Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 02 Atualidades América Latina Professor: Danuzio Neto Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 2 Recados importantes! NÃO AUTORIZAMOS a venda de nosso material em qualquer outro site. Não apoiamos, nem temos contrato, com qualquer prática ou site de rateio. A reprodução indevida, não autorizada, deste material ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do curso, à responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98. Após conhecermos os principais focos de instabilidade social e econômica da América Latina, vamos focar nesta aula na atual complicada situação brasileira. Longe de todas as questões ideológicas que são exaustivamente discutidas nas redes sociais, iremos nos ater, aqui, exclusivamente aos fatos. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 3 a. Teoria Brasil: economia e sociedade Reeleição da Dilma e a gestação da crise 1. Introdução – Na aula passada, chegamos a comentar que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff teve como pano de fundo uma grave crise política e econômica. Não chegamos, no entanto, a explicar os pormenores dessa crise que levou a população a sair às ruas, no dia 13 de março de 2016, para participar da maior manifestação popular do país (superando com folga, assim, as manifestações populares pelas Diretas Já e pelo impeachment de Fernando Collor). Segundo as estimativas das polícias militares dos Estados, cerca de 3 milhões de pessoas haviam saído às ruas naquela data. Não maiores, mas igualmente grandes, muitas manifestações populares ainda ocorreriam num ritmo e intensidade que tornou impossível à esfera política simplesmente ignorar. Contribuíram para essa mobilização um forte sentimento antipetista, o rombo bilionário nas contas do governo, a quase quebra da Petrobras e um sentimento generalizado de que a cúpula do Executivo havia sido tomada de assalto. No auge dos protestos, o índice de aprovação do governo chegou a apenas 7%, o até então menor de um presidente eleito na História do país. Aula 02 Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 4 2. Eleições acirradas (o começo do clima de insatisfação com o governo) – Em 26 de outubro de 2014, após a corrida presidencial mais acirrada desde a redemocratização, Dilma havia sido reeleita presidente da república com 51,6% dos votos válidos. Já sob um pesado clima de desconfiança da população para com o seu governo, que não conseguia dar respostas satisfatórias à crise econômica que dava seus primeiros sinais, Dilma elegeu-se prometendo, dentre outras coisas, manter os direitos trabalhistas, expandir os programas sociais, retomar o crescimento da economia e aumentar o emprego – tudo na contramão do que a população sentia no seu dia a dia. Logo após a eleição, no entanto, a presidente tomou atitudes frontalmente contrárias às suas promessas, confirmando as desconfianças dos que lhe faziam oposição. 3. Promessas frustradas – Como dito, a campanha de 2014 de Dilma Rousseff foi baseada em promessas que logo seriam descumpridas. Vale também dizer que a própria imagem da presidente estava bastante desgastada após enfrentar uma eleição marcada, principalmente, por graves acusações mutuamente feitas entre Dilma e seus adversários (descobriu-se depois, com o avanço das investigações da Lava Jato, que tanto Dilma quanto seus adversários receberam dinheiro de propina para bancar suas campanhas políticas de 2014). Com tantos contratempos, o certo é que, mesmo durante as eleições, havia um forte sentimento de que tais promessas dificilmente seriam cumpridas. Naquele momento, a inflação já era alta, a perspectiva era de queda do PIB e a Lava Jato demonstrava o desastre econômico e gerencial que assolava a Petrobras, a maior estatal do Brasil. Por outro lado, num mundo paralelo, a campanha de Dilma Rousseff ignorava a crise e dizia ser capaz de colocar o país de volta na “rota do crescimento”. No fim das contas, Dilma deixou a História com os piores números de crescimento do país, atrás apenas de Collor (seus números seriam piores até que os dos militares durante a década perdida). As Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 5 promessas de campanha de Dilma Rousseff, como todos sabemos, infelizmente ficaram apenas no papel. 3.1. “Crescimento” econômico – Em 2014, o Brasil cresceu apenas 0,1%. Em 2015, houve uma queda de 3,8%. Em 2016, outra queda grande, de 3,6%. Desde 1930, não havia recuo do PIB por dois anos seguidos (quando a Grande Depressão que nasceu nos Estados Unidos se espalhou pelo planeta). 3.2. “Controle” da inflação – Apesar de o controle da inflação ser outra promessa de campanha, com a alta da inflação, mês a mês, o próprio governo Dilma, em 2016, chegou a admitir que a inflação ficaria acima do teto da meta, que era de 6,5%. Em 2015, a inflação havia sido de 10,67%. E em 2014, ano em que Dilma foi reeleita, foi de 6,41%. 3.3. “Baixa” dos juros – Durante a campanha, Dilma assumiu por diversas vezes o compromisso de manter os juros em níveis baixos. A própria presidente, desde 2013, já vinha criticando as altas de juros do país, que era uma das mais altas do mundo. Após ter sido reeleita, no entanto, o Banco Central só aumentou a Taxa Básica de Juros: em outubro de 2014, mês da eleição, era de 10,9%. Em novembro do mesmo ano, logo após a eleição, subiu para 11,15%. Em 2015, a taxa começou o ano em 12,25%, passou para 13,75 e fechou o ano em 14,25%. 3.4. Reduzir a conta de energia elétrica – Durante a campanha, Dilma chegou a afirmar que quem falava de “tarifaço” da energia elétrica estava mal intencionado. Após ganhar seu segundo mandato, no entanto, Dilma viu o valor da energia elétrica subir sucessivas vezes, ao ponto de aumentar 51% apenas em 2015. 3.5. Não aumentar impostos – Dilma ainda prometeu que acaso ganhasse a eleição não aumentaria os impostos. Após a eleição, no entanto, aumentou os impostos sobre a gasolina e o álcool, dobrou o Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 6 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas físicas de 1,5% para 3% ao ano e aumentou o PIS/Cofins de 9,25% para 11,75% para produtos importados. Além disso, alguns produtos específicos foram selecionados, tais como bebidas e cosméticos, para terem aumento de alguns tributos. 3.6. Não mexer nos direitos trabalhistas – Ficou famosa a frase de Dilma Rousseff dita durante a campanha de que não mexeria nos direitos trabalhistas “nem que a vaca tussa”. Passados apenas dois meses de sua reeleição, porém, o governo cortou 18 bilhões de reais em benefícios do trabalhador. Dentre as mudanças na legislação trabalhista, as que mais causaram polêmica foram as seguintes: aumento do tempo de trabalho para solicitar o seguro—desemprego (de 1 para 6 meses), sendo que a remuneração do benefício passou a ser proporcional ao tempo de contribuição; aumentou-se o prazo para pagamento do auxílio-doença; e passou a vigorar maiores restrições para concessão de pensão por morte. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a mudança na regra de concessão dos benefícios atingiu 49 milhões de pessoas no caso do seguro desemprego, 23 milhões de pessoas no caso do abono salarial e 600 mil pescadores no caso do seguro-defeso. 3.7. Manter o emprego e a renda – Outro mantra da campanha, “manter o emprego e a renda”, também não resistiu ao teste da realidade pós-pleito.O ano de 2015 fechou com uma taxa de desemprego de 8,5% e subiu ainda mais em 2016, encerrando com 12%, o que representava 12,3 milhões de brasileiros desempregados. O rendimento brasileiro, acompanhando o movimento da queda na taxa de desemprego, apenas caiu durante todo esse período. 