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Lei 8429 - Lei de improbidade administrativa + Questões

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Lei de Improbidade
Administrativa
+ Questões
Lei nº 8.429/92
Atualizado até 31/10/2021
Atualizada pela 
Lei nº 14.230/2021
http://www.legislacaointegrada.com.br/drive
Professor Bruno Valente
legislacaointegrada@hotmail.com
@legislacao_integrada
...................................….....................................................................................………………………
2
Professor
Bruno Valente
É Mestre em Ordem Jurídica Constitucional pela 
Universidade Federal do Ceará e Bacharel em 
Direito pelo Centro Universitário 7 de Setembro. 
Atua como advogado, professor e é autor dos 
materiais do Legislação Integrada. 
Curríulo Lattes: 
http://lattes.cnpq.br/3035355973845453 
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APRESENTAÇÃO
Professor Bruno Valente
legislacaointegrada@hotmail.com
@legislacao_integrada
...................................….....................................................................................………………………
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa, de que
trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
META 1
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Jurisprudência em teses, Ed. 141:
2) A Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) não revogou, de forma tácita ou expressa, os
dispositivos da Lei n. 8.112/1990, em relação aos processos administrativos disciplinares.
Impossibilidade de aplicação retroativa da Lei nº 8.429/92.
A Lei nº 8.429/92 não pode ser aplicada retroativamente para alcançar fatos anteriores a sua vigência, ain-
da que ocorridos após a edição da Constituição Federal de 1988. STJ. REsp 1129121/GO, Rel. p/ Acórdão
Min. Castro Meira, julgado em 03/05/2012. 
A Lei nº 10.628/02, que acrescentou o §2º ao art. 84 do CPP, prevendo foro por prerrogativa de função
para as ações de improbidade foi declarado inconstitucional.
Vejamos o texto da lei:
CPP, Art. 84, §2º A ação de improbidade, de que trata a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
será proposta perante o tribunal competente para processar e julgar criminalmente o funcio -
nário ou autoridade na hipótese de prerrogativa de foro em razão do exercício de função pú-
blica, observado o disposto no §1º.
Não existe foro por prerrogativa de função em ação de improbidade administrativa proposta contra agen -
te político. O foro por prerrogativa de função é previsto pela Constituição Federal apenas para as infrações
penais comuns, não podendo ser estendido para ações de improbidade administrativa, que têm natureza
civil. STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado
em 10/5/2018 (Info 901).
O STF entendeu que cabe a Constituição Federal ou Estadual trazer hipóteses de foro por prerrogativa de
função, não podendo a lei ordinária o fazer.
Constituição Estadual não pode prever foro por prerrogativa de função em ações não penais.
É incompatível com a Constituição Federal (CF) norma de Constituição estadual que disponha sobre nova
hipótese de foro por prerrogativa de função, em especial relativo a ações destinadas a processar e julgar
atos de improbidade administrativa. STF. Plenário. ADI 4870/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
14/12/2020 (Info 1002).
O art. 37, §4º da CF consagra a diferença dos conceitos de improbidade administrativa e de crime de
responsabilidade. Tais âmbitos punitivos são autônomos.
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O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que os agentes políticos se submetem aos dita -
mes da Lei de Improbidade Administrativa, sem prejuízo da responsabilização política e criminal. STJ. 2ª
Turma. AgInt no REsp 1607976/RJ, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 17/10/2017.
O processo e julgamento de prefeito municipal por crime de responsabilidade (Decreto-lei 201/67) não
impede sua responsabilização por atos de improbidade administrativa previstos na Lei nº 8.429/92, em
virtude da autonomia das instâncias. STF. Plenário. RE 976566, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
13/09/2019 (repercussão geral – Tema 576)
Regra.
Portanto, um agente público punido por crime de responsabilidade também pode ser punido por improbi -
dade administrativa. Essa é a regra.
A exceção fica por conta do Presidente da República.
A jurisprudência assentada no STJ, inclusive por sua Corte Especial, é no sentido de que, "excetuada a hi -
pótese de atos de improbidade praticados pelo Presidente da República (art. 85, V), cujo julgamento se dá
em regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma constitucional alguma que imunize os
agentes políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de qualquer das sanções por ato de improbidade
previstas no art. 37, §4º. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito normativo infraconstitu-
cional que impusesse imunidade dessa natureza" (Rcl 2.790/SC, DJe de 04/03/2010). STJ. 1ª Turma. AgRg
no REsp 1099900/MG, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 16/11/2010.
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na or -
ganização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio
público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
 § 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as 🚨 condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10
e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
 § 2º Considera-se 🚨 dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º,
10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
 § 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, 🚨 sem comprovação de ato
doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021)
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do direito
administrativo sancionador. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções e
a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da
administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (In -
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º Estão sujeitos às sanções destaLei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade
privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governa -
mentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os atos
de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário
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haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual , limitado o ressarcimento de prejuízos, nes-
se caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
Lei de Improbidade Administrativa
Antes da Lei nº 14.230/2021 Depois da Lei nº 14.230/2021
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qual-
quer agente público, servidor ou não, contra a admi-
nistração direta, indireta ou fundacional de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios, de Território, de empresa incorporada
ao patrimônio público ou de entidade para cuja cria-
ção ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou
da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
§ 7º Independentemente de integrar a adminis-
tração indireta, estão sujeitos às sanções desta
Lei os atos de improbidade praticados contra o
patrimônio de entidade privada para cuja criação
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
no seu patrimônio ou receita atual , limitado o
ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à reper-
cussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos.
