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Homeostase: é um estado de equilíbrio interno, no qual o meio intracelular é mantido dentro de uma faixa de parâmetro fisiológicos. Diante de um estresse fisiológico ou até mesmo um estímulo patológico a célula tende a se adaptar, assim, tentando alcançar um novo estado de homeostase, buscando sua viabilidade e função. Ao se adaptar a célula continua viável, contundo, sobre alterações morfológicas e funcionais para adequar-se ao estímulo. Todas as alterações morfológicas adaptativas são reversíveis. Sua capacidade adaptativa está relacionada e limitada por: 1. Sua diferenciação e especialização 2. Sua capacidade metabólica 3. O meio que está presente 4. A disponibilidade de substratos. Displasia: surgimento de anomalias durante o desenvolvimento de um órgão ou tecido corporal, em que ocorre uma proliferação celular que resulta em células com tamanho, forma e características alteradas. É a diminuição na massa do tecido ou do órgão devido ao menor tamanhos e/ou número de células após a obtenção do tamanho normal. Atrofia simples ou qualitativa: diminuição de volume celular e do órgão, com estrutura, forma e número de células normais. Atrofia numérica ou quantitativa: diminuição do número de células e do volume do órgão, com volume celular normal. Atrofia numérica com proliferação: diminuição do número de células parenquimatosas do órgão, com proliferação fibroblástica e adipocitária (glial, se no SNC), volume do órgão pode permanecer normal, diminuir ou até mesmo aumentar (pseudo-hipertrofia). Atrofia fisiológica: involução de tecido ou órgão, naturalmente. Ex: timo, bolsa de Fabrício, veia e artérias umbilicais, útero pós parto, mama pós lactação, senilidade (cérebro e musculatura acompanhada de acúmulo de lipofuscina “atrofia parda”). Atrofia patológica: de maneira geral, acontece cem resposta à diminuição da nutrição da irrigação sanguínea, dos níveis de estímulos nervosos ou hormonais e compressão. Ex: desnutrição ou inanição (caquexia é uma forma generalizada de atrofia, perda de inervação, desuso, distúrbios endócrinos, irrigação sanguínea deficiente e compressões. Aspectos macroscópicos: há uma diminuição de volume do órgão ou tecido previamente desenvolvido normal e plenamente, consistência firme, endurecida, pode ocorrer também redução de peso, cápsulas com aspecto espessado e/ou aderida (enrugada) e fibrose. Aspectos microscópicos: células aparentam ser menores e mais numerosas, citoplasma mais denso (núcleos mais próximos), consegue se ver mais células no campo. No caso do testículo é muito confundido com hipoplasia e para confirmar a atrofia deve-se avaliar a espermatogênese, leve quando 20% do túbulo não exibe espermatogênese, moderada quando 50% e grave quando todo ou quase todo o túbulo não exibe espermatogênese. As duas principais causas para isso acontecer são o estresse crônico e aumento da temperatura local. Principais causas de atrofia: - Perda da inervação - Desuso - Distúrbios endócrinos (diminuição ou falta do estímulo hormonal) - Inanição: causada por desnutrição grave, fazendo o corpo usar a musculatura como fonte de energia - Irrigação sanguínea deficiente: por exemplo se o animal tiver insuficiência cardíaca congestiva direita provavelmente ocorrerá congestão passiva crônica do fígado, a região dos lóbulos fica repleta de sangue, no exame aparece uma cor escura contrastando com a palidez da periferia dos lóbulos, chamado de fígado em noz moscada. - Compressão: comum em equinos quando a sela não se adaptou a região toracolombar. São classificadas juntas porque macroscopicamente ambas apresentam aumento no tamanho do órgão ou tecido. Só possível diferenciar microscopicamente. Hipertrofia: aumento do volume relacionado ao aumento do tamanho celular, relacionada com a maior demanda funciona (maior carga de trabalho ou estimulo hormonal). Há ampliação dos componentes estruturais e organelas, significando aumento da síntese dos constituintes celulares (anabolismo>catabolismo), em células que tem bloqueada sua capacidade para dividir-se (células pós mitóticas ou perenes, ex: células musculares cardíacas e esqueléticas. Hipertrofia patológica: quando resulta de uma doença. Hipertrofia fisiologia: quando resulta em atividade normal do organismo, ex aumento da atividade física. A hipertrofia pode ser requerimento de trabalho ou estímulo hormonal. Hipertrofia compensatória: órgão par aumenta de volume e assume função do homologo alterado ou ausente. Hipertrofia vicariante: tecido intacto de órgão único lesado compensa a função da fração deficiente. Hiperplasia: aumento de volume relacionado ao aumento