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Preparações detergentes Shampoos Profª. Lays Fernanda Nunes Dourado “ São produtos cosméticos dotados de poder detergente, que têm como finalidade básica a limpeza do cabelo e couro cabeludo, sem retirar excessivamente a oleosidade natural dos cabelos e couro cabeludo. Finalidade dos Shampoos Os Shampoos têm por objetivo a limpeza dos cabelos e do couro cabelo e para tal, devem ser capazes de: ◎Deixar os cabelos soltos; ◎Conferir-lhes ordem, sem eletricidade estática; ◎Não modificar o pH do couro cabeludo; ◎Preservar parte do óleo natural que cobre o cabelo e, sobretudo o couro cabeludo. 3 A classe de sujidades vai depender do clima, estilo de vida, tipo de trabalho, funções fisiológicas e práticas de higiene. Anatomia do couro cabeludo e cabelo 4 Com uma superfície de cerca de 600 cm², o couro cabelo constitui uma barreira física protetora onde estão implantados os cabelos. -São muito resistentes -Um adulto possui entre 100.000 e 150.000 cabelos -Originam-se nos folículos pilosos Anatomia do couro cabeludo e cabelo 5 A haste é constituída por três camadas: -Cutícula: O envelope externo da fibra do cabelo. As células que a formam são chamadas de “escamas” e são extremamente pequenas e incolores. Função de proteção, brilho e textura. -Córtex: É o corpo da fibra (representa 90% do seu peso total). Confere resistência. É formado por células preenchidas por queratina. Possui grãos de melanina responsáveis pela cor do cabelo. -Medula: Está situada no centro da fibra e sua presença ao longa da fibra geralmente é descontínua ou ausente. 6 Tipos de cabelo Mais opacos Mais oleosos 7 Classificação dos Shampoos Quanto a forma de apresentação ◎ shampoos líquidos: - Shampoos líquidos transparentes - Shampoos líquidos opacos com ou sem brilho pérola - Shampoos cremosos: com ou sem brilho pérola ◎ Shampoos gel - Shampoos gel Transparentes - Shampoos gel Opacos - perolados ou não ◎ Shampoos pós ◎ Shampoos aerossóis 8 Classificação dos Shampoos Quanto a finalidade: ○ Higienização -Destinado exclusivamente à higiene dos cabelos. -De acordo com o tipo de cabelo, pode ser para cabelos oleosos, para cabelos secos ou para cabelos normais. Tipo de cabelo % detergente % sobreengordurante Seco 20 4 Normal 25 3 Oleoso 30 2 9 Classificação dos Shampoos Quanto a finalidade: ○ Higienização 10 Classificação dos Shampoos Quanto a finalidade: ○ Higienização Texapon HBN: Lauriléter sulfato de sódio Comperlan KD: Dietanolamida de àcido graxo de coco 11 Classificação dos Shampoos Quanto a finalidade: ○ Higienização 12 Classificação dos Shampoos Quanto a finalidade: ○ Higienização 13 Classificação dos Shampoos Quanto a finalidade: ○ Infantil -clientela exigente; -não provocar irritação ocular; -pH neutro(pH da lágrima); -cor e odor agradáveis; -tensoativos suaves. 14 Classificação dos Shampoos Quanto a finalidade: ○ Com aditivos - Indicado para tratamento do couro cabeludo e cabelos danificados (ex: anticaspa, alergias, irritações,antiqueda). 15 Classificação dos Shampoos Quanto a finalidade: ○ Condicionador ○ Tonalizante ○ Anti-resíduos ○ Matizador ○ Á seco ○ Esfoliante 16 17 Constituíntes dos shampoos ◎ Tensoativos (10-20% p/p) ◎ Estabilizadores de espuma (1-5% p/p) ◎ Espessantes ◎ Condicionadores ou suavizantes ◎ Agentes perolantesou opacificantes ◎ Agentes conservantes ◎ Antioxidantes ◎ Corretor de pH ◎ Essência e corante 18 Tensoativos Quando os tensoativos estão presentes tem-se a formação da espuma e o poder detergente. Na presença de sujeira, esta será envolta por uma película do tensoativo, havendo com isto a formação de um micela a qual se solta do fio de cabelo. Como a película do tensoativo tem carga semelhante há uma repulsão entre elas e o fio de cabelo. Com isto evita-se que ocorra uma nova deposição das impurezas sobre o cabelo. Quando uma bolha de ar penetra na solução, forma-se na interface ar/tensoativo, que pode no sair do meio envolvendo uma fina película de água. 19 Tensoativos aniônicos Grupo hidrofílico carregado negativamente 1.Sabão de acido graxo(RCOO-Na+): saponificação de triglicérides ou neutralização de ácidos graxos. Limitação:em água dura forma sais de metais alcalinos terrosos, precipitam sobre o cabelo. 2. Sulfatos (ROSO3-Na+): bem tolerados pela pele. Ex: alquilsulfato, alquilétersulfatos: podem ser misturados para melhorar o poder de limpeza e produção de espuma. 20 Tensoativos ânfoteros Grupo polar carregado positivamente e negativamente Em baixo valor de pH comportam-se como agentes catiônicos e em pH alto como aniônicos. Usados em shampoo infantil. Podem ser usados como tensoativos auxiliares, estabilizadores de espuma e como espessante. Exemplos: betainas, imidazolinas 21 Tensoativos não iônicos Não possuem carga no grupo polar Compatíveis com todos os surfactantes Baixo poder de espuma, detergência, raramente utilizados como tensoativos primários. Estabilizadores de espuma e espessantes. 