Atenção! Não há mais o critério da concorrência do erário em mais de 50% da receita!
Atenção! A nova redação fala em receita ATUAL. A redação antiga falava em receita ANUAL.
 § 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, ba🚨 -
seada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente prevale-
cente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021)
 Art. 2º 🚨 Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designa-
ção, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função
nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
 Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei🚨
o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de repas-
se, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (In-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei de Improbidade Administrativa
Antes da Lei nº 14.230/2021 Depois da Lei nº 14.230/2021
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos
desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transi-
toriamente ou sem remuneração, por eleição, no-
meação, designação, contratação ou qualquer ou-
tra forma de investidura ou vínculo, mandato, car-
go, emprego ou função nas entidades mencionadas
no artigo anterior.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se
agente público o agente político, o servidor público e
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, desig-
nação, contratação ou qualquer outra forma de in-
vestidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
Estagiário pode ser responsabilizado por ato de improbidade administrativa.
O estagiário que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou não, está sujeito a
responsabilização por ato de improbidade administrativa. STJ. 2ª Turma. REsp 1352035-RS, Rel. Min. Her-
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man Benjamin, julgado em 18/8/2015 (Info 568).
Notários e registradores podem ser responsabilizado por ato de improbidade administrativa.
Os notários e registradores podem ser considerados agentes públicos para fins de improbidade adminis -
trativa. STJ. 1ª Turma. REsp 1186787/MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 24/04/2014.
Abertura de inquérito civil pelo MP mesmo já havendo procedimento disciplinar na Corregedoria do Tri-
bunal.
É possível a abertura de inquérito civil pelo Ministério Público objetivando a apuração de ato ímprobo atri-
buído a magistrado mesmo que já exista concomitante procedimento disciplinar na Corregedoria do Tri -
bunal acerca dos mesmos fatos, não havendo usurpação das atribuições da Corregedoria pelo órgão mi -
nisterial investigante. 
Possibilidade de solicitar que o juiz preste depoimento nos autos do inquérito civil.
A mera solicitação para que o juiz preste depoimento pessoal nos autos de inquérito civil instaurado pelo
Ministério Público para apuração de suposta conduta ímproba não viola o disposto no art. 33, IV, da LC nº
35/79 (LOMAN). STJ. 1ª Turma. RMS 37151-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão
Min. Sérgio Kukina, julgado em 7/3/2017 (Info 609).
 Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente pú🚨 -
blico, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei nº 8.429/92 é indispensável que seja
identificado algum agente público como autor da prática do ato de improbidade. 
Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o particular, sem a
concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. STJ. 1ª Turma. REsp 1171017-PA,
Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 25/2/2014 (Info 535).
Caso concreto.
Duas ações de improbidade tratando sobre os mesmos fatos foram ajuizadas, uma pelo Ministério Público
Federal, outra pelo DNIT. A ação movida pelo MPF tinha como demandados um agente público e um parti-
cular. A ação demanda pelo DNIT tinha como demandados apenas os agentes públicos.
Os agentes públicos envolvidos na idêntica trama factual narrada nas duas demandas foram excluídos da
ação ajuizada pelo Parquet, que é a ora analisada, restando nesta apenas o particular acionado. A ação
movida pelo MPF pode continuar, mesmo que exclusivamente contra o particular?
A ação pode ter continuidade.
É viável o prosseguimento de ação de improbidade administrativa exclusivamente contra particular quan-
do há pretensão de responsabilizar agentes públicos pelos mesmos fatos em outra demanda conexa. STJ.
AREsp 1.402.806-TO, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), Primeira
Turma, por unanimidade, julgado em 19/10/2021 (info 714).
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 § 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não res🚨 -
pondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente,
houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação. (Incluí -
do pela Lei nº 14.230, de 2021)
 § 2º As sanções desta Lei 🚨 não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa
seja também sancionado como ato lesivo à administraçãopública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de
agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
Art. 4º (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 5º (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 6º (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
 Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará 🚨 ao
Ministério Público competente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021)
Antes da Lei nº14.320/21, pela literalidade do antigo texto do art. 7º, só cabia indisponibilidade de bens
nos atos de improbidade administrativa que:
• Importam em enriquecimento ilícito (art. 9º)
• Causam Prejuízo ao Erário (art. 10º)
Portanto, pela literalidade da lei, não cabia a indisponibilidade e bens nos atos de improbidade que aten -
tam contra os princípios da Administração Pública (art. 11).
Entretanto, o STJ já possuía posição diferente acerca do tema:
Em que pese o silêncio do art. 7º, uma interpretação sistemática que leva em consideração o poder geral
de cautela do magistrado induz a concluir que a medida cautelar de indisponibilidade dos bens também
pode ser aplicada aos atos de improbidade administrativa que impliquem violação dos princípios da admi-
nistração pública, mormente para assegurar o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, se
houver, e ainda a multa civil prevista no art. 12, III da Lei nº 8.429/92 (AgRg no REsp 1311013/RO, DJe
13/12/2012). 
