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Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)

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1 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) 
Gizelle Felinto 
DEFINIÇÃO 
➢ Microscopicamente → a HPB está relacionada a proliferação dos 
elementos epiteliais e estromais da zona das glândulas 
periuretrais e de transição 
• É diferente do câncer de próstata que, mais comumente, 
cresce na zona periférica 
➢ Definição Médica → é o aumento da próstata 
• Identifica-se pelo toque retal (exame clínico) e pelos exames 
de imagem (Ultrassonografia – USG – e Ultrassom 
Transretal – USTR) 
• Tem correlação com o aumento do PSA 
▪ Antígeno Prostático Específico (PSA): 
✓ É uma proteína dosada no sangue, sendo órgão-
específica, e não doença-especifica. Ou seja, 
indica que há alguma alteração na próstata, mas 
não é específica de uma doença, pois o PSA pode 
estar aumentado em: 
o Câncer de Próstata → aumenta muito mais 
o PSA do que a HPB, chegando a aumentar 
cerca de 10 vezes mais do que a HPB 
o Prostatite 
o Hiperplasia Prostática Benigna... 
➢ Sinais e Sintomas que o paciente pode apresentar e relatar ao 
médico → a HPB é o conjunto de sintomas de armazenamento e 
de esvaziamento vesical, podendo estar associados a: 
• Hematúria 
• Infecção do Trato Urinário (ITU) 
• Insuficiência Renal 
➢ Resumindo a definição da HPB: 
• Trata-se de um processo patológico decorrente da 
proliferação dos ácinos das glândulas periuretrais 
submucosas da zona de transição da próstata, que contribui, 
mas não é a única causa, para os Sintomas do Trato Urinário 
Baixo (LUTS – Lower Urinary Tract Symptoms) em homens 
idosos 
LUTS – SINTOMAS DO TRATO URINÁRIO BAIXO 
➢ SINTOMAS URINÁRIOS (OBSTRUTIVOS): 
• Hesitação → demora para começar o jato urinário 
• Jato fraco 
• Micção prolongada 
• Esvaziamento incompleto e/ou Micção em dois tempos: 
▪ Esvaziamento incompleto → quando termina de urinar, 
o paciente tem essa sensação de que não urinou tudo 
▪ Micção em dois tempos → paciente urina, aguarda uns 
instantes e depois volta a urinar em uma quantidade 
significativa 
• Retenção urinária 
➢ SINTOMAS VESICAIS (IRRITATIVOS): 
• Frequência aumentada 
• Noctúria/Nictúria → vontade de urinar várias vezes 
durante a noite 
• Tenesmo vesical → vontade frequente de urinar e sensação 
de não esvaziamento completo da bexiga 
• Urgência urinária → desejo súbito de urinar 
➢ Em homens idosos com a próstata aumentada de tamanho e com 
esses sintomas, uma das principais hipóteses diagnósticas é a 
HPB 
➢ Atenção → LUTS não é patognomônico de HPB, pois também tem 
outras causas, como: 
• Infecção do Trato Urinário (ITU) 
• Câncer de Bexiga → principalmente o carcinoma in situ 
• Câncer de Próstata... 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ Com o tempo houve uma diminuição no número de jovens menores 
de 15 anos com e um aumento das taxas em idosos acima de 65 
anos, o que mostra que a doença tem sido encontrada cada vez 
mais em idosos → isso se deve à redução da taxa de natalidade 
e ao aumento da expectativa de vida 
➢ A hiperplasia prostática benigna tem relação com o 
envelhecimento 
➢ A HPB é a neoplasia benigna mais comum no homem 
➢ Essa hiperplasia pode levar a uma obstrução infravesical 
(obstrução urinária) em 25 a 30% dos indivíduos 
➢ Prevalência Etária de HPB: 
• Com o envelhecimento maiores são as taxas de: 
▪ HOB histológica 
▪ Próstata aumentada ao toque 
▪ Prostectomias 
FISIOPATOLOGIA 
➢ ANATOMIA: 
• A uretra masculina é 
dividida em 3 partes: 
▪ Prostática 
▪ Membranácea 
▪ Esponjosa 
➢ A Hiperplasia Prostática 
Benigna é uma doença que 
apresenta 3 fases: 
1. Obstrução Uretral 
2. Reação do Detrusor 
3. Resposta Tardia 
➢ OBSTRUÇÃO URETRAL → predomínio de sintomas obstrutivos 
• A zona de transição (periuretral), que sofre a hiperplasia, 
fica ao redor da uretra que sai da bexiga e que é envolta pela 
próstata. Assim, quando a próstata cresce ela causa: 
 
