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1 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Gizelle Felinto DEFINIÇÃO ➢ Microscopicamente → a HPB está relacionada a proliferação dos elementos epiteliais e estromais da zona das glândulas periuretrais e de transição • É diferente do câncer de próstata que, mais comumente, cresce na zona periférica ➢ Definição Médica → é o aumento da próstata • Identifica-se pelo toque retal (exame clínico) e pelos exames de imagem (Ultrassonografia – USG – e Ultrassom Transretal – USTR) • Tem correlação com o aumento do PSA ▪ Antígeno Prostático Específico (PSA): ✓ É uma proteína dosada no sangue, sendo órgão- específica, e não doença-especifica. Ou seja, indica que há alguma alteração na próstata, mas não é específica de uma doença, pois o PSA pode estar aumentado em: o Câncer de Próstata → aumenta muito mais o PSA do que a HPB, chegando a aumentar cerca de 10 vezes mais do que a HPB o Prostatite o Hiperplasia Prostática Benigna... ➢ Sinais e Sintomas que o paciente pode apresentar e relatar ao médico → a HPB é o conjunto de sintomas de armazenamento e de esvaziamento vesical, podendo estar associados a: • Hematúria • Infecção do Trato Urinário (ITU) • Insuficiência Renal ➢ Resumindo a definição da HPB: • Trata-se de um processo patológico decorrente da proliferação dos ácinos das glândulas periuretrais submucosas da zona de transição da próstata, que contribui, mas não é a única causa, para os Sintomas do Trato Urinário Baixo (LUTS – Lower Urinary Tract Symptoms) em homens idosos LUTS – SINTOMAS DO TRATO URINÁRIO BAIXO ➢ SINTOMAS URINÁRIOS (OBSTRUTIVOS): • Hesitação → demora para começar o jato urinário • Jato fraco • Micção prolongada • Esvaziamento incompleto e/ou Micção em dois tempos: ▪ Esvaziamento incompleto → quando termina de urinar, o paciente tem essa sensação de que não urinou tudo ▪ Micção em dois tempos → paciente urina, aguarda uns instantes e depois volta a urinar em uma quantidade significativa • Retenção urinária ➢ SINTOMAS VESICAIS (IRRITATIVOS): • Frequência aumentada • Noctúria/Nictúria → vontade de urinar várias vezes durante a noite • Tenesmo vesical → vontade frequente de urinar e sensação de não esvaziamento completo da bexiga • Urgência urinária → desejo súbito de urinar ➢ Em homens idosos com a próstata aumentada de tamanho e com esses sintomas, uma das principais hipóteses diagnósticas é a HPB ➢ Atenção → LUTS não é patognomônico de HPB, pois também tem outras causas, como: • Infecção do Trato Urinário (ITU) • Câncer de Bexiga → principalmente o carcinoma in situ • Câncer de Próstata... EPIDEMIOLOGIA ➢ Com o tempo houve uma diminuição no número de jovens menores de 15 anos com e um aumento das taxas em idosos acima de 65 anos, o que mostra que a doença tem sido encontrada cada vez mais em idosos → isso se deve à redução da taxa de natalidade e ao aumento da expectativa de vida ➢ A hiperplasia prostática benigna tem relação com o envelhecimento ➢ A HPB é a neoplasia benigna mais comum no homem ➢ Essa hiperplasia pode levar a uma obstrução infravesical (obstrução urinária) em 25 a 30% dos indivíduos ➢ Prevalência Etária de HPB: • Com o envelhecimento maiores são as taxas de: ▪ HOB histológica ▪ Próstata aumentada ao toque ▪ Prostectomias FISIOPATOLOGIA ➢ ANATOMIA: • A uretra masculina é dividida em 3 partes: ▪ Prostática ▪ Membranácea ▪ Esponjosa ➢ A