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente estão
sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio transferido. (Re-
dação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na hipótese de al-
teração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à
obrigação de reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo
aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da
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fusão ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente
comprovados. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir,🚨 medi-
ante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
notadamente: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I. receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômi -
ca, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interes-
se, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público;
II. perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1º por preço superior ao
valor de mercado;
III. perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV. utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empregados ou de ter -
ceiros contratados por essas entidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei de Improbidade Administrativa
Antes da Lei nº 14.230/2021 Depois da Lei nº 14.230/2021
Art. 9º, IV. utilizar, em obra ou serviço particular,
veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1°
desta lei, bem como o trabalho de servidores públi-
cos, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades;
Art. 9º, IV. utilizar, em obra ou serviço particular,
qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposi-
ção de qualquer das entidades referidas no art. 1º
desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de
empregados ou de terceiros contratados por essas
entidades;
V. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a
prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra ativi-
dade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre quantidade, peso,
medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas
no art. 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Lei de Improbidade Administrativa
Antes da Lei nº 14.230/2021 Depois da Lei nº 14.230/2021
Art. 9º, VI. receber vantagem econômica de qual-
quer natureza, direta ou indireta, para fazer decla-
ração falsa sobre medição ou avaliação em obras
públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quan-
tidade, peso, medida, qualidade ou característica
de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
Art. 9º, VI. receber vantagem econômica de qualquer
natureza, direta ou indireta, para fazer declaração
falsa sobre qualquer dado técnico que envolva obras
públicas ou qualquer outro serviço ou sobre quanti-
dade, peso, medida, qualidade ou característica de
mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das enti-
dades referidas no art. 1º desta Lei;
VII. adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de função pública,
e em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput deste artigo, cujo va-
lor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público, assegurada a demonstra-
ção pelo agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei de Improbidade Administrativa
Antes da Lei nº 14.230/2021 Depois da Lei nº 14.230/2021
Art. 9º, VI. receber vantagem econômica de qual-
quer natureza, direta ou indireta, para fazer decla-
ração falsa sobre medição ou avaliação em obras
públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quan-
tidade, peso, medida, qualidade ou característica
de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
Art. 9º, VII. adquirir, para si ou para outrem, no exer-
cício de mandato, de cargo, de emprego ou de fun-
ção pública, e em razão deles, bens de qualquer na-
tureza, decorrentes dos atos descritos no caput des-
te artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução
do patrimônio ou à renda do agente público, assegu-
rada ademonstração pelo agente da licitude da ori-
gem dessa evolução;
VIII. aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física
ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade;
IX. perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza;
X. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI. incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acer -
vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
XII. usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das enti-
dades mencionadas no art. 1º desta lei.
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa 🚨 que causa lesão ao erário qualquer ação ou omis-
são dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbarata-
mento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa
que causa lesão ao erário qualquer ação ou omis-
são, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimo-
nial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dila-
pidação dos bens ou haveres das entidades referi-
das no art. 1º desta lei, e notadamente:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa
que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão
dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente,
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbarata-
mento ou dilapidação dos bens ou haveres das enti-
dades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I. facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao patrimônio particular, de pes-
soa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo patrimonial das en -
tidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Art. 10, I. facilitar ou concorrer por qualquer forma
para a incorporação ao patrimônio particular, de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das enti-
dades mencionadas no art. 1º desta lei;
Art. 10, I. facilitar ou concorrer, por qualquer forma,
para a indevida incorporação ao patrimônio particu-
lar, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas,
de verbas ou de valores integrantes do acervo patri-
monial das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
II. permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores in-
tegrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das for -
malidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III. doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou as-
sistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art.
1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV. permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das
entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior
ao de mercado;
V. permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de merca -
do;
VI. realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia in-
suficiente ou inidônea;
VII. conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamenta -
res aplicáveis à espécie;
VIII. frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com en -
tidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva; (Reda-
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Art. 10, VIII. frustrar a licitude de processo licita-
tório ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou
dispensá-los indevidamente;
Art. 10, X. VIII. frustrar a licitude de processo licitatório
ou de processo seletivo para celebração de parcerias
com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los inde-
vidamente, acarretando perda patrimonial efetiva;
IX. ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
🚨X. agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à conservação
do patrimônio público; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Art. 10, X. agir negligentemente na arrecadação de
tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;
Art. 10, X. agir ilicitamente na arrecadação de tribu-
to ou de renda, bem como no que diz respeito à con-
servação do patrimônio público;
XI. liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para
a sua aplicação irregular;
XII. permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII. permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º des-
ta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV. celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por
meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de
2005)
XV. celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem
observar as formalidades previstas na lei.(Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XVI. facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa físi -
ca ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entida-
des privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamenta-
res aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
XVII. permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019,
de 2014) (Vigência)
XVIII. celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalida-
des legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
XIX. 🚨 agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações de con-
tas de parceriasfirmadas pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada pela Lei nº
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Art. 10, XIX. agir negligentemente na celebração,
fiscalização e análise das prestações de contas de
parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas;
Art. 10, XIX. agir para a configuração de ilícito na ce-
lebração, na fiscalização e na análise das prestações
de contas de parcerias firmadas pela administração
pública com entidades privadas;
XX. liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído
pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
XXI. (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XXII. conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o §
1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa
qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou man-
ter benefício financeiro ou tributário contrário ao que
dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar
nº 116, de 31 de julho de 2003.
Art. 10, XXII. conceder, aplicar ou manter be-
nefício financeiro ou tributário contrário ao
que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da
Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de
2003.
Indispensabilidade da demonstração de dano ao erário.