2 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) 
Gizelle Felinto 
▪ Obstrução Mecânica → decorrente do crescimento da 
próstata, obstruindo a parte inicial da uretra 
• Ao mesmo tempo em que a próstata cresce, ao retor dela 
existe uma musculatura fina e lisa que tenta conter esse 
crescimento. Assim, ocorre uma hiperatividade do sistema 
nervoso autônomo simpático, através dos receptores α-1 
adrenérgicos, para tentar conter esse crescimento, fazendo 
com que se aperte ainda mais a uretra, causando uma: 
▪ Obstrução Funcional 
• O que ocorre na próstata e na uretra: 
▪ Próstata normal: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Próstata com Hiperplasia: 
 
 
✓ Quando a zona de transição cresce, ela acaba 
apertando a uretra 
✓ A musculatura ao retor da próstata, por atividade 
do sistema nervoso autônomo, aumentando mais 
ainda a contenção e a pressão sobre a uretra, 
obstruindo-a cada vez mais 
➢ REAÇÃO DO DETRUSOR → os sintomas irritativos começam a 
aparecer mais 
• Com essa obstrução que a uretra sofre, o músculo detrusor 
da bexiga precisa se adaptar para vencer esse obstáculo e 
expelir a urina 
• Sinais e sintomas: 
▪ Irritação Vesical → leva a uma instabilidade ou 
diminuição da complacência, causando: 
✓ Aumento da Frequência urinária 
✓ Urgência Miccional 
▪ Obstrução Persistente → causa uma diminuição da 
contratilidade com hipertrofia do detrusor (o músculo 
fica mais espesso devido a essa força que ele faz 
contra esse obstáculo que é a obstrução), causando: 
✓ Diminuição da força do jato 
✓ Jato intermitente 
✓ Aumento do resíduo urinário 
▪ Essas alterações podem ser vistas na Ultrassonografia 
da Próstata com medida do resíduo pós-miccional, 
obtendo-se dados como: 
✓ Tamanho e peso da próstata 
✓ Espessura da parede vesical 
✓ Resíduo urinário → é feito quando o paciente 
urina e depois volta para medir esse resíduo 
urinário 
 
 
• Quando se encontra as alterações dessa fase, deve-se 
tratar imediatamente 
➢ RESPOSTA TARDIA: 
• A musculatura vesical é trocada por fibras 
elásticas/colágenas que não tem potencial de contração. 
Assim, tem-se: 
▪ Diminuição da contratilidade 
▪ Aumento do resíduo urinário 
▪ Pressão intravesical baixa → pois a estrutura vesical 
não tem poder contrátil para aumentar a pressão e 
expelir a urina 
▪ Retenção urinária crônica 
▪ Hipotonia e falência do detrusor 
• Importante → deve-se procurar ao máximo tratar o 
paciente antes de chegar a essa fase de resposta tardia, 
pois essa fase, mesmo que se opere e se remova essa 
próstata obstrutiva, a bexiga fica sequelada e o paciente não 
urina mais como antes, ficando com a micção prejudicada 
HISTÓRIA NATURAL DA HPB 
➢ A HPB é uma doença PROGRESSIVA, sendo isso evidenciado pela 
fisiopatologia da doença, como: 
• Aumento do Volume da Próstata (VP) 
• Agravamento do escore sintomatológico (LUTS) 
• Diminuição do fluxo urinário (Qmáx) → pode ser medido a 
partir de um exame não invasivo, a Urofluxometria 
➢ Risco médio de Retenção Urinária Aguda (RUA) em > 60 anos é 
cerca de 23% 
➢ A necessidade de cirurgia pode chegar a cerca de 39% quando o 
paciente apresenta os seguintes: 
• Idade > 60 anos 
• Volume da próstata aumentado (> 30mL) 
• LUTS (sintomas do trato urinário baixo) 
➢ Assim, por ser uma doença progressiva, é essencial que seja 
identificada e tratada precocemente 
➢ A progressão do HPB consiste em: 
• Aumento do volume da próstata 
• Piora dos sintomas (LUTS) 
Uretra Zona de Transição 
Zona Central Zona Periférica 
Uretra Zona de Transição 
Zona Central Zona Periférica 
 
