
Se o pulso femoral ou carotídeo estiver ausente, 
iniciar manobras de reanimação 
cardiopulmonar. Estando presente o pulso, 
analisar sua qualidade: lento ou rápido, 
forte ou fraco, regular ou irregular.
Fig. 3 - Localização do pulso carotídeo.
2. Perfusão Periférica
A perfusão periférica é avaliada através da 
técnica do enchimento capilar. É realizada 
fazendo-se uma pressão na base da unha 
ou nos lábios, de modo que a coloração 
passe de rosada para pálida. Retirando-se 
a pressão a coloração rosada deve retomar 
num tempo inferior a dois segundos. Se o 
tempo ultrapassar dois segundos é sinal de 
que a perfusão periférica está 
comprometida (oxigenação/perfusão inadequadas). Lembre-se que à noite e com frio essa avaliação 
é prejudicada.
3. Coloração, Temperatura e Umidade da Pele
Cianose e palidez são sinais de comprometimento da oxigenação/perfusão dos tecidos.
Pele fria e úmida indica choque hipovolêmico (hemorrágico).
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4. Controle de Hemorragias
Se o socorrista verificar hemorragia externa, deve utilizar métodos de controle. Observando sinais 
que sugerem hemorragia interna, deve agilizar o atendimento e transportar a vítima o mais 
brevemente possível ao hospital, seguindo sempre as orientações da Central de Emergências.
 Fig. 4. – Compressão indireta no controle de hemorragias.
Passo “D” – Estado Neurológico
Tomadas as medidas possíveis para garantir o “ABC”, importa conhecer o estado 
neurológico da vítima (passo "D"), para melhor avaliar a gravidade e a estabilidade do 
quadro.
O registro evolutivo do estado neurológico tem grande valor. A vítima que não apresente 
alterações neurológicas num dado momento, mas passe a apresentá-las 
progressivamente, seguramente está em situação mais grave que outra cujo exame inicial tenha 
mostrado algumas alterações que permaneçam estáveis no tempo. Na avaliação do estado 
neurológico o socorrista deve realizar a avaliação do nível de consciência e o exame das pupilas.
1. Avaliação do Nível de Consciência
Deve sempre ser avaliado o nível de consciência porque, se alterado, indica maior necessidade de 
vigilância da vítima no que se refere às funções vitais, principalmente à respiração.
A análise do nível de consciência é feita pelo método “AVDI”, de acordo com o nível de resposta que 
a vítima tem dá aos estímulos:
• A – Vítima acordada com resposta adequada ao ambiente.
• V – Vítima adormecida. Os olhos se abrem mediante estímulo verbal.
• D – Vítima com os olhos fechados que só se abrem mediante estímulo doloroso. O estímulo 
doloroso deve ser aplicado sob a forma de compressão intensa na borda do músculo 
trapézio, na região póstero-lateral do pescoço.
• I – Vítima não reage a qualquer estímulo. A alteração do nível de consciência pode ocorrer 
pelos seguintes motivos:
• Diminuição da oxigenação cerebral (hipóxia ou hipoperfusão); 
• Traumatismo cranioencefálico (hipertensão intracraniana);
• Intoxicação por álcool ou droga;
• Problema clínico metabólico.
Passo “E” – Exposição
Finalmente, no passo "E", expor a vítima, à procura de lesões. Entretanto, em nível pré-
hospitalar, as roupas da vítima só serão removidas para expor lesões sugeridas por suas 
queixas ou reveladas pelo exame segmentar, respeitando seu pudor no ambiente público. 
No hospital, ao contrário, é imperdoável deixar de despir completamente a vítima antes de iniciar a 
abordagem secundária.
3. Abordagem Secundária
Só iniciar a abordagem secundária depois de completada a abordagem primária. Examinar todos os 
segmentos do corpo, sempre na mesma ordem (exame segmentar): crânio, face, pescoço, tórax, 
abdômen, quadril, membros inferiores, membros superiores e dorso. Nesta fase, realizar:
• Inspeção: cor da pele, sudorese, simetria, alinhamento, deformidade e ferimento;
• Palpação: deformidade, crepitação, rigidez, flacidez, temperatura e sudorese;
• Ausculta: tórax – procedimento exclusivo do médico.
4. Sinais Vitais e Escalas de Coma e Trauma
4.1. Sinais Vitais
Avaliar pulso, respiração, pressão arterial e temperatura.
4.2. Escala de Coma
A Escala de Coma de Glasgow é baseada na avaliação da abertura dos olhos (AO), da melhor 
resposta motora (MRM) e da melhor resposta verbal (MRV). É uma escala prática para se avaliar a 
evolução do nível de consciência da vítima. Para cada um dos três itens avaliados é atribuído um 
número, conforme a resposta da vítima, que somados irão nos mostrar o nível de consciência da 
vítima no momento da avaliação.
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A) B)
 
 A) Flexão anormal – atitude de decorticação. 
 B) Extensão anormal – atitude de descerebração. 
● TCE grave: 03 a 08;
● TCE moderado: 09 a 12;
● TCE leve: 13 a 15.
Sempre que na avaliação da Escala de Coma de Glasgow, o estado neurológico for avaliado como 
igual ou menor que 9 (nove), torna-se necessário o acionamento de apoio médico no local da 
ocorrência.
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TEXTO 4
O atendimento pré-hospitalar da vítima de trauma tem por objetivo, após rápida verificação do 
mecanismo de trauma e das condições de segurança no local, prestar suporte básico e avançado de 
vida, iniciando-se com a avaliação de vias aéreas (A). Esse processo denominado avaliação primária 
ou “ABCDE” prioriza a abordagem das vias aéreas que, se estiverem comprometidas, de imediato 
afetam as funções vitais – respiração (B) e circulação (C). 