Para a condenação por ato de improbidade administrativa no art. 10, é indispensável a demonstração de
que ocorreu efetivo dano ao erário (STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 18.317/MG, Rel. Min. Arnaldo Esteves
Lima, julgado em 05/06/2014).
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não implicar perda pa🚨 -
trimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento sem causa das enti-
dades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econômica não acarretará improbidade adminis🚨 -
trativa, salvo se comprovado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
Desvio de cimento adquiridos para obras públicas.
Incorrem nas sanções constantes no art. 10, c/c art. 12, II da Lei 8.429/92, o ex-Prefeito e os servidores
que, em conluio e com dolo de causar dano ao Erário, comprovada e fraudulentamente desviam sacos de
cimento, adquiridos pela Municipalidade para obras de energização de bairros e ruas, distribuindo os refe-
ridos materiais a particulares e convocando o servidor responsável pelo almoxarifado para assinatura das
notas fiscais dos sacos de cimento que, contudo, não eram recebidos pelo Município, no intuito de reves -
tir de legalidade a percepção dos materiais de construção. STJ. 1ª Turma. REsp 1197136/MG, Rel. Min. Na-
poleão Nunes Maia Filho, julgado em 03/09/2013.
O simples fato de as verbas estarem sujeitas à prestação de contas perante o Tribunal de Contas da Uni -
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ão, por si só, não justifica a competência da Justiça Federal. 
Nas ações de ressarcimento ao erário e improbidade administrativa ajuizadas em face de eventuais irregu-
laridades praticadas na utilização ou prestação de contas de valores decorrentes de convênio federal, o
simples fato das verbas estarem sujeitas à prestação de contas perante o Tribunal de Contas da União, por
si só, não justifica a competência da Justiça Federal. 
Igualmente, a mera transferência e incorporação ao patrimônio municipal de verba desviada, no âmbito
civil, não pode impor de maneira absoluta a competência da Justiça Estadual.
Assim, em regra, compete à Justiça Estadual processar e julgar agente público acusado de desvio de verba
recebida em razão de convênio firmado com a ente federal, salvo se houver a presença das pessoas jurídi-
cas de direito público previstas no art. 109, I, da CF/88 na relação processual. Nesse sentido: STJ. 1ª Seção.
CC 142354/BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/09/2015. STJ. 1ª Seção. AgRg no CC
133.619/PA, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 09/05/2018, STJ. 1ª Seção. CC 131323-TO, Rel. Min. Na-
poleão Nunes Maia Filho, julgado em 25/3/2015 (Info 559). 
Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício
Financeiro ou Tributário
(Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 10-A. (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
A conduta agora está previsa no Art. 10, XII.
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pú-
blica a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, ca-
racterizada por uma das seguintes condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração
pública qualquer ação ou omissão que viole os de-
veres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e
lealdade às instituições, e notadamente:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pú-
blica a ação ou omissão dolosa que viole os deveres
de honestidade, de imparcialidade e de legalidade,
caracterizada por uma das seguintes condutas:
I. praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de compe-
tência; (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
II. retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
III. revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a segurança da so-
ciedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Art. 11, III. revelar fato ou circunstância
de que tem ciência em razão das atri-
buições e que deva permanecer em se-
gredo;
Art. 11, III. revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
razão das atribuições e que deva permanecer em segredo, propi-
ciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando
em risco a segurança da sociedade e do Estado;
IV. negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da so-
ciedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Antes da Lei nº 14.230/2021 Depois da Lei nº 14.230/2021
Art. 11, IV. negar publicidade aos atos ofi-
ciais;
Art. 11, IV. negar publicidade aos atos oficiais, exceto em ra-
zão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade
e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;
V. frustrar, em ofensaà imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento ou🚨
de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros;
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Art. 11, V. frustrar a licitude
de concurso público;
Art. 11, V. frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de
concurso público, de chamamento ou de procedimento licitatório, com vis-
tas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros;
VI. deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, 🚨 desde que disponha das condições para
isso, com vistas a ocultar irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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Art. 11, VI. deixar de prestar contas quando esteja
obrigado a fazê-lo;
Art. 11, VI. deixar de prestar contas quando esteja
obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições
para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
VII. revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial,
teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII. descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas
pela administração pública com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
IX. deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. (Revogado pela Lei
nº 14.230, de 2021)
X. transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia
celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
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 XI. nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, 🚨 até o terceiro
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de di-
reção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de fun-
ção gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
XII. praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade que con🚨 -
trarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco enaltecimento
do agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou de campanhas dos ór-
gãos públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Utilização da máquina pública para campanha publicitária com objetivo de enaltecimento pessoal.
Configura ato de improbidade administrativa a propaganda ou campanha publicitária que tem por objeti -
vo promover favorecimento pessoal, de terceiro, de partido ou de ideologia, com utilização indevida da
máquina pública. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 496566/DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
27/05/2014.
OBS.: Decisão anterior a Lei nº 14.230/21.
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº🚨
5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplicação deste artigo,
quando for comprovado na conduta funcional do agente público o fim de obter proveito ou benefício in-
devido para si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos de improbidade administrativa tipificados
nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade administrativa instituídos
por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
🚨§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de que trata este artigo pressupõe a demons -
tração objetiva da prática de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das normas consti-
tucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
🚨§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico tute-
lado para serem passíveis de sancionamento e independem do reconhecimento da produção de danos ao 
erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
A ilegalidade e a improbidade não são situações ou conceitos intercambiáveis, cada uma delas tendo o
seu significado.