3 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) 
Gizelle Felinto 
• Deterioração do fluxo urinário 
• Aumento do PSA 
• Possíveis desfechos dessa doença progressiva: 
▪ Retenção Urinária Aguda (RUA) → sendo necessária a 
passagem de uma sonda de urgência com posterior 
tratamento desobstrutivo 
▪ Intervenção Cirúrgica 
HISTÓRIA FAMILIAR 
➢ 50% dos pacientes com < 60 anos que são operados podem ter a 
forma hereditária da HPB 
➢ A presença de história familiar da doença configura um risco 4 
vezesmaior de ter a doença, devido ao seu caráter autossômico 
dominante 
➢ Assim, é sempre importante perguntar na anamnese se algum 
familiar (pai, irmão, tio...) teve ou tem alguma doença da próstata 
FATORES IDADE-DEPENDENTE 
➢ VOLUME DA PRÓSTATA x PSA: 
• O volume da próstata tem relação com o PSA, sendo 
fenômenos idade-dependente 
• Quanto maior o volume da próstata e quanto mais velho o 
paciente é, maior o nível do PSA 
• Valores Normais do PSA: 
▪ Até 60 anos → 2,5 ng/mL 
▪ > 60 anos → 4,0 ng/mL 
• PSA intermediário → 4 a 10 ng/mL 
▪ Nesses casos, considera-se a estratificação por idade 
• PSA alterado → níveis > 10 ng/mL 
➢ FLUXO URINÁRIO: 
• É um fenômeno idade-dependente tanto devido ao aumento 
do volume da próstata quanto ao envelhecimento da bexiga 
• Os valores normais do fluxo urinário vão diminuindo de 
acordo com o envelhecimento do paciente: 
FLUXO URINÁRIO NORMAL DE ACORDO COM A IDADE 
40 – 44 anos 45 – 49 anos 50 – 54 anos 55 – 59 anos 
20,3 mL/s 19 mL/s 18 mL/s 16 mL/s 
60 – 64 anos 65 – 69 anos 70 – 74 anos 75 anos + 
16 mL/s 14,3 mL/s 13 mL/s 11,5 mL/s 
• Fluxo urinário ideal → > 15 mL/s 
• Fluxo urinário intermediário → entre 10 e 15 mL/s 
▪ Nesse caso, também se deve utilizar outros 
parâmetros para analisar esses valores 
• Fluxo urinário obstruído → < 10mL/s 
FATORES DE RISCO x RISCO DE CIRURGIA 
➢ É ideal que se consiga identificar os fatores de risco que podem 
fazer com que, com a progressão da doença, no futuro o paciente 
necessite de uma cirurgia. Assim, quando se identifica esses 
fatores que configuram risco de cirurgia, deve-se iniciar um 
tratamento preventivo (com FINASTERIDA ou DUTASTERIDA, por 
exemplo) antes que o paciente apresente um maior crescimento 
da próstata, uma retenção urinária e/ou a necessidade de 
realização de cirurgia. Porém, a grande dificuldade que se tem é 
fazer o paciente aderir a esse tratamento preventivo, devido aos 
efeitos colaterais dessas drogas, que têm como principal efeito a 
disfunção erétil 
➢ De acordo com um estudo: 
• Os seguintes fatores de risco: 
▪ Aumento do volume prostático no Ultrassom ou no 
exame retal 
▪ Força do jato diminuída ao fluxo urinário (é um LUTS) 
▪ Sensação de esvaziamento incompleto (é um LUTS) 
▪ Ou seja, volume prostático aumentado e presença de 
LUTS são fatores de risco para a progressão 
• Risco de necessidade de cirurgia de acordo com o número 
de fatores de risco que o paciente apresenta: 
▪ 0 fatores → 3% de chance de necessitar de cirurgia 
▪ 1 fator → 9% 
▪ 2 fatores → 16% 
▪ 3 fatores → 37% 
FATORES DE RISCO PARA A PROGRESSÃO DA HPB 
➢ PSA > 1,6 ng/ml 
➢ Idade ≥ 62 anos 
➢ Fluxo urinário < 10,6 ml/s 
➢ Volume prostático ≥ 31 ml 
➢ Resíduo Pós-miccional (RPM) ≥ 39 ml 
➢ Presença de LUTS 
➢ Infecção urinária crônica 
DIAGNÓSTICO DA HPB 
➢ Geralmente, dão o diagnóstico de HPB → História Clínica + Toque 
Retal + PSA 
➢ HISTÓRIA CLÍNICA: 
• Identifica-se, por exemplo: 
▪ Idade do paciente → principalmente se for idoso 
▪ Se há história familiar de doença prostática 
▪ Presença de LUTS (sintomas do trato urinário baixo) 
▪ Se a próstata se encontra aumentada 
• Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (I-PSS): 
▪ É um questionário que busca quantificar os sintomas 
em leves, moderados ou graves, mas não é muito 
utilizado na prática médica, sendo mais usado nos 
ensaios clínicos 
▪ Escore: 
✓ 0 a 7 = Sintomas Leves 
✓ 8 a 19 = Sintomas Moderados 
✓ 20 a 35 = Sintomas Severos ou Graves 
➢ TOQUE RETAL: 
• No toque retal, analisa-se as 
seguintes características da 
próstata: 
▪ Tamanho → até 2 polpas 
digitais 
▪ Consistência fibroelástica → é a mesma que a do nariz 
▪ Limites precisos 
▪ Presença do sulco mediano 
▪ Se tem ausência ou presença de nódulos 
• No toque retal também se analisa o reto e o ânus: 
 