A avaliação e o controle das vias aéreas se fazem 
mediante condutas rápidas e simples, não exigindo inicialmente 
qualquer equipamento, bastando à aplicação de técnicas 
manuais de controle e desobstrução, sem a necessidade de 
aguardar equipamentos ou pessoal.
Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação 
que impeça total ou parcialmente o trânsito do ar ambiente até 
os alvéolos pulmonares. A restauração e manutenção da 
permeabilidade das vias aéreas nas vítimas de trauma são 
essenciais e devem ser feitas de maneira rápida e prioritária.
A vítima de trauma pode ter as vias aéreas 
comprometidas direta ou indiretamente por mecanismos 
distintos, sendo os principais os enumerados a seguir:
1. Inconsciência
A causa mais frequentede obstrução de vias aéreas em vítimas de trauma é a inconsciência, 
provocando o relaxamento da língua que se projeta contra a orofaringe (fundo da garganta) da vítima 
em decúbito dorsal, impedindo a passagem de ar das vias aérea superiores para as inferiores. 
Geralmente é causada por trauma cranioencefálico, choque ou situações clínicas. A inconsciência 
também favorece o refluxo do conteúdo gástrico seguido de broncoaspiração.
2. Trauma Direto Sobre Vias Aéreas
Trauma direto sobre as vias aéreas, causando 
sangramento em seu interior, compressão externa por edema 
e/ou hematomas e fraturas da árvore laringotraqueobrônquica, 
e/ou broncoaspiração de dentes fraturados. 
3. Queimaduras em Vias Aéreas
Queimaduras em vias aéreas podem produzir 
inflamação e edema de glote e de vias aéreas inferiores.
4. Corpo Estranho em Vias Aéreas
Fragmentos de próteses dentárias, alimentos, balas, 
chicletes e pequenos objetos podem causar obstrução de vias 
aéreas em diferentes níveis.
1. Causas de OVACE em Adultos
Embora a perda de consciência seja a causa mais frequente de obstrução de vias aéreas, a 
obstrução por corpos estranhos pode ser causa de perda de consciência e parada cardiopulmonar. A 
eventualidade de corpos estranhos obstruírem vias aéreas em pessoas conscientes ocorre mais 
frequentemente durante as refeições, sendo a carne a causa mais comum. Outras causas de 
obstrução: próteses dentárias deslocadas, fragmentos dentários, chicletes e balas.
A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do estômago pode ocorrer durante a 
parada cardiopulmonar ou nas manobras de reanimação cardiopulmonar. Pessoas com nível de 
consciência alterado também correm risco de obstrução de vias aéreas pela aspiração de material 
vomitado.
2. Causas de OVACE em Crianças
Em crianças a principal causa de obstrução de vias aéreas é a aspiração de leite regurgitado 
ou de pequenos objetos. Outras causas frequentes são alimentos (balas, chicletes, etc.) e causas 
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Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE)
 Vias Aéreas
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infecciosas (epiglotite). Neste último caso, a presença do médico ou o transporte imediato para o 
hospital se fazem imperiosos. Os lactentes (até 1 ano de idade) são as principais vítimas de morte por 
aspiração de corpo estranho na faixa etária pediátrica.
3. Reconhecimento
O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas é indispensável para o sucesso no 
atendimento. O socorrista deve estar atento, pois a obstrução de vias aéreas e consequente parada 
respiratória rapidamente evolui para parada cardiopulmonar.
A obstrução das vias aéreas pode ser parcial (leve) ou total (grave). Na parcial, a vítima pode 
ser capaz de manter boa troca gasosa, caso em que poderá tossir fortemente, apesar dos sibilos 
entre as tossidas. Enquanto permanecer uma troca gasosa satisfatória, encorajar a vítima a persistir 
na tosse espontânea e nos esforços respiratórios, sem interferir nas tentativas para expelir o corpo 
estranho.
A troca insuficiente de ar é indicada pela presença de tosse ineficaz e fraca, ruídos 
respiratórios estridentes ou gementes, dificuldade respiratória acentuada e, possivelmente, cianose. 
Neste ponto, iniciar o manejo da obstrução parcial como se houvesse obstrução total.
Em adultos, a obstrução por corpo estranho deve ser suspeitada em toda vítima que 
subitamente pare de respirar, tornando-se cianótica e inconsciente, sem razão aparente.
Deve-se tomar cuidado na diferenciação de OVACE e parada cardiorrespiratória (ver texto 
específico – Ressuscitação Cardiopulmonar).
Em crianças a OVACE deve ser suspeitada nos seguintes casos: dificuldade respiratória de 
início súbito acompanhada de tosse, respiração ruidosa, chiado e náusea. Se essa obstrução se 
tornar completa, ocorre agravamento da dificuldade respiratória, cianose e perda de consciência.
3.1. Reconhecimento de OVACE em Vítima Consciente
A obstrução total das vias aéreas é reconhecida quando a vítima está se alimentando ou 
acabou de comer e, repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir. Pode demonstrar sinais de 
asfixia, agarrando o pescoço, apresentando cianose e esforço respiratório exagerado. O movimento 
de ar pode estar ausente ou não ser detectável. A pronta ação é urgente, preferencialmente enquanto 
a vítima ainda está consciente.
Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será utilizado e, como a obstrução de 
vias aéreas impede a renovação de ar, ocorrerá à perda de consciência e, rapidamente, a morte.
3.2. Reconhecimento de OVACE em Vítima Inconsciente
Quando um adulto for encontrado inconsciente por causa desconhecida, suspeitar de parada 
cardiopulmonar por infarto, acidente vascular ou hipóxia secundária à obstrução de via aérea. Ele 
será avaliado pensando-se em parada cardiopulmonar, deixando para fazer o manejo de 
desobstrução de vias aéreas apenas se o fato se evidenciar. Tratando- se de criança, devemos 
suspeitar imediatamente de OVACE.
