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HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é uma entidade definida pela proliferação (hiperplasia) de células do epitélio e do estroma prostático, formando tecido nodular adenomatoso. - Nódulos epiteliais glandulares e estromais - peso normal da próstata: 20 - 30g - + comum em homens acima dos 45 anos - aumento do volume da glândula → história clínica de sintomas obstrutivos/irritativos Anatomia → É um órgão constituído de tecido glandular e um componente de estroma fibromuscular, contendo músculo liso e tecido conjuntivo. → Órgão extra peritoneal localizado abaixo da bexiga - 20 - 30 g - responsável pela produção do líquido prostático → função de fluidificar o líquido seminal - uretra anterior → dividida em peniana e bulbar - uretra posterior → dividida em membranosa e prostática Inervação 1. Plexo pélvico (nervos cavernosos) - Inervação simpática; Contração da musculatura lisa da capsula e do estroma - Inervação parassimpática: secreção Próstata → Dividida em zonas - periférica 70% - transição 4% - central 25% - estroma fibromuscular anterior 1% → músculo liso e tecido conjuntivo → HPB → zona de transição (íntimo contato com a uretra - sintomas mais precoces) → Ca de próstata → zona periférica (não gera sintomas precocemente) Fatores de risco - Envelhecimento/ Idade - Testículos funcionantes - Obesidade/síndrome metabólica - Fatores genéticos - Alcoolismo (cirrose hepática) - Atividade sexual Etiopatogenia → O aumento da idade e a presença dos testículos representam as determinantes mais importantes para o desenvolvimento da HPB. - Aumento dos componentes glandulares e do estroma - O tônus do estroma prostático assim como o do colo vesical são regulados por inervação simpática → receptores alfa-1- adrenérgicos - Componente glandular é sensível à testosterona e fatores de crescimento OBS.: a testosterona é transformada em DHT por ação de uma enzima microssômica, a 5-alfa redutase. A testosterona e, principalmente, a DHT se ligam a um receptor androgênico específico, e tal complexo DHT-receptor migra para o núcleo e se fixa em segmentos específicos das moléculas de DNA, estimulando a transcrição de genes sensíveis aos androgênios e promovendo, finalmente, a síntese proteica e a divisão celular. Fisiopatologia → Processo de hiperplasia prostática condiciona o aparecimento de sintomas miccionais por 3 fenômenos: 1. Efeito mecânico/estático: aumento do volume da próstata → reduz calibre e aumenta a resistência uretral → dificuldade de esvaziamento 2. Efeito dinâmico/funcional → aumento da atv alfa-adrenérgica → musculatura lisa hipertrófica → aumenta a resistência uretral 3. Componente vesical → a obstrução prolongada gera hiperatividade na musculatura do detrusor → progressivamente evolui para fadiga com o esforço contínuo → Obstrução uretral - mecânica (estática) - dinâmica (funcional) → receptores alfa-1 (colo vesical) → Sintomas obstrutivos (LUTS de esvaziamento) → Sintomas irritativos (LUTS de enchimento) → Resposta do m. detrusor à obstrução infra vesical - Hipertrofia da musculatura lisa → reduz a complacência → LUTS de esvaziamento - Denervação parassimpática → instabilidade vesical (contrações involuntárias/ não inibidas) → obstrução crônica leva a sintomas irritativos →LUTS de enchimento Quadro clínico Sintomas obstrutivos → Próstata obstrui o colo vesical 1. hesitância 2. esforço miccional → uso de musculatura abdominal 3. intermitência 4. jato fraco 5. jato afilado 6. gotejamento