4 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) 
Gizelle Felinto 
▪ Tônus do esfíncter anal → hipertônico ou hipotônico 
▪ Se tem pólipos 
▪ Se tem estreitamento do reto 
▪ Presença de sangue no dedo → indica a presença de 
uma possível doença retal 
• Tamanho da Próstata: 
▪ Tamanho normal → até 2 polpas digitais 
▪ Próstata aumentada → > 2 polpas digitais 
• Atenção → o tamanho da próstata ao toque não é um 
parâmetro exclusivo para indicar tratamento clínico ou 
cirúrgico 
▪ Pois existem próstatas que crescem para fora e não 
obstruem a uretra, fazendo com que o paciente 
continue urinando bem 
▪ Têm próstatas que crescem pouco e para dentro, 
obstruindo a uretra do paciente 
➢ EXAMES QUE PODEM SER SOLICITADOS: 
• Antígeno Prostático Específico (PSA) → é um exame de 
sangue e sempre deve ser solicitado 
▪ Características: 
✓ É um indicador do volume prostático 
✓ O volume da próstata correlaciona-se com os 
níveis séricos do PSA em homens com HPB, 
mesmo sem evidencia de câncer, sendo essa 
relação dependente da idade do paciente 
o Quando é câncer de próstata, o PSA aumenta 
muito mais do que quando é HPB 
✓ O PSA ajuda a estimular o aumento progressivo do 
crescimento prostático, auxiliando nas decisões 
terapêuticas 
▪ Valor normal do PSA livre: 
✓ Valor ideal → acima de 20% 
✓ Valor que pode ser considerado aceitável → a 
partir de 15% 
▪ Valores do PSA total: 
✓ Valores Normais do PSA: 
o Até 60 anos → 0 a 2,5 ng/mL 
o > 60 anos → 0 a 4,0 ng/mL 
✓ PSA intermediário → 4 a 10 ng/mL 
o Nesses casos, considera-se os seguintes: 
❖ Variação de acordo com a idade 
❖ Velocidade de aumento anual do PSA → 
os valores normais são: 
- < 60 anos → aumento em até 0,5 
ng/mL 
- > 60 anos → aumento em até 0,75 
ng/mL 
❖ Densidade do PSA de acordo com o 
tamanho da próstata 
❖ Relação PSA livre e PSA total 
✓ PSA aumentado → níveis > 10 ng/mL 
▪ O acompanhamento do paciente e a repetição do PSA 
pode ser anual ou semestral, por exemplo, de acordo 
com os critérios do urologista 
• Creatinina Sérica 
• Sedimentoscopia e Sumário de Urina 
➢ DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR: 
• Ultrassonografia com medida do volume residual → com a 
medida do resíduo pós-miccional 
▪ Pode ser Abdominal ou Transretal 
▪ Analisa o tamanho da próstata, o espessamento da 
bexiga, o resíduo pós-miccional... 
• Urofluxometria: 
▪ É um exame não invasivo que pode ser 
feito no próprio consultório 
▪ Mede o fluxo urinário (volume de urina 
que passa pela uretra em determinada 
unidade de tempo), indicando se o fluxo é 
normal ou obstruído 
▪ O paciente urina em um aparelho chamado fluxômetro 
▪ Pacientes jovens tem um jato urinário mais forte e, com 
o avançar da idade, esse fluxo vai ficando cada vez mais 
fraco 
UROFLUXOMETRIA 
Fluxo Urinário Interpretação Erro 
 
