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RESPONSABILIDADE CIVIL
- TIPOS DE DANOS
Profa. Jullie Zahreddine
DANO OU PREJUÍZO
Para que haja pagamento de indenização, além da prova de culpa na conduta é necessário comprovar o dano patrimonial ou extrapatrimonial suportado por alguém.
O ônus de provar o dano pertence ao autor da demanda, em regra.
TIPOS DE DANOS
TIPOS:
	a) Danos materiais;
	b) Danos morais;
	c) Danos contemporâneos (danos morais coletivos, danos estéticos, danos por perda de uma chance, etc).
DANOS MATERIAIS
	Constituem prejuízos ou perdas que atingem o patrimônio corpóreo de alguém.
Subclassificação:
	a) Danos emergentes (danos positivos) – o que efetivamente se perdeu.
	b) Lucros cessantes (danos negativos) – o que razoavelmente deixou de lucrar. 
DANOS MORAIS
	Também chamado de dano extrapatrimonial, trata-se da lesão a direito da personalidade.
	A reparabilidade dos danos imateriais é relativamente nova em nosso País, tendo sido tornada pacífica com a Constituição Federal de 1988, pela previsão expressa no seu art. 5.º, V e X.
OBS: Não se trata de determinação de um preço para a dor!
DANO MORAL
	Sentimentos negativos!
V Jornada de Direito Civil: 
“O dano moral indenizável não pressupõe necessariamente a verificação de sentimentos humanos desagradáveis como dor ou sofrimento” (Enunciado n. 445). 
OBS: Dano moral da pessoa jurídica (Súmula 227 do STJ) e do absolutamente incapaz.
DANO MORAL ‘IN RE IPSA’
	O dano moral OBJETIVO dispensa a prova de sentimentos humanos desagradáveis, presumindo-se o prejuízo. Pode-se dizer que é ‘in re ipsa’, intrínseco à própria conduta que injustamente atinja a dignidade do ser humano.
	Ex. lesão estética.
	
DANO MORAL EM RICOCHETE
Classificação:
A) Dano moral DIRETO – atinge a própria pessoa, na sua honra subjetiva (autoestima) ou objetiva (repercussão social da honra).
B) Dano moral INDIRETA (em ricochete) – atinge a pessoa de forma reflexa, ex. morte de pessoa da família, perda de animal de estimação.
DANO MORAL - JURISPRUDÊNCIA
B) Danos morais x corpo estranho em produto
“...Considerou-se a sensação de náusea, asco e repugnância que acomete aquele que descobre ter ingerido alimento contaminado por um inseto morto, sobretudo uma barata, artrópode notadamente sujo, que vive nos esgotos e traz consigo o risco de inúmeras doenças...” (STJ, REsp 1.239.060/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 10.05.2011).
‘... Aquisição de garrafa de refrigerante contendo corpo estranho em seu conteúdo. Não ingestão. Exposição do consumidor a risco concreto de lesão à sua saúde e segurança. Fato do produto. Existência de dano moral. Violação do dever de não acarretar riscos ao consumidor. Ofensa ao direito fundamental à alimentação adequada...’ (STJ, REsp 1.424.304/SP, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 11.03.2014, DJe 19.05.2014).
DANO MORAL - JURISPRUDÊNCIA
C) Danos morais x pessoa jurídica;
SÚMULA 227: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
EX. inscrição indevida ou ilegítima de seu nome em cadastro de inadimplentes (STJ, REsp 662.111/RN, 4.ª Turma, Min. Jorge Scartezzini, j. 21.09.2004, DJ 06.12.2004).
OBS: Caso Dolly Guaraná x Coca cola.
DANO MORAL - JURISPRUDÊNCIA
D) Danos morais x tarifação;
VI Jornada de Direito Civil (2013) - Enunciado n. 550:
“A quantificação da reparação por danos extrapatrimoniais não deve estar sujeita a tabelamento ou a valores fixos”.
OBS: Reforma Trabalhista
CRITÉRIOS PARA A QUANTIFICAÇÃO DO DANO MORAL
a extensão do dano;
as condições socioeconômicas e culturais dos envolvidos;
as condições psicológicas das partes;
o grau de culpa do agente, de terceiro ou da vítima.
DANO ESTÉTICO
	Trata-se da quebra da harmonia corporal.
	Em regra está presente quando a pessoa sofre feridas, cicatrizes, cortes superficiais ou profundos em sua pele, lesão ou perda de órgãos internos ou externos do corpo, aleijões, amputações, entre outras anomalias que atingem a própria dignidade humana.
OBS: Distinção entre dano moral (dor mental-foro íntimo) e Dano estético (alteração morfológica de formação corporal).
CUMULAÇÃO DE DANOS
Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça: “ São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato” (pós CF/88).
	A tendência atual é de se reconhecer os novos danos, ampliando o teor da Súmula, ex., Súmula 387 do STJ:
“É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral”.
DANO MORAL COLETIVO
É o dano que atinge, ao mesmo tempo, vários direitos da personalidade, reflete em toda a sociedade.
OBS: Exs., dano ambiental, acessibilidade de PCD’s nos bancos, trabalho escravo, trabalho infantil, etc.
DANOS PELA PERDA DE UMA CHANCE
A perda de uma chance está caracterizada quando a pessoa vê frustrada uma expectativa, uma oportunidade futura, que, dentro da lógica do razoável, ocorreria se as coisas seguissem o seu curso normal.
 	Ex. responsabilidade do advogado que perde prazo no processo do cliente.
REQUISITOS:
	a) Chance séria, real;
	b) alto grau de probabilidade de obter um benefício ou de evitar um prejuízo.
DANOS PELA PERDA DE UMA CHANCE
DANOS PELA PERDA DE UMA CHANCE
CASO Show do Milhão - “A Constituição reconhece direitos dos índios de quanto do território brasileiro? 1) 22%; 2) 2%; 3) 4% ou 4) 10%”.
	Não há resposta na CF.
	Ação Judicial pleiteando R$ 500.000,00 reais.
	TJ/BA confirmou a sentença e concedeu tal valor. MAS...
	STJ reduziu o valor para R$125.000,00 reais, considerando os R$ 500 mil divididos pelas quatro assertivas, sendo essa a real chance de acerto da Autora. 
DANOS PELA PERDA DE UMA CHANCE
TJ/RS responsabilizou um curso preparatório para concursos públicos que assumiu o compromisso de transportar o aluno até o local da prova. Porém, houve atraso no transporte, o que gerou a perda da chance de disputa em concurso público, surgindo daí o dever de indenizar (TJRS, Processo 71000889238, Data: 07.06.2006, 2.ª Turma Recursal Cível, Juiz Rel. Clovis Moacyr Mattana Ramos, Origem: Comarca de Cruz Alta).
CERTO OU ERRADO?!
Em regra, o ônus de provar o dano pertence ao autor da demanda.
CERTO OU ERRADO?!
Os danos morais constituem prejuízos ou perdas que atingem o patrimônio corpóreo de alguém.
CERTO OU ERRADO?!
Os danos materiais subdividem-se em danos emergentes e lucros cessantes. Estes últimos referem-se ao que o lesado efetivamente perdeu.
CERTO OU ERRADO?!
A pessoa jurídica não pode sofrer dano moral.
CERTO OU ERRADO?!
É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
THE END...