3.8. Ampliar o acesso à saúde – Uma das mais fortes promessas de campanha de Dilma era ampliar o sistema público de saúde, com expansão de programas como o SAMU, o mais médico e a promessa https://pt.wikipedia.org/wiki/Central_%C3%9Anica_dos_Trabalhadores https://pt.wikipedia.org/wiki/Central_%C3%9Anica_dos_Trabalhadores Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 7 de iniciar outros novos. Logo após a campanha, no entanto, logo no começo de 2015, o governo cortou em 12 bilhões o orçamento da saúde. 4. Panorama do cenário econômico do segundo mandato de Dilma - A maior parte dos problemas citados no item anterior surgiu de uma política econômica que foi considerada por analistas econômicos como desastrada e arrogante – já que era mantida mesmo após sinais claros de que era equivocada. Ignorando as forças do mercado, o governo insistiu em querer baixar juros à canetada, incentivar o consumo e beneficiar setores e empresas seletivamente, em vez de promover reformas que facilitassem os negócios de todas as empresas do país e pudessem beneficiar a todos. O barateamento forçado de combustíveis e de energia apresentou seus custos e sobrecarregou as contas do governo, que praticamente subsidiava o represamento dos preços. Com todos esses ingredientes, ficou ainda mais claro que a economia ia mal quando deixou de haver crescimento no país e, mesmo assim, a inflação não conseguia ceder – efeito que é conhecido na economia pelo nome de estagflação. Como as grandes economias do globo não passavam por maus momentos, analistas econômicos acreditam que a retração econômica do Brasil nasceu e foi gerada por fatores internos. Segundo estas análises, o fator externo responderia por apenas 20% da atual recessão do país. Crise política e operação Lava Jato Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 8 5. Lava Jato e crise política – Durante e após o impeachment de Dilma Rousseff, um fator importante que concorreu para a desestabilização política foi o avanço da operação Lava Jato. A operação foi assim batizada por ter se iniciado a partir de uma investigação da Polícia Federal que monitorava uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de automóveis usados para movimentar recursos ilícitos. 6. O que é a operação Lava Jato – A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve (até março de 2017, já eram mais de 11,5 bilhões de reais recuperados aos cofres públicos como resultado dos trabalhos da operação). Estima-se que o volume de recursos desviados apenas dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, esteja na casa das dezenas dos bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participar do esquema de corrupção que envolve a companhia (presidente e ex-presidentes da república, senadores, deputados, ministros, governadores de estado, donos de empreiteiras) e tem-se uma noção aproximada da magnitude do seu alcance e ineditismo. 7. Os valores a serem recuperados – Apenas da JBS, o Ministério Público conseguiu acertar, em maio de 2017, o pagamento de uma multa no valor de 10,3 bilhões de reais a serem pagos ao longo de 25 anos. Trata-se do maior valor da história mundial em acordos deste tipo, os acordos de leniência, que são uma espécie de delação premiada específica para empresas. O recorde anterior também pertencia aos desdobramentos da Operação Lava Jato e era do Grupo Odebrecht, que em novembro de 2016 havia concordado em pagar o equivalente a 6,8 bilhões de reais de multa para o Brasil, Estados Unidos e a Suíça. Outras empresas também fizeram Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 9 acordo de leniência durante os desdobramentos da operação Lava Jato. A Andrade Gutierrez, por exemplo, fechou um acordo no valor de 1 bilhão de reais e a Camargo Correa fechou outro no valor de 700 milhões. 8. Início da Lava Jato – Desenvolvido a partir de março de 2014, perante a Justiça Federal em Curitiba, foram investigadas e processadas quatro organizações criminosas lideradas por doleiros (operadores do mercado paralelo de câmbio). Nesse esquema, que durava há pelo menos dez anos, grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos. O valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse suborno era distribuído por meio de operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados. 9. O que acontecia por dentro da Petrobras – Enquanto o esquema de corrupção da Petrobras não fora descoberto e ainda estava em pleno vapor, as empreiteiras se cartelizavam em um “clube” que pretendia substituir uma concorrência real. Os preços oferecidos à Petrobras eram calculados e ajustados em reuniões secretas nas quais se definia quem ganharia o contrato e qual seria o preço, majorado em benefício privado e em prejuízo dos cofres da estatal. O cartel tinha até um regulamento, que simulava regras de um campeonato de futebol, para definir como as obras seriam distribuídas. Para disfarçar o crime, o registro escrito da distribuição de obras era feito, por vezes, como se fosse a distribuição de prêmios de um bingo. 10. Cooptação funcionários da Petrobras – Como as empresas precisavam garantir que apenas aquelas participantes do cartel fossem convidadas para participar das licitações, era necessário que elas cooptassem agentes http://lavajato.mpf.mp.br/entenda-o-caso/documentos/arquivo-1-regulamento-futebol Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 10 públicos que trabalhassem para este fim. Cooptados, os funcionários não só se omitiam em relação ao cartel, do qual tinham conhecimento, mas o favoreciam, restringindo convidados e incluindo a ganhadora dentre as participantes, em um jogo de cartas marcadas que em tudo burlava os preceitos do direito administrativo inerentes ao instituto da licitação. Segundo levantamentos da Petrobras, eram feitas negociações diretas injustificadas, celebravam-se aditivos desnecessários e com preços excessivos, aceleravam-se contratações com supressão de etapas relevantes e vazavam-se informações sigilosas, dentre outras irregularidades, tudo com o intuito de favorecer as empresas pertencentes ao “clube”. 11. Operadores financeiros – Após as obras serem superfaturadas, os operadores financeiros eram responsáveis não só por intermediar o pagamento da propina, mas, especialmente, por entregar a propina disfarçada de dinheiro limpo aos beneficiários (ou seja, o dinheiro que saía do governo, dinheiro do contribuinte, voltava em forma de propina para beneficiar interesses privados). Em um primeiro momento, o dinheiro ia das empreiteiras até o operador financeiro. Isso acontecia em espécie, por movimentações no exterior e por meio de contratos simulados com empresas de fachada. Num segundo momento, o dinheiro ia do operador financeiro até o beneficiário em espécie (geralmente políticos), por transferência no exterior ou mediante pagamento de bens. 12. Agentes políticos – Iniciou-se, em março de 2015, outra linha de investigação da Lava Jato, quando o Procurador-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal petições para a abertura de inquéritos criminais destinados a apurar fatos atribuídos a 55 pessoas,das quais 49 são titulares de “foro privilegiado”. Estas pessoas integram ou estão relacionadas a partidos políticos responsáveis por indicar e manter os Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 11 diretores da Petrobras. O nome destes investigados surgiu a partir de citações das colaborações premiadas feitas na 1ª instância. 