Hiperplasia Prostática Benigna é uma doença que apresenta 3 fases: 1. Obstrução Uretral 2. Reação do Detrusor 3. Resposta Tardia ➢ OBSTRUÇÃO URETRAL → predomínio de sintomas obstrutivos • A zona de transição (periuretral), que sofre a hiperplasia, fica ao redor da uretra que sai da bexiga e que é envolta pela próstata. Assim, quando a próstata cresce ela causa: 2 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Gizelle Felinto ▪ Obstrução Mecânica → decorrente do crescimento da próstata, obstruindo a parte inicial da uretra • Ao mesmo tempo em que a próstata cresce, ao retor dela existe uma musculatura fina e lisa que tenta conter esse crescimento. Assim, ocorre uma hiperatividade do sistema nervoso autônomo simpático, através dos receptores α-1 adrenérgicos, para tentar conter esse crescimento, fazendo com que se aperte ainda mais a uretra, causando uma: ▪ Obstrução Funcional • O que ocorre na próstata e na uretra: ▪ Próstata normal: ▪ Próstata com Hiperplasia: ✓ Quando a zona de transição cresce, ela acaba apertando a uretra ✓ A musculatura ao retor da próstata, por atividade do sistema nervoso autônomo, aumentando mais ainda a contenção e a pressão sobre a uretra, obstruindo-a cada vez mais ➢ REAÇÃO DO DETRUSOR → os sintomas irritativos começam a aparecer mais • Com essa obstrução que a uretra sofre, o músculo detrusor da bexiga precisa se adaptar para vencer esse obstáculo e expelir a urina • Sinais e sintomas: ▪ Irritação Vesical → leva a uma instabilidade ou diminuição da complacência, causando: ✓ Aumento da Frequência urinária ✓ Urgência Miccional ▪ Obstrução Persistente → causa uma diminuição da contratilidade com hipertrofia do detrusor (o músculo fica mais espesso devido a essa força que ele faz contra esse obstáculo que é a obstrução), causando: ✓ Diminuição da força do jato ✓ Jato intermitente ✓ Aumento do resíduo urinário ▪ Essas alterações podem ser vistas na Ultrassonografia da Próstata com medida do resíduo pós-miccional, obtendo-se dados como: ✓ Tamanho e peso da próstata ✓ Espessura da parede vesical ✓ Resíduo urinário → é feito quando o paciente urina e depois volta para medir esse resíduo urinário • Quando se encontra as alterações dessa fase, deve-se tratar imediatamente ➢ RESPOSTA TARDIA: • A musculatura vesical é trocada por fibras elásticas/colágenas que não tem potencial de contração. Assim, tem-se: ▪ Diminuição da contratilidade ▪ Aumento do resíduo urinário ▪ Pressão intravesical baixa → pois a estrutura vesical não tem poder contrátil para aumentar a pressão e expelir a urina ▪ Retenção urinária crônica ▪ Hipotonia e falência do detrusor • Importante → deve-se procurar ao máximo tratar o paciente antes de chegar a essa fase de resposta tardia, pois essa fase, mesmo que se opere e se remova essa próstata obstrutiva, a bexiga fica sequelada e o paciente não urina mais como antes, ficando com a micção prejudicada HISTÓRIA NATURAL DA HPB ➢ A HPB é uma doença PROGRESSIVA, sendo isso evidenciado pela fisiopatologia da doença, como: • Aumento do Volume da Próstata (VP) • Agravamento do escore sintomatológico (LUTS) • Diminuição do fluxo urinário (Qmáx) → pode ser medido a partir de um exame não invasivo, a Urofluxometria ➢ Risco médio de Retenção Urinária Aguda (RUA) em > 60 anos é cerca de 23% ➢ A necessidade de cirurgia pode chegar a cerca de 39% quando o paciente apresenta os seguintes: • Idade > 60 anos • Volume da próstata aumentado (> 30mL) • LUTS (sintomas do trato urinário baixo) ➢ Assim, por ser uma doença progressiva, é essencial que seja identificada e tratada precocemente ➢ A progressão do HPB consiste em: • Aumento do volume da próstata • Piora dos sintomas (LUTS) Uretra Zona de Transição Zona Central Zona Periférica Uretra Zona de Transição Zona Central Zona Periférica 3 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Gizelle Felinto • Deterioração do fluxo urinário • Aumento do PSA • Possíveis desfechos dessa doença progressiva: ▪ Retenção Urinária Aguda (RUA) → sendo necessária a passagem de uma sonda de urgência com posterior tratamento desobstrutivo ▪ Intervenção Cirúrgica HISTÓRIA FAMILIAR ➢ 50% dos pacientes com < 60 anos que são operados podem ter a forma hereditária da HPB ➢ A presença de história familiar da doença configura um risco 4 vezesmaior de ter a doença, devido ao seu caráter autossômico dominante ➢ Assim, é sempre importante perguntar na anamnese se algum familiar (pai, irmão, tio...) teve ou tem alguma doença da próstata FATORES IDADE-DEPENDENTE ➢ VOLUME DA PRÓSTATA x PSA: • O volume da próstata tem relação com o PSA, sendo fenômenos idade-dependente • Quanto maior o volume da próstata e quanto mais velho o paciente é, maior o nível do PSA • Valores Normais do PSA: ▪ Até 60 anos → 2,5 ng/mL ▪ > 60 anos → 4,0 ng/mL • PSA intermediário → 4 a 10 ng/mL ▪ Nesses casos, considera-se a estratificação por idade • PSA alterado → níveis > 10 ng/mL ➢ FLUXO URINÁRIO: • É um fenômeno idade-dependente tanto devido ao aumento do volume da próstata quanto ao envelhecimento da bexiga • Os valores normais do fluxo urinário vão diminuindo de acordo com o envelhecimento do paciente: FLUXO URINÁRIO NORMAL DE ACORDO COM A IDADE 40 – 44 anos 45 – 49 anos 50 – 54 anos 55 – 59 anos 20,3 mL/s 19 mL/s 18 mL/s 16 mL/s 60 – 64 anos 65 – 69 anos 70 – 74 anos 75 anos + 16 mL/s 14,3 mL/s 13 mL/s 11,5 mL/s • Fluxo urinário ideal → > 15 mL/s • Fluxo urinário intermediário → entre 10 e 15 mL/s ▪ Nesse caso, também se deve utilizar outros parâmetros para analisar esses valores • Fluxo urinário obstruído → < 10mL/s FATORES DE RISCO x RISCO DE CIRURGIA ➢ É ideal que se consiga identificar os fatores de risco que podem fazer com que, com a progressão da doença, no futuro o paciente necessite de uma cirurgia. Assim, quando se identifica esses fatores que configuram risco de cirurgia, deve-se iniciar um tratamento preventivo (com FINASTERIDA ou DUTASTERIDA, por exemplo) antes que o paciente apresente um maior crescimento da próstata, uma retenção urinária e/ou a necessidade de realização de cirurgia. Porém, a grande dificuldade que se tem é fazer o paciente aderir a esse tratamento preventivo, devido aos efeitos colaterais dessas drogas, que têm como principal efeito a disfunção erétil ➢ De acordo com um estudo: • Os seguintes fatores de risco: ▪ Aumento do volume prostático no Ultrassom ou no exame retal ▪ Força do jato diminuída ao fluxo urinário (é um LUTS) ▪ Sensação de esvaziamento incompleto (é um LUTS) ▪ Ou seja, volume prostático aumentado e presença de LUTS são fatores de risco para a progressão • Risco de necessidade de cirurgia de acordo com o número de fatores de risco que o paciente apresenta: ▪ 0 fatores → 3% de chance de necessitar de cirurgia ▪ 1 fator → 9% ▪ 2 fatores → 16% ▪ 3 fatores → 37% FATORES DE RISCO PARA A PROGRESSÃO