Os métodos de desobstrução de vias aéreas dividem-se em dois tipos, conforme a natureza 
da obstrução: obstrução por líquido (rolamento de 90º e aspiração) ou obstrução por sólido (remoção 
manual e manobras de desobstrução).
1. Obstrução por Líquido
1.1. Rolamento de 90º
Esta manobra consiste em lateralizar a vítima em monobloco, trazendo-a do decúbito dorsal 
para o lateral, com o intuito de remover secreções e sangue das vias aéreas superiores. Estando a 
vítima na cena do acidente, ainda sem intervenção do socorrista, ou seja, sem qualquer imobilização 
(colar cervical e tábua), havendo a necessidade da manobra, esta deverá ser realizada com controle 
cervical manual.
Estando a vítima já imobilizada em tábua, proceder a manobra mediante a lateralização da 
própria tábua.
1.2. Aspiração 
A aspiração de secreções e sangue pode ser realizada ainda na cena do acidente, 
mediante uso de aspiradores portáteis, ou no interior da ambulância, pelo uso de 
aspiradores fixos. Os aspiradores devem promover vácuo e fluxo adequado para 
sucção efetiva da faringe, através de sondas de aspiração de vários diâmetros.
Quando aspirando a boca ou a faringe, mover o cateter de sucção de tal modo que 
atinja todas as áreas acessíveis, evitando que se fixe na mucosa e perca sua eficácia. A inserção 
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Desobstrução de Vias Aéreas
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pode ser continuada lentamente, com movimentos rotatórios do cateter, enquanto houver material a 
ser aspirado. Cuidado ao utilizar cateteres duros, para evitar trauma da laringe. Aplicar a sucção por 
períodos de no máximo 05 segundos de cada vez, alternando-a com o suporte ventilatório.
2. Obstrução por Sólido
2.1. Remoção Manual
Durante a avaliação das vias aéreas, o socorrista pode visualizar 
corpos estranhos, passíveis de remoção digital. Somente remover o 
material que cause obstrução se for visível. É difícil o uso dos dedos para 
remover corpos estranhos das vias aéreas. Em muitos casos é 
impossível abrir a boca da vítima e inserir os dedos para esse propósito, 
a menos que a vítima esteja inconsciente. Em alguns casos, 
especialmente envolvendo crianças e lactentes, um dedo adulto pode 
aprofundar o corpo estranho, causando a obstrução completa.
A técnica de remoção manual consiste em abrir a boca da vítima 
utilizando a manobra de tração da mandíbula ou a de elevação do mento (abordadas à frente) e 
retirar o corpo estranho com o indicador “em gancho”, deslocar e retirar o corpo estranho. Estando o 
corpo estranho mais aprofundado, existe a alternativa de utilizar o dedo indicador e médio “em pinça”. 
Em recém-nato e lactente,utilizar o dedo mínimo em virtude das dimensões reduzidas das vias 
aéreas. Somente tentar a remoção se o corpo estranho estiver visível; se não, está contra-indicada a 
procura do material com os dedos.
2.2. Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em Adultos
São manobras realizadas manualmente para desobstruir vias aéreas de sólidos que lhe 
ficarem entalados. Para vítimas inconscientes deve ser aplicada a manobra de ressuscitação 
cardiopulmonar, pois as compressões torácicas forçam a expelição do corpo estranho e mantém a 
circulação sanguínea, aproveitando o oxigênio ainda presente no ar dos pulmões. Para vítimas 
conscientes usa-se uma das seguintes técnicas:
2.2.1. Compressão Abdominal
Também chamada manobra de Heimlich, consiste numa série de quatro compressões sobre 
a região superior do abdômen, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical.
● Vítima em pé ou sentada:
1) Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do abdômen;
2) Segurar o punho da sua outra mão e aplicar compressão contra o 
abdômen, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical no sentido 
superior (tórax), por quatro vezes;
3) Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando 
as pernas, e posicionar uma entre as pernas da vítima, para evitar-
lhe a queda caso fique inconsciente.
● Vítima deitada:
1) Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
2) Ajoelhar-se ao lado da vítima, ou a cavaleiro sobre ela no nível de suas coxas, com seus 
joelhos tocando-lhe lateralmente o corpo;
3) Posicionar a palma da mão (região tenar) sobre o abdômen da vítima, entre o apêndice 
xifóide e a cicatriz umbilical, mantendo as mãos sobrepostas;
4) Aplicar quatro compressões abdominais no sentido do tórax.
2.2.2. Compressão Torácica
A compressão torácica é utilizada quando a compressão abdominal é inviável ou contra-
indicada, como nos casos de obesidade com circunferência abdominal muito larga e gestação 
próxima do termo. Consciente em uma série de quatro compressões torácicas sobre o terço inferior 
do esterno, logo acima do apêndice xifóide.
● Vítima em pé ou sentada:
1) Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do tórax;
2) Segurar o punho da sua outra mão e aplicar compressão contra o esterno, acima do 
apêndice xifóide, por quatro vezes;
3) Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando as pernas, e 
posicionar uma entre as pernas da vítima, para evitar-lhe a queda caso fique 
inconsciente.
● Vítima deitada:
1) Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
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2) Ajoelhar-se ao lado da vítima;
3) Aplicar quatro compressões torácicas como na manobra de ressuscitação cardiopulmonar 
- RCP;
 
2.3. Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em Crianças 
A remoção manual de material que provoque obstrução sem ser visualizado não é 
recomendada.
