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Hiperplasia benigna da próstata É importante conhecer a história clínica e relacionar os sintomas com outras patologias que podem ter os mesmos sintomas que estão presentes na hiperplasia prostática Prevalências de sintomas urinários e HPB em autópsias Com 40 a 49 anos os sintomas começam À medida que a idade avança os sintomas vão piorando e a hiperplasia benigna da próstata aumenta ainda mais Assim como a presença de HPB em autópsias aumenta com a idade e em % de pacientes Pacientes com a idade entre 50 e 59 anos tem histologia de 42% compatível com a doença e os sintomas estão presentes em 10 a 30% dos pacientes. Nos de 60 a 69 anos a histologia é compatível em 70% e os sintomas estão presentes em 15 a 35% dos pacientes. Já de 70 a 79 anos, 82% têm histologia compatível e os sintomas estão presentes em 30 a 40% Riscos da cirurgia de ressecção de próstata Infecção urinária Ejaculação retrógrada Progressão Anatômica A próstata começa a crescer por volta dos 5 anos de idade 20-25 anos: Platô (proliferação = apoptose) 40-50: crescimento aumenta de novo 50 anos: tem 25 g de próstata Sintomatologia não tem relação com o tamanho prostático A próstata pode ser dividida pelo ultrassom em zonas Zona periférica (amarela): onde nascem 75% dos tumores da próstata Zona central (vermelho): tem menos importância, 20 a 25% dos tumores podem dar nessa zona Zona fibromuscular da próstata (verde): nessa parte tem alfa receptores, que quando estimulado acontece a contração da musculatura lisa Os alfa bloqueadores atuam nessa região para relaxar a musculatura lisa da próstata permitindo a micção Os antiandrogênicos atuam na glândula causando uma atrofia do ângulo prostático As glândulas peri-utetrais podem crescer em direção a luz da uretra e em direção a bexiga (vesical) Peso da próstata normal: 20g Crescimento: 4g por década Até os 70 anos, há um aumento da zona de transição graças à proliferação de vários nódulos de hiperplasia benigno (não é um tecido invasor) Após 70 anos: há aumento de cada um dos nódulos, levando ao crescimento da zona de transição em dois sentidos Em direção à luz da uretra Em direção à bexiga: colo da bexiga fica elevado e não permite o esvaziamento completo da bexiga Pietra Rosa TXIX Consequência da Obstrução para Bexiga Aumento da espessura da parede vesical Aumenta de acordo com a gravidade da obstrução infravesical Depósito de colágeno e hipertrofia muscular: diminuição do fluxo sanguíneo para o detrusor Quanto mais grave a obstrução, podemos ter um quadro de bexiga de esforço = ao olhar dentro da bexiga é possível ver traves musculares, esses pacientes urinam muito mal Colágeno se deposita entre as fibras musculares gerando um processo isquêmico crônico Pseudodivertículos Obstrução: aumenta pressão vesical causando os pseudodivertículos (herniação da mucosa) A deposição de colágeno e hipertrofia muscular levam a diminuição do fluxo sanguíneo para o detrusor, o que aumenta a pressão vesical e os pseudodivertículos (herniação da mucosa) Processo isquêmico crônico Disfunção mitocondrial Estresse oxidativo aumento do metabolismo anaeróbico Deposição de glicogênio Denervação vesical: leva à falência da muscular detrusora. Se isso ocorrer, não tem como melhorar mais. Cateter para sempre A obstrução terá como consequências uma deposição de glicogênio, deneverção vesical que leva à falência da muscular detrusora, se isso ocorrer não tem como melhorar mais sendo necessário cateter sempre Paciente que tem alta estimulação dos alfa-receptores também podem obstruir a próstata Evolução da Doença não tratada 5 estudos 32-59%: melhoram sintomas espontaneamente 9-42%: cirurgia Pacientes: procuraram já com sintomas HPB Arrighi: fez estudo com 1057 homens com 30 anos de idade a longo prazo Conclusão Aumento da prevalência de sintomas (0 e 1) ao longo do tempo: Sintomas de esvaziamento Sintomas pós-miccionais Manifestações HPB oscilantes: Paciente não está sentindo nada e às vezes volta no retorno com algum sintoma ou melhora espontânea de um