terminal 7. esvaziamento incompleto 8. gotejamento pós-miccional Sintomas irritativos ou de armazenamento 1. urgência → consegue segurar apesar da vontade 2. frequência + aumento do volume = poliúria 3. frequência + pouco volume = polaciúria (+ comum) 4. noctúria → ir ao banheiro muitas as vezes a noite 5. urgeincontinência → não consegue segurar OBS.: quando o quadro irritativo é muito exuberante, deve-se ficar atento à possibilidade de outras doenças associadas, como disfunções neurológicas, infecções, litíase vesical e neoplasia de bexiga. I-PSS escore internacional de sintomas prostáticos → QOL: qualidade de vida → Cada sintoma pontua de 1 a 5 dependendo da frequência 1. Jato fraco → esvaziamento 2. Intermitência → esvaziamento 3. Esforço miccional → esvaziamento 4. Esvaziamento incompleto → Pós-miccional 5. Urgência → armazenamento 6. Frequência → armazenamento 7. Noctúria → esvaziamento 8. Influência dos sintomas urinários na qualidade de vida do paciente Sintomas leves 0 - 7 PONTOS Sintomas moderados 8 - 19 PONTOS Sintomas graves 20 - 35 PONTOS Complicações 1. RUA (retenção urinária aguda) → bexigoma - Pode entrar em IRA por refluxo da urina - O uso de simpaticomiméticos ou anticolinérgicos, distensão aguda da bexiga (diurese forçada), prostatite aguda, cálculo vesical ou infarto prostático são fatores que podem desencadear a retenção urinária aguda. - 2. Infecção urinária → estase de urina pela resíduo pós miccional - exacerbação dos sintomas urinários, podendo evoluir para retenção urinária - resultam da colonização prostática ou presença de urina residual - pode gerar bacteremia 3. Prostatite 4. Insuficiência renal aguda ou crônica - nefropatia obstrutiva crônica - hidronefrose 5. Litíase vesical → estase de urina vai acumulando resíduos não solubilizados - pode ter bloqueio abrupto do jato urinário ou hematúria macroscópica 6. Hematúria macroscópica (+ incomum) - deve-se a ruptura de vasos submucosos locais 7. Falência do detrusor (descompensação vesical) →para hipertrofia e pseudodivertículos por bexiga de esforço - hipocontratilidade da bexiga Avaliação diagnóstica Diagnóstico é clínico: - História clínica (I-PSS) + diário miccional (frequência e volume) - Toque retal → consistência para descartar o CA e avaliar o tamanho (cada polpa digital equivale a 10g) - Exames laboratoriais: creatinina, urina tipo I, citologia urinária (fumantes), PSA (1g eleva o PSA em a,15) - Ultrassonografia → indicado com aumento de creatinina, hematúria, litíase, resíduo pós-miccional (normal: 20 - 30 ml), volume prostático - Cistoscopia → hematúria macroscópica Toque retal - Características prostáticas: volume, consistência, regularidade, limites, sensibilidade e mobilidade - A palpação de uma próstata pequena em um paciente com sintomas de esvaziamento e enchimento ou armazenamento pode sugerir crescimento de lobo médio - Indivíduos assintomáticos podem apresentar próstatas aumentadas de volume. Exames laboratoriais - Exame de urina (citologia e sumário): investigar presença de piúria (processo inflamatório - presença de 10 ou + leucócitos por milímetro cúbico de uma amostra de urina), nitrito (infecção) e hematúria - Ureia e creatinina: avaliar complicações da HPB → nefropatia obstrutiva - Antígeno prostático específico (PSA): glicoproteína produzida pela tecido prostático → elevação do PSA em qualquer doença inflamatória ou neoplasias prostática ● para homens < 60 anos: normal é até 2,5 ng/mL ● para homens > 60 anos: normal até 4 ng/mL PSA - Em processos malignos