Para crianças maiores de um ano, aplicar a manobra de Heimlich, de forma semelhante à do 
adulto; nos lactentes, uma combinação de palmada nas costas (face da criança voltada para baixo) e 
compressões torácicas (face voltada para cima), sempre apoiando a vítima no seu antebraço; 
mantenha-o com a cabeça mais baixa que o tronco, próximo a seu corpo.
● Técnica:
1) Utilizar a região hipotenar das mãos para aplicar até 05 palmadas 
no dorso do lactente (entre as escápulas);
2) Virar o lactente segurando firmemente entre suas mãos e braços 
(em bloco);
3) Aplicar 05 compressões torácicas, como na técnica de 
reanimação cardiopulmonar (comprima o tórax com 02 dedos 
sobre o esterno, logo abaixo da linha mamilar).
Os passos da manobra de Heimlich para crianças maiores e os da 
combinação de palmada nas costas com compressões torácicas para 
lactentes devem ser repetidos até que o corpo estranho seja expelido ou a 
vítima fique inconsciente. Neste caso, proceder as manobras de abertura de 
vias aéreas, repetir os passos de desobstrução iniciar manobras de RCP.
5. Métodos de Controle de Vias Aéreas Os métodos de controle de 
vias aéreas são de três tipos: manual , mecânico e cirúrgico, sendo que o 
método mecânico se subdivide em básicos, avançados e alternativos.
A causa mais comum de obstrução de vias aéreas é a inconsciência 
de qualquer natureza e, na grande maioria dos casos, os métodos manuais 
conseguem promover e manter a permeabilidade das vias aéreas.
2. Métodos Mecânicos
2.1. Cânula Orofaríngea
Também conhecida como cânula de Guedel, é um dispositivo destinado a manter pérvia a via 
aérea superior em vítimas inconscientes.
Inserir a cânula com a concavidade para cima, dirigindo sua extremidade para o palato duro 
("céu da boca"), logo atrás dos dentes incisivos superiores. Não permitir que a cânula toque o palato, 
aplicando um movimento de rotação helicoidal de 180º (em parafuso) sobre ela mesma, 
posicionando-a sobre a língua. Um abaixador de língua pode ser útil para impedir que a cânula 
empurre a língua para trás durante sua inserção.
Em crianças pequenas, a cânula de Guedel é inserida diretamente sobre a língua, com a 
concavidade para baixo, sem a rotação de 180º. Dessa forma evitam-se traumatizar dentes e palato.
2.2. Intubação Endotraqueal
Procedimento médico que se define como via aérea definitiva, através da inserção de cânula 
endotraqueal por via oral ou nasal.
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É o meio mais efetivo de proteção de vias aéreas contra 
aspiração e permite uma ventilação pulmonar adequada.
O Técnico de Enfermagem deve conhecer o material 
necessário para a intubação traqueal, objetivando auxiliar o 
médico nesse procedimento:
• Cânulas endotraqueais (nos 2,5 a 9,0);
• Laringoscópio (cabo e lâminas de nos 0 a 4)
• Pinças de Magill (adulto e infantil);
• Guia;
• Cadarço (para fixação da cânula);
• Seringa (para insuflar o ".cuff').
3. Método Cirúrgico
3.1. Cricotireoidostomia 
Procedimento médica que se define como via aérea definitiva 
cirúrgica, por meio de inserção de agulha ou cânula traqueal através da 
membrana cricotireoidea (primeiro sulco transversal abaixo do "pomo de 
Adão", na face anterior do pescoço).
Esse procedimento está indicado quando não é possível a 
intubação traqueal, como, por exemplo, nos casos de edema de glote, 
fratura de laringe, ferimentos faciais graves ou grande hemorragia 
orofaríngea.
3. 2. Traqueostomia 
Procedimento médico através do qual se 
estabelece um orifício artificial na traqueia, abaixo da 
laringe, indicado em emergências. Trata-se de um 
procedimento simples. O pescoço do paciente é limpo 
e coberto e logo são feitas incisões para expor os 
anéis cartilaginosos que formam a parede externa da 
traqueia. Posteriormente são cortados dois desses 
anéis, resultando num orifício, através do qual é 
inserida uma cânula.
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TEXTO 5
Ressuscitação cardiopulmonar é o conjunto de manobras realizadas 
para restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea, tais como, 
respiração artificial e massagem cardíaca externa, manobras essas utilizadas 
nas vítimas em parada cardiopulmonar (morte clínica).
A Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) é também uma aspiração 
médica, porque a morte clínica não é seguida instantaneamente da morte 
biológica. Ou seja, no momento em que um paciente apresenta sinais de morte 
clínica (inconsciência sem resposta a qualquer estímulo e ausência de movimentos respiratórios e de 
pulso), há ainda viabilidade biológica dos órgãos internos.Dessa forma, se for possível manter a 
oferta de oxigênio aos tecidos e recuperar a respiração e a circulação espontâneas, antes da morte 
biológica dos tecidos, a reanimação é conseguida com sucesso.
A viabilidade do cérebro é que define a vida humana. Na 
ausência de intervenção terapêutica, a morte clínica é 
rapidamente seguida de lesão biológica tecidual irreversível. 
Essa sequência é um processo que se estende de 5 a 20 
minutos no cérebro, de 20 a 30 minutos no coração e por horas 
na pele. Devido à variação na longevidade dos diferentes 
tecidos corporais, a morte encefálica tem sido considerada o 
indicador da morte biológica. Para alguns pacientes com parada 
cardiopulmonar e com função neurológica e cardiorrespiratória 
previamente preservada, a utilização rápida das técnicas de 
RCP, seguidas de cuidados médicos definitivos, pode ser salvadora. O tempo disponível de 
viabilidade dos tecidos antes da morte biológica é curto e o principal determinante do sucesso da 
RCP.