sintoma que tinha antes Eficácia duvidosa de certas drogas A partir dos 50-55 anos, todos os homens começam a ter alguma alteração da micção Incontinência paradoxal Idoso começa a perder urina de uma hora para outra. Às vezes é retenção urinária por incontinência paradoxal. Paciente tem distensão da bexiga (bexigoma) mas está assintomático, podendo apresentar aumento da pressão abdominal causando o transbordamento da bexiga (família coloca fralda). Se paciente tiver edema de MMII, suspeitar insuficiência renal. Avaliação cínica 40/45 anos: antecedentes familiares/ negros (negros têm maior chance de ter câncer de próstata) 50 anos: outras situações (todo mundo) Pacientes com antecedentes familiares ou negros tem maior chance de ter câncer de próstata Dados Obrigatórios História clínica: Natureza e duração dos sintomas Antecedentes: Cirurgia Medicações Avaliação do histórico sexual Sintomas Classificado em 3 subtipos Sintomas de armazenamento Relacionados com a bexiga Aumento de frequência miccional diurna Noctúria Urgência Incontinência urinária Sintomas de esvaziamento Relacionados com a próstata Hesitação: aumento do período entre a vontade de urinar e a micção (entre o início da micção e a micção propriamente dita) Intermitência Jato fraco Esforço miccional Gotejamento terminal Incontinência paradoxal: pacientes em retenção urinária que apresentam perda de urina por transbordamento (incontinência aradoxal) Podem ter como fator desencadeante o emprego de medicações anticolinérgicas na presença de obstrução infra vesical ou hipocontratilidade do músculo detrusor Sintomas pós-miccionais Sensação de esvaziamento incompleto Gotejamento pós-miccional Escore internacional de sintomas prostáticos (IPSS) Associação americana de urologia Tem 7 perguntas, graduando os sintomas Leve: 0 a 7 Moderado: 8 a 19 Severo: 20 a 35 Avalia sintomas irritativos (armazenamento) / obstrutivos(esvaziamento) Permite quantificar os sintomas, auxilia na escolha do tratamento e acompanhar ao longo do tratamento se tem melhora ou piora Pode ser auto-aplicável Não é específico para doença prostática obstrutiva É usado em estudos para avaliar a eficácia de medicamentos Muitos médicos utilizam o IPSS para determinar a conduta Ex.: leve é expectante; moderado é farmacológico; severo é cirúrgico Jato fraco e gotejamento terminal são sintomas muito frequentes Exame físico Toque retal Tamanho Consistência (é o parâmetro mais importante): pétrea a suspeita é câncer Irregularidades Sensibilidade Presença de nódulos Tônus do esfíncter RBC (reflexo bulbocavernoso): testado fazendo um estímulo na glande ou no clitóris e checando se há ou não contração do esfíncter anal Motricidade Sensibilidade dos MMII Avalia 60% do seu volume. Não dá para tocar a próstata inteira do indivíduo então só dá uma ideia aproximada do volume prostático O ideal é pedir um exame de imagem para quantificar o tamanho da próstata com precisão maior Volume prostático x Obstrução Urinária Tem indivíduos com próstata grande que não são obstruídos e tem indivíduos com próstata pequena que são obstruídos pode ter hiperplasia com próstata pequena Exames laboratoriais Urina I: leucócitos, hematúria Urocultura: se tiver sintomas de ITU Creatinina: 10% tratato por HPB tem algum grau de insuficiência renal PSA Glicemia: diabético descompensado mesmo tomando remédio e altera a micção Existem estudos que correlacionam a prevalência de síndromes metabólicas com os sintomas da HBP, então é bom encaminhar para tratar síndrome metabólica Fatores de risco para progressão Auxiliam a indicar o tratamento para reduzir os efeitos decorrentes da hiperplasia prostática, pois são pessoasquem tem risco de progredir a doença PSA > 1,6 ng/ml Idade > ou igual 62 anos Q max < 10,6 ml/s (fluxo urinário específico) Volume prostático ≥ 31 ml RPM (resíduo pós-miccional) ≥ 39 ml Paciente tem escore moderado e tem esses fatores de progressão: melhor tratar, pois é importante preservar a função vesical Exames de imagem US de próstata 2 tipos: transretal ou abdominal Nessa situação é melhor