no número de células, relacionada com células que apresentam uma capacidade mitótica (ex: algumas células epiteliais), proliferação de células parenquimatosas e células-tronco teciduais. A hiperplasia histologicamente é muito confundida com a neoplasia benigna (adenoma), a única diferença é que a neoplasia benigna tem uma cápsula. Difusa (atingindo todo órgão) ou nodular (áreas limitadas de um órgão ou tecido são afetados). Hiperplasia fisiológica: pode ser hormonal (ex: mama durante a gestação) ou compensatória (perda de parte de um órgão ou de um órgão bilateral). Hiperplasia patológica: na maioria das vezes ocorre por estimulação hormonal ou fatores de crescimento. Hiperplasia x neoplasia: a hiperplasia tem controles reguladores, assim que o estimulo hormonal cessar o estado é revertido. Já na neoplasia é irreversível. A hipertrofia e a hiperplasia podem ocorrer concomitantemente. Aspectos macroscópicos: nesse aspecto, a hipertrofia e a hiperplasia são consideradas juntas porque ambas se apresentam como aumento do tamanho do órgão ou tecido, sendo o possível diferenciar só possível no microscópio. Aspectos microscópicos: - Hipertrofia: aumento de volume das células que compõem o órgão, associado ao aumento do estroma, com aumento da síntese intracelular (estrutura e de organelas) em células pós mitóticas ou permanentes ou perenes (exemplo músculo estriado). - Hiperplasia: aumento do número de células que o compõem (células intermitóticas ou estáveis e/ou lábeis), consequência do aumento de mitoses. É a substituição de um tecido maduro por outro da mesma linhagem celular (mais resistente). Enquanto fornece maior resistência/proteção, elimina algumas características importante do tecido original, além de poder desencadear transformações neoplásicas. Metaplasia epitelial: ocorre nos epitélios, exemplo metaplasia escamosa. Metaplasia mesenquimal: formação de osso, cartilagem ou tecido adiposo em tecidos que normalmente não contêm esses elementos. Pode não voltar ao normal depois de cessar o que provocou. Agora se essa capacidade adaptativa é excedida ou se o agente causal é inerentemente nocivo desenvolve a lesão celular (quebra da homeostase). Lesão é a manifestação morfológica da resposta celular à agressão. Lesão funcional e lesão bioquímica. Causas de lesão: hipóxia ou anoxia, agente químicos, agentes físicos, agentes infecciosos, radicais libres, reações imunológicas, distúrbios genéticas e nutricionais. Lesão reversível: ocorre quando a célula agredida sofre alterações funcionais e morfológica, contudo, mantém-se viva, se o estímulo nocivo é retirado. Voltando ao seu estado de homeostase normal ou quase normal. Lesão irreversível: quando a célula se torna incapaz de recuperar-se depois de cessada a agressão, caminhando para a more celular, necrose ou apoptose. Parada definitiva e irreversível dos processos metabólicos, funções orgânicas e atividades vitais. Morte somática ou clínica: organismo como todo. Morte celular programada ou apoptose: células individuais. Morte celularacidental ou necrose: células ou grupos de células. Onde a morte celular é essencial e não prejudicial: desenvolvimento e maturação do feto, homeostase de populações de células somáticas adultas. A morte celular pode ser por dois tipos necrose ou apoptose. Sua morte é acidental, resultante de agressões que causam danos irreversíveis e incompatíveis com sua sobrevivência. Necrose é a manifestação da morte celular, não é a morte celular em si. Para que a necrose se torne evidente é preciso que o paciente fique vivo por no mínimo 12h. Morfologicamente a aparência de necrose se dar por dois processos, a desnaturação de proteínas e digestão enzimática da célula. Resulta de isquemia, exposição a toxinas, agentes infecciosos e trauma. Na necrose primeiro a célula aumenta (ancose) para depois romper. Variações macroscópica: - Palidez: pálida devido a fala de irrigação, mas em órgão menos compactos como pulmão, baço e fígado pode aparentar aspecto hemorrágico devido ao sangue da vizinhança. - Perda de resistência: devido a lise celular e perda de coesão entre as células. - Zona de demarcação: separação entre o tecido necrótico e o sadio, aparece como um halo de hiperemia circundando a região necrótica. Esse halo é devido a inflamação desencadeada no tecido vivo adjacente. Alterações citoplasmáticas: - Eosinofilia: cor avermelhada/rosa mais intensa que o normal, ocorre devido a pera de RNA e alcalinização do citoplasma devido a desnaturação de proteínas de maior afinidade ácida. - Maior densidade óptica: células aparecem mais densas, o citoplasma fica mais homogêneo, perda de gotículas de