< 10 ml/segundo 
Sugestivo de alteração do 
esvaziamento vesical 
(pode ser devido a uma patologia vesical ou 
prostática) 
 
10% 
10 – 15 ml/s Duvidoso - 
> 15ml/s Obstrução improvável 15% 
▪ Curvas de fluxo: 
✓ Desobstruído (normal): 
 
o O fluxo normal tem mais força, sobe e depois 
desce em um pequeno intervalo 
✓ Obstruído (HPB): 
 
o O fluxo sobe, demora a descer e o paciente, 
as vezes, precisa fazer força na barriga para 
ajudar a urinar 
 
USG Abdominal x USG Transretal 
 
5 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) 
Gizelle Felinto 
✓ Obstruído (Estenose de Uretra): 
 
o É um fluxo prolongadamente baixo e em platô 
o A obstrução pela estenose de uretra é o 
diagnóstico diferencial da obstrução por 
HPB, pois ambas são obstruções 
infravesicais 
• Estudos urodinâmicos de fluxo-pressão: 
▪ Como é feito → coloca-se uma sonda na uretra e outra 
no reto 
▪ Não é de rotina para avaliar a HPB 
▪ Indicações para a avaliação urodinâmica: 
✓ Idade não habitual → paciente muito jovem 
✓ Exame prostático normal + LUTS severo 
✓ Possibilidade de outra causa concomitante 
✓ Doenças neurológicas e/ou da bexiga (Ex: Bexiga 
Neurogênica) 
✓ Reoperações: 
o Exemplo → se o paciente já fezuma cirurgia 
e tem que fazer outra porque a próstata 
voltou a crescer 
o Em reoperações pode haver o risco de 
causar incontinência urinária, por isso que é 
importante realizar esse estudo urodinâmico 
• Uretroscopia: 
▪ Como é feita → passa-se um aparelho endoscópico 
pela uretra do paciente 
▪ É um exame direto que permite a analise de toda a 
extensão da uretra masculina 
▪ Normalmente, é uma uretroscopia armada, pois se 
utiliza o uretroscópio, o uretrótomo e o 
ressectoscópio, que constituem o conjunto de 
instrumentação da endoscopia urinária baixa 
▪ A uretroscopia armada pode ser utilizada também para 
tratar o paciente, fazendo a ressecção da próstata 
crescida e desobstruindo a uretra do paciente 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA HPB 
➢ Causam LUTS do tipo Obstrutivo: 
• Estreitamento Uretral: 
▪ É o principal diagnóstico diferencial, pois a obstrução 
também é infravesical 
• Contratura do Colo Vesical (Síndrome de Marion): 
▪ O colo vesical é fechado por uma contratura muscular 
• Cálculo Vesical: 
▪ Podem simular uma obstrução 
▪ Principalmente quando o paciente urina em pé, pois o 
cálculo desce, se insinua no colo vesical e não passa. 
Assim, às vezes, o paciente se encontra urinando e com 
um tempinho o fluxo é interrompido, e, muitas vezes, ele 
só consegue terminar de urinar quando se deita, pois 
isso faz com que o calculo de desloque do colo vesical 
e o desobstrua 
➢ Causam LUTS do tipo Irritativo: 
• Câncer de Bexiga 
• Infecções Urinárias 
• Bexiga Neurogênica 
TRATAMENTO 
➢ OBSERVAÇÃO: 
• A progressão da doença pode ocorrer 
• O risco de complicações é indefinido, pois existem poucos 
estudos randomizados e prospectivos 
• Pode-se apenas monitorar pacientes com: 
▪ Idade avançada e/ou presença de comorbidades 
▪ Escores de sintomas → 1 a 7 (LUTS leves) 
• A observação é feita pelo acompanhamento periódico do 
paciente e a monitorização do PSA e das demais 
características do paciente 
➢ TRATAMENTO MEDICAMENTOSO → tem-se dois grandes grupos de 
medicamento 
• Alfa-bloqueadores: 
 DOXAZOSINA → 1mg, 2mg ou 4mg 
 TANSULOSINA 
▪ Ação: 
✓ Os alfa-bloqueadores trazem um bom resultado 
inicial, pois eles relaxam a musculatura que causa 
a obstrução funcional. E com 1 a 2 semanas o 
paciente já apresenta um fluxo urinário muito 
melhor 
✓ Não diminuem o tamanho da próstata → assim, 
se o paciente fizer uso apenas de um alfa-
bloqueador a próstata continuará crescendo 
▪ Mecanismo de ação: 
✓ Agem nos receptores alfa 1-adrenérgicos, que se 
concentram no trígono vesical, no colo vesical e 
na região periprostática 
✓ Assim, os alfa-bloqueadores bloqueiam esses 
receptores e causam o relaxamento da 
musculatura, que faz com que a luz da uretra 
aumente, fazendo o paciente urinar melhor 
▪ Características: 
✓ São eficientes, seguros e bem tolerados 
✓ A resposta clínica é dose dependente e duradoura 
(> 42 meses) 
o Os efeitos colaterais também são dose 
dependentes → quanto maior a dosagem, 
maiores serão os efeitos colaterais 
✓ Um medicamento não é superior ao outro → 
assim, a Doxazosina = Tansulosina 
▪ Efeitos colaterais: 
✓ Hipotensão arterial 
✓ Tontura → assim, pede-se para que o paciente 
use o remédio à noite, antes do jantar, pois ele irá 
dormir durante a noite, o que se diminui as 
chances de tontura 
 