DA HPB ➢ PSA > 1,6 ng/ml ➢ Idade ≥ 62 anos ➢ Fluxo urinário < 10,6 ml/s ➢ Volume prostático ≥ 31 ml ➢ Resíduo Pós-miccional (RPM) ≥ 39 ml ➢ Presença de LUTS ➢ Infecção urinária crônica DIAGNÓSTICO DA HPB ➢ Geralmente, dão o diagnóstico de HPB → História Clínica + Toque Retal + PSA ➢ HISTÓRIA CLÍNICA: • Identifica-se, por exemplo: ▪ Idade do paciente → principalmente se for idoso ▪ Se há história familiar de doença prostática ▪ Presença de LUTS (sintomas do trato urinário baixo) ▪ Se a próstata se encontra aumentada • Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (I-PSS): ▪ É um questionário que busca quantificar os sintomas em leves, moderados ou graves, mas não é muito utilizado na prática médica, sendo mais usado nos ensaios clínicos ▪ Escore: ✓ 0 a 7 = Sintomas Leves ✓ 8 a 19 = Sintomas Moderados ✓ 20 a 35 = Sintomas Severos ou Graves ➢ TOQUE RETAL: • No toque retal, analisa-se as seguintes características da próstata: ▪ Tamanho → até 2 polpas digitais ▪ Consistência fibroelástica → é a mesma que a do nariz ▪ Limites precisos ▪ Presença do sulco mediano ▪ Se tem ausência ou presença de nódulos • No toque retal também se analisa o reto e o ânus: 4 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Gizelle Felinto ▪ Tônus do esfíncter anal → hipertônico ou hipotônico ▪ Se tem pólipos ▪ Se tem estreitamento do reto ▪ Presença de sangue no dedo → indica a presença de uma possível doença retal • Tamanho da Próstata: ▪ Tamanho normal → até 2 polpas digitais ▪ Próstata aumentada → > 2 polpas digitais • Atenção → o tamanho da próstata ao toque não é um parâmetro exclusivo para indicar tratamento clínico ou cirúrgico ▪ Pois existem próstatas que crescem para fora e não obstruem a uretra, fazendo com que o paciente continue urinando bem ▪ Têm próstatas que crescem pouco e para dentro, obstruindo a uretra do paciente ➢ EXAMES QUE PODEM SER SOLICITADOS: • Antígeno Prostático Específico (PSA) → é um exame de sangue e sempre deve ser solicitado ▪ Características: ✓ É um indicador do volume prostático ✓ O volume da próstata correlaciona-se com os níveis séricos do PSA em homens com HPB, mesmo sem evidencia de câncer, sendo essa relação dependente da idade do paciente o Quando é câncer de próstata, o PSA aumenta muito mais do que quando é HPB ✓ O PSA ajuda a estimular o aumento progressivo do crescimento prostático, auxiliando nas decisões terapêuticas ▪ Valor normal do PSA livre: ✓ Valor ideal → acima de 20% ✓ Valor que pode ser considerado aceitável → a partir de 15% ▪ Valores do PSA total: ✓ Valores Normais do PSA: o Até 60 anos → 0 a 2,5 ng/mL o > 60 anos → 0 a 4,0 ng/mL ✓ PSA intermediário → 4 a 10 ng/mL o Nesses casos, considera-se os seguintes: ❖ Variação de acordo com a idade ❖ Velocidade de aumento anual do PSA → os valores normais são: - < 60 anos → aumento em até 0,5 ng/mL - > 60 anos → aumento em até 0,75 ng/mL ❖ Densidade do PSA de acordo com o tamanho da próstata ❖ Relação PSA livre e PSA total ✓ PSA aumentado → níveis > 10 ng/mL ▪ O acompanhamento do paciente e a repetição do PSA pode ser anual ou semestral, por exemplo, de acordo com os critérios do urologista • Creatinina Sérica • Sedimentoscopia e Sumário de Urina ➢ DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR: • Ultrassonografia com medida do volume residual → com a medida do resíduo pós-miccional ▪ Pode ser Abdominal ou Transretal ▪ Analisa o tamanho