o aumento do PSA ocorre por maior número absoluto de células malignas e não de uma maior quantidade produzida por cada célula. - A média dos valores basais de produção do PSA é de 0,1 ng/dL para cada grama de próstata normal, 0,3 ng/dL para cada grama de próstata hiperplásica e 3 ng/dL para cada grama de tecido prostático tumoral. - As patologias que acometem a próstata (HPB, prostatites, câncer) são as principais responsáveis pelo aumento do PSA sérico, mas nem todos os homens com comprometimento prostático apresentam alterações nos níveis do PSA. - Tanto o PSA livre quanto o ligado/conjugado são eliminados por biotransformação hepática.Os rins não participam do seu processo de eliminação e, portanto, qualquer quadro de insuficiência renal não altera a dinâmica do PSA sérico em humanos. → Características do PSA - A interpretação dos valores do PSA ao longo do tempo envolve basicamente quatro características de comportamento desse marcador:(1) a produção associada à idade; (2) a densidade; (3) a velocidade de crescimento; (4) a relação livre/total (ou fração de PSA livre). 1. PSA x idade - o valor de corte do PSA se altera conforme a idade do paciente. - Uma vez que a próstata cresce com a idade, a faixa etária do homem poderia inferir o tamanho da próstata. - Os níveis de PSA refletem o aumento da zona de transição, a responsável pela HPB e suas consequências clínicas. ● Valores de corte: ● 2,5 mg/ dL → Até 50 anos ● > 50 anos é normal até 4,0 2. Densidade do PSA - É a quantidade do antígeno produzido por grama de tecido prostático. Nesse caso, o que melhor se associa a essa relação é o tecido da zona de transição da próstata, justamente a que cresce na HPB. → Essa característica tem importância na diferenciação diagnóstica entre HPB e CA de próstata. - A densidade média do PSA para uma glândula normal ou hiperplásica varia em torno de 0,1 e densidades maiores podem sugerir um processo neoplásico maligno. 3. Velocidade de crescimento do PSA - O quanto o PSA aumenta no período de um ano. É calculada utilizando-se o PSA basal do ano anterior e traduzida em ng/dL/ano. - A velocidade de crescimento esperada para uma glândula não neoplásica é de até 0,75 ng/dL/ ano, e velocidades acima desse valor devem aumentar o índice de suspeita para um tumor. A velocidade média de crescimento do PSA é bastante diferente para HPB e CaP, girando em torno de 0,48 ng/dL/ano para a primeira condição e 2,17 ng/dL/ano para a segunda. 4. Relação livre/total - A relação do PSA é uma ferramenta utilizada como auxiliar no diagnóstico diferencial entre HPB e CaP, válida quando o PSA se encontra dentro da denominada zona cinzenta, isto é, entre 4 e 10 ng/dL. Nesses casos, a relação L/T sugere doença benigna (HPB) quando maior que 18% e maligna (câncer), quando menor que 18%, podendo evitar ou indicar uma avaliação diagnóstica mais específica, como a biópsia prostática → Indicação de biópsia Indicações de biópsia: - TR alterado - PSA > 4 - PSA> 2,5 em < 55 anos - Densidade de PSA > 0, 15 - Velocidade PSA > 0,75 Exames complementares Ultrassonografia Avaliação morfologia do trato urinário, volume da próstata e o resíduo pós-miccional. via transretal é preferível – Indicações: - história de ITU - História de litíase urinária - História de cirurgia do trato urinário - História de tumor urotelial - Hematúria - Retenção urinária → O que se observa na USG? - Espessamento vesical - Resíduo pós-miccional - Divertículo vesical - Cálculo vesical - Hidronefrose Urofluxometria Registra em