A parada respiratória evolui em alguns minutos para uma parada cardiopulmonar e apesar de 
ser a menor causa de paradas, possui resultados positivos quando aplicado RCP logo no início da 
parada, principalmente em obstrução de vias aéreas ou afogamento.
São causas de parada respiratória por ordem de incidência:
● Doenças do pulmão;
● Trauma;
● Obstrução de Vias Aéreas por inconsciência (queda da língua em contato com as partes 
moles da boca);
● Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE);
● Acidente Cardiovascular (AVC);
● Overdose por drogas;
● Afogamento;
● Inalação de fumaça;
● Epiglotite e laringite;
● Choque elétrico;
As doenças cardíacas são a principal causa de morte em todo o mundo e em cerca de 60% 
destas mortes ocorre uma Parada Cardíaca Súbita (PCS). A parada cardíaca súbita corresponde a 
80% das paradas cardiopulmonares. Estas paradas cardíacas súbitas têm como principal causa o 
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e durante o infarto a grande maioria das vítimas apresenta algum 
tipo de fibrilação ventricular (FV) durante a parada.
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Parada Respiratória
 Parada Cardíaca
Ressuscitação cardiopulmonar
Mas, o que é FIBRILAÇÃO VENTRICULAR?
É um tipo de arritmia cardíaca. Acontece quando não existe sincronicidade na 
contração das fibras musculares cardíacas (miocárdio) dos ventrículos. Desta 
maneira não existe uma contração efetiva, levando a uma consequente parada 
cardiorrespiratória e circulatória. A não existência da circulação do sangue 
impede a chegada de oxigênio e nutrientes ao miocárdio e a retirada do gás 
carbônico e produtos de metabolismo formados, diminuindo rapidamente a 
capacidade de contração cardíaca. Este círculo vicioso, se não revertido por 
tratamento imediato, leva à morte do organismo.
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Nenhum tipo de RCP consegue reverter este quadro, mas garante a oxigenação dos tecidos 
até a chegada de um desfibrilador. Uma RCP aplicada com alta qualidade pode dobrar ou triplicar as 
taxas de sobrevivência de PCS. Outras causas de Parada Cardíaca são:
● Trauma direto no coração;
● Uso de Drogas.
Sinais de Parada Cardiopulmonar
São três os sinais que demonstram que uma vítima está em parada cardiopulmonar:
● Inconsciência sem resposta a estímulo;
● Ausência de movimentos respiratórios;
● Ausência de Pulso.
Ressuscitação cardiopulmonar é o conjunto de manobras realizadas para restabelecer a 
ventilação pulmonar e a circulação sanguínea, tais como, respiração artificial e massagem cardíaca 
externa, manobras essas utilizadas nas vítimas em parada cardiopulmonar.
A ressuscitação cardiopulmonar requer uma sequência de procedimentos parecida com o 
ABCD da avaliação inicial com a diferença que o D do RCP se refere à desfibrilação:
• A – Vias Aéreas: manter as vias aéreas permeáveis para a passagem do ar;
• B – Respiração: ventilar os pulmões da vítima para garantir um mínimo de troca de 
ar;
• C – Circulação: comprimir o tórax de forma a realizar uma pressão intratorácica que 
faça o coração bombear sangue para os órgãos vitais;
• D – Desfibrilação: aplicação de um choque no coração para normalizar os batimentos 
cardíacos que entram em movimentos descompassados como a fibrilação ventricular e 
a taquicardia ventricular.
A - Abertura de Vias Aéreas
Estabelecida assim que a vítima apresente os sinais característicos de parada 
cardiopulmonar. Portanto, você deve iniciar os procedimentos de RCP. Para tanto o primeiro passo é 
garantir que a vítima esteja em decúbito dorsal (costas no chão).
Estando a vítima em decúbito dorsal efetue a abertura das vias aéreas (VVAA), o que muitas 
vezes pode garantir o retorno da respiração se a vítima estava somente em parada respiratória. Se ao 
verificar as VVAA você encontrar qualquer objeto (chicletes, próteses) ou líquido (vomito, sangue), 
retire com uma pinça, ou os dedos, ou aspirador, ou ainda através do rolamento 90º. Não retire 
dentaduras bem fixas da vitima, pois elas ajudam a manter os contornos da boca, auxiliando em uma 
boa vedação para a ventilação.
A.1. Tração de Mandíbula
Está é a técnica recomendada para abertura de VVAA em vítimas com suspeita de lesão na 
coluna cervical ou TCE. Para a tração da mandíbula siga os seguintes passos:
• Deslize suas mãos para cada lado da cabeça e apoie as pontas dos dedos nos 
ângulos da mandíbula.
• Coloque os polegares 
sobre a parte anterior da 
mandíbula e tracione deslocando 
o mento para frente sem 
movimentar a cabeça. 
• Em caso dos lábios se fecharem afaste-os com os dedos.
A inclinação da cabeça e elevação do mento é a técnica mais 
recomendada para abertura de VVAA sem instrumentos e pode ser usada em 
situações de trauma após 3 (três) tentativas sem sucesso com a tração da 
mandíbula:
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Procedimentos para Ressuscitação Cardiopulmonar
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B. Ventilação
Após a abertura das VVAA, analise a respiração da vítima usando o método do Ver-Ouvir-
Sentir. Este exame não deve demorar mais do que dez segundos, se constatar que não há 
respiração, ou a respiração é inadequada (respirações agônicas), ou ainda, você não tem certeza se 
a respiração é adequada; inicie as ventilações artificiais.