da próstata, o espessamento da bexiga, o resíduo pós-miccional... • Urofluxometria: ▪ É um exame não invasivo que pode ser feito no próprio consultório ▪ Mede o fluxo urinário (volume de urina que passa pela uretra em determinada unidade de tempo), indicando se o fluxo é normal ou obstruído ▪ O paciente urina em um aparelho chamado fluxômetro ▪ Pacientes jovens tem um jato urinário mais forte e, com o avançar da idade, esse fluxo vai ficando cada vez mais fraco UROFLUXOMETRIA Fluxo Urinário Interpretação Erro < 10 ml/segundo Sugestivo de alteração do esvaziamento vesical (pode ser devido a uma patologia vesical ou prostática) 10% 10 – 15 ml/s Duvidoso - > 15ml/s Obstrução improvável 15% ▪ Curvas de fluxo: ✓ Desobstruído (normal): o O fluxo normal tem mais força, sobe e depois desce em um pequeno intervalo ✓ Obstruído (HPB): o O fluxo sobe, demora a descer e o paciente, as vezes, precisa fazer força na barriga para ajudar a urinar USG Abdominal x USG Transretal 5 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Gizelle Felinto ✓ Obstruído (Estenose de Uretra): o É um fluxo prolongadamente baixo e em platô o A obstrução pela estenose de uretra é o diagnóstico diferencial da obstrução por HPB, pois ambas são obstruções infravesicais • Estudos urodinâmicos de fluxo-pressão: ▪ Como é feito → coloca-se uma sonda na uretra e outra no reto ▪ Não é de rotina para avaliar a HPB ▪ Indicações para a avaliação urodinâmica: ✓ Idade não habitual → paciente muito jovem ✓ Exame prostático normal + LUTS severo ✓ Possibilidade de outra causa concomitante ✓ Doenças neurológicas e/ou da bexiga (Ex: Bexiga Neurogênica) ✓ Reoperações: o Exemplo → se o paciente já fezuma cirurgia e tem que fazer outra porque a próstata voltou a crescer o Em reoperações pode haver o risco de causar incontinência urinária, por isso que é importante realizar esse estudo urodinâmico • Uretroscopia: ▪ Como é feita → passa-se um aparelho endoscópico pela uretra do paciente ▪ É um exame direto que permite a analise de toda a extensão da uretra masculina ▪ Normalmente, é uma uretroscopia armada, pois se utiliza o uretroscópio, o uretrótomo e o ressectoscópio, que constituem o conjunto de instrumentação da endoscopia urinária baixa ▪ A uretroscopia armada pode ser utilizada também para tratar o paciente, fazendo a ressecção da próstata crescida e desobstruindo a uretra do paciente DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA HPB ➢ Causam LUTS do tipo Obstrutivo: • Estreitamento Uretral: ▪ É o principal diagnóstico diferencial, pois a obstrução também é infravesical • Contratura do Colo Vesical (Síndrome de Marion): ▪ O colo vesical é fechado por uma contratura muscular • Cálculo Vesical: ▪ Podem simular uma obstrução ▪ Principalmente quando o paciente urina em pé, pois o cálculo desce, se insinua no colo vesical e não passa. Assim, às vezes, o paciente se encontra urinando e com um tempinho o fluxo é interrompido, e, muitas vezes, ele só consegue terminar de urinar quando se deita, pois isso faz com que o calculo de desloque do colo vesical e o desobstrua ➢ Causam LUTS do tipo Irritativo: • Câncer de Bexiga • Infecções Urinárias • Bexiga Neurogênica TRATAMENTO ➢ OBSERVAÇÃO: • A progressão da doença pode ocorrer • O risco de complicações é indefinido, pois existem poucos estudos randomizados e prospectivos • Pode-se apenas monitorar pacientes com: ▪ Idade avançada