13. Diretorias Petrobras x indicações políticas – Por meio das investigações, o aparelhamento da Petrobras ficou especialmente evidente nas seguintes diretorias: de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012, de indicação do PP, com posterior apoio do PMDB; de Serviços, ocupada por Renato Duque entre 2003 e 2012, de indicação do PT; e Internacional, ocupada por Nestor Cerveró entre 2003 e 2008, de indicação do PMDB. Para o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, esses grupos políticos agiam em associação criminosa, de forma estável, com comunhão de esforços e unidade de desígnios para praticar diversos crimes, dentre os quais corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Fernando Baiano e João Vacari Neto atuavam no esquema criminoso como operadores financeiros, em nome de integrantes do PMDB e do PT. 14. Partidos políticos envolvidos no Petrolão – Dos políticos investigados, já foram identificados como beneficiários do esquema integrantes destes do PT, PP, PMDB, PSDB, PTB e SOLIDARIEDADE. De maneira geral, quando se analisam as doações feitas oficialmente por meio do sistema eleitoral, foram identificados que os seguintes partidos receberam doações de empresas investigadas pela Lava Jato: PT, PSDB, PMDB, PSB, DEM, PP, PR, PSD, PDT, PTB, PCdoB, SD, PSC, PRB, PRTB, PROS, PV, PEN, PPS, PTN, PTdoB, PMN, PSL, PTC, PHS, PRP, PPL, PSDC (estes partidos estão dispostos por ordem decrescente em relação ao montante de doações eleitorais recebidas). 15. Principais empresas participantes do Petrolão – Odebrecht, Andrade Gutierrez, UTC, OAS e Camargo Côrrea são consideradas, quanto às empresas, as grandes beneficiárias do Petrolão. Em menor grau, no entanto, também participaram e se beneficiaram do esquema as seguintes empresas: Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 12 Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, Engevix, Toyo Setal. Vale ainda notar que a maioria dos presidentes e executivos das principais empresas envolvidas estão presos preventivamente ou cumprem prisão domiciliar. 16. Delatores indicam Lula e Dilma coniventes com o esquema – Os delatores Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, e Leo Pinheiro, sócio da OAS, afirmam que Lula e Dilma tinham completo conhecimento do esquema investigado pela Lava Jato. 17. Lista de Fachin – No começo de abril deste ano, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 deputados – entre estes os presidentes das duas casas. O grupo faz parte do total de 108 alvos dos 83 inquéritos que a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas delações dos 78 executivos e ex- executivos do Grupo Odebrecht, todos com foro privilegiado no STF. Os ex- presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff não aparecem nesse conjunto porque não possuem mais foro especial. Campanhas bancadas com dinheiro sujo 18. O dinheiro ilegal das campanhas de 2014 – Em depoimento prestado ao TSE, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora Odebrecht, afirmou que o grupo empresarial que ele comandava repassou, em 2014, dinheiro http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/fachin-autoriza-inquerito-para-investigar-9-ministros-29-senadores-e-42-deputados-federais-diz-jornal.ghtml http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/fachin-autoriza-inquerito-para-investigar-9-ministros-29-senadores-e-42-deputados-federais-diz-jornal.ghtml http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/fachin-autoriza-inquerito-para-investigar-9-ministros-29-senadores-e-42-deputados-federais-diz-jornal.ghtml Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 13 de propina tanto para a campanha de Dilma Rousseff quanto para a de Aécio Neves. Segundo ele, R$ 150 milhões teriam sido destinados à chapa Dilma- Temer, sendo que parte havia sido paga no exterior a João Santana, marqueteiro do PT (a Operação Lava Jato havia identificado pagamentos ilegais de cerca de R$ 22,5 milhões da Odebrecht a João Santana e à mulher dele, Mônica Moura, entre outubro de 2014 e maio de 2015), e que R$ 50 milhões teriam sido contrapartidas por Medida Provisória benéfica ao grupo, acertada com Guido Mantega. Segundo Marcelo Odebrecht, as campanhas de Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (então no PSB) e Eduardo Campos (PSB) também receberam recursos da Odebrecht. 19. JBS comprou campanhas – Em delação premiada, o ex-executivo da JBS Ricardo Saud, contou em seus depoimentos que o grupo JBS gastou R$ 217,3 milhões para comprar os partidos que fizeram coligação com as chapas encabeçadas por Dilma Rousseff e Aécio Neves na campanha de 2014. Segundo o delator, R$ 174,2 milhões foram destinados para os partidos da Coligação Com a Força do Povo, de Dilma Rousseff, e outros R$ 43,1 milhões para os partidos da Coligação Muda Brasil, de Aécio Neves. De acordo com os depoimentos, o PMDB fora o único partido que teria recebido recursos por conta de pedidos tanto do PT quanto do PSDB. Teria recebido R$ 43,9 milhões. Deste valor, segundo Saud, o ex-ministro Guido Mantega destinara R$ 35 milhões para pagar os principais líderes do PMDB no Senado (Renan Calheiros (R$ 9,9 milhões), Eduardo Braga (R$ 6 milhões), Vital do Rêgo (R$ 6 milhões), Jader Barbalho (R$ 8,9 milhões), Eunício Oliveira (R$ 6 milhões), Valdir Raupp (R$ 4 milhões) e o deputado federal Henrique Eduardo Alves (R$ 3 milhões)). Ainda de acordo com Saud, os R$ 43,9 milhões destinados ao PMDB não incluíam as propinas pagas pela JBS ao atual presidente Michel Temer, ao ex-deputado federal Eduardo Cunha, ao ex-governador Sergio Cabral e parte das propinas pagas ao presidente do Senado Eunício Oliveira, que teriam negociado diretamente com a JBS. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 14 20. Deixando as provas de lado, o TSE absolveu a chapa Dilma-Temer – Em junho de 2017, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por 4x3, absolveu a chapa Dilma-Temer no processo em que ela era acusada do crime de abuso de poder político e econômico, por meio de financiamento ilegal de campanha. Para isto, a maioria dos ministros simplesmente desconsiderou os depoimentos dos delatores da Odebrecht e do casal João Santana e Mônica Moura. Segundo o Tribunal, a lei eleitoral não permite a inclusão desses elementos no processo. Segundo o relator do processo, no entanto, havia sete irregularidades que justificavam a cassação da chapa: 20.1. Abastecimento do caixa dos partidos com recursos de corrupção na Petrobras; 20.2. Marqueteiro da campanha recebeu pagamentos em conta no exterior; 20.3. Propinas de contratos com a empresa Sete Brasil abasteceram campanha; 20.4. Conta corrente irregular permanente para uso do PT; 20.5. Compra de apoio de partidos da coligação da chapa Dilma- Temer; 20.6. Pagamento por meio de caixa dois pela Odebrecht para marqueteiros; 20.7. Campanha não comprovou uso de gráficas em 2014 que seriam laranjas feitas apenas para recebimento do dinheiro de propina. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 15 Governo Temer Período deinterinidade 21. Transição do governo Dilma para o governo Temer – Como já vimos, Michel Temer governou interinamente o país de 12 de maio a 31 de agosto de 2016, durante parte do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Durante este breve intervalo de tempo, Temer precisou contar com o apoio do Congresso, que votaria o processo de impeachment, e, assim, teve de ceder em algumas questões que impactariam nos gastos federais – como concessões de aumento de salário ao funcionalismo público. Neste intervalo, ainda, cortou e recriou ministérios, e precisou lidar com a citação de alguns ministros seus na investigação da Lava Jato. Três deles caíram. 