A improbidade é uma ilegalidade qualificada pelo intuito malsão (nocivo) do agente, atuando com deso-
nestidade, malícia, dolo ou culpa grave. 
Portanto, nem todas as vezes que o agente praticar um ato ilegal, ele terá cometido improbidade adminis -
trativa. 
Segundo Márcio André Lopes Cavalcante (Buscador Dizer o Direito, online), “Para que o ato ilegal seja con-
siderado ímprobo, exige-se um plus, que é o intuito de atuar com desonestidade, malícia, dolo ou culpa
grave. A confusão entre os dois conceitos existe porque o art. 11 da Lei nº 8.429/92, prevê como ato de
improbidade qualquer conduta que ofenda os princípios da Administração Pública, entre os quais se ins-
creve o da legalidade (art. 37 da CF). Mas isso não significa, repito, que toda ilegalidade é ímproba. A con -
duta do agente não pode ser considerada ímproba analisando-se a questão apenas do ponto de vista ob -
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jetivo, o que iria gerar a responsabilidade objetiva. Quando não se faz distinção conceitual entre ilegalida-
de e improbidade, corre-se o risco de adotar-se a responsabilidade objetiva”. Nesse sentido: STJ. 1ª Tur-
ma. REsp 1193248-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 24/4/2014 (Info 540).
No mesmo sentido: O art. 11, de fato, fala que a violação ao princípio da legalidade configura ato de im-
probidade administrativa. No entanto, para o STJ, não é possível fazer a aplicação cega e surda do art. 11
da Lei nº 8.429/92 sob pena de toda ilegalidade ser considerada também como improbidade, o que seria
absurdo. STJ. 1ª Turma. REsp 1414933/RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 26/11/2013.
OBS.: Decisão anterior a Lei nº 14.230/21.
§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte dos detentores🚨
de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do agente. (Inclu-
ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Caso concreto em que não houve dolo de violar princípio constitucional regulador da Administração. 
Não configura ato de improbidade a conduta do agente político de intervir na liberação de preso para
comparecimento em enterro de sua avó, uma vez que não está presente o dolo, ou seja, a manifesta von-
tade, omissiva ou comissiva, de violar princípio constitucional regulador da Administração Pública. 
A conduta do agente, apesar de ilegal, teve um fim até mesmo humanitário, pois conduziu-se no sentido
de liberar provisoriamente o preso para que este pudesse comparecer ao enterro de sua avó, não consis -
tindo, portanto, em ato de improbidade, em razão da ausência do elemento subjetivo do tipo, o dolo. STJ.
1ª Turma. REsp 1414933/RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 26/11/2013.
OBS.: Decisão anterior a Lei nº 14.230/21. 
A prática de assédio moral se enquadra na conduta prevista no art. 11, caput, da Lei nº 8.429/92.
A prática de assédio moral enquadra-se na condutaprevista no art. 11, caput, da Lei nº 8.429/92, em ra -
zão do evidente abuso de poder, desvio de finalidade e malferimento à impessoalidade, ao agir delibera-
damente em prejuízo de alguém. STJ. 2ª Turma. REsp 1286466/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em
03/09/2013.
Tortura de preso por policial.
A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de improbidade adminis -
trativa que atenta contra os princípios da administração pública. STJ. 1ª Seção. REsp 1.177.910-SE, Rel. Mi-
nistro Herman Benjamin, julgado em 26/8/2015 (Info 577).
Professor da rede pública de ensino que assedia sexualmente seus alunos comete ato de improbidade
administrativa.
Configura ato de improbidade administrativa a conduta de professor da rede pública de ensino que, apro -
veitando-se dessa condição, assedie sexualmente seus alunos por atentar contra os princípios da adminis -
tração pública. STJ. 2ª Turma. REsp 1255120-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 21/5/2013 (Info
523).
Contratação temporária irregular pode configurar ato de improbidade administrativa.
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Configura ato de improbidade administrativa a contratação temporária irregular de pessoal (sem qualquer
amparo legal) porque importa em violação do princípio constitucional do concurso público. STJ. 1ª Turma.
REsp 1403361/RN, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 03/12/2013.
Contratação de serviço de advocacia sem demonstração de notória especialização e com remuneração
abusiva.
A conduta de contratar diretamente serviços técnicos (escritório de advocacia) sem demonstrar a singula -
ridade do objeto contratado e a notória especialização, e com cláusula de remuneração abusiva, fere o de-
ver do administrador de agir na estrita legalidade e moralidade que norteiam a Administração Pública,
amoldando-se ao ato de improbidade administrativa tipificado no art. 11 da Lei de Improbidade. 
É desnecessário perquirir acerca da comprovação de enriquecimento ilícito do administrador público ou
da caracterização de prejuízo ao Erário. STJ. 2ª Turma. REsp 1377703/GO, Rel. p/ Acórdão Min. Herman
Benjamin, julgado em 03/12/2013.
Além de ser dispensável a demonstração do enriquecimento ilícito do administrador, também é dispen-
sável a demonstração de efetivo prejuízo ao erário:
Para a configuração dos atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da adminis -
tração pública (art. 11 da Lei 8.429/1992), é dispensável a comprovação de efetivo prejuízo aos cofres pú -
blicos. STJ. 1ª Turma. REsp 1192758-MG, Rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acór-
dão Min. Sérgio Kukina, julgado em 4/9/2014 (Info 547).
OBS.: Decisão anterior a Lei nº 14.230/21.