B.1. Ventilação Boca-a-boca
Para realizar a ventilação boca-a-boca:
• Pince o nariz da vítima usando o polegar e dedo 
indicador da mão que está na testa da vítima;
• Respire normalmente e coloque seus lábios na 
boca da vítima, vedando-a completamente, impedindo 
vazamento de ar;
• Ventile 2 (duas) vezes (cerca de 1 segundo para 
cada ventilação) a cada 30 (trinta) compressões 
torácicas;
• A ventilação deve provocar elevação visível do 
tórax;
• Observar o tórax subindo e descendo, ouvir e sentir o fluxo de ar;
• Manter as vias aéreas abertas para a expiração;
• Não demore mais do que 10 (dez) segundos na aplicação das ventilações;
• Se a ventilação não elevar o tórax após algumas tentativas, inicie a compressão 
torácica;
• Havendo pulso, efetue de 10 a 12 ventilações por minuto sem compressões 
torácicas;
• Evite a hiperventilação, pois isto pode causar uma distensão gástrica reduzindo o 
débito cardíaco.
B.2. Ventilação Boca-nariz
Recomendada quando não é possível ventilar boca a boca, como: trauma de face, boca 
disforme, ou boca-boca/nariz em lactentes:
• Com a mão que está no queixo da vítima, feche a boca da vítima;
• Respire normalmente, coloque os lábios ao redor do nariz da vítima e ventile;
• Deixe a vítima expirar passivamente, pode ser necessário abrir a boca;
• Manter a mesma recomendação de ritmo anterior (boca-a-boca).
B.3. Ventilação Bolsa-Válvula-Mascara
A ventilação bolsa-válvula-máscaraé o procedimento padrão 
na aplicação da ventilação no RCP. A maioria destes equipamentos é 
constituída por uma máscara que garante a vedação da boca e nariz, 
uma válvula que impede a reinalação e uma bolsa com um volume 
aproximado de 1.600 ml. Assim que possível conecte também o 
reservatório com O² para garantir à entrega de 100% de oxigênio a 
vítima, sem este equipamento a entrega de O² fica em apenas 70%.
Para a ventilação bolsa-válvula-máscara, segure firmemente 
com uma das mãos a máscara e um dos ângulos da mandíbula da 
vítima com a outra mão comprimam lentamente a bolsa até verificar 
elevação visível do tórax. A ventilação com 2 (dois) socorristas 
garante uma maior efetividade, pois enquanto um comprime a bolsa, o outro veda a máscara com as 
duas mãos, uma em cada ângulo da mandíbula.
Verificação do Pulso
A verificação do pulso em vítimas inconscientes sempre é realizada 
pela palpação da carótida. Em cerca de 10% dos casos de vítimas sem pulso 
os socorristas não são capazes de identificá-lo e acabam atrasando o início 
das compressões torácicas.
Caso você não tenha certeza de que a vítima tem pulso, mas sabe que 
esta não respira, inicie as manobras de RCP com compressão torácica.
Para verificar o pulso carotídeo localize a traqueia com dois dedos e 
deslize-os suavemente entre a traqueia e os músculos laterais do pescoço, 
exercendo uma leve compressão sem obstruir a artéria. Esta operação não 
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deve demorar mais do que 10 (dez) segundos. O socorrista pode também procurar por pulso na 
artéria femural da vítima inconsciente.
Posição do Corpo e das Mãos
Verificado que a vítima não possui pulso, o socorrista deve iniciar as compressões torácicas:
• Certifique-se de que a vítima esteja em decúbito dorsal sobre uma superfície rígida;
• Ajoelhe-se ao lado do peito da vítima;
• Exponha o peito da vítima e coloque uma das mãos no centro do peito na altura da 
linha mamilar;
• Coloque a outra mão sobre a primeira e entrelace os dedos com esta, não aplique 
nenhuma pressão sobre as costelas, o término do esterno, ou o abdômen;
• Posicione-se verticalmente sobre a vítima com os braços 
retos e seus ombros sobre o peito da vítima e comprima o tórax 
de forma que o peso de seu corpo auxilie na compressão. 
Mantenha braços e ombros retos sobre a vítima.
• Para efetuar as compressões é importante lembrar:
• Comprima 30 (trinta) vezes o peito para cada 02 (duas) 
ventilações na vítima adulta, independente de estar em 1 ou 2 
socorristas;
• A taxa de compressão deve ser de 100 (cem) compressões 
por minuto;
• Comprima rápido, comprima forte e permita o retorno 
completo do tórax;
• Execute a compressão com uma profundidade de 4 (quatro) a 
5 (cinco) centímetros;
• Tempo de compressão e descompressão devem ser iguais;
• Limite as interrupções, a compressão torácica é o procedimento mais importante para 
garantir uma sobre vida a vítima;
• Após 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP reavalie a vítima, não demore mais 
do que dez segundos nesta avaliação.
• A cada 2 (dois) minutos troque, se possível, o socorrista que comprime o tórax; 
estudos comprovaram que mesmo sem referir cansaço o socorrista perde eficiência em 
apenas dois minutos de compressão.
Complicações na RCP
Algumas complicações são encontradas na aplicação da RCP para vítimas em parada. 
Começa muitas vezes pela demora no início da RCP, cerca de 10% dos socorristas profissionais ao 
verificar o pulso pensam que este está presente quando não está, atrasando a RCP.
Alguns socorristas podem ficar relutantes no início de ventilações sem equipamentos. A 
possibilidade de contrair uma doença é pequena e somente alguns casos de tuberculose foram 
verificados na ventilação boca-a-boca. Se mesmo assim o socorrista relutar em ventilar a vítima, este 
não deve atrasar o emprego das compressões torácicas que tem se mostrado mais importante do que 
as ventilações em um curto prazo.
A interrupção das compressões deve ser evitada ao máximo, procedimentos como intubação, 
aplicação de drogas não devem demorar mais do que 30 (trinta) segundos. Estudos têm mostrado 
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que mesmo mantendo as compressões a um ritmo de 100/min, devido às interrupções esta taxa cai 
para 60/min prejudicando as chances da vítima.