abdominal, pois o transretal não faz o resíduo do paciente US abdominal se faz com a bexiga cheia, pede para fazer xixi, faz US de novo para avaliar o resíduo Permite avaliar: Volume prostático Peso (normal – 20g) Resíduo pós-miccional (o ideal é que não tenha resíduo, mas se considera patológica a partir de 120ml) Espessura (quanto maior a espessura maior a obstrução) Textura (parede deve ser lisa e fina) IPP: índice de projeção prostática vesical O quanto a próstata se insinua no colo vesical IPP de 1cm: 80% dos pacientes estão obstruídos IPP > 1cm: alto Permite observar complicações como: litíase vesical e hidronefrose Urofluxometria e estudo fluxo-pressão É um estudo urodinâmico que permite ver a função e é realizado em casos de dúvida, principalmente antes da cirurgia para confirmar mesmo o diagnóstico Ex: paciente foi submetido a uma cirurgia e há dúvida se há uma lesão da inervação decorrente da cirurgia ou se o paciente tem um sintoma prostático O US não é um exame funcional do trato urinário Avalia Tempo de fluxo urinário (ml/s) Avaliação funcional Caracteriza a obstrução Fluxo urinário máximo Acima de 15 ml/s: normal 10 a 15: duvidosos – mais específico para urologista nesse caso Abaixo de 10: urina mal Causas do fluxo baixo (<10ml/s): Falência da musculatura detrusora Estenose de uretra Hiperplasia prostática benigna Detrusor viável: elimina urina com pressão alta Detrusor inviável: pressão baixa Estudo do fluxo com pressão detrusora: diferencia falência detrusora da obstrução (importante para identificar a causa do fluxo baixo Técnica para estudo dinâmico: coloca 2 sondas no paciente e em uma delas coloca soro fisiológico para encher a bexiga e outra sonda para medir a pressão. Depois paciente urina e é avaliado o fluxo. Tem que tomar cuidado com as variáveis, como tosse. Se ele tossir, mede a pressão abdominal (eletrodo com balão no reto) Pressão vesical (PV): Se estiver baixa: fluxo baixo é decorrente de lesão da musculatura detrusora Se estiver alta: o fluxo baixo é decorrente de uma obstrução Fluxo urinário: Aparelho calcula a pressão do detrusor: PV – PA = Pd Indicações para o estudo urodinâmico Sintomas irritativo (armazenamento), mais significativos que sintomas obstrutivos (esvaziamento), pois sintomas de armazenamento estão relacionados com a bexiga Doença neurológica: AVC Retenção urinária Incontinência urinária Longa permanência de cateter vesical Resíduo pós-miccional acima de 300 mL DM e doença de Parkinson Dúvida diagnóstica: quando quadro clínico e US não são suficientes, ou quando paciente não responde Uretrocistografia Já usou sonda, já tem cirurgia prévia, quer checar antes de operar para ver se não é uretra Avalia uretra Estenose Tratamento Clínico Indicação para tratamento clínico: IPSS > 7 e sinais de progressão 3 medicamentos: Fitoterápico Não existem trabalhos na literatura que aumentam o fluxo urinário com fitoterápicos) Anti-andrógenos Inibidores da 5-alfa-redutase Agem mais na zona de transição: 9-12 meses para agir (mais tempo para agir) Bloqueiam a entrada de testosterona na célula Bloqueiam a 5 alfa-redutase que converte a testosterona em um metabolito ativo que age no núcleo da célula responsável pela proliferação celular Promove atrofia glandular: redução da zona de transição Medicamentos: Finasterida 5mg/dia (demora 1 ano para ter efeito) Dutasterida 0,5mg/dia (bloqueia testosterona mais rápido que a finasterida – 6 meses) Efeitos colaterais Redução do volume do esperma Disfunção erétil (>10%) Menos efeitos colaterais do que alfa bloqueadores Reduz níveis séricos de PSA em 50% após 6 meses de uso Concentração de PSA X2 (para calcular o PSA real) Alfa-bloqueadores Atuam na musculatura lisa da próstata, relaxando e aumentando o fluxo urinário Apenas melhoram os sintomas (não diminuem o tamanho da próstata) Funcionamento rápido: 15 dias Receptores alfa1: maior concentração no estroma prostático Há medicamentos que atuam nos vasos sistêmicos: causam hipotensão se associados com medicamentos anti- hipertensivos Medicamentos: Doxazosina 2mg/ 1cp/dia Não