e/ou presença de comorbidades ▪ Escores de sintomas → 1 a 7 (LUTS leves) • A observação é feita pelo acompanhamento periódico do paciente e a monitorização do PSA e das demais características do paciente ➢ TRATAMENTO MEDICAMENTOSO → tem-se dois grandes grupos de medicamento • Alfa-bloqueadores: DOXAZOSINA → 1mg, 2mg ou 4mg TANSULOSINA ▪ Ação: ✓ Os alfa-bloqueadores trazem um bom resultado inicial, pois eles relaxam a musculatura que causa a obstrução funcional. E com 1 a 2 semanas o paciente já apresenta um fluxo urinário muito melhor ✓ Não diminuem o tamanho da próstata → assim, se o paciente fizer uso apenas de um alfa- bloqueador a próstata continuará crescendo ▪ Mecanismo de ação: ✓ Agem nos receptores alfa 1-adrenérgicos, que se concentram no trígono vesical, no colo vesical e na região periprostática ✓ Assim, os alfa-bloqueadores bloqueiam esses receptores e causam o relaxamento da musculatura, que faz com que a luz da uretra aumente, fazendo o paciente urinar melhor ▪ Características: ✓ São eficientes, seguros e bem tolerados ✓ A resposta clínica é dose dependente e duradoura (> 42 meses) o Os efeitos colaterais também são dose dependentes → quanto maior a dosagem, maiores serão os efeitos colaterais ✓ Um medicamento não é superior ao outro → assim, a Doxazosina = Tansulosina ▪ Efeitos colaterais: ✓ Hipotensão arterial ✓ Tontura → assim, pede-se para que o paciente use o remédio à noite, antes do jantar, pois ele irá dormir durante a noite, o que se diminui as chances de tontura 6 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Gizelle Felinto ✓ Ejaculação retrógrada → principalmente com a Transulosina ✓ Astenia ✓ Rinites ✓ Cefaleia • Inibidores da 5-alfa Redutase (5-ARIs): FINASTERIDA DUTASTERIDA ▪ Ação: ✓ O inibidor da 5-alfa redutase é a medicação que diminui o tamanho da próstata ✓ Também diminui a hematúria, caso o paciente tenha → isso é tão eficiente que essas medicações também são utilizadas para hematospermia, que é quando se tem a presença de sangue no sêmen ▪ Mecanismo de ação: ✓ Inibe a 5-alfa redutase, que realiza a conversão da testosterona em di-hidrotestosterona (DHT), que é um metabólito mais ativo e mais forte que atua como um fator angiogênico, fazendo com que os vasos da próstata se desenvolvam e os acinos e estromas sejam mais nutridos, favorecendo o aumento da próstata. Assim, o inibidor da 5-alfa redutase faz com que os níveis de DHT caiam, fazendo com que o tamanho da próstata diminua, os sintomas diminuam/melhorem (LUTS) e o fluxo urinário aumente/melhore ▪ Características: ✓ Geralmente, só começam a ter resultados depois de 6 meses de uso ▪ Efeito colateral: ✓ Disfunção erétil ▪ Quando se utiliza apenas um inibidor da 5-alfa redutase, o medicamento demora tanto para mudar a história natural que o paciente, diante da disfunção erétil e da demora para a melhora dos sintomas, acaba abandonando o tratamento • Terapia Oral Combinada → hoje em dia a tendência é realizar esse tipo de terapia, e já existem medicações que apresentam na mesma pílula a combinação de: ▪ Combinado I → é mais barato DOXAZOSINA + FINASTERIDA → são os medicamentos HPs: o Prós HP® o Duomo HP® ▪ Combinado II: TANSULOSINA + DUTASTERIDA → exemplo: o Combodart® ▪ Essa terapia combinada é mais utilizada porque os alfa- bloqueadores agem mais inicialmente, relaxando a musculatura, e os inibidores da 5-alfa redutase agem mais