A hiperventilação já não é mais recomendada, sendo até mesmo prejudicial. A maior parte do 
ar entregue na ventilação acaba indo para o estômago, ocorrendo uma distensão gástrica que 
prejudica a pressão intratorácica aplicada pelas compressões e principalmente o retorno venoso para 
o coração.
Algumas complicações podem surgir com a execução das compressões: fratura de costelas, 
pneumotórax, lesões na região abdominal. Apesar destas complicações a compressão torácica não 
deve ser interrompida até que a vítima retorne.
Tratamento Pós-ressuscitação
Em caso de sucesso nas manobras de ressuscitação deve-se seguir um tratamento para 
restabelecer os sinais vitais da vítima as condições normais. Investigue as causas que levaram a 
parada para melhor tratá-la. O primeiro passo é garantir as VVAA e a ventilação adequada da vítima, 
de preferência com oxigênio e ventilação positiva, pois a maioria das vítimas que retornam após RCP 
precisam de auxílio na respiração.
Em caso de trauma os procedimentos para controle de hemorragias e imobilização da vítima 
vêm na sequência. Se o caso for clínico a vítima deve ser colocada na posição de recuperação 
conforme a sequência abaixo. Evite a hipertermia (aquecimento) da vítima no ambiente pré-hospitalar 
tratando a febre de maneira intensiva após a ressuscitação.
Fig. 8 – Posição de recuperação
Quando Interromper RCP?
A grande maioria dos procedimentos para ressuscitação não são bem-sucedidas e falham 
neste processo, principalmente quando o trauma é a causa. Muitos fatores influenciam a decisão de 
interromper a RCP. Acredita-se que se o coração persiste em FV, a RCP não deve ser interrompida e 
se o coração já está em mais de 20 minutos em assistolia (A assistolia representa a ausência total de 
atividade elétrica), a RCP pode ser interrompida.
Quando Não Iniciar o RCP?
A equipe de socorrista não inicia a RCP se as seguintes situações estiverem presentes:
● Rigidez cadavérica;
● Decapitação;
● Decomposição
● Esmagamento do tórax;
● A execução do RCP pode colocar o socorrista sob risco.
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TEXTO 6
O RCP em crianças é quase o mesmo para adultos com algumas diferenças devido às 
diferenças anatômicas e fisiológicas.
A - Abertura de Vias Aéreas
O procedimento é o mesmo realizado para adultos.
B- Ventilação
Após a abertura das VVAA aplique 2 (duas) ventilações 
efetivas na criança. Devido ao tamanho da caixa torácica da 
criança ser menor do que do adulto menos ar é necessário na 
respiração, ao ventilar forneça apenas ar suficiente para elevar o 
tórax da criança.
Se houver pulso aplique de 12 (doze) a 20 (vinte) 
ventilações por minuto, pois a criança normalmente possui uma frequência respiratória mais elevada 
que o adulto. Com VVAA avançadas efetue de 8 (oito) a 10 (dez) ventilações por minuto sem 
interrupção nas compressões.
C- Compressão Torácica
Para a compressão torácica em crianças siga os seguintes passos:
• Apalpe o pulso carotídeo em no máximo 10 (dez) segundos, se não estiver presente 
prepare-se para iniciar as compressões.
• Certifique-se de que a vítima esteja em decúbito dorsal sobre uma superfície rígida;
•Ajoelhe-se ao lado dopeito da vítima;
• Exponha o peito da vítima e coloque uma das mãos com o braço reto 
sobre o centro do peito na altura da linha mamilar, se achar necessário 
é possível colocar as duas mãos;
• Se estiver sozinho, comprima 30 (trinta) vezes o peito para cada 02 
(duas) ventilações;
• Em 2 socorristas, comprima 15 (quinze) vezes para cada 02 (duas) 
ventilações;
• A taxa de compressão deve ser de 100 (cem) compressões por 
minuto;
• Comprima rápido, comprima forte e permita o retorno completo do 
tórax;
• Execute a compressão com uma profundidade de ½ a ⅓ do tamanho do tórax; 
Tempo de compressão e descompressão devem ser iguais;
• Após 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP reavalie a vítima, não demore mais 
do que dez segundos nesta avaliação.
Em bebês, menos de 1 (um) ano de idade, as causas mais comuns de parada 
cardiorrespiratória são: síndrome da morte súbita em lactentes, doenças respiratórias, OVACE, 
afogamento e doenças neurológicas. A ressuscitação nestes casos é extremamente difícil e resultam 
muitas vezes em complicações neurológicas.
A - Abertura de Vias Aéreas
O procedimento é praticamente idêntico ao do adulto com a 
diferença de que em bebês é indicada a colocação de uma pequena 
toalha sobre os ombros da criança para manter as VVAA abertas 
devido à relação da cabeça da criança com o tórax.
B - Ventilação
A ventilação recomendada para bebes sem o uso de 
equipamentos é a boca-boca e nariz, devido às diferenças anatômicas 
entre adulto e o bebê. Assim como para crianças a ventilação 
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RCP em Crianças
RCP em Bebês
 Ressuscitação cardiopulmonar – Crianças, Bebês e Neonatos.
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fornecida para bebês é menor do que a para adultos, ao ventilar forneça apenas ar suficiente para 
elevar o tórax do bebê.