21.1. Medidas econômicas – Logo após assumir o governo interino, em 24 de maio, anunciou-se que seria feita a devolução de 100 bilhões de reais dos ativos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional. Outra medida anunciada por Temer foi a adoção de um teto para os gastos públicos. O projeto foi aprovado em dezembro de 2016 e prevê uma vigência 20 anos. 21.2. Reajuste servidores – O presidente interino deu aval para aprovação de reajustes para servidores públicos, uma medida que foi na contramão do corte de gastos públicos a que Temer havia se http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-07/temer-sanciona-reajuste-salarial-de-servidores-do-judiciario-e-do-mpf http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-07/temer-sanciona-reajuste-salarial-de-servidores-do-judiciario-e-do-mpf Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 16 comprometido. O acordo feito na Câmara custará ao governo R$ 68 bilhões até 2019. 21.3. Educação – O governo Temer suspendeu a concessão de novas bolsas para o programa Ciência sem Fronteiras. Segundo o governo, o novo enfoque do programa seria no ensino de idiomas para jovens de baixa renda. Foi anunciado, ainda, que a mudança é exclusiva para o intercâmbio de graduação. Permanecendo, assim, a oferta de bolsas de pós-graduação para o programa. 21.4. Desvinculação da DRU – A Desvinculação das Receitas da União (DRU), que permite ao governo usar livremente parte de sua arrecadação até 2023, foi aprovada em agosto pelo parlamento. Os únicos partidos que encaminharam votação contrária à PEC da DRU foram os declaradamente de oposição ao governo interino: PT, PDT, PCdoB, PSOL e Rede. 21.5. Abertura das Olimpíadas – O presidente interino Michel Temer participou da abertura da Rio 2016. O nome do presidente interino, no entanto, diferente do que ocorrera em outras edições do evento, não foi anunciado ao lado do nome do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, no início da cerimônia. 21.6. Reforma ministerial - A reforma ministerial do novo governo reduziu de 32 para 23 o número de ministérios. Entre os cortes previstos inicialmente por Temer, estava o do Ministério da Cultura, que seria englobado pelo da Educação. A medida, porém, alvo de críticas, durou pouco e, apenas alguns dias depois, o presidente em exercício decidiu reverter a decisão e devolver à Cultura o status de ministério. Temer também enfrentou críticas e protestos por ter extinguido a Controladoria Geral da União (CGU). http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-07/comissao-do-governo-vai-avaliar-programas-cientificos-e http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-07/comissao-do-governo-vai-avaliar-programas-cientificos-e http://agenciabrasil.ebc.com.br/rio-2016/noticia/2016-08/sob-vaias-e-aplausos-temer-declara-jogos-rio-2016-abertos-no-maracana http://agenciabrasil.ebc.com.br/rio-2016/noticia/2016-08/sob-vaias-e-aplausos-temer-declara-jogos-rio-2016-abertos-no-maracana http://http/agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/temer-oficializa-lista-oficial-de-ministros http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/apos-gravacoes-servidores-da-extinta-cgu-pedem-temer-demissao-de-ministro Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 17 21.7. Lava Jato - Pelo menos cinco ministros indicados por Temer durante o período interino tiveram seus nomes ligados à Operação Lava Jato. 21.7.1. Romero Jucá - Uma das polêmicas do governo interino de Temer se deu quando foram divulgadas gravações de conversas entre o então ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex- presidente da Transpetro Sérgio Machado. Nas gravações, o ministro sugere que seria preciso mudar o governo para “estancar” uma “sangria”. 21.7.2. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) – Ministro do Turismo de Temer, pediu demissão após seu nome aparecer numa delação de Sérgio Machado. Henrique Alves foi citado como beneficiário do esquema por pelo menos dois delatores, Sérgio Machado, ex- presidente da Transpetro, e Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS. 21.7.3. Fabiano Silveira – O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, pediu demissão do cargo após virem à tona conversas gravadas em que ele aparece criticando a Operação Lava Jato e dando orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Período Temer pós-impeachment 22. Posse – Numa cerimônia curta, de apenas 12 minutos, ocorrida num Congresso Nacional presidido por Renan Calheiros, Michel Temer assumiu o cargo de presidente do Brasil, em 31 de agosto de 2016. http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/temer-diz-que-juca-continuara-auxiliando-governo-fora-do-ministerio http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/temer-diz-que-juca-continuara-auxiliando-governo-fora-do-ministerio http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/temer-diz-que-juca-continuara-auxiliando-governo-fora-do-ministerio http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/ministro-da-transparencia-pede-demissao-do-cargo http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/ministro-da-transparencia-pede-demissao-do-cargo Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 18 23. Volta à normalidade – Com Temer na Presidência, e isso nem os mais ferrenhos opositores do atual presidente podem negar, a máquina administrativa voltou a ter um funcionamento minimamente normal. O governo tem se mostrado capaz não só de propor uma agenda de reformas para o País (concorde-se ou não com elas), como ainda conseguiu agregar uma base de apoio parlamentar suficiente para aprovar essas reformas. Se compararmos essa situação com a prevalecente no final de 2015, não é difícil entender que houve um avanço notável. 24. Acertos na economia – Precisando lidar com uma grave crise nas contas públicas herdada do governo anterior, os analistas costumam listar como os maiores acertos do governo Temer aqueles feitos no campo econômico. Desde que começou o governo, Temer conseguiu importantes avanços no controle da inflação e na baixa dos juros. A alta taxa de desemprego e a falta de um crescimento expressivo do PIB, no entanto, ainda são fatores que causam desconfiança na população. 24.1. Controle da inflação – O índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), taxa de inflação calculada pelo IBGE, que havia fechado o ano de 2015 em 10,67%, ficou em 6,29% ao fim de 2016. Esta queda na inflação em 2016 foi influenciada, principalmente, pela baixa no preço dos alimentos. Para este ano, o Banco Central prevê que o custo de vida continue a cair no Brasil. Segundo o último Boletim Focus, de março de 2017, a expectativa é que o IPCA feche o ano em 4,12%. 24.2. Queda dos juros – Um dos principais fatores para a queda da inflação foi a taxa de juros alta. Com a inflação em queda, portanto, tornou-se possível baixar os juros paulatinamente semque houvesse Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 19 risco de surtos inflacionários. Quando Michel Temer tomou posse, a taxa de juros da Selic estava em 14,25%. Depois, teve repetidas quedas, até que, na última reunião do Copom, em 31/05/2017, passou a ser de 10,25%. Com esta queda, o Brasil deixou de ostentar o vexaminoso de título de país com a maior taxa de juros reais do planeta (apesar de ser o segundo país nesse quesito, ficando atrás apenas da Rússia, que tem juro real de 4,57% ao ano – o Brasil possui uma taxa de 4,30%). De acordo com ranking elaborado pela Infinity Asset, o Brasil encabeçava a lista dos países com a taxa de juros reais mais alta do mundo desde março de 2015. Para fechar o pódio das maiores taxas de juros real do mundo, a Turquia aparece em terceiro lugar, com taxa real de 3,63% ao ano. Em seguida aparecem, na seguinte ordem, Indonésia (3,36% anuais), Colômbia (2,57%), México (1,96%), Índia (1,67%), China (1,56%), África do Sul, (1,33%) e Argentina (0,73%). 