glicogênio. - Tumefação e degeneração vacuolar do citoplasma: devido a digestão de organelas e acúmulo de água pela hipóxia aparece grande vacúolos no citoplasma. - Calcificação: o cálcio move-se para dentro da célula (pontinho violeta escuro). Alterações nucleares: - Cariólise: a basofilia nuclear desaparece de forma progressiva, provavelmente como resultado de ação de DNAases, a cromatina é destruída deixando apenas uma imagem de fantasma do núcleo. - Picnose: o núcleo diminui de tamanho e torna-se intensamente biofílico, muito semelhante no que ocorre em apoptose. - Cariorrexe: o núcleo picnótico se fragmenta. - Ausência de núcleo: após 1 ou 2 dias. Dentro de 1-2 dias, o núcleo da célula morta desaparece totalmente. A microscopia eletrônica mostra profundas alterações nucleares que culminam na dissolução do núcleo. Tipos de necrose: 1. Necrose de coagulação ou coagulativa 2. Necrose de Zenker 3. Necrose de liquefação ou coagulativa 4. Necrose de tecido adiposo (esteatonecrose) 5. Necrose de caseificação 6. Necrose fibrinoide 7. Necrose grangrenosa (ou grangrena) Necrose de coagulação: Ocorre quando prevalece a desnaturação de proteínas. As proteínas foram coaguladas, mas o contorno celular e tecidual prevalece por alguns dias. É chamado de infarto e normalmente a área fica mais pálida. Necrose de Zenker: ocorre na musculatura estriada, tem a perda das fibras, se tornando hialinizada. A musculatura fica pálida. Acontece normalmente devido a excesso de exercício físico e deficiência de vitamina E ou selênio. Necrose de liquefação: comum do SNC e em infecções por microrganismos piogênicos (pus) em qualquer tecido, dando aparência de mole. Necrose de tecido adiposos (esteadtonecrose): mas comum no tecido adiposo da cavidade abdominal. O tecido fica duro e esbranquiçado. Necrose de caseificação: o tecido necrótico é pastoso, friável, levemente granular e de cor esbranquiçada ou levemente amarelada, semelhante a ricota. Comum em tuberculose. Necrose fibrinoide: comum em artérias de pequeno calibre, em que a íntima é tomada por material necrótico com aspecto de fibrina coagulada e hialinizada, provavelmente formado por complexos antígeno-anticorpo. Necrose grangrenosa: não é um tipo de necrose e sim uma complicação dela. Ocorre quando há a invasão dos tecidos mortos por bactérias saprófitas (putrefação). Ocorre em locais que tem contato com o meio exterior. E pode ser grangrena úmida (mais grave) ou grangrena seca. Sequestração: ocorre com a necrose quando o indivíduo sobrevive, o tecido morto é eliminado por fagocitose e absorção. As células mortas são eliminadas por fagocitose, sem agredir ou causar reação inflamatória no tecido vizinho. São programadas para morrer, com o objetivo de mante a homeostase. Defeitos na apoptose pode resultar em malformações congênitas, câncer, doenças autoimunes e degenerativa. Atuação da apoptose: 1. Responsável pera diferenciação sexual, pois elimina os ductos de Muller (machos) ou Wolff (fêmeas). 2. Atua na separação dos dígitos. 3. Involução do endométrio após o cio, dos folículos ovarianos na velhice, das mamas após lactação, próstata após castração. 4. Morte de células neoplásicas na regressão de tumores. 5. Morte de neutrófilos após resposta inflamatória aguda. 6. Morte de linfócitos B e T após depleção das citocinas. 7. E muito mais. Morfologia: 1. A célula encolhe e se deforma, perdendo contato com as células vizinhas, suas organelas mantêm suas características e são aparentemente normais, embora pareçam mais concentradas no interior da célula. 2. A cromatina nuclear se condensa na periferia da membrana nuclear, formando várias massas irregulares, o próprio núcleo pode se fragmentar em dois ou mais fragmentos. Este é o mais característico dos eventos na apoptose. 3. As organelas dirigem-se para a periferia da célula e a membrana celular forma projeções laterais. 4. A seguir, a célula se fragmenta em muitas estruturas bem delimitadas e revestidas por membrana celular, os corpos apoptóticos, que contêm organelas, principalmente mitocôndrias intactas. Alguns contêm também fragmentos de cromatina condensada e do núcleo. Considera-se que as membranas celulares se mantenham intactas durante todo o processo de apoptose. 5. O último evento da apoptose é a fagocitose dos corpos apoptóticos por macrófagos ou por células parenquimatosas vizinhas, seguida de sua destruição no interior dos lisossomos destes. As células adjacentes migram para ocupar o espaço onde estava a célula recentemente eliminada. É importante frisa que todo o processo transcorre sem resposta inflamatória no tecido sadio vizinho.
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