6 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) 
Gizelle Felinto 
✓ Ejaculação retrógrada → principalmente com a 
Transulosina 
✓ Astenia 
✓ Rinites 
✓ Cefaleia 
• Inibidores da 5-alfa Redutase (5-ARIs): 
 FINASTERIDA 
 DUTASTERIDA 
▪ Ação: 
✓ O inibidor da 5-alfa redutase é a medicação que 
diminui o tamanho da próstata 
✓ Também diminui a hematúria, caso o paciente 
tenha → isso é tão eficiente que essas 
medicações também são utilizadas para 
hematospermia, que é quando se tem a presença 
de sangue no sêmen 
▪ Mecanismo de ação: 
✓ Inibe a 5-alfa redutase, que realiza a conversão 
da testosterona em di-hidrotestosterona (DHT), 
que é um metabólito mais ativo e mais forte que 
atua como um fator angiogênico, fazendo com que 
os vasos da próstata se desenvolvam e os acinos 
e estromas sejam mais nutridos, favorecendo o 
aumento da próstata. Assim, o inibidor da 5-alfa 
redutase faz com que os níveis de DHT caiam, 
fazendo com que o tamanho da próstata diminua, 
os sintomas diminuam/melhorem (LUTS) e o fluxo 
urinário aumente/melhore 
▪ Características: 
✓ Geralmente, só começam a ter resultados depois 
de 6 meses de uso 
▪ Efeito colateral: 
✓ Disfunção erétil 
▪ Quando se utiliza apenas um inibidor da 5-alfa 
redutase, o medicamento demora tanto para mudar a 
história natural que o paciente, diante da disfunção 
erétil e da demora para a melhora dos sintomas, acaba 
abandonando o tratamento 
• Terapia Oral Combinada → hoje em dia a tendência é 
realizar esse tipo de terapia, e já existem medicações que 
apresentam na mesma pílula a combinação de: 
▪ Combinado I → é mais barato 
 DOXAZOSINA + FINASTERIDA → são os 
medicamentos HPs: 
o Prós HP® 
o Duomo HP® 
▪ Combinado II: 
 TANSULOSINA + DUTASTERIDA → exemplo: 
o Combodart® 
▪ Essa terapia combinada é mais utilizada porque os alfa-
bloqueadores agem mais inicialmente, relaxando a 
musculatura, e os inibidores da 5-alfa redutase agem 
mais tardiamente, diminuindo o tamanho da próstata 
▪ Atenção! → as seguintes combinações não existem: 
✓ DOXAZOSINA + DUTASTERIDA 
✓ TANDULOSINA + FINASTERIDA 
▪ Efeitos colaterais → são dose-dependentes e são de 
acordo com o combinado utilizado 
✓ Disfunção erétil → tem mais relação com a 
finasterida 
✓ Perda da libido 
✓ Ejaculação retrógrada → Tansulosina 
✓ Falha na ejaculação → Tansulosina 
✓ Volume de sêmen diminuído → Finasterida e 
Dutasterida 
✓ Libido alterada (diminuída) → Finasterida e 
Dutasterida 
✓ Tonturas → Doxazosina 
✓ Ginecomastia → Dutasterida 
✓ Dor nos mamilos → Finasterida e Dutasterida 
✓ Fragilidade da mama → Finasterida e Dutasterida 
➢ TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
• Indicação mais clássica → quando o tratamento 
medicamentoso não resolveu 
• Indicações: 
▪ Retenção urinária refratária 
▪ Infecção recorrente 
▪ Hematúria macroscópica recorrente 
▪ Insuficiência renal obstrutiva 
▪ Cálculos vesicais 
▪ Divertículos vesicais 
▪ Escores de sintomas elevado 
▪ Resíduo pós-miccional elevado 
▪ Instabilidade clínica 
• Tipos de cirurgia: 
▪ Ressecção Transuretral da Próstata (RTUP): 
✓ Cirurgia por dentro do canal da uretra 
▪ Incisão Transuretral da Próstata: 
✓ Mais utilizada quando o colo vesical está muito 
fechado 
▪ Prostectomia a Céu Aberto: 
✓ Reservado para próstatas muito maiores 
▪ Outros (Minimamente invasivos) 
• Algumas complicações que podem ocorrer com a cirurgia: 
▪ Incontinência urinária 
▪ Estreitamento de uretra 
▪ Cicatrizações do colo vesical com posterior estenose 
de colo vesical 
▪ Disfunção erétil → mais comum na prostectomia 
radical 
▪ Sangramentos 
➢ TRATAMENTO MINIMAMENTE INVASIVO → esses tratamentos 
existem, mas não são melhores que uma RTUP, por exemplo 
• High-Intensity Focused Ultrassound (HIFU) 
• Green-Laser 
• Dilatação por Balão 
• Hipertermia e Termoterapia 
• Eletrovaporização da Próstata 
• Stent Intra-Uretral... 
 