tardiamente, diminuindo o tamanho da próstata ▪ Atenção! → as seguintes combinações não existem: ✓ DOXAZOSINA + DUTASTERIDA ✓ TANDULOSINA + FINASTERIDA ▪ Efeitos colaterais → são dose-dependentes e são de acordo com o combinado utilizado ✓ Disfunção erétil → tem mais relação com a finasterida ✓ Perda da libido ✓ Ejaculação retrógrada → Tansulosina ✓ Falha na ejaculação → Tansulosina ✓ Volume de sêmen diminuído → Finasterida e Dutasterida ✓ Libido alterada (diminuída) → Finasterida e Dutasterida ✓ Tonturas → Doxazosina ✓ Ginecomastia → Dutasterida ✓ Dor nos mamilos → Finasterida e Dutasterida ✓ Fragilidade da mama → Finasterida e Dutasterida ➢ TRATAMENTO CIRÚRGICO: • Indicação mais clássica → quando o tratamento medicamentoso não resolveu • Indicações: ▪ Retenção urinária refratária ▪ Infecção recorrente ▪ Hematúria macroscópica recorrente ▪ Insuficiência renal obstrutiva ▪ Cálculos vesicais ▪ Divertículos vesicais ▪ Escores de sintomas elevado ▪ Resíduo pós-miccional elevado ▪ Instabilidade clínica • Tipos de cirurgia: ▪ Ressecção Transuretral da Próstata (RTUP): ✓ Cirurgia por dentro do canal da uretra ▪ Incisão Transuretral da Próstata: ✓ Mais utilizada quando o colo vesical está muito fechado ▪ Prostectomia a Céu Aberto: ✓ Reservado para próstatas muito maiores ▪ Outros (Minimamente invasivos) • Algumas complicações que podem ocorrer com a cirurgia: ▪ Incontinência urinária ▪ Estreitamento de uretra ▪ Cicatrizações do colo vesical com posterior estenose de colo vesical ▪ Disfunção erétil → mais comum na prostectomia radical ▪ Sangramentos ➢ TRATAMENTO MINIMAMENTE INVASIVO → esses tratamentos existem, mas não são melhores que uma RTUP, por exemplo • High-Intensity Focused Ultrassound (HIFU) • Green-Laser • Dilatação por Balão • Hipertermia e Termoterapia • Eletrovaporização da Próstata • Stent Intra-Uretral... 7 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) Gizelle Felinto HPB x PROSTATITE ➢ PROSTATITE: • É uma inflamação da próstata • Aumenta os valores do PSA, assim como também causa um aumento da próstata ao toque ▪ A elevação do PSA é aguda e pode ser até maior do que a elevação do PSA nos casos de câncer • É uma doença mais comum em jovens que não fazem uso de preservativo, que tem infecções sexualmente transmissíveis e/ou que tem uma vida sexual promíscua • Pode ocorrer em idosos → em pacientes quem não ejaculam, o sêmen se acumula e fica envelhecendo nos ductos, tornando-se um meio para o crescimento bacteriano • Conduta: 1. Prescreverciclo de antibióticos por 21 a 28 dias: ✓ Geralmente, faz-se uso de uma Quinolona, como: LEVOFLOXACINO 2. Realizar novo PSA após o ciclo de antibióticos 3. De acordo com os valores do PSA: ✓ PSA diminuiu consideravelmente e voltou a normalidade → tratava-se apenas de uma prostatite ✓ PSA diminuiu muito pouco, mas continua aumentado, ou PSA aumentou ainda mais → deve-se pensar em outras causas de aumento do PSA, como HPB e câncer de próstata, podendo-se pedir para que o paciente: o Realize outro PSA em outro laboratório → pois erros laboratoriais podem ocorrer e não são incomuns de acontecer ou o Realize a biópsia da próstata → é um exame invasivo ➢ As doenças podem coexistir! → a HPB pode ocorrer ao mesmo tempo em que um câncer de próstata e uma prostatite. Assim como um câncer de próstata pode ocorrer concomitantemente a uma prostatite
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