24.3. Aumento do PIB – Este é um dos grandes gargalos do governo na seara econômica. Diferentemente dos dois anos anteriores em que o país apresentou PIB com crescimento negativo, há uma expectativa, por parte do mercado, que haja crescimento econômico este ano. As expectativas do mercado financeiro coletadas pelo Banco Central, divulgados por meio do relatório Focus no mês de março, indicam que há expectativa de crescimento de 0,49% do PIB – enquanto o governo estima um crescimento de 1%. Comparado aos dois anos anteriores, no entanto, (2016 com -3,6% e 2015 com – 3,8%), os indicadores apontam para uma volta à normalidade econômica. 24.4. Taxa de desemprego – Até metade do primeiro semestre de 2017, era quase uma unanimidade entre analistas políticos e econômicos que este era o grande calo do governo, já que é uma das maiores preocupações da população no momento. Apesar da inflação Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 20 controlada, dos juros com viés de baixa e o crescimento do país começando a despontar – ainda que timidamente –, a taxa de desemprego ainda é bem alta quando comparada com o histórico recente. Em dezembro de 2012, por exemplo, o país chegou a ter uma taxa de desemprego de apenas 4,6%. Conforme últimos dados do IBGE, por meio da pesquisa PNAD contínua, no primeiro trimestre de 2017 a taxa de desemprego subiu para 13,7% - a maior da série histórica iniciada em 2012. Este número representa, em números absolutos, 14,2 milhões de desempregados, outro triste recorde para o país. Em junho de 2017, porém, pelo terceiro mês consecutivo, o país teve saldo positivo na criação de empregos. Neste mês, foram criados 9.821 postos de trabalho. Para se ter uma ideia da importância do número, no mesmo mês de 2016 o saldo de empregos fechou negativo em 531.765 vagas. No acumulado do primeiro semestre de 2017, houve uma criação de 67.358 vagas, o que representa uma expansão de 0,18% em relação ao número final do ano de 2016. Apesar desses avanços, o desemprego ainda é um grande problema para o governo Temer. 25. Corrupção – Dos 28 ministros de Michel Temer, nada menos que sete são investigados pela operação Lava Jato: Eliseu Padilha (PMDB), Moreira Franco (PMDB), Gilberto Kassab (PSD), Bruno Araújo (PSDB), Blairo Maggi (PP), Marcos Pereira (PRB) e Helder Barbalho (PMDB). 26. Não só os ministros – Não são apenas os Ministros de Estado que sofrem graves acusações de corrupção. Em relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2017, a Polícia Federal afirmou que há evidências Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 21 que indicam "com vigor" que o presidente Michel Temer cometeu o crime de corrupção passiva. Segundo a Polícia Federal, o presidente aceitou pagamentos de vantagens indevidas do grupo J&F por meio do ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). A investigação da Polícia Federal se baseou nos pagamentos de propina a Rocha Loures e, por consequência, a Temer "em razão de interferência ou de suposta interferência no andamento de processo administrativo em trâmite no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)". É bom ressaltar que Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil que, segundo delatores da J&S, seriam destinados a Michel Temer. 27. Reformas – Reformas. Talvez nenhuma palavra pode definir melhor o governo Temer do que esta: reformas. Como vimos, o foco do governo Temer, mesmo fragilizado por conta de inúmeras acusações de corrupção, tem sido manter uma política econômica bem-sucedida. Para isto, Temer tem insistido junto ao Congresso Nacional para que sejam aprovadas, principalmente, as reformas trabalhista e previdenciária. 27.1. Reforma trabalhista – A reforma trabalhista, em tramitação atualmente no Congresso, visa principalmente a flexibilização das relações de trabalho. Se aprovada, os acordos coletivos, que são firmados diretamente entre patrões e empregados, passarão a ter força de lei. Direitos constitucionais, no entanto, como o 13.º salário, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e salário mínimo, ficarão preservados e não serão passíveis de serem mitigados nos acordos coletivos. A reforma trabalhista também pretende extinguir a obrigatoriedade da contribuição sindical, o que a tem tornado alvo de grandes manifestações de sindicalistas. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 22 27.2. Reforma previdenciária – A fim de tentar estancar o rombo crescente da previdência, o governo Temer tenta fazer as seguintes mudanças no sistema previdenciário do nosso país: Acabar com aposentadoria por tempo de contribuição; Todos deverão trabalhar por no mínimo 25 anos; Idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres; Os servidores estaduais e municipais ficam de fora da reforma, bem como os integrantes das forças armadas (militares); Professores: podem se aposentar aos 60 anos, mas terão de contribuir por 25 anos; Abarca servidores públicos federais e trabalhadores do setor privado (INSS); Há reclamação dos servidores públicos que ingressaram antes de 2003, que podem vir a perder os direitos à integralidade dos seus benefícios (percepção de proventos e pensão igual a totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou o falecimento) e da paridade (concessão dos aumentos e reajustes atribuídos aos servidores ativos aos proventos e pensões). Crise nos Estados 28. Crise nos Estados – Apenas no primeiro semestre de 2016, os 26 estados e o Distrito Federal somavam um rombo fiscal de R$ 56 bilhões em suas contas. O número representa uma piora nas contas de 17 estados em relação Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 23 ao resultado que tinham no mesmo período de 2015, segundo levantamentos feitos a partir de dados do Tesouro Nacional. Ademais, das 27 unidades da federação, 20 estão no vermelho. Esse resultado já impacta serviços básicos e projetos de muitos governos estaduais. 29. Números do fim de 2016 – Se, além dos Estados, considerarmos também os municípios, teremos que estes, mergulhados em uma crise financeira sem precedentes, devem R$ 120,6 bilhões aos bancos públicos, segundo levantamento do Estado. O passivo é resultado de uma política que, nos últimos anos, irrigou esses governos com recursos federais. Os maiores beneficiários foram os Estados, incluindo até mesmo aqueles que já estavam em péssimas condições financeiras e apresentavam maior risco de calote. A injeção de recursos foipossível porque a União avalizou a maioria das operações, ou seja, deu garantia de que pagaria a dívida em caso de inadimplência. Normalmente, os bancos ficam mais restritivos quando clientes vivem situações financeiras desfavoráveis. Não foi o que ocorreu com os Estados – especialmente em 2016. Enquanto a arrecadação caía, a carteira de crédito da Caixa para o setor público saltou 22,1% em 12 meses até setembro de 2016. O BNDES também foi mais generoso, e as operações subiram 11,8% no mesmo período. No caso do BB, a queda foi de 1,7% em um ano. 30. Desequilíbrio nas contas e atraso de pagamento de servidores – Diante da fragilidade financeira dos Estados, algumas instituições têm registrado atrasos em pagamentos, que acabam bancados pelo Tesouro. Apenas o Rio de Janeiro, por exemplo, já precisou que a União honrasse R$ 1,16 bilhão em seu lugar. Por outro lado, para não ficar no prejuízo, a União Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 24 bloqueia dinheiro de contas indicadas pelo próprio Estado, geralmente aquelas que recebem o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e de parte da arrecadação do ICMS. O relatório do Tesouro não detalha quais instituições financeiras foram pagas com recurso federal, mas dados da Secretaria de Fazenda do Rio mostram ausência de pagamentos em linhas do BNDES, BB e da Caixa em diversos meses, a partir de maio de 2016. A Sefaz do Rio de Janeiro, inclusive, já admitiu que está inadimplente com os três bancos públicos, porém, sem detalhar valores. De 2006 a 2012, o Rio obteve aval para empréstimos sem garantias da União com BNDES (R$ 1,5 bilhão), Caixa (R$ 1,16 bilhão) e BB (R$ 152,8 milhões), segundo o sistema de acompanhamento de operações do Tesouro. Quando isso ocorre, o Estado pode negociar diretamente garantias, como sua cota no Fundo de Participação ou outros fluxos de receitas. O BNDES, por exemplo, tem R$ 14,4 bilhões de sua carteira com Estados e municípios (29%) garantida por esses recursos. Na Caixa, o porcentual é de 57%. Em meio às dificuldades, o BNDES já enfrenta aumento na inadimplência de até 60 dias de governos estaduais e municipais, de R$ 692 milhões, em março de 2016, para R$ 814,6 milhões, em junho. 