C - Compressão Torácica
Principais diferenças na aplicação de compressões 
torácicas em relação à criança:
● Apalpe o pulso braquial em bebês, se estiver ausente 
inicie a RCP;
● Se estiver sozinho o socorrista pode executar a RCP 
sentado com o bebê em seu braço, apoiado em uma das pernas, 
porém a superfície rígida é mais apropriada;
Como o RCP em Neonatos somente é aplicável nas primeiras horas após o parto, dificilmente 
uma equipe de socorristas (Atendimento Pré-Hospitalar) irá usá-lo, mas como pode haver a 
ocorrência de um parto de emergência na ambulância, o socorrista deve saber aplicá-lo.
A - Abertura de Vias Aéreas
Procedimento igual ao da criança com a diferença de que logo após o parto se faz necessário 
aspirar as VVAA por completo para retirar qualquer possibilidade de obstrução pelo líquido amniótico.
B - Ventilação
Mesma ventilação recomendada para crianças deve ser aplicada aos neonatos com a 
diferença de que neste caso somente deve ser aplicada 1 (uma) ventilação antes de iniciar as 
compressões.
C - Compressão Torácica
Principais diferenças na aplicação de compressões torácicas em relação à criança:
• Apalpe o pulso braquial em neonatos, se estiver 
ausente inicie o RCP;
• A aplicação da compressão é realizada logo abaixo 
da linha mamilar;
• Comprima o tórax com os 2 (dois) polegares, 
abraçando o peito da vítima com as mãos;
• Comprima 3 (três) vezes o tórax para cada 1 (uma) 
ventilação;
• Comprima a uma taxa de 90 (noventa) compressões 
por minuto.
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RCP em Neonatos
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TEXTO 7
IMOBILIZAÇÃO E REMOÇÃO
1. Introdução
Toda vítima de trauma deve ser atendida com o máximo cuidado, a 
fim de não agravar suas lesões e/ou ferimentos. Isto é 
particularmente mais importante nas vítimas com suspeita de lesão 
na coluna vertebral ou traumatismo raquimedular. Considerando que 
a vítima necessita ser removida e transportada do local do acidente 
para um hospital, há grande probabilidade de manejo excessivo da 
coluna vertebral, o que pode por em risco a integridade da medula 
espinhal. Desta forma, é preciso dar prioridade à abordagem da 
vítima, utilizando técnicas e táticas de imobilização e remoção que 
minimizem ao máximo qualquer possibilidade de agravamento de 
lesões.
Neste texto estão descritas as técnicas mais utilizadas no 
atendimento pré-hospitalar, que, no entanto, algumas vezes não 
poderão ser utilizadas devido a situação da vítima no local. Nestes 
casos o Socorrista terá forçosamente que adaptar as manobras, usar sua capacidade de análise e 
inferir daí a melhor técnica e tática de abordagem para estabilizar a vítima.
2. Regras Gerais
Para que as técnicas de imobilização e remoção sejam realizadas com êxito é necessário,
primeiramente, que se tenha conhecimento das regras abaixo descritas:
• A melhor posição para imobilizar a coluna do paciente é a neutra, porém outras podem ser 
escolhidas (decúbito ventral, lateral etc.), dependendo das lesões da vítima;
• Para realizar o alinhamento do paciente, é necessário utilizar ambas as mãos, com gestos 
firmes, mas suaves, tentando evitar qualquer movimento brusco e, especialmente, de "vai-e-
vem";
• Não tentar mover uma vítima cujo peso seja provavelmente maior do que aquele que possa 
ser sustentado; neste caso, pedir auxílio a outros Socorristas ou mesmo a leigos, estes 
devendo ser adequadamente instruídos;
• Sempre deve haver um só responsável pela ação, de preferência o mais experiente,a quem 
caberá a direção da manobra. Sua posição é junto à cabeça da vítima;
Imobilização e Remoção
• Se a vítima estiver consciente, informá-Ia dos 
procedimentos a serem executados, para que 
ela possa colaborar e não causar empecilhos;
• Se a manobra provocar aumento da dor 
significa que algo está errado e o movimento 
deve ser interrompido. Retornar suavemente no 
movimento e imobilizar nessa posição;
• Se a vítima estiver inconsciente ou incapaz de 
se comunicar, realize a movimentação, porém 
de maneira bastante cuidadosa, interrompendo-
a caso haja alguma resistência ou bloqueio no 
movimento. Como no caso anterior, retroceda 
um pouco no movimento e, então, imobilize;
• Ao mover uma vítima, mantenha uma posição 
segura e estável. Estando de pé, procure atuar 
com as duas plantas dos pés apoiadas no solo 
e as pernas ligeiramente entreabertas; 
ajoelhado, apoie um joelho e o pé da mesma 
perna no solo, com a perna entreaberta;
• Só inicie a mobilização da vítima se todos os 
materiais necessários estiverem disponíveis e à 
mão, bem como todo o pessoal posicionado e 
instruído. Combinar previamente e descrever o 
movimento antes de realizá-lo;
• Fixar adequadamente a vítima à maca, tendo o cuidado de utilizar coxins em tamanho e 
espessura adequados, sempre que necessário;
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• Se possível, o transporte de gestante politraumatizada deve ser feito em decúbito lateral 
esquerdo, para isso inicialmente imobilize e alinhe a gestante na tábua em decúbito dorsal e 
posteriormente lateralize a tábua;
• O Socorrista deve conhecer profundamente todos os itens do seu arsenal de imobilização, 
para saber escolher tipo, tamanho e uso necessários;
• O Socorrista deve lembrar que equipamentos improvisados oferecem maiores riscos de 
falhas;
• Equipamentos normais costumam apresentar desgaste, por isto deve-se ficar atento à falhas 
e ter outros meios disponíveis para cumprir seu objetivo;
• Os pacientes têm graus variados de lesões. Utilizar todo recurso necessário disponível, mas 
sempre avaliando a gravidade real (lesões perceptíveis) ou as suspeitas (estudo do mecanismo 
da lesão), para então

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