O simples atraso na entrega das contas não configura ato de improbidade.
A ausência de prestação de contas, quando ocorre de forma dolosa, acarreta violação ao Princípio da Pu-
blicidade. Todavia, o simples atraso na entrega das contas, sem que exista dolo na espécie, não configura
ato de improbidade. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1382436-RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
20/8/2013 (Info 529)
Legitimidade do MP para ajuizamento de ACP com pedido de condenação de agente público por impro-
bidade administrativa ainda que a causa de pedir envolva questões tributárias.
O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública cujo pedido seja a condenação por
improbidade administrativa de agente público que tenha cobrado taxa por valor superior ao custo do ser-
viço prestado, ainda que a causa de pedir envolva questões tributárias. STJ. 1ª Turma. REsp 1387960-SP,
Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 22/5/2014 (Info 543).
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META 2
CAPÍTULO III
Das Penas
ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Importam Enriqueci-
mento Ilícito
(Art.9)
Causam Prejuízo ao
Erário
(Art. 10)
Atentam Contra os Princípios
da Administração Pública
(Art. 11)
Ação ou Omissão Ação Ação ou omissão Ação ou omissão
Elemento subjetivo Dolo Dolo Dolo
Suspensão de direitos po-
líticos
Até 14 anos Até 12 anos -
Multa Civil
Equivalente ao valor
do acréscimo patrimo-
nial
Equivalente ao valor
do dano
Até 24 vezes o valor da remu-
neração
Proibição de contratar com
o poder público ou receber
benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios
Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos
Perda da função pública Sim Sim -
Perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao
patrimônio
- Sim -
Ressarcimento integral do
dano
Sim Sim Sim
É possível a concomitante
responsabilização penal,
civil e administrativa?
Sim Sim Sim
Art. 12. 🚨 Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções
penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o res-
ponsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cu-
mulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I. na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda
da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos , pagamento de multa civil equiva-
lente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefí-
cios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídi-
ca da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
II. na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se con-
correr esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos , pa-
gamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou de
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receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)
III. na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021)
IV. (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, 🚨 atinge
apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com o poder
público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I do caput
deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do
caso e a gravidade da infração. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Como era antes da Lei nº 14.230/21?
Caso o agente esteja ocupando nova função pública, ele poderá perdê-la em virtude de ato de improbi-
dade administrativa cometido quando ocupava a função anterior?
1ª Turma do STJ 2ª Turma do STJ
NÃO SIM
A sanção de perda da função pública prevista
no art. 12 da Lei nº 8.429/92 não pode atingir
cargopúblico diverso daquele que serviu de
instrumento para a prática da conduta ilícita. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1766149/RJ, Rel. Min. Gur-
gel de Faria, julgado em 08/11/2018.
A sanção de perda da função pública visa a extirpar da Ad-
ministração Pública aquele que exibiu inidoneidade (ou
inabilitação) moral e desvio ético para o exercício da fun-
ção pública, abrangendo qualquer atividade que o agente
esteja exercendo no momento do trânsito em julgado da
condenação. STJ. 2ª Turma. RMS 32.378/SP, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 05/05/2015.
Prevaleceu o entendimento da segunda turma.
A sanção de perda da função pública visa a extirpar da Administração Pública aquele que exibiu inidonei -
dade (ou inabilitação) moral e desvio ético para o exercício da função pública, abrangendo qualquer ativi-
dade que o agente esteja exercendo no momento do trânsito em julgado da condenação. STJ. EREsp
1701967/RS, Rel. para acórdão Min. Francisco Falcão, julgado em 09/09/2020.
§ 2º A multa 🚨 pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econô-
mica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para reprovação
e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e sociais das
sanções, de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de proibição de
contratação com o poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de improbidade, observa-
dos os impactos econômicos e sociais das sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica,
conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à🚨
aplicação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, quando for o
caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir🚨
o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os mesmos fa-
tos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de
2013, deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público deverá constar do Cadastro Nacional de
Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, observadas
as limitações territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente 🚨 poderão ser executadas após o trânsito em julgado da
sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, 🚨 computar-se-á
retroativamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença conde -
natória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
As sanções do art. 12 da Lei 8.429/1992 podem ser aplicadas cumulativamente ou não.
Cada inciso do art. 12 da Lei 8.429/1992 traz uma pluralidade de sanções, que podem ser aplicadas cumu-
lativamente ou não. STJ. 2ª Turma. REsp 1280973/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 17/12/2013.
Na ação civil pública por ato de improbidade administrativa é possível o prosseguimento da demanda
para pleitear o ressarcimento do dano ao erário, ainda que sejam declaradas prescritas as demais san-
ções previstas no art. 12 da Lei n. 8.429/1992.
O Superior Tribunal de Justiça firmou jurisprudência no sentido de que "a declaração da prescrição das
sanções aplicáveis aos atos de improbidade administrativa não impede o prosseguimento da demanda
quanto à pretensão de ressarcimento dos danos causados ao erário. STJ. REsp 1.899.455-AC, Rel. Min. As-
susete Magalhães, 1ª Seção, por unanimidade, julgado 22/09/2021 (Tema 1089) (info 710).
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https://processo.stj.jus.br/docs_internet/informativos/audio/71018543.mp3
https://youtu.be/vHO01iEScag?t=11091
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Apesar do art. 12 da LIA não prever expressamente a pena de perda da aposentadoria, tal penalidade é
possível de ser aplicada?