gráfico a curva de fluxo urinário → dados: fluxos máximo, médio e perfil de curva. - decta hipofluxo miccional - Obrigatório no pré-operatório - recomendado na avaliação de STUI Uretrocistoscopia Avalia a presença ou não de estenose de uretra, aspecto da parede vesical e observa-se doenças associadas (cálculos e tumores vesical) → Recomendada no pré-operatório - Excluir outras patologias - Avaliar tamanho prostático → Alterações endoscópicas do obstrução infravasical: - Aumento da glândula - Lábio posterior do colo vesical deslocado cranialmente - Hipertrofia do detrusor → trabeculações e divertículos - Cálculos vesical - Retenção de urina Urodinâmica → Indicado para pacientes com sintomas do trato urinário inferior com baixo volume urinário, resíduo pós-miccional > 300ml, pacientes sintomáticos com fluxometria normal. - doenças neurológicas - avalia o grau de obstrução e contratilidade do detrusor → Inserção de 2 transdutores para medir pressão do músculo detrusor e da parede abdominal Diagnóstico 1. Uretrais: diferencial - Estenose - Uretrite - Litíase - Divertículo de uretra 2. Prostáticas: - Prostatites - CA de próstata - Infarto prostático 3. Vesicais: - Disfunção do colo vesical - Cistites - Litíase vesical - Tumor vesical - Hiperatividade vesical Tratamento → A ausência de correlação significativa entre as dimensões da próstata e a intensidade dos sintomas clínicos torna precária a indicação de intervenção terapêutica em HPB quando baseada exclusivamente no volume da próstata. - Tratamento cirúrgico é indicado: RUA, hidronefrose ou IR, hematúria macroscópica e sintomas urinários acentuados ou persistentes após tto clínico I-PSS de 0 a 7 Observação e acompanhamento anual + mudanças do estilo de vida (reduzir ingesta hídrica à noite, evitar bebidas diuréticas ou rever uso de medicamentos) I-PSS de 8 a 19 Terapia farmacológica I-PSS de 20 a 35 Terapia farmacológica / Cirurgia obs.: medicação é reavaliada com 4 semanas Terapia farmacológica → Indicado aos pacientes com sintomatologia moderada com morbidade mínimo e boa aceitação da terapia 1. Bloqueadores alfa-1 adrenérgicos → relaxa o colo vesical e tecido muscular prostático - Não seletivos: terazosina e doxazosina - Urosseletivos: tansulosina (mínimo de efeito vascular) e silodosina → Melhora do fluxo urinário mas sem alteração da urodinâmica. - Uso para retirada SVD após RUA → utiliza a medicação por 4 dias e retira a SVD pela manhã, realizando a avaliação da diurese durante o dia OBS.: Prazosina não se usa mais → causa hipotensão acentuada OBS.: Há dois subtipos de receptores alfa-1-adrenérgicos: alfa-1a e alfa-1b. O primeiro é específico para o tecido muscular prostático, enquanto o segundo é específico para os vasos sanguíneos. → Efeitos adversos: hipotensão postural, astenia, tontura e cefaleia. - Contraindicações absolutas: IRA pós-renal e/ou resíduo vesical elevado, hipersensibilidade à droga - Contraindicações relativas: doença cerebrovascular, história de e síncope ou hipotensão postural, retenção urinária aguda repetida ou infecção urinária recorrente atribuída à HPB. 2. Inibidor de 5-alfa redutase → bloqueio hormonal da testosterona → inibe o crescimento prostático e reduz o volume - Finasterida - Dutasterida - A 5-alfa redutase (5AR) é uma enzima altamente lipofílica que converte, na próstata, a testosterona em DHT → Estudos indicam que, quando administrada precocemente, essa droga é capaz de reverter o processo evolutivo da glândula. - redução do tamanho da próstata - melhora dos escores de sintomas - melhora do Tx de fluxo → Efeitos adversos: reduz libido, volume ejaculatório e a capacidade erétil. Rash, ginecomastia e mastalgia. Reduz níveis séricos de PSA OBS.: Tomada por período acima de 6 a 12 meses, a finasterida promove redução dos níveis plasmáticos de PSA em cerca de 50%. - Por isso, é recomendável que, para não mascarar o diagnóstico precoce do câncer de próstata, o PSA seja dobrado em seus valores para interpretação clínica mais correta. 