tem grande disponibilidade ao logo do dia (não reduz nicturia – para isso deve ser indicado tomar a noite) Disponível no SUS Não é altamente específico: começar com 2mg em hipertensos. Caso não tenha efeito colateral pode aumentar a dose para 4mg (dose mais efetiva) Tansulosina 0,4mg/ 1cp/dia Auxilia na redução da nicturia Aaltamente específico/seletivo: atua predominantemente na próstata Cuidado: tem pacientes com próstata pequena (25 g), mas têm sintomas → monoterapia Geralmente os alfa-bloqueadores são associados aos androgênicos Combodart: dutasterida + tamsulosina Duomo HP: doxazosina + finasterina O único remédio que previne o câncer de próstata é a finasterida e a dutasterida (20-23% dos casos) Inibidores da fosfodiesterase 5: Tanalafril 5mg/ dia Trata disfunção erétil (Causa vasodilatação dos espaços cavernosos) Tratamento de hiperplasia prostática Obstrução da uretra prostática pode causar bexiga hiperativa (urina muitas vezes ao longo do dia) – contrações não inibidas da bexiga Vesomni: tamsulosina + solifenacina Solifenacina atua na bexiga, bloqueando as contrações Usada em pacientes que estão usando tamsulosina para melhorar o sintoma mas começam a urinar muito Escolha dos tratamentos HBP: obstrução ao fluxo urinário por meio de 2 mecanismos Estático: compressão pela massa tumoral Antioandrogênicos Ressecção da massa Dinâmico: tônus da musculatura lisa do estroma e da cápsula e da cápsula prostático Com o avanço da idade esses receptores são hiper estimulados causando o mau fluxo urinário Alfa-bloqueador Guideline para tratamento clínico Tratamento combinado (androgênico + alfa) IPSS: 8-35 PSA ≥ 1,6ng/ml (PSA é fator de risco para progressão da doença) Volume prostático ≥ 40cc Depois de 9 meses a um ano pode se tentar retirar o alfa bloqueador Cirurgia Indicações Complicações da HPB: IRA, bexigoma, retenção urinária aguda, ITU de repetição, cálculo vesical, hematúria prostática Única complicação que não é indicação de cirurgia é a falência do musculo detrusor da próstata pois não resolve o problema No caso o tratamento seria cateterismo 5-6 vezes por dia IPSS severo (>20) Falência do tratamento clínico Evitar cirurgia: cirurgia causa alteração da ejaculação Procedimentos Prostatectomia Incisão uretral da próstata Indicado para próstatas menores que 30g – cirurgia endoscópica Pode causar estenose de colo vesical TUP (incisão transuretral da próstata) RTU (Ressecção transuretral da próstata) Indicado para próstatas de 30 a 70g Corta pedaços da próstata aumentando o diâmetro da uretra Monopolar: bisturi monopolar conduz corrente elétrica Usa água destilada ou manitol (13%) pois não conduzem corrente elétrica Pode ter complicação: síndrome da intoxicação hídrica Aumenta a pressão da próstata e da bexiga: líquido entra na circulação causando hemólise das hemácias (osmolaridades diferentes) podendo gerar a insuficiência renal Líquido sai da circulação e vai para o tecido e entra na célula causando edema celular generalizado (bode causar edema encefálico – menos comum) O aumento do volume circulante causa taquicardia na síndrome da intoxicação hídrica Paraconfirmar pede sódio sérico que tem hiponatremia: dar diurético osmótico (manitol) Não pode demorar mais de uma hora Bipolar: bisturi bipolar não conduz corrente elétrica Usa soro ou substância com a mesma osmolaridade do plasma Se entrar água na circulação causa menos efeitos colaterais pois o líquido utilizado tem a mesma osmolaridade do plasma Maior tempo de internação (mais tempo sondado) Embolização da próstata: medicina intervencionista (não invasivo e para próstatas pequenas) Aquablation Vaporização fotoseletiva Laser green light Vaporiza o tecido prostático Baixo risco de intoxicação hídrica Muito caro Vantagens: menos sangramento, menor tempo de sonda pós-operatória e menor risco de reabsorção hídrica Para próstatas maiores que 70g Prostatectiomia transvesical: remoção do adenoma pela abertura da bexiga (cirurgia aberta) Stent intrauretral (pacientes que não podem operar)
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