1ª Turma do STJ 2ª Turma do STJ
NÃO SIM
As normas que descrevem infrações administrativas
e cominam penalidades constituem matéria de lega-
lidade estrita, não podendo sofrer interpretação ex-
tensiva, portanto, ante a ausência da penalidade de
cassação de aposentadoria no art. 12 da Lei nº
8.429/92, resta tal possibilidade impossibilitada.
Nesse sentido: STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp
1643337/MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
19/04/2018.
É possível a aplicação da pena de cassação de apo-
sentadoria, ainda que não haja previsão expressa na
Lei nº 8.429/92. Isso porque se trata de uma decor-
rência lógica da perda de cargo público, sanção essa
última expressamente prevista no referido texto le-
gal. STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1628455/ES, Rel.
Min. Francisco Falcão, julgado em 06/03/2018.
Prevaleceu o entendimento da 1ª Turma do STJ. 
Servidor condenado por improbidade não pode ter aposentadoria cassada em decisão judicial.
O magistrado não tem competência para aplicar a sanção de cassação de aposentadoria a servidor conde-
nado judicialmente por improbidade administrativa. Apenas a autoridade administrativa possui poderes
para decidir sobre a cassação. STJ. 1ª Seção. EREsp 1496347/ES, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
24/02/2021.
Membro do MP pode sofrer ação por improbidade administrativa?
Sim.
Mesmo sendo vitalício, é possível que ao final da ação de improbidade administrativa o membro do MP
seja condenado a perda do cargo?
Sim. A demissão ou perda do cargo por ato de improbidade administrativa (art. 240, V, “b”, da LC
75/1993) não só pode ser determinada por sentença condenatória transitada em julgado em ação espe-
cífica, cujo ajuizamento deve ser provocado por procedimento administrativo e é da competência do Pro-
curador-Geral, como também pode ocorrer em decorrência do trânsito em julgado da sentença condena -
tória proferida em ação civil pública prevista na Lei nº 8.429/92.” (REsp 1.191.613-MG).
Quem tem legitimidade para propor a ação que poderá levar a perda do cargo do membro do MP?
Depende.
• O PGR ou o PGJ têm legitimidade para ajuizar ação civil de perda do cargo contra o membro do
MP após ser instaurado o processo administrativo de que trata a lei da carreira (LC 75/93: MPU /
Lei 8.625/93: MPE), ou;
• Qualquer Promotor de Justiça (no caso do MPE) ou Procurador da República (MPF) pode propor
ação de improbidade administrativa, nos termos da Lei 8.429/92. Perceba que neste caso não há
legitimidade exclusiva do PGR ou PGJ.
Nesse sentido: STJ. 1ª Turma. REsp 1.191.613-MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 19/3/2015
(Info 560).
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Revisão de pena aplicada em ação de improbidade administrativa em sede de Recurso Especial.
As penalidades aplicadas em decorrência da prática de ato de improbidadeadministrativa podem ser re-
vistas em recurso especial desde que esteja patente a violação aos princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade. STJ. 1ª Seção. EREsp 1215121-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
14/8/2014 (Info 549).
O STJ entendeu que nesse caso não havia violação da Súmula 7-STJ, tendo em vista que tal pedido não
configura reexame de provas.
Súmula 7-STJ: A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.
Redução da multa aplicada apesar da ausência de pedido nesse sentido.
Apesar de não ter havido pedido expresso para redução da multa civil (por improbidade administrativa),
em sede de Apelação e, a despeito da regra de correlação ou congruência da decisão, prevista nos arts.
128 e 460 do CPC/73 (arts. 141 e 492 do CPC/2015), pela qual o Juiz está restrito aos elementos objetivos
da demanda, entende-se que, em tratando-se de matéria de Direito Sancionador, e revelando-se patente
o excesso ou a desproporcionalidade da sanção aplicada, pode o Tribunal reduzi-la, ainda que não tenha
sido alvo de impugnação recursal. STJ. 1ª Turma. REsp 1293624-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
julgado em 5/12/2013 (Info 533).
Portanto, nessa decisão o STJ afirmou que, sendo manifestamente excessiva a pena de multa aplicada
pelo juiz por ato de improbidade administrativa, o Tribunal pode, excepcionalmente, reduzi-la, mesmo
não havendo pedido expresso nesse sentido no recurso.
CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de im-
posto de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Re -
ceita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data em
que o agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que
se recusar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determina-
do ou que prestar declaração falsa. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instau-
rada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do represen-
tante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
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§2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não conti-
ver as formalidades estabelecidas no §1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministé-
rio Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos,
observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente. (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de
Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar
representante para acompanhar o procedimento administrativo.
🚨Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou inci-
dente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou
do acréscimo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo poderá ser formulado in-
dependentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo incluirá
a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indi -
ciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021)
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo apenas 🚨 será deferido
mediante a demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do
processo, desde que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial
com fundamento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada 🚨 sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contra-
ditório prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias
que recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021)
Decretação de indisponibilidade e sequestro de bens em sede liminar.
É admissível a concessão de liminar inaudita altera parte para a decretação de indisponibilidade e seques-
tro de bens, visando assegurar o resultado útil da tutela jurisdicional, qual seja, o ressarcimento ao Erário.
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 671281/BA, Rel. Min. Olindo Menezes (Des. Conv. do TRF 1ª Região), julga -
do em 03/09/2015.