3. Terapia combinada: combinar o benefício do alívio rápido dos sintomas dos alfabloqueadores com os benefícios de longo prazo dos inibidores da 5-alfa redutase - bloqueador alfa-1-adrenérgico + inibidores da 5-alfa redutase - ex.: combodart → tansulosina + dutasterida - Indicação: I-PSS > 20, próstata > 40g e sem resposta ao bloqueador alfa isolado 4. Inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (IPDE-5) - Tadalafila 5 mg, 1x/d (viagra) - Indicação uso diário para pacientes com queixas de disfunção erétil + LUTS - Mecanismos de ação são decorrentes dos efeitos sobre o relaxamento do músculo liso, da proliferação de células endoteliais, da melhora do fluxo sanguíneo e da atividade sobre os nervos eferentes prostáticos 5. Antimuscarínicos: - Estão indicados em pacientes com STUI moderados/graves com predomínio de sintomas de armazenamento - Indicado para RPM < 150 mL - Em caso de RPM > 150 mL uma outra classe de droga deverá ser associada, ex: alfa bloqueadores Tratamento cirúrgico → Indicações: - I-PSS moderados a graves sem resposta ao tratamento clínico - história de RUA - infecção urinária de repetição - hematúria recorrente - litíase vesical (cálculo > 1 cm não passam pela uretra) - lesão do trato urinária superior (hidronefrose, insuficiência renal) → Abordagens cirúrgicas 1. RTUp 2. Incisão transuretral da próstata 3. Prostatectomia aberta 4. Outros: LaseR (Green laser), Urolift Próstata < 80 gRessecção transuretral da próstata (RTUp) - Precisa ser feito em próstatas pequenas pois o tempo cirúrgico precisa ser pequeno para evitar complicações ● Tempo cirúrgico < 90 min ● ressecção com eletrocautério bipolar ou laser (cauteriza as veias e entra menos líquido para o paciente) - Complicação → síndrome de absorção/intoxicação hídrica = uma hiponatremia dilucional → síndrome de intoxicação hídrica, que decorre da absorção excessiva, pelo leito prostático cruento, da solução hipotônica empregada para irrigação vesical durante o procedimento - Sintomas da intoxicação hídrica: hiponatremia, confusão mental, náuseas e vômitos, HAS, bradicardia e distúrbios da visão - Paciente não recebe uma anestesia geral, apenas uma raquianestesia para que ele fique consciente e possa relatar os sintomas de hiponatremia. A cirurgia é feita fundindo líquido isotônico (sem elétrons livres) pela uretra - Não pode usar soro fisiológico (contém sódio e muitos elétrons livres), pois a alça de ressecção usa corrente elétrica que iriam se dissipar com os elétrons da solução salina e não conseguiria ressecar o tecido prostático - Cirurgia que sangra muito logo não pode fazer em uso de AAS - Pode gerar ejaculação retrógrada após procedimento Próstata > 80 g Prostatectomia a “céu aberto” ou subtotal ou transvesical (PTV) → Indicações: - Próstatas maiores - Cálculos vesicais - Divertículos vesicais muito grandes → bexiga de esforço Incisão transuretral da próstata → Pacientes com indicação cirúrgica, porém, que têm sintomatologia leve ou moderada e próstata menor que 30 g, sem lobo mediano. - Tal técnica