 
 
7 HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) 
Gizelle Felinto 
HPB x PROSTATITE 
➢ PROSTATITE: 
• É uma inflamação da próstata 
• Aumenta os valores do PSA, assim como também causa um 
aumento da próstata ao toque 
▪ A elevação do PSA é aguda e pode ser até maior do que 
a elevação do PSA nos casos de câncer 
• É uma doença mais comum em jovens que não fazem uso de 
preservativo, que tem infecções sexualmente transmissíveis 
e/ou que tem uma vida sexual promíscua 
• Pode ocorrer em idosos → em pacientes quem não 
ejaculam, o sêmen se acumula e fica envelhecendo nos 
ductos, tornando-se um meio para o crescimento bacteriano 
• Conduta: 
1. Prescreverciclo de antibióticos por 21 a 28 dias: 
✓ Geralmente, faz-se uso de uma Quinolona, como: 
 LEVOFLOXACINO 
2. Realizar novo PSA após o ciclo de antibióticos 
3. De acordo com os valores do PSA: 
✓ PSA diminuiu consideravelmente e voltou a 
normalidade → tratava-se apenas de uma 
prostatite 
✓ PSA diminuiu muito pouco, mas continua 
aumentado, ou PSA aumentou ainda mais → 
deve-se pensar em outras causas de aumento do 
PSA, como HPB e câncer de próstata, podendo-se 
pedir para que o paciente: 
o Realize outro PSA em outro laboratório → 
pois erros laboratoriais podem ocorrer e 
não são incomuns de acontecer 
 ou 
o Realize a biópsia da próstata → é um exame 
invasivo 
➢ As doenças podem coexistir! → a HPB pode ocorrer ao mesmo 
tempo em que um câncer de próstata e uma prostatite. Assim 
como um câncer de próstata pode ocorrer concomitantemente a 
uma prostatite

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