A indisponibilidade pode ser decretada até mesmo antes do recebimento da petição inicial da ação de
improbidade.
A jurisprudência do STJ é no sentido de que a decretação da indisponibilidade e do sequestro de bens em
improbidade administrativa é possível antes do recebimento da ação (AgRg no REsp 1317653/SP, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 07/03/2013, DJe 13/03/2013).
É necessária a individualização de bens para a indisponibilidade (art. 7º) e para o sequestro (art. 16)?
• Para a indisponibilidade: não.
• Para o sequestro: sim.
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OBS.: Decisão anterior a Lei nº 14.320/21, mas cujo entendimento deve permanecer válido.
Como era antes da Lei nº 14.320/21?
É admissível a concessão de liminar inaudita altera parte para a decretação de indisponibilidade e se-
questro de bens, visando assegurar o resultado útil da tutela jurisdicional, qual seja, o ressarcimento ao
Erário. 
A medida de indisponibilidade de bens em ação de improbidade administrativa pode ser deferida nos au -
tos da ação principal sem audiência da parte adversa e, portanto, antes da notificação para defesa prévia
(art. 17, §7º da LIA). STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 671281/BA, Rel. Min. Olindo Menezes (Des. Conv. do
TRF 1ª Região), julgado em 03/09/2015.
A indisponibilidade pode ser decretada até mesmo antes do recebimento da petição inicial da ação de
improbidade.
A jurisprudência do STJ é no sentido de que a decretação da indisponibilidade e do sequestro de bens em
improbidade administrativa é possível antes do recebimento da ação (AgRg no REsp 1317653/SP, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 07/03/2013, DJe 13/03/2013).
Para a decretação da indisponibilidade de bens basta que se prove o fumusboni iuris, sendo o pericu-
lum in mora presumido (implícito).
A medida cautelar de indisponibilidade de bens, prevista na LIA, consiste em uma tutela de evidência, de
forma que basta a comprovação da verossimilhança das alegações, pois pela própria natureza do bem
protegido, o legislador dispensou o requisito do perigo da demora. STJ. 1ª Seção. REsp 1366721/BA, Rel.
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. p/ Acórdão Min. Og Fernandes, julgado em 26/02/2014 (recurso re -
petitivo).
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá supe-
rar o montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, 🚨 permitida
a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento
do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro 🚨 dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência
para os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de des-
consideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisó-
ria de urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de ins -
trumento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
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🚨§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou so-
bre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Como era antes da Lei nº 14.320/21?
Indisponibilidade de bens em valor superior ao indicado na Inicial da ação de improbidade administrati-
va visando a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário.
É possível que se determine a indisponibilidade de bens em valor superior ao indicado na inicial da ação,
visando a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, levando-se em consideração,
até mesmo, o valor de possível multa civil como sanção autônoma. Isso porque a indisponibilidade acaute-
latória prevista na Lei de Improbidade Administrativa tem como finalidade a reparação integral dos danos
que porventura tenham sido causados ao erário. REsp 1176440-RO, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
julgado em 17/9/2013. 
A indisponibilidade de bens deve recair sobre o patrimônio do réu de modo suficiente a garantir o integral
ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, levando-se em consideração, ainda, o valor de possível mul-
ta civil como sanção autônoma (STJ. AgRg no REsp 1311013 / RO) 
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens
móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias,
pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a ga-
rantir a subsistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo,
observará os efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à presta-
ção de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de 🚨 até 40 (quarenta) salários mínimos de-
positados em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
🚨§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o
imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei. (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
Como era antes da Lei nº14.320/21?
A indisponibilidade de bens por ato de improbidade administrativa pode recair sobre bem de família?
Prevalecia que sim: A indisponibilidade prevista na Lei de Improbidade Administrativa pode recair sobre
bens de família. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1670672/RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
30/11/2017.
havia, entretanto, decisões em sentido contrário, posto que determinam a impossibilidade de indisponi-
bilidade de bens absolutamente impenhoráveis: Segundo decidiu o STJ, as verbas absolutamente impe-
nhoráveis não podem ser objeto da medida de indisponibilidade na ação de improbidade administrativa.
Isso porque, sendo elas impenhoráveis, não poderão assegurar uma futura execução. STJ. 1ª Turma. REsp
1164037/RS, Rel. p/ Ac. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/02/2014.
Cabe indisponibilidade de verbas trabalhistas e os valores depositados decorrentes de verbas trabalhis-
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Professor Bruno Valente
legislacaointegrada@hotmail.com
@legislacao_integrada
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tas?
Não. É possível a indisponibilidade do rendimento da aplicação, mas o estoque de capital investido, de na -
tureza salarial, é impenhorável. STJ. 1ª Turma. REsp 1164037-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, Rel. para acór-
dão Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/2/2014 (Info 539).
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será 🚨 proposta pelo Ministério Público
e seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei de Improbidade Administrativa
Antes da Lei nº 14.230/2021 Depois da Lei nº 14.230/2021
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário,
será proposta pelo Ministério Público ou pela
pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias
da efetivação da medida cautelar.
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que
trata esta Lei será proposta pelo Ministério Público e
seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Civil), salvo o disposto nesta Lei.
§§ 1º a 4º (Revogados). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
🚨§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local onde
ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste artigo prevenirá a competência do juízo para todas
as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Redação
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I. deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que demonstrem a
ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade devidamente
fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II. será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da veracidade dos fa-
tos e do dolo imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer
dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições constantes dos arts.

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