oferece taxas razoáveis de melhora dos sintomas e da obstrução, mas por curto período (dois anos, em média). CASOS CLÍNICOS Caso clínico 1 ACF, 45 anos, masculino, procedente da Aurora, branco, casado. HDA: Vem para avaliação da próstata. Refere vir para fazer “prevenção” Sem queixas urinárias. IPSS – 2 ( urgência ) . HAS + DM - DLP - MEDICAÇÕES EM USO : Captopril CIRURGIAS PRÉVIAS : não CAPFAM (histórico de CA de próstata na família): não ETILISMO: não TABAGISMO: não DE: não LIBIDO: preservado AO EXAME : EGBom, eupneico, afebril, corado, LOTE AR e ACV ndn ABD: depressível, indolor, sem massas palpáveis ou sinais de irritação peritoneal PÇenis sem alterações, prepúcio retrátil, meato aberto e tópico. Testículos tópicos, sem alterações CD: - Observação e acompanhamento anual + mudanças do estilo de vida (reduzir ingesta hídrica à noite, evitar bebidas diuréticas ou rever uso de medicamentos) - Não realiza rastreamento para CA pois provavelmente é HPB com sintomas leves - Próstata grande sem sintomas → Não há problemas e não realiza tratamento. → Quando realizar rastreio para CA de próstata? - Idade entre 50 - 70 anos / entre 40 - 45 anos quando há histórico familiar de câncer de próstata OU é negro. Caso clínico 2 JPS, 60 anos, masculino, procedente da Barbalha, pardo, casado. HDA: Vem para avaliação da próstata. Ref vir para fazer “prevenção” Quando perguntado sobre a forma como urina, se tem algum problema para urinar ele responde que urina bem que não sente dor. Responde que a urina não lhe atrapalha no seu dia a dia. Responde que a urina deve melhorar. IPSS – 16 ( international prostatic score symptoms ) HAS + DM + DLP + MEDICAÇÕES EM USO : Captopril, HCTZ, metformina, glicazida, AAS, sinvastativa, CIRURGIAS PRÉVIAS : Apendicectomia, colecistectomia, varizes de MMII CAPFAM: pai ( confirmado ) ETILISMO: EX, uso moderado TABAGISMO: ex DE: leve a moderado LIBIDO: preservado AO EXAME : EGBom, eupneico, afebril, corado, LOTE AR e ACV ndn ABD: depressível, indolor, semigloboso, sem massas palpáveis ou sinais de irritação peritoneal Penis sem alterações, prepúcio retrátil, meato aberto e tópico. Testículos tópicos, sem alterações TR – próstata de +/- 40 g, FE, sulco mediano presente, sem nódulos. DIAGNÓSTICOS LUTS sec HPB HAS DM DLP DE disfunção erétil) TABAGISMO CONDUTA: - Iniciar tto medicamentoso: Doxazosina 2 mg - Solicitar rotina laboratorial ( glicemia de jejum, HbA1c, creatinina, sumário de urina, PSA T ) → Como o paciente apresenta histórico familiar de CA de próstata, é pardo e tem mais de 50 anos é importante fazer o rastreamento para CA de próstata. ● Como fazer o rastreamento? - PSA + Exame digital retal (EDR) Recomendações para rastreamento: 50 anos + expectativa de vida de 10 anos; OBS: Quando o paciente apresenta idade maior de 70 anos, não se realiza rastreamento para CA de próstata, pois há pouca evidência de benefícios de rastreamento, uma vez que o exame em si pode causar mais malefícios que o CA. Caso clínico 3 JAS, 67 anos, masculino, procedente do Crato, casado. Assintomático. Veio para avaliação prostática. HAS + ( HCTZ ) DM – CIRURGIA PRÉVIA : não CAPFAM : não. PSA ( veio com PSA ) = 9,0 ng/mL com 9 % de relação AO EXAME : TR : próstata de 60g, FE, sem nódulos. CD: - Repetir PSA - Solicitar exames de rotina ( glicemia de jejum, HbA1c, creatinina, sumário de urina) + coagulograma (caso seja necessário pedir biópsia) Caso clínico 4 JAS, 70 anos, masculino, procedente de Várzea Alegre, casado. Paciente com queixa de 1 episódio de hematúria