22 Tensoativos catiônicos Possuem o grupo polar carregado positivamente -Pobres agentes de limpeza -Elevada afinidade com a queratina do cabelo –Muito usados em formulações de condicionadores Após lavagem com shampoo = cabelos adquirem carga residual negativa; •Queratina (PI=3,8-4,0)valores de pH > PI = cargas negativas; •Condicionadores (tensoativo catiônico) = atração eletrostática adsorção sobre os cabelos neutralização das cargas elétricas = escamas deixam de se repelir; •Superfície do fio fica recoberta por moléculas lipofílicas (material graxo) contidas no condicionador = cabelos com brilho, maciez e penteabilidade. Exemplos: Cloreto de olealconio, cloreto de distearildimonio. 23 Estabilizadores de espuma A formação de uma bolha ocorre quando há uma grande quantidade de detergente em uma solução que ele passa a interagir com o ar. Em produtos como os shampoos, a espuma tem a função de impedir que o tensoativo seja rapidamente levado pela água e também ajuda a arrastar fisicamente as partículas de sujidades sólidas, mantendo-as suspensas até o enxágue. Favorecem a formação de uma espuma de pequenas bolhas as quais apresentam melhor estabilidade Exemplo: -carboximetilcelulose -fosfatos -alcanolamidas 24 Mecanismo de formação da espuma O pH ácido á capaz de selar as cutículas dos fios, o que o torna capaz de reter a hidratação e os nutrientes dos fios. O pH alcalino abre as cutículas o que torna o cabelo poroso, que não consegue reter a hidratação ou qualquer tipo de nutriente. Normalmente os shampoos são alcalinos, o que ocasiona o aumento do feixe do cabelo, isto é, a abertura das escamas da cutícula. Logo, devem ser utilizadas substâncias que permitam a sua neutralização Ex: Ácido cítrico, Ácido lático, Ácido glicólico. Ajustadores de pH 25 26 Ajustadores de pH 27 Ajustadores de pH 28 Espessantes Vão promover o aumento da viscosidade por duas vias: 1) Modificação dos parâmetros reológicos do sistema água/tensoativo (solvatação) mediante a adição de eletrólitos do sistema (NaCl, NH4Cl, NaSO4). O aumento da viscosidade não é proporcional ao aumento dos eletrólitos, chega a um ponto máximo e depois decresce. 2) Pela incorporação de substâncias espessantes convencionais (gomas, derivados de celulose, polímeros carboxivinílicos). Sua adição não é sempre conveniente pois pode se separar quando em repouso. Excesso de sal : gera multidão de micelas cilíndricas com resultante separação levando a uma fase líquida rica em tensoativo e uma fase aquosa com sal. 29 30 Suavizantes ou condicionadores Para evitar uma possivel ação detergente excessiva, recorre-se ao emprego de substâncias que vão promover lubrificação ou diminuição do atrito. Ex: Derivados de lanolina, derivados polivinilpirrolidona, derivados óleos vegetais, derivados de lecitina. 31 Agente Quelantes Destinados a complexar os íons Ca++ ou Mg++ das águas de enxágue afimde evitar a formação de sais insolúveis, são, em geral sais de ácido diaminoetileno tetracético (EDTA). 32 Perolizantes e Opacificantes Substâncias incorporadas com o objetivo de evitar a transparência dos shampoos conferindo-lhes um aspecto cremoso. Mascarar turvação Concentração de uso: 1,5 - 2 % Ex: ácido esteárico, álcoolcetílico, álcool estearílico, diestearatos de etilenoglicol, dibeinatos de etilenoglicol, monoésteres de etinoglicol, monoésteres de propilenoglicol, emulsões viscosas de polímeros viscosos e estearatos de magnésio e zinco. 33 Espumantes Característica desejada pelo consumidor. •A espuma é formada na interface ar/líquido, enquanto que a remoção do sebo ocorre na interface cabelo/líquido. •Estes agem introduzindo bolhas de gás na água. •Com a remoção do sebo, a espuma aumentará, porque a presença do sebo inibe a formação de bolhas. •Exemplo: –dietanolamidaláurica, –dietanolamidado ácido graxo de coco, –cocoamidopropilbetaína. 34 Corantes e essências O apelo de marketing é determinante para a elaboração de um produto que satisfaça as expectativas do consumidor, porém é bom lembrar que a presença destes produtos pode comprometer a qualidade do shampoo, provocando alterações na transparência, viscosidade, estabilidade e cor final. 35 Aditivos especiais Aditivos cosmiátricos: silicones, hidrolisados de protetínas, trigo, queratina, colágeno. Aditivos fitoterápicos: extratos glicólicos de Jaborandi, hammamelis, camomila, algas. Aditivos medicamentos: anticaspa, seborréia, antiqueda, anti- psoríase. 36 No Poo / Low Poo 37 Trata-se de uma técnica indicada para quem tem cabelos secos e opacos Foi desenvolvido por Lorraine Massey no livro “ Curly Girl” No Poo (sem shampoo) -Não utiliza nenhum sulfato para higieniza os fios e, como consequência, não usam nenhum produto que contenha silicones insolúveis, parafinas e óleos mineirais. -Para a limpeza dos fios, o métodos co-wash é o mais indicado, que se caracteriza pela escolha de utilizar um condicionador para a higienização ao invés de um shampoo -O condicionado não deve ter nenhum componente “proibido”. Low Poo (pouco shampoo) Nesta técnica utiliza-se agente surfactantes, como o cocoamidopropil betaína, que é capaz de retirar os silicones insolúveis ao invés de utilizar sulfatos fortes. Sulfatos e petrolatos são probibidos . 38 39 40 Obrigada! Dúvidas? laysndourado@gmail.com 41