31. Gasto com pessoal – 13 das 27 unidades da federação ultrapassaram em 2016 o teto de gasto de 60% da Receita Corrente Líquida (RCL) com a folha de pagamento, o que inclui funcionários ativos e os inativos (aposentados e pensionistas). Esse limite é estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Em Minas Gerais, as despesas de pessoal comprometeram 78% da RCL; no Rio Grande do Sul, 76,1%; e, no Rio, 72,3%. Na média das 27 unidades da federação, esse percentual foi de 58%. 32. Se ainda fosse apenas caso de ineficiência... – Infelizmente, a crise nos Estados não foi produzida apenas por conta de ineficiência administrativa ou mera má administração da coisa pública. Ela foi causada, principalmente, Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 25 por conta de atos ilícitos dos gestores públicos. No Rio de Janeiro, por exemplo, os dois últimos governadores estão encarcerados. O ex- governador Sérgio Cabral, alvo da Operação Calicute, foi preso sob a suspeita de receber milhões em propina para fechar contratos públicos (apura-se desvios em obras do governo estadual que teriam dado um prejuízo estimado em mais de R$ 220 milhões). Já Anthony Garotinho foi preso após ser alvo da Operação Chequinho, que apurava o uso do programa social Cheque Cidadão para compra de votos na cidade de Campos de Goytacazes em 2016, onde Garotinho era secretário municipal até a sua prisão. Por último, e não menos importante, é bom saber também que o atual governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, quase perdeu o cargo por conta de decisão do TRE-RJ, que cassou o seu mandato em fevereiro de 2017. Como cabia recurso da decisão, resta agora o TSE se manifestar de maneira definitiva sobre o caso. 33. Estados mais atingidos pela crise – Estes são os Estados mais atingidos pela crise: 33.1. Rio Grande do Sul – De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, o limite máximo permitido da dívida líquida de um Estado é de duas vezes a própria receita. O Rio Grande do Sul, no entanto, com quase R$56 bilhões de dívida líquida, o que representa 216% da própria receita, conforme dados de dezembro de 2016 divulgados no site do Banco Central. Em 2006, a dívida do Estado era de quase R$30,5 bilhões. 33.2. Minas Gerais – Deve mais de R$94 bilhões à União e acumula, proporcionalmente, a segunda maior dívida brasileira, com cerca de 184% de sua arrecadação líquida. Há dez anos, a dívida de Minas Gerais era de pouco mais de R$47 bilhões. http://g1.globo.com/tudo-sobre/sergio-cabral/ Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 26 33.3. Rio de Janeiro – O Rio de Janeiro, destaque no noticiário nacional quando se fala de crise nos Estados, deve arcar com quase R$80 bilhões em dívidas junto ao Tesouro Nacional e ao Sistema Financeiro Nacional – cerca de 180% do valor sobre a receita anual do Estado. Em 2006, a dívida do Estado girava em torno de R$34 bilhões, um salto de pouco mais de 235% em dez anos 33.4. Alagoas – Alagoas deve cerca de R$7,3 bilhões aos cofres públicos. Valor aparentemente baixo, em relação aos outros Estados, mas proporcionalmente alto quando considerada a receita anual de apenas R$4,1 bilhões. Um aumento de cerca de 178% em dez anos. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 27 b. Artigo 1 Causas da crise fiscal dos Estados Recentemente, concluí estudo que identificou quatro causas que levaram os Estados a esta crise fiscal sem precedentes, sendo duas estruturais e duas conjunturais. Nas primeiras, está a menor arrecadação do ICMS nos principais Estados e o crescimento excessivo da despesa previdenciária. As causas conjunturais são o aumento excessivo das despesas correntes, especialmente com pessoal, no período 2011-2014, e a recessão econômica. No tocante ao ICMS, verificamos que, nos últimos 14 anos, a taxa média de crescimento dos Estados mais desenvolvidos foi bem menor do que a dos Estados menos desenvolvidos. Foram 3,7% no RS, 2,1% em SP e 1,5% no RJ, e 6,6% na média de seis Estados menores do Norte, Nordeste e Centro- Oeste. Nesses Estados, parte decorreu do maior crescimento do PIB, mas parte, da mudança estrutural das economias dos Estados maiores. Outro problema estrutural foi o crescimento da despesa previdenciária, num ritmo superior a quase duas vezes o crescimento da receita, Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 28 em média. Isso conduz a uma situação, impercebível no início, mas marcante no longo prazo. É como caminhar sobre a grama. Nos primeiros passos fica apenas uma leve marca, mas, com o passar dos anos, produz uma vala. A primeira causa conjuntural foi a gastança generalizada no período 2011-2014, em que, dos 10 Estados de maior receita, em nove deles o aumento da folha de pagamento e outras despesas correntes (exceto juros) foi muito superior ao do crescimento da receita corrente líquida, que deveria ser o limite. O campeão foi o Estado do RJ, que, mesmo a receita decrescendo 5%, aumentou os gastos em 12%. Após, foi nosso Estado, cujo crescimento real da despesa corrente foi três vezes o da receita. Por fim, mas não menos importante, foi a recessão econômica, com enormes reflexos sobre a arrecadação. Tomando-se os Estados como um todo, a receita corrente líquida de 2016 foi mais de 4% menor do que a apurada em 2013,três anos antes. Se os Estados não atentarem para essas mudanças estruturais e para a responsabilidade fiscal, o simples crescimento da economia não os tirará da crise. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 29 Fonte: Carvalho, Darcy Francisco. Causas da crise fiscal dos Estados. Zero Hora. Disponível em < http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/noticia/2017/05/darcy-francisco-carvalho- dos-santos-causas-da-crise-fiscal-dos-estados-9785010.html>. Acesso em 17/07/2017. * Darcy Francisco Carvalho é Economista. c. Artigo 2 O final melancólico do governo Temer O governo Temer acabou na noite de 17 de maio quando o Brasil tomou conhecimento da delação premiada dos irmãos Batistas e dos cinco diretores da J&S. Desde então vem tentando de todas as formas se manter no poder. Tem usado nesses dois meses as armas tradicionais dos governos acuados: libera emendas parlamentares, coage deputados rebeldes às determinações do Palácio do Planalto, nomeia funcionários apoiados por políticos para importantes funções no aparelho de Estado — em suma, usa e abusa dos instrumentos de mando para a Constituição sem nenhum pudor. Os partidários do projeto criminoso de poder, parte dois, tentam demonstrar que sem Temer na Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 30 Presidência as reformas não serão aprovadas e que o País, nessa hipótese, ficará ingovernável e a economia – que apresenta leves sinais de melhora – voltará ao vermelho. Os mais exaltados chegam a apontar um cenário de guerra civil, como se Temer fosse o homem escolhido pela Providência Divina para conduzir o Brasil à Terra Prometida. Há também aqueles que insistem em retirar do baú da história recente do nosso País os fantasmas do PT e mais especialmente o de Lula. Nesse caso, o perigo representado pela queda de Temer seria o retorno do PT ao poder, como se isso fosse algo imediato e eleitoralmente inevitável. É a velha falácia, tantos anos utilizada pelo PSDB: como não queria lutar, transformava Lula e o PT em adversários invencíveis. Assim justificava a falta de combatividade e o desinteresse por enfrentar o partido mais criminoso da história do Brasil – e não faltam exemplos para justificar tal afirmação. Nada indica que o PT tenha a força eleitoral apresentada nas últimas eleições presidenciais – basta recordar a fragorosa derrota no pleito municipal de outubro do ano passado nos principais colégios eleitorais. Não faltam também argumentos que buscam um contorcionismo ético no campo da propina. Para alguns uma mala recheada de reais é irrelevante frente ao petrolão. Eu já ouvi a afirmação: “O que é uma mala frente ao superfaturamento de um navio-sonda? Um Loures é insignificante perto de um Barusco.” É insustentável no campo democrático e constitucional a permanência de Michel Temer no Palácio do Planalto. Mantê-lo a qualquer preço desmoraliza Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 31 ainda mais a frágil democracia tupiniquim. Quanto mais rápido sair, melhor para o Brasil. É insustentável no campo democrático e constitucional a permanência de Michel Temer no Palácio do Planalto. Mantê-lo a qualquer preço desmoraliza ainda mais a frágil democracia tupiniquim Fonte: Villa, Marco Antônio. O final melancólico do governo Temer. Isto É. Disponível em < http://istoe.com.br/o-final-melancolico-do- governo-temer/ >. Acesso em 17/07/2017. * Marco Antônio Villa é historiador, escritor e comentarista da Jovem Pan e TV Cultura. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 32 d. Revisão 1 QUESTÃO 1 Enfraquecidos pela profunda crise instalada no país, os Estados brasileiros têm enfrentado graves dificuldades para manter suas finanças equilibradas. QUESTÃO 2 Tendo em vista que a situação econômica com o governo Temer é ainda pior que a deixada por sua antecessora, há generalizado clamor popular pela sua saída. QUESTÃO 3 No campo econômico, Dilma foi uma das melhores presidentes do país. QUESTÃO 4 Ao descumprir, logo após o pleito, promessas de campanha, Dilma contribuiu para alimentar o clima de insatisfação com o seu governo. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 33 QUESTÃO 5 Após o início do governo Temer, a operação Lava Jato suspendeu suas atividades. QUESTÃO 6 Apesar de, no quadro geral, apresentar bons números na economia, o governo Temer ainda não conseguiu encontrar soluções para a persistente alta da taxa de inflação. QUESTÃO 7 O processo de impeachment de Dilma Rousseff aconteceu sob um contexto de crise econômica e política – e em meio a um descontentamento da população que demonstrava não acreditar na sua capacidade de resolver a crise. QUESTÃO 8 Números divulgados pelo Banco Central indicam que nenhum Estado da federação está desrespeitando preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal. QUESTÃO 9 Por conta da crise dos Estados, bancos oficiais, há pelo menos cinco anos, não fazem mais operações com as Unidades da Federação. QUESTÃO 10 Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 34 São também investigados, pela operação Lava Jato, funcionários da Petrobras que trabalhavam em conluio com empreiteiras com a finalidade de burlar processos licitatórios. e. Revisão 2 QUESTÃO 11 Por terem “foro privilegiado”, senadores e deputados envolvidos com esquemas de corrupção na Petrobras não estão sendo investigados pela primeira instância. QUESTÃO 12 A operação Lava Jato investiga apenas filiados do PT e PMDB. QUESTÃO 13 A operação Lava Jato não investiga filiados do PSDB e PP. QUESTÃO 14 Após o impeachment de Dilma Rousseff, os números oficiais começaram a indicar queda na taxa de juros e controle da inflação. QUESTÃO 15 Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 35 Segundo o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central e que tem por base expectativas do mercado, há indicação de que haverá crescimento do PIB apenas em 2018. QUESTÃO 16 Tanto em 2015 quanto em 2016, o Brasil apresentou forte crescimento econômico, apesar da alta do desemprego. QUESTÃO 17 Os analistas econômicos explicam a crise financeira do Brasil como fruto de fatores exclusivamente interno. QUESTÃO 18 O mau momento da economia brasileira é fruto da crise econômica chinesa. QUESTÃO 19 A operação Lava Jato foi assim batizada por ter se iniciado a partir de uma investigação de uma rede de postos de combustíveis e lava jato de automóveis usada para lavagem de dinheiro. QUESTÃO 20 Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 36 A operação Lava Jato investiga apenas políticos do Rio de Janeiro, já que é ali que está sediada a Petrobras. Revisão 3 QUESTÃO 21 Alguns Estados ultrapassaram, em 2016, o teto de gasto de 60% da Receita Corrente Líquida (RCL) com a folha de pagamento previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. QUESTÃO 22 Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são Estados citados como exemplo de equilíbrio fiscal, pois não tiveram problemas com a chamada “crise dos Estados”. QUESTÃO 23 O Rio Grande do Sul possui Dívida Líquida abaixo da permitida pela Lei de Responsabilidade Fiscal. QUESTÃO 24 Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 37 Partidos que receberamdoações consideradas legais pela legislação eleitoral não estão sendo investigadas pela operação Lava Jato. QUESTÃO 25 Apenas políticos e funcionários da Petrobras estão sendo investigados pela operação Lava Jato. QUESTÃO 26 Como resultado das boas medidas no campo econômico do governo Temer, o país passa por uma fase de emprego pleno. QUESTÃO 27 Em vista da atual crise econômica, o Brasil deixou de produzir petróleo. QUESTÃO 28 Tendo em vista que se trata de uma CPI, a Lava Jato é um processo meramente político. QUESTÃO 29 Governo e mercado têm expectativas de que haja crescimento econômico este ano. E concordam, inclusive, com o tamanho desse crescimento. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 38 QUESTÃO 30 Durante o processo de impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff possuía altos índices de aprovação. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 39 f. Gabarito 1 2 3 4 5 C E E C E 6 7 8 9 10 E C E E C 11 12 13 14 15 E E E C E 16 17 18 19 20 E E E C E 21 22 23 24 25 C E E E E 26 27 28 29 30 E E E E E Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 40 g. Breves comentários às questões QUESTÃO 1 Enfraquecidos pela profunda crise instalada no país, os Estados brasileiros têm enfrentado graves dificuldades para manter suas finanças equilibradas. Correto. Alguns deles, inclusive, não conseguem sequer cumprir os mandamentos legais da Lei de Responsabilidade Fiscal. QUESTÃO 2 Tendo em vista que a situação econômica com o governo Temer é ainda pior que a deixada por sua antecessora, há generalizado clamor popular pela sua saída. Incorreto. Apesar de, realmente, enfrentar muitos protestos contra o seu governo. Estes têm se caracterizado, até aqui, como focos isolados. QUESTÃO 3 No campo econômico, Dilma foi uma das melhores presidentes do país. Incorreto. No cômputo geral, seus números são considerados piores até que os dos presidentes militares da chamada década perdida. QUESTÃO 4 Ao descumprir, logo após o pleito, promessas de campanha, Dilma contribuiu para alimentar o clima de insatisfação com o seu governo. Correto. Mais este elemento contribuiu para alimentar a instabilidade social e política. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 41 QUESTÃO 5 Após o início do governo Temer, a operação Lava Jato suspendeu suas atividades. Incorreto. Mesmo após o impeachment, continua havendo prisões de grandes empresários e políticos. Ao que tudo indica, a operação, sequer, está próxima de terminar. QUESTÃO 6 Apesar de, no quadro geral, apresentar bons números na economia, o governo Temer ainda não conseguiu encontrar soluções para a persistente alta da taxa de inflação. Incorreto. Um dos méritos do governo Temer tem sido justamente o controle da inflação. QUESTÃO 7 O processo de impeachment de Dilma Rousseff aconteceu sob um contexto de crise econômica e política – e em meio a um descontentamento da população que demonstrava não acreditar na sua capacidade de resolver a crise. Correto. O nível de insatisfação popular com a presidente era tão baixo que Dilma saiu ostentando os piores números de aprovação que um presidente já teve. QUESTÃO 8 Números divulgados pelo Banco Central indicam que nenhum Estado da federação está desrespeitando preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 42 Incorreto. A LRF tem sido desrespeitada por vários Estados. Segundo levantamentos, os maiores desrespeitos ocorrem em relação ao tamanho da dívida líquida e nos limites com gasto com pessoal. QUESTÃO 9 Por conta da crise dos Estados, bancos oficiais, há pelo menos cinco anos, não fazem mais operações com as Unidades da Federação. Incorreto. Os bancos oficiais inclusive aumentaram alguns empréstimos quando a crise econômica já era uma realidade no país, o que contribuiu para que os números de inadimplência desses bancos aumentassem. QUESTÃO 10 São também investigados, pela operação Lava Jato, funcionários da Petrobras que trabalhavam em conluio com empreiteiras com a finalidade de burlar processos licitatórios. Correto. Dentro da organização criminosa, estes funcionários tinham a função de acobertar o esquema de desvio e participar dos processos licitatórios a fim de burlá-los. QUESTÃO 11 Por terem “foro privilegiado”, senadores e deputados envolvidos com esquemas de corrupção na Petrobras não estão sendo investigados pela primeira instância. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 43 Correto. Estes agentes públicos também estão sendo investigados. Por conta do foro privilegiado previsto na Constituição, no entanto, seus processos não correm na primeira instância da Justiça Federal. QUESTÃO 12 A operação Lava Jato investiga apenas filiados do PT e PMDB. Incorreto. A investigação abarca vários partidos, principalmente: PT, PSDB, PTB, PP e Solidariedade. QUESTÃO 13 A operação Lava Jato não investiga filiados do PSDB e PP. Incorreto. A investigação abarca vários partidos, principalmente: PT, PSDB, PTB, PP e Solidariedade. QUESTÃO 14 Após o impeachment de Dilma Rousseff, os números oficiais começaram a indicar queda na taxa de juros e controle da inflação. Correto. O controle da inflação é índice importante, pois garante o poder de compra do trabalhador. QUESTÃO 15 Segundo o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central e que tem por base expectativas do mercado, há indicação de que haverá crescimento do PIB apenas em 2018. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 44 Incorreto. Até o começo do mês de maio, todas as projeções apontam para o crescimento do PIB este ano. QUESTÃO 16 Tanto em 2015 quanto em 2016, o Brasil apresentou forte crescimento econômico, apesar da alta do desemprego. Incorreto. Estes dois anos foram de contração econômica e marcam a mais grave depressão do país desde 1930. QUESTÃO 17 Os analistas econômicos explicam a crise financeira do Brasil como fruto de fatores exclusivamente interno. Incorreto. Segundo analistas, apenas 20% dos fatores da crise seriam explicados por questões externas. QUESTÃO 18 O mau momento da economia brasileira é fruto da crise econômica chinesa. Incorreto. Para os analistas, a crise da economia brasileira é fruto de erros do próprio país. QUESTÃO 19 A operação Lava Jato foi assim batizada por ter se iniciado a partir de uma investigação de uma rede de postos de combustíveis e lava jato de automóveis usada para lavagem de dinheiro. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 45 Correto. QUESTÃO 20 A operação Lava Jato investiga apenas políticos do Rio de Janeiro, já que é ali que está sediada a Petrobras. Incorreto. A Lava Jato, por ter âmbito federal, investiga envolvidos de todas as regiões do país. QUESTÃO 21 Alguns Estados ultrapassaram, em 2016, o teto de gasto de 60% da Receita Corrente Líquida (RCL) com a folha de pagamento previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. Correto. Neste caso, podemos citar Minas Gerais e Rio Grande do Sul como exemplo. QUESTÃO 22 Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são Estados citados como exemplo de equilíbrio fiscal, pois não tiveram problemas com a chamada “crise dos Estados”. Incorreto. Pelo contrário, estes Estadosestão com situação fiscal extremamente delicada. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 46 QUESTÃO 23 O Rio Grande do Sul possui Dívida Líquida abaixo da permitida pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Incorreto. Na verdade, é o Estado que está com a maior Dívida Líquida proporcionalmente às suas receitas próprias. QUESTÃO 24 Partidos que receberam doações consideradas legais pela legislação eleitoral não estão sendo investigadas pela operação Lava Jato. Incorreto. Há investigações para se saber se mesmo as doações consideradas legais são contrapartidas de ilícitos cometidos entre empresas e agentes públicos. QUESTÃO 25 Apenas políticos e funcionários da Petrobras estão sendo investigados pela operação Lava Jato. Incorreto. Além dos políticos e funcionários da Petrobras, os operados financeiros também faziam parte das engrenagens principais do esquema bilionário conhecido como Petrolão. QUESTÃO 26 Como resultado das boas medidas no campo econômico do governo Temer, o país passa por uma fase de emprego pleno. Incorreto. Pelo contrário, o desemprego tem aumentado sob a administração Temer. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 47 QUESTÃO 27 Em vista da atual crise econômica, o Brasil deixou de produzir petróleo. Incorreto. Apesar de ter cortado seu orçamento para investimentos, a Petrobras continua produzindo e sendo uma das maiores empresas do país. QUESTÃO 28 Tendo em vista que se trata de uma CPI, a Lava Jato é um processo meramente político. Incorreto. Os processos da chamada operação Lava Jato correm no Poder Judiciário. QUESTÃO 29 Governo e mercado têm expectativas de que haja crescimento econômico este ano. E concordam, inclusive, com o tamanho desse crescimento. Incorreto. Com os dados disponíveis até o mês de abril, o mercado tem esperado um crescimento de aproximadamente 0,5% para este ano, enquanto o governo espera que seja de 1,0%. QUESTÃO 30 Durante o processo de impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff possuía altos índices de aprovação. Incorreto. Dilma Rousseff deixou o cargo de presidente da república sob uma taxa de aprovação ao seu governo extremamente baixa. Atualidades Aula 02 Prof. Danuzio Neto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Danuzio Neto 48
Compartilhar