macroscopica. Ref sintomas urinários ( jato fraco, hesitância, esforço miccional, noctúria) há +/- 1 ano, com piora progressiva. Qx de dor pélvica localizada importante, com uso de medicações para dor regularmente e dor em coluna lombar. HAS + anlodipino, HCTZ DM – DLP: Sinvastatina CIRURGIA PREVIA : oftálmica ( catarata ), LE por PAF em abdômen. CAPFAM : não. PSA = 34,0 ng/mL AO EXAME : TR : próstata de 40g, FE, com nódulos em LD.. HD: - CA de próstata com metástase ? → metástase primária do CA de próstata é para osso do esqueleto axial (bacia, coluna, esterno). Grande característica da metástase é a dor. Avaliação com Cintilografia óssea CD: Biópsia - 1. Iniciar medicamento associado para melhora da sintomatologia: Doxazosina + Finasterida - 2. Repetir PSA 3. Exames laboratoriais + USG + coagulograma - 4. Biópsia guiada por USG transretal 5. USG de vias urinárias → devido hematúria 6. Raio X + TC de tórax, abdome e pelve. Caso clínico 5 OSM, 59 anos, masculino, procedente de Brejo Santo, viúvo. Vem a emergência do Hospital Regional com forte dor em abdome inferior associado a ausência de diurese há 12 horas. Vinha em uso de tansulosina + dutasterida há 6 meses, com melhora leve de sintomas miccionais, que eram importantes. Perdeu seguimento no acompanhamento urológico. HAS + HCTZ DM – DLP - CIRURGIA PREVIA : hernioplastia Dir. CAPFAM : não. AO EXAME : EGReg, gemente, corado, acianótico, LOTE ACV e AR ndn. ABD: depressível, doloroso em abdome inferior com massa dolorosa palpável em hipogástrio → bexigoma Genitália anatômica. HD: - RUA - Bexigoma CD: - Realizar toque retal - Tentar desviar o trânsito, passar uma sonda uretral de folleu - Caso não dê certo → Cistostomia - Realizar USG de vias urinárias e transretal –. FARIA SE NÃO FOSSE CASO DE URGÊNCIA Caso clínico 6 OSM, 59 anos, masculino, procedente de Brejo Santo, divorciado. Vem a emergência do Hospital Regional com forte dor em abdome inferior associado a ausência de diurese há 12 horas. Ref sangramento durante a micção associado a coágulos há 3 dias, intermitente. HAS + HCTZ DM + metformina DLP + atorvastatina CIRURGIA PRÉVIA : amputação de perna direita. CAPFAM : não. TABAGISTA: + DE: ++ AO EXAME : EGReg, gemente, hipocorado (+/4+), acianótico, LOTE ACV e AR ndn. ABD: depressível, doloroso em abdome inferior com massa dolorosa palpável em hipogástrio. Genitália anatômica. HD: - RUA → litíase ? HBP ? CD: - Estudar causas e tratamento de hematúria. - Paciente que chega com hematúria, deve-se passar a sonda. Lavando, inicialmente, a bexiga. Fazendo com que o sangramento vá se diluindo e impedindo a formação de coágulo. Caso clínico 7 OSM, 70 anos, masculino, procedente de Juazeiro do Norte, casado, branco. Vem a emergência do Hospital Regional com queixa de forte desconforto perineal há 4 horas. Refque vinha há 2 dias com este desconforto, mas com piora nas últimas 24 horas, associado a febre e calafrios. Ref ter realizado biópsia de próstata há 5 dias para avaliação de alteração em exame de sangue. HAS + HCTZ DM + insulina DLP - CIRURGIA PRÉVIA : colecistectomia CAPFAM : não. TABAGISTA: - DE: ++ AO EXAME : EGReg, taquidispneico ( 2+/4+), hipocorado (+/4+), acianótico, LOTE FC 110 bpm. PAS 100 mmHg. ACV e AR ndn. ABD: depressível, doloroso em abdome inferior sem sinais de irritação peritoneal. Genitália anatômica. TR : próstata dolorosa ao toque. HD : - Prostatite aguda - Complicações da biópsia ? CD: - Analgesia, internamento